Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Territoriais (PROET)
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- ItemMeu punhado de farinha: o sabor da ancestralidade no saber-fazer da farinha de mandioca no povoado de Jurema de Pedro Leite, São Gabriel, Bahia(Universidade do Estado da Bahia, 0024-01-29) Silva, Efigênia Rocha Barreto da; Lima-Payayá , Jamille da Silva; Portugal, Jussara Fraga; Paula, Andréa Maria Narciso Rocha de; Gratão, Lúcia Helena BatistaEssa pesquisa tem como objetivo investigar o sentido ancestral do sabor expresso na territorialidade do saber-fazer da casa de farinha do povoado Jurema de Pedro Leite, em São Gabriel, Bahia. A produção artesanal de farinha de mandioca vem se perdendo nos últimos anos por diversos motivos, dentre eles a desvalorização do modo de vida rural que desencadeou a inoperância de algumas casas de farinha, quadro que se radicalizou com o período de limitação da circulação de pessoas durante a pandemia da COVID-19, especialmente entre 2020 e 2021. No entanto, a forte relação com a farinha de mandioca e sua essencialidade alimentar ainda se faz presente como expressão identitária sertaneja. Com base na abordagem fenomenológica, realizamos pesquisa de imersão na experiência, por meio de vivência em campo, participando dos diversos momentos que envolvem desde o plantio, a capina e a colheita da mandioca, até as atividades de produção da farinha de mandioca. O trabalho evidencia a importância da farinha de mandioca na cultura alimentar sertaneja e seu caráter comunitário territorializado, evidenciando atravessamentos indígenas e negros não apenas na produção, mas nos significados e sentidos do sabor da farinha, como um saber-fazer geográfico ancestral.
- ItemÁreas protegidas e participação social: planejamento territorial participativo da Comunidade Quilombola de Dandá, Simões Filho/BA.(Universidade do Estado da Bahia, 0024-08-06) Calmon, Josué da Silva; Gomes Sobrinho, Lirandina; Bonfim, Natanael Reis; Souza, Deórgia Tayane Mendes deEsta dissertação tem como objetivo avaliar a efetividade do Planejamento Territorial Participativo da Comunidade Quilombola de Dandá na APA Joanes-Ipitanga. Neste sentido, verificou-se como a execução do planejamento territorial participativo implicou na melhoria da vida e organização comunitária para o uso do seu território; e a importância desse planejamento para conservação dos atributos ambientais da comunidade quilombola de Dandá conjugados à gestão da APA Joanes-Ipitanga. Foram analisados os projetos do Plano de Ação elaborados na execução do Planejamento Territorial Participativo, a gestão participativa da APA e os dados de efetividade de gestão das Unidades de Conservação geridas pelo estado da Bahia. A metodologia quali-quantitativa conduziu o estudo a uma abordagem das principais temáticas sobre Áreas Protegidas, tomando como referência a percepção comunitária e institucional sobre o projeto estudado, a percepção dos conselheiros da APA sobre o colegiado da UC e análise dos dados de efetividade de gestão de Unidades de Conservação a partir do Sistema de Avaliação e Monitoramento de Gestão - SAMGe. Os dados foram coletados por meio da pesquisa documental, aplicação de entrevistas semi-estruturadas, observação participante e análise do SAMGe. Esta avaliação revelou que embora os instrumentos legais estabeleçam a necessidade de integração de Áreas Protegidas para efetividade dessa política pública, tal parâmetro é parcialmente cumprido no processo de gestão das Unidades de Conservação estaduais. A falta de ações contínuas para integração dos formatos de Áreas Protegidas UC e Comunidades Quilombolas implica na moderada efetividade dessas UC.
- ItemPlanejamento e gestão territorial: análise da atuação politico-ambiental do comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Salitre (CBHS)(2020-10-04) Gomes, Thamires Mercês; Baitz, Ednice de Oliveira Fontes; Souza, Sirus Oliveira; Santos, Jémison Mattos dosA discussão sobre a disponibilidade e qualidade da água sempre levanta questões sobre diversas questões econômicas, sociais e ambientais, desta forma as Políticas Nacionais e Estaduais de Recursos Hídricos se torna base que possa promover o uso mais adequado do recurso natural, buscando superar os desequilibrios, além ter interrelações com o ordenamento territorial e planejamento buscando possibilidades de nortear os usos das águas nas bacias hidrográficas e adequá-los para uma gestão territorial mais integrada. Portanto, a Gestão de Recursos Hídricos traz aspectos relevantes e prevendo uma gestão participativa e descentralizada, podendo ser visualizada nos Comitês de Bacias Hidrográficas. Nesse intuito, o presente estudo tem como objetivo compreender o Comitê de Bacia Hidrográfica do Salitre enquanto agente político e ambiental no planejamento, articulação e gestão territorial dos recursos hídricos. Desta forma, identificar como se organiza essa entidade (Comitê), seus agentes e são suas formas de atuação política e sócio-ambiental no território baiano ajudam a melhor compreensão do sistema. Partindo destes pressupostos, as questões norteadoras se tornam bastante relevante, sendo elas: Em que medida o CBHS tem conseguido obter resultados no processo de articulação, planejamento e gestão territorial dos recursos hídricos? A metodologia qualitativa desse estudo possibilitou ter uma ampla visão das questões expostas acima, sendo que está sendo realizado um levantamento nos órgãos estaduais, conselho estadual e demais instituições pertinentes das legislações pertinentes, assim como os documentos internos que definem a estrutura e o funcionamento do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, posteriormente foi realizado a avaliação de cinco instrumentos de gestão de recursos hídricos com relação do CBH Salitre. Durante o desenvolvimento da pesquisa permitiu compreender como o sistema de gestão de recursos hidricos possui inumeras potencialidades para se tornar um sistema de gerenciamento hidrico-ambiental e ao analisar a construção do Plano de Recursos Hídricos e Enquadramento dos Corpos Hídricos nota-se que ocorreu de forma participativa e ampla, além de que o comitê tem uma característica de está discustindo nas reuniões conflitos de recursos pelo uso da água devido a escassez na bacia. Os principios de participação, integração e descentralização constituem a base da gestão de recursos hídricos e apontam uma nova fora de gerenciamento sinalizando um exercício pleno da deemecracia na condução da gestão dos recursos hídricos e ações do Estado. Em suma, diante o cenário pesquisamos, podemos notar como o CBHS vem amadurencendo nas discussões diante a descentralização da política de recursos hídricos.
- ItemPlanejamento urbano em pequenas cidades: o PDDU de Gandu-Ba em análise(2021-03-31) Oliveira, Ecírio Barreto Santos de; Trindade, Gilmar Alves; Castro, Janio Roque Barros de; Ferraz, Ana Emília de QuadrosEste trabalho refere-se a dissertação de Mestrado intitulada Planejamento Urbano em Pequenas Cidades: O P.D.D.U. de Gandu-BA em Análise, desenvolvida no âmbito do Programa de Estudos Territoriais (PROET) - UNEB. O objetivo dessa pesquisa é analisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Gandu-BA e sua aplicação enquanto instrumento de planejamento e ordenamento territorial. Os procedimentos metodológicos que orientaram esta etapa do trabalho contemplaram a revisão de literatura; o levantamento de dados secundários; a pesquisa online; a aplicação de entrevistas semiestruturadas e os registros fotográficos; a construção da base cartográfica com auxilio do software livre QGIS 3.10. Esse estudo destaca o sentido do planejamento em pequenas cidades diante das tendências e dos impasses do planejamento urbano no Brasil. Nessa abordagem é realizada uma investigação sobre o processo do planejamento urbano no Brasil, que tem seu inicío no final do século XIX, enfatizando suas características e as concepções de planejamento aplicadas ao longo do tempo. Posteriomente, passa-se a explorar essa temática por meio da análise acerca da interface entre o planejamento e a produção do espaço urbano. Na sequência, se discute acerca do Plano Diretor Urbano enquanto principal instrumento que resulta das políticas de planejamento urbano nos municípios brasileiros. Como desfecho dessa discussão teórica, dá-se ênfase ao debate em torno do planejamento urbano em pequenas cidades, onde são destacadas a sua relação com o campo e sua inserção na rede urbana. Essa dimensão teórica que embasa a pesquisa privilegiou as análises de autores como Corrêa (1995, 2006, 2007, 2011, 2012), Lefébvre (1999, 2001, 2006), Santos (2009, 2015), Villaça (1999) e Endlich (2009). Finalmente, são destacados os atributos socioespaciais do município de Gandu,conduzindo para a análise do seu P.D.D.U., dando ênfase ao processo da participação social na elaboração do documento, às políticas urbanas propostas no plano e às efetivadas no espaço. Como resultado da pequisa foi constatado que o P.D.D.U. de Gandu encontra-se desatualizado, pois já se passaram quase duas décadas após sua elaboração; assim, o estudo aponta alguns elementos no espaço urbano que devem ser considerados quando da elaboração/atualização de políticas de planejamento urbano no município. Além disso, enfatiza a necessidade de se aprofundar futuras investigações sobre o planejamento urbano em pequenas cidades baianas.
- ItemPeriferias urbanas? Interfaces rururbanas? Ou áreas rurais próximas à cidade? A criação do bairro CIS norte em Feira de Santana – Bahia(2021-04-05) Jesús, Mariana Oliveira de; Castro, Janio Roque Barros de; Coelho Neto, Agripino Souza; Silva, Onildo Araújo daEm cidades médias consolidadas, bem como em algumas metrópoles, nota-se que algumas áreas periféricas urbanas são confundidas com áreas rurais, do ponto de vista da leitura da paisagem. Essas áreas mesclam elementos urbanos e rurais confundindo assim o/a observador(a). Alguns/algumas autores/autoras chamam essas áreas de interfaces rururbanas. Na pesquisa em tela, objetiva-se analisar a criação do bairro CIS Norte, em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado da Bahia, instrumentalizada pela Lei Complementar 075/2013, buscando entender suas implicações socioespaciais à luz das especificidades das áreas periféricas e dos novos dinamismos de áreas rurais situadas próximas a espaços urbanos. Para sua realização, inicialmente fez-se um referencial teórico-conceitual para dialogar com diferentes autores que abordam conceitos importantes, como periferias urbanas, espaços híbridos, ruralidades e urbanidades; e analisou-se os documentos institucionais como o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a da referida lei. Fez-se uso também de entrevistas com os moradores e atividades de campo com observações e anotações, promovendo diálogo entre teoria e empiria. O trabalho revelou que na cidade em questão a criação de bairros gerou especulação imobiliária, valorização e aumento do valor da terra, além do “esticamento” da malha urbana em direção às áreas rurais. A Lei 075/2013, transformou áreas com características predominante rurais em urbanas, como o CIS Norte, e não criou instrumentos urbanos que proporcionassem melhoria da qualidade de vida. Isso que impactou os direitos da população rural e a permanência dos moradores e seus descendentes no referido espaço analisado, recorte espacial da pesquisa que resultou no presente texto.
- ItemCultura, Territorialidades e Propriedade intelectual: análise crítica do discurso sobre indicações geográficas na Bahia(2021-04-06) Silva, Priscila de Jesus; Castro, Janio Roque Barros de; Caldas, Alcides dos Santos; Teixeira, Salete KozelEsta pesquisa aborda a produção e a circulação de sentidos por meio da linguagem, no ambiente da Propriedade Intelectual brasileiro, para captar as significações produzidas através dos registros de Indicações Geográficas (IGs), nos territórios com produtos de especificidade territorial do estado da Bahia - Brasil. O objetivo é identificar e analisar, através de uma abordagem dialógica entre os Estudos Culturais, processos comunicacionais e a Geografia, a apropriação dos elementos culturais que competem para o reconhecimento e a consolidação das IGs. A pesquisa se desenvolveu no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Estudos Territoriais da Universidade do Estado da Bahia (PROET – UNEB) e elucidou o lugar das identidades culturais na construção discursiva hegemônica sobre as IGs; as territorialidades implicadas nessas construções, além de apontar as fragilidades e potenciais dos repertórios culturais enquanto recurso para o desenvolvimento territorial. Do ponto de vista metodológico, o trabalho norteia-se pelo modelo tridimensional da Análise Crítica do Discurso (ACD), em Fairclough, através do qual se pode averiguar as práticas sociais e discursivas, ideologias e intertextualidades imbricadas no discurso hegemônico sobre IG na Bahia. Investiga-se como a dimensão cultural dos territórios é interpelada tanto nos textos jurídico-técnicos das institucionalidades das IGs, como pelo discurso midiático sobre o tema. Norteando-se pela Análise Crítica do Discurso (ACD), em Fairclough, e por teóricos como o brasileiro Rogério Haesbaert e o britânico-jamaicano Stuart Hall, investigou-se como a dimensão cultural dos territórios é interpelada tanto nos textos jurídico-técnicos das institucionalidades das IGs, como pelo discurso midiático. Tratou-se de compreender como a lógica globalista para o consumo, sob os rótulos dos produtos de origem, impacta nas narrativas sobre a multiplicidade de representações identitárias territoriais e competem para o reconhecimento e promoção, ou suposta invisibilização das diferenças. Os resultados da pesquisa apontaram diretrizes para a sinergia entre os campos da Propriedade Industrial e produção em comunicação e cultura, na perspectiva da valorização da dimensão simbólica e identitária territorial através das IGs.
- ItemRegião: uma análise das obras didáticas de geografia a partir do PNLD(2021-05-25) Santos, Gilton Cruz dos; Oliveira, Simone Santos de; Portugal, Jussara Fraga; Santos, Maria Francineila Pinheiro dosA abordagem do conceito de região é fundante no processo de escolarização e, sobretudo, na Educação Geográfica. A investigação que resultou nesta dissertação é caracterizada como uma pesquisa de natureza básica, de abordagem qualitativa, vinculada à Linha de Pesquisa II – Processos Territoriais e Dinâmica UrbanoRegional, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Territoriais (PROET), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), cuja problemática envolveu a seguinte questão: como o conceito de região é abordado nos livros didáticos de Geografia dos anos finais do Ensino Fundamental do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do triênio 2017 a 2019 e do quadriênio 2020 a 2023, adotadas na escola pública Estadual Polivalente de Aratu, localizada na cidade de Simões Filho - BA, no Território de Identidade Metropolitano de Salvador e como esse conceito possibilita compreender o processo de regionalização, de modo a contribuir para uma melhor Educação Geográfica? A intenção da pesquisa foi analisar como a região, enquanto conceito fundante da Geografia, e a regionalização são apresentadas nos livros didáticos de Geografia dos anos finais do Ensino Fundamental do PNLD de 2017 a 2019, de modo a comparar as abordagens da regionalização feitas nas coleções didáticas escolhidas no quadriênio 2020 a 2023, com vistas a compreender como essas obras apresentam os conceitos de região e de regionalização para discutir temáticas pertinentes à Educação Geográfica. Além desta intencionalidade primordial, a pesquisa pretendeu discutir a região como uma das principais categorias de análise espacial e conceito fundante no ensino de Geografia para compreender a regionalização brasileira; historicizar o PNLD como importante política pública voltada para a educação básica e para o ensino de Geografia; discutir a região como um dos principais conceitos e categoria de análise espacial para o ensino da Geografia; analisar a abordagem do conceito de região nos livros didáticos de Geografia dos anos finais do Ensino Fundamental do PNLD, selecionados e utilizados no Colégio Estadual Polivalente de Aratu, da rede pública da cidade de Simões Filho, tendo em vista comparar as obras didáticas do PNLD de 2017 a 2019 com as obras do quadriênio 2020 a 2023 do PNLD 2020 e; identificar as principais linguagens apresentadas e indicadas nos volumes dos livros adotados no Colégio Estadual Polivalente para abordar conteúdos relacionados ao conceito de região e como estes podem ajudar o professor a discutir questões voltadas para os modelos de regionalizações Geoambientais, brasileira, africana e europeia possibilitando uma melhor Educação Geográfica. A dissertação está estruturada a partir de três grandes eixos temáticos, a saber: 1) a categoria região e o ensino de Geografia; 2) a regionalização nas obras didáticas de Geografia dos anos finais do Ensino Fundamental; 3) a representação da categoria região nas diversas imagens dos livros didáticos – representações cartográficas, gráficos, fotografias, quadros e tabelas. Os procedimentos metodológicos envolvidos nesta pesquisa qualitativa estiveram ancorados na análise dos seguintes documentos: - a obra didática Homem & Espaço de autoria de Elian Alabi Lucci e Anselmo Lazaro Branco aprovada no PNLD dos anos finais do Ensino Fundamental do triênio 2017-2019, utilizada no Colégio Estadual Polivalente de Aratu, da cidade de Simões Filho (SF), no estado da Bahia; análise da obra didática Araribá Mais Geografia, de autoria de Cesar Brumini Dellore, coleção escolhida e adotada para a mesma unidade escolar, para o quadriênio de 2020 a 2023. Além das análises comparativas dessas duas coleções, foi feita uma análise da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no que concerne às questões pertinentes ao componente Geografia e do Guia Digital PNLD de Geografia de 2020. As abordagens apresentadas nesta dissertação são imprescindíveis para o processo de Educação Geográfica, haja vista que região é um conceito importante para o desenvolvimento do raciocínio geográfico e do pensamento espacial, bem como poderá contribuir para a formação continuada do professor de Geografia, além de possibilitar futuras outras reflexões e publicações sobre os conceitos de região e de regionalização. Nessa análise comparativa das coleções didáticas, perceberam-se algumas mudanças apresentadas na coleção Araribá Mais Geografia relacionadas às temáticas regionais embutidas nos objetos de conhecimentos discutidos, ou seja, ocorreu uma ênfase à percepção humanística, ao espaço vivido e à ideia de pertencimento ao lugar, indicativos pertinentes à proposta da Educação Geográfica, a qual se preocupa com o assunto que está sendo abordado em sala de aula e que contemple o contexto e a realidade dos estudantes.
- ItemEnsino de história e questões identitárias e territoriais: narrativas de estudantes e professores do ensino médio do Recôncavo Baiano(2021-05-28) Menezes, Leandro Oliveira de; Oliveira, Simone Santos de; Castro, Janio Roque Barros de; Oliveira, Itamar Freitas deEsta dissertação se propõe analisar como o ensino de História, nos municípios baianos de Cachoeira, Maragogipe, Muritiba e São Félix, contribui com as identificações territoriais dos estudantes do ensino médio. Para tanto, recorre à discussão teórica sobre território, identidade e Ensino de História e ao contato com sujeitos que vivenciam a rotina do ensino e aprendizagem em História, na escolarização formal. Esta pesquisa contribui com a ampliação das discussões que versam sobre a relação entre território e identidade, bem como sobre a importância do ensino de História na formação identitária dos sujeitos em uma determinada fração do espaço geográfico. Trata-se de um estudo (auto)biográfico, com inspirações na fenomenologia e, portanto, uma investigação qualitativa e descritiva. O recorte espacial escolhido foi o Recôncavo Baiano, mais precisamente os municípios de Cachoeira, Maragogipe, Muritiba e São Félix. O método de recolha de informações utilizado foi a entrevista narrativa aplicada virtualmente devido à necessidade do distanciamento social como consequência da COVID 19. Os colaboradores de pesquisa foram quatro professores de História e oito estudantes, todos vinculados ao ensino médio nas escolas públicas dos municípios investigados. Foi possível, através deste estudo, identificar que o ensino de História vivenciado pelos professores e estudantes entrevistados oferta os conteúdos historicamente concebidos e reiteradamente determinado por dispositivos legais, como também temáticas outras que favorecem diversas identificações sociais, algumas delas territoriais também. Este percurso formativo proposto nas aulas de História contribui com a ampliação da Consciência Histórica, ao mesmo tempo em que impele a uma maior participação política. Além disso, tornou-se evidente que existem discussões locais, ainda que de maneira pouco expressiva, e que as discussões regionais são praticamente inexistentes, de modo que os estudantes têm dificuldade de identificar a regionalidade, Recôncavo Baiano, como um marcador social pessoal.
- Item“VEM FREGUÊS!”: Lugares, contextos e relações identitárias na feira livre de Santo Amaro – Recôncavo Baiano(2021-06-21) Ferreira, Joelma Gomes; Portugal, Jussara Fraga; Coelho Neto, Agripino Souza; Porto, Gil Carlos SilveiraEsta pesquisa, de abordagem qualitativa, inscreve-se no âmbito dos métodos (auto)biográfico e fenomenológico, inspirada na abordagem da Geografia Cultural. Toma-se como a principal fonte de recolha de dados as narrativas das histórias de vida dos sujeitos que desenvolvem a atividade de feirante na feira livre de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, e entrelaçada às atividades da mariscagem, pesca artesanal e da agricultura. Neste sentido, parte-se da seguinte questão norteadora: Quais saberes guardam os sujeitos feirantes que vivenciam relações identitárias na feira livre de Santo Amaro no Recôncavo Baiano? Intentou-se compreender como a feira livre de Santo Amaro se inscreve no cenário composto por diversas identidades, a partir das práticas culturais e relações identitárias narradas por quatro sujeitos que vivenciam, cotidianamente, esse contexto. Dos colaboradores desta pesquisa, dois são oriundos das comunidades que são reconhecidas como comunidades tradicionais remanescentes de quilombos – a saber: Acupe e São Braz –, e os dois são moradores do bairro da Pedra na cidade de Santo Amaro. O recorte teórico construído teve como base as contribuições dos estudos da Geografia Humanista, ancorado no método fenomenológico – o lugar e as suas aplicações – e abordagens da Geografia Cultural, uma vez que esta representa o sistema simbólico, o mesmo composto pela materialidade e imaterialidade culturais, que reverberam saberes e práticas culturais tradicionais. Nesta perspectiva, os dispositivos – observação e entrevista narrativa individual – foram as técnicas utilizadas para conhecer o objeto de estudo e apreender as concepções dos quatro sujeitos colaboradores e as suas relações identitárias. Conforme as narrativas dos feirantes, a feira livre de Santo Amaro, apresenta-se como lugar polissêmico, enquanto espaço livre, popular, herdado, social, cultural e educativo, que possibilita a construção e socialização de saberes e a emersão de conhecimentos diversos e é também concebida como um lugar constituído e construído por pessoas negras. Seu contexto é composto por elementos identitários, crenças, dialetos, memórias, vivências, relações de pertencimento, de afetividade e de experiências visibilizadas pelas práticas (saberes-fazeres) baseadas na coletividade e nos saberes tradicionais dos sujeitos que fazem a feira acontecer cotidianamente.
- ItemModelos de gestão dos serviços de abastecimento de água: experiências nas localidades rurais de Biritinga (BA)(2021-08-02) Queiroz, Diego Tomaz do Nascimento; Franco, Gustavo Barreto; Marques, Eduardo Antonio Gomes; Benevides, Tânia Moura; Gomes, Uende Aparecida FigueiredoOs percursos históricos das políticas públicas de abastecimento de água no contexto rural sempre se mostraram incipientes. Enquanto as áreas urbanas convencionais foram contempladas com ações mais sólidas para atender a população, as periferias urbanas e as localidades rurais foram marginalizadas, com iniciativas desenvolvidas de forma fragmentária, descontinuadas e pontuais. Nesse contexto, surge a necessidade da existência de modelos de gestão de abastecimento de água eficazes, adequados e sustentáveis, aplicando as funções de gestão (planejamento, regulação, fiscalização e prestação de serviços), além da participação e controle social. O presente trabalho tem o objetivo de diagnosticar os modelos de gestão dos serviços de abastecimento de água em localidades rurais de Biritinga (BA). Empregou-se para o estudo de caso uma análise dos aspectos referentes às funções de gestão (planejamento, regulação, prestação e fiscalização) e o controle social nos diferentes modelos de gestão nas localidades rurais de Biritinga relativos à prestação de serviços de abastecimento de água, de natureza comparativa e utilizando técnicas qualitativas e quantitativas. Como resultado, foram encontrados três distintos modelos de gestão de abastecimento de água, sendo eles: Concessão através da Embasa, Administração Pública/Prefeitura e autogestão pelas Associações Comunitárias Rurais. Notou-se que os sistemas de abastecimento de água geridos pela Prefeitura e Associações possuem problemas relacionadas às funções de gestão – prestação de serviço, planejamento, regulação e fiscalização. A participação e controle social são incipientes nos modelos de gestão da Administração Pública e Embasa, presente apenas no modelo de autogestão. A concessionária estadual consegue garantir água potável à população rural e regularidade no abastecimento. Assim, o presente estudo buscou contribuir para que a realidade das comunidades rurais no âmbito do abastecimento de água para consumo humano fosse melhor compreendida. As proposições feitas almejam auxiliar as discussões e decisões destinadas às populações rurais, para que estas tenham o direito humano à água e à saúde, garantidos pela Constituição Federal Brasileira e pela Lei Nacional do Saneamento Básico.
- ItemCartografia geomorfológica enquanto subsídio ao planejamento ambiental: Estudo da cidade de Ipiaú-BA(2021-08-12) Sampaio, Sarah Andrade; Souza, Sirius Oliveira; Baitz, Ednice de Oliveira Fontes; Lupinacci, Cenira Maria; Oliveira, Regina Célia deAo considerar os estudos ambientais sob uma perspectiva sistêmica, a ciência Geomorfológica aponta-se como de fundamental importância ao compreender os processos na sua integridade, ou seja, a evolução do relevo como fruto das relações entre as forças internas e externas, ao mesmo tempo se constituindo substrato apropriado pela ação humana. Tal apropriação relacionada ao ambiente construído e modificado em diversas escalas, com foco nas cidades, decorre em alterações no processo de desenvolvimento do relevo, ao intensificar as atividades morfodinâmicas, os quais resultarão em ações erosivas e processos deposicionais. Assim, as aplicações de técnicas da Geomorfologia, como a Cartografia Geomorfológica, são consideradas fundamentais enquanto instrumento de Planejamento Ambiental, ao oferecer possibilidades na busca de novos parâmetros para o reconhecimento da relação sociedadenatureza. Nesse sentido, propõe-se a presente pesquisa, cujo objetivo é compreender, de forma sistêmica, os principais impactos ambientais sobre as formas de relevo na cidade de Ipiaú, Bahia, tendo em vista a possibilidade de contribuir para o planejamento do uso e ocupação da terra, utilizando para tanto, técnicas da cartografia geomorfológica. Os principais resultados são uma caracterização dos Sistemas Ambientais em escala municipal, com vistas a entender os reflexos dialéticos na cidade, e um Mapa Geomorfológico identificando os principais modelados, tipos de formas e intervenções antrópicas e seus impactos ambientais no relevo da cidade de Ipiaú, tendo em vista os tipos de uso e ocupação do solo urbano. Por fim, o reconhecimento dos aspectos do relevo, assim como a avaliação dos impactos poderão contribuir no auxílio aos planos de desenvolvimento social e econômico, visando a minimização do quadro de impactos ambientais negativos, e servir de apoio ao planejamento urbano e ambiental em escalas municipal e urbana, com foco no equilíbrio dos sistemas ambientais presentes.
- ItemAnálise dos instrumentos normativos incidentes no parque “metropolitano” de Pituaçu e suas repercussões territoriais e ambientais. Salvador-Ba(2021-09-03) Santos, Leonardo Euler Laranjeira da Silva; Gomes Sobrinho, Lirandina; Schiavetti, Alexandre; Tinoco, Moacir SantosO Parque Metropolitano de Pituaçu (PMP) é uma Área Natural Protegida localizada no centro geográfico da cidade de Salvador/BA, limitado pelos dois principais vetores de expansão da metrópole baiana, Av. Luís Viana Filho, mais conhecida como “Paralela” e a Av. Otávio Mangabeira (orla atlântica). As áreas verdes situadas entre essas duas avenidas abrigam os últimos e mais importantes remanescentes da Mata Atlântica existentes em Salvador, bioma classificado pela UNESCO como reserva da Biosfera. O PMP é considerado pelo ordenamento jurídico baiano como Unidade de Conservação (UC), cuja categoria de manejo é um “Parque Urbano (PU)”, pertencente ao grupo de Uso Sustentável, todavia esta categoria não é prevista no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o que a torna uma UC Atípica, condição que lhe impinge graves consequências, sendo esta uma das questões analisadas nesta pesquisa. O PMP é uma das áreas mais importantes da cidade, considerado como Patrimônio da Bahia pela Constituição Estadual, e possui como principal atributo uma belíssima “lagoa”, atrativo artificial de rara beleza cênica, criado no início do século passado, pelo eng. Teodoro Sampaio, como consequência do represamento do rio Pituaçu. O PMP tem sido alvo de sistemática fragmentação de sua paisagem e diminuição dos seus limites territoriais ao longo dos seus quase cinquenta anos de existência. Essa perda de território tem múltiplas causas, sendo as principais a expansão urbana da cidade em direção ao Parque e a pressão exercida pelo capital imobiliário para que novas áreas sejam disponibilizadas para construção de empreendimentos e verticalização da cidade. A ausência de um marco legal que atribua uma natureza jurídica adequada ao Parque de Pituaçu é a causa mais evidente para que o Parque seja alvo dessas ações. Nesse contexto, buscou-se investigar se a perda de território do PMP tem alguma relação com as sucessivas normas jurídicas que foram publicadas ao longo dos anos de existência do Parque, tendo em vista que desde sua criação, em 1973, mais de trinta normas foram editadas, tanto pela Administração Municipal quanto pela Estadual, contudo quase nenhuma delas concorreu para atribuir maior proteção ao arque de Pituaçu. Para o desenvolvimento da pesquisa adotou-se uma abordagem qualitativa de natureza analítica e crítica baseada em pesquisa bibliográfica, documental e cartográfica e observação em campo. Como resultado, constatou-se que a edição dessas normas jurídicas convergiu, em sua maioria, para um maior “afrouxamento” das regras que deveriam ordenar o uso e ocupação das terras dentro dos limites do PMP, fato que, consequentemente, facilitou processos de invasões, ocupações legais, esbulho, reduções irregulares, cessão de uso, doações de terras promovidas pelo Estado e demais agentes produtores do espaço urbano e toda sorte de degradação ambiental e perda de funções ecossistêmicas que vem ocorrendo nos limites territoriais deste parque.
- ItemAssociativismo e espaço urbano: relações territoriais no município de Serrinha/BA(2021-09-16) Santos, Jadson Santiago dos; Coelho Neto, Agripino Souza; Baconzuelo, Célia Cristina; Teles, Alessandra OliveiraO ser humano construiu a capacidade de estabelecer e manter relações sociais que podem se configurar na formação de grupos. Essa habilidade cria condições favoráveis para uma diversidade de manifestação de ações coletivas. É importante destacar que independe da modalidade de ação coletiva, os sujeitos são orientados por suas intencionalidades, vinculadas inicialmente a dimensão individual, na “esfera do eu” e um conjunto de elementos que motivaram ingressar a um grupo e conforme vão estabelecendo e desenvolvendo formas diversas de interações e troca de experiências, conhecimentos e momentos, eles constroem/desenvolvem novos significados e objetivos, orientados por uma mentalidade coletiva, ocupando a “esfera do nós”, responsável por influenciar na permanência, na atuação e nas vinculações estabelecidas com os sujeitos e/ou com o espaços/territórios utilizados. Todas as interações sociais são/foram orientadas por um senso de coletividade, desenvolvidas inicialmente em uma base espacial e conforme os sujeitos projetam suas intencionalidades nos espaços, ocorre um processo de vinculação e demarcação da atuação social através do exercício das territorialidades, ou seja, o trabalho projetado e a configuração de uma base territorial, repleta de múltiplas dimensionalidades, escalaridades e manifestação das relações de poder, sobretudo, quando consideramos a atuação do associativismo desenvolvido no espaço urbano. Considerada uma modalidade de ação coletiva, o associativismo é um símbolo da articulação dos sujeitos orientados minimamente por um objetivo comum, situado em uma realidade contextual específica, responsável por prover as bases para o seu surgimento e a partir dessas, os sujeitos organizados coletivamente desenvolvem diferentes formas ou mecanismos de apropriação e intervenção territorial. Essa pesquisa contou com a colaboração de quatro associações situadas em bairros distintos da cidade de Serrinha: a Associação de Moradores do bairro da Bomba, a Associação de Moradores do bairro Colina das Mangueiras, a Associação de Moradores do bairro da Vaquejada e a Centro Social Boa Esperança. O objetivo é compreender as relações territoriais desenvolvidas por meio do associativismo no espaço urbano de Serrinha/BA. Para seu desenvolvimento, utilizamos de uma abordagem qualitativa devido às particularidades não quantificáveis apresentadas, sobretudo a que fora vivenciada durante o desenvolvido da pesquisa. A nossa revisão de literatura esteve centrada em três chaves explicativas, envolvendo o território, o associativismo e o espaço urbano. Realizamos visitas técnicas as associações, registros escritos, fotográficos, audiovisuais e entrevista com os membros da diretoria das associações. Esse estudo auxiliou na compreensão e identificação das diferentes formas e mecanismos que são/foram acionados para compor o quadro das relações territoriais envolvendo os sujeitos organizações através das associações e os bairros que estão situadas.
- ItemUrbanidades e ruralidades em questão: um olhar sobre as relações campo-cidade e rural-urbano no povoado do Topo, Água Fria/BA(2021-09-28) Fagundes, Mário José dos Santos; Coelho Neto, Agripino Souza; Oliveira, Adriano Rodrigues de; Santos, Claudio Ressureição doDefinir o que é rural e o que é urbano há muito não representa uma centralidade nos estudos das relações entre o campo e a cidade. A complexidade imposta pelos processos de urbanização, de modernização do campo e de globalização produziu mudanças importantes na realidade socioespacial, introduzindo novos desafios epistemológicos para aqueles que se aventuram no sentido de compreender as relações entre os espaços do campo e da cidade e seus conteúdos. O objetivo dessa dissertação é compreender as relações campo-cidade e ruralurbano no povoado do Topo, município de Água Fria/BA, caracterizadas pela interação, imbricação e coexistência de ruralidades e urbanidades no cotidiano dos moradores. Para tanto buscamos nos aproximar de uma perspectiva mais integradora que considerasse as formulações de autores das principais vertentes analíticas que compõem o arcabouço teórico acerca desse tema. Estamos trabalhando com a concepção de espaços híbridos que se apoia na ideia de que o campo e a cidade (em especial as pequenas cidades) são resultantes da interação entre objetos e conteúdos do rural e do urbano. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, que se utilizou da observação participante, da realização de entrevistas semiestruturadas e da aplicação de questionários. Primeiramente buscou-se caracterizar os processos históricos que configuraram o rural do município de Água Fria e do povoado do Topo, para então identificar as ruralidades e urbanidades. Nesse contexto, observou-se então, que as urbanidades, assim como as novas ruralidades, no povoado do Topo, respeitam as regras do jogo, impostas historicamente pelas relações desiguais e coronelistas entre fazendeiros e pequenos agricultores, ou seja, não representam a superação das desigualdades históricas existentes. Na escala da ação, onde a realidade é forjada pela interação entre o global e o local, entre o rural e o urbano, os atores diversos produzem um verdadeiro mosaico de ruralidades e urbanidades em suas tarefas cotidianas, nos seus modos de vida, nas relações interpessoais, nas atividades econômicas e nas manifestações culturais. Produzem no dia a dia um espaço híbrido produzido pela coexistência, interação e imbricação de conteúdos do rural e do urbano.
- ItemGeografias vividas e narradas: conceitos geográficos e acervos experienciais de professores da educação básica(2021-10-04) Santana, Cleidinai Lima; Portugal, Jussara Fraga; Souza, Hanilton Ribeiro de; Meireles, Mariana Martins deEsta pesquisa intitulada “Geografias vividas e narradas: conceitos geográficos e acervos experienciais de professores da educação básica” apresenta como foco de abordagem, narrativas sobre o saber-fazer de professores de Geografia referentes à abordagem dos conceitos geográficos no devir da docência. Trata-se de uma investigação ancorada na abordagem qualitativa e inspirada no método (auto)biográfico, com ênfase nas narrativas sobre os percursos formativos e profissionais de quatro professores de Geografia e o trato com conceitos geográficos (espaço geográfico, lugar, paisagem, território e região). A questão norteadora foi: Como esses conceitos geográficos emergem das narrativas sobre o saber-fazer de professores de Geografia que praticam a docência no Colégio Estadual Daniel Lisboa, bairro de Pau da Lima, na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia? Os objetivos que demarcaram o processo de investigação foram: Compreender como os conceitos geográficos emergem das narrativas sobre o saber-fazer cotidiano de professores de Geografia que atuam nos Anos Finais do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Daniel Lisboa, no bairro de Pau da Lima, na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia; contextualizar as abordagens dos conceitos geográficos na trajetória do pensamento geográfico; conhecer as histórias de vida e as memórias das itinerâncias de escolarização e formação profissional dos professores, buscando compreender como estão se constituindo professores; e analisar como esses conceitos emergem nas práticas de ensino desses professores, por meio da análise e interpretação compreensiva das narrativas decorrentes das entrevistas narrativas individuais. As narrativas dos professores de Geografia, colaboradores desta pesquisa, revelaram que as experiências de vida-formação-profissão e suas dimensões implicam no modo como concebem a docência e, sobretudo, como abordam os conceitos geográficos que emergem dos conteúdos curriculares da Geografia na escola. Ao refletirem e narrarem sobre o ser professor, o saber (conhecimentos da ciência geográfica e da didática) e o fazer (práticas de ensino), os professores compartilharam vivências, experiências, saberes e histórias sobre os modos singulares de ensinar conceitos e temas da Geografia na escola, os quais são marcados pelas trajetórias de formação e profissionalização. As narrativas evidenciaram as estratégias e dispositivos didáticos selecionados e os modos como os professores abordam os conceitos geográficos em análise. As práticas relatadas são decorrentes das suas trajetórias de vida, ao contextualizar os conteúdos com a vida cotidiana dos alunos, as quais se entrecruzam com as suas trajetórias de formação e das experiências construídas no devir da profissão, ao realizar a transposição didática.
- ItemOs efeitos da dinâmica migratória na (re)organizaçâo espacial dos cerrados baianos: Barreiras e Luís Eduardo Magalhães em foco(2021-10-04) Santos, Elton Andrade dos; Coelho Neto, Agripino Souza; Fonseca, Antonio Angelo Martins da; Mondardo, Marcos LeandroA partir da década de 1960, os cerrados brasileiros foram objeto de políticas governamentais que estimularam sua ocupação populacional e sua exploração econômica. As ações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e do Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados (PRODECER) foram decisivas para o desenvolvimento de tecnologias que viabilizaram a expansão agrícola nos cerrados, com a introdução da chamada “agricultura moderna”, produzindo a atração de expressivos fluxos migratórios. As cidades médias brasileiras apresentaram um dinamismo demográfico significativo e isso se deve à contribuição dada pelos saldos migratórios a esse crescimento urbano. Nos cerrados baianos, a industrialização da agricultura e consolidação dos complexos agroindustriais conduziram ao processo crescente de concentração de terra. Com isso, as áreas de expansão do agronegócio são de forte expansão demográfica, com movimentação constante de fluxos migratórios, influenciando na dinâmica de ocupação. Diante deste quadro, a presente dissertação se propõe analisar a dinâmica migratória nos cerrados baianos e os efeitos na (re)organização espacial nas cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. A pesquisa se apoiou em bibliografia especializada sobre migrações e em estudos realizados sobre as chamadas “cidades do agronegócio” no Oeste da Bahia. Ocupou-se, também, de dados secundários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e das informações de sites de empresas imobiliárias e de jornais on-line do Oeste baiano. Para a análise das migrações e seus efeitos no processo de ocupação dos cerrados baianos nos últimos vintes anos, com ênfase no papel dos migrantes, buscou-se situá-los no contexto mais amplo de mudanças na estrutura urbana e econômica através da aplicação dos questionários. Os resultados do processo de ocupação dos cerrados baianos apontaram o crescimento acelerado de cidades, o surgimento de novas cidades, a intensificação do processo de urbanização e a produção de segregação socioespacial. A difusão da agricultura nos cerrados baianos tem provocado uma nova organização, pautada pela transformação das cidades do agronegócio em um lócus da produção agrícola, pois atendem às demandas do consumo produtivo e passaram a atrair migrantes para ocuparem esses espaços. Contudo o estabelecimento de novas relações campo-cidade, acabaram por gerar efeitos na dinâmica populacional, na expansão/exploração do mercado de trabalho e o aprofundamento das desigualdades socioespaciais, o que contradiz e desmistifica as ideias de desenvolvimento e modernização das cidades.
- ItemO papel das atividades comerciais e de serviços na dinamização e organização da área central da cidade de Santo Antônio de Jesus – BA(2021-10-05) Ribeiro, Matheus da Silva; Castro, Janio Roque Barros de; Trindade, Gilmar Alves; Santos, Jânio Laurentino de JesusO setor terciário é extremamente importante no contexto socioeconômico de uma cidade, independentemente de sua posição/classificação hierárquica. O que difere as cidades é o porte e a função desempenhada por cada um em sua rede urbana, por isso, as atividades econômicas se organizam conforme a função e, em simultâneo, atuam como agentes responsáveis pela dinamização urbana e regional. Na presente dissertação, procurou-se analisar como o setor terciário influencia na organização e dinamização espacial da cidade de Santo Antônio de Jesus, localizada no Território de Identidade do Recôncavo Baiano. Para atingir o objetivo proposto, foi necessário o entendimento do papel exercido pela cidade em sua rede urbana imediata, considerando sua capacidade de polarizar e atrair múltiplos fluxos que, consequentemente, impactam a morfologia urbana. Com abordagem metodológica qualitativa, os procedimentos desenvolvidos no trabalho contemplam leitura teóricoconceitual; verificação de dados secundários de indicadores econômicos e sociais, disponibilizados em plataformas de institutos privados e governamentais; pesquisa de campo, com registros fotográficos e coleta dados para nortear a elaboração de mapas temáticos, posteriormente desenvolvidos por meio do software de geoprocessamento Qgis – versão 3.16.2; e, por fim, entrevistas semiestruturadas, realizadas on-line, por conta da pandemia da COVID-19. No quadro das dimensões teóricas, a dissertação foi fundamentada com base em leitura e interpretação de autores como: Corrêa (1995), Cleps (2005), Santos (1997), Singer (2017), Sposito (2001), Souza (2013), Pintaudi (1992) e Villaça (2001). A escolha da temática se deu pela necessidade de novas análises que expusessem perspectivas sobre a estrutura intraurbana de Santo Antônio de Jesus. Classificada pela Região de Influência das Cidades (REGIC) como um centro sub-regional A, com população estimada em 103.000 habitantes (IBGE, 2021) e que tem como base econômica a atividade terciária, principal motivadora de deslocamentos. Com as análises desenvolvidas no trabalho, entende-se que Santo Antônio de Jesus apresenta uma centralidade regional consolidada, no entanto, ainda não pode ser considerada cidade média, em razão do grau de dependência dos centros hierárquicos superiores, como Feira de Santana e Salvador. Além disso, em sua dinâmica intraurbana, visualiza-se um processo de expansão do centro de consumo tradicional, porém, sem a formação de centralidades secundárias mais expressivas.
- ItemPoluição sonora no bairro de Pernambués (Salvador - BA): Contribuição à gestão urbana(2021-11-26) Araújo, Edmilson Natividade de; Franco, Gustavo Barreto; Delgado, Juan Pedro Moreno; Góes, Liliane MatosEsta dissertação se propõe analisar como os moradores do Bairro de Pernambués, Salvador, Bahia, percebem a poluição sonora, visando a subsidiar a gestão urbana. Para tanto, recorre à discussão teórica sobre som, ruído, propagação sonora, legislação, percepção sonora, causas e efeitos da poluição sonora nos seres humanos. Com a pretensão de alcançar o objetivo foi necessário fazer um levantamento das principais causas da poluição sonora do Bairro de Pernambués por meio de relatórios emitidos pela SEMOP (2020) e SEDUR (2021), contendo o quantitativo de denúncias por ruas e fontes motivadoras dessas denúncias. Também recorreu-se a pesquisa de campo, aplicando 258 questionários em quatro ruas que se destacaram por concentrarem o maior número de denúncias. Com base na subjetividade das respostas desses moradores aos questionários, foi possível identificar a principal causa da poluição sonora: carro de som (43%) em primeiro lugar e, em segundo lugar, o som das residências (25%), confirmando as informações dos relatórios emitidos pelos órgãos competentes. Quanto aos efeitos provocados pela poluição, 53% dos entrevistados responderam que sofrem estresse, irritação e falta de concentração; 96% disseram estar incomodados com a poluição sonora e que têm por hábito fechar portas e janelas na tentativa de diminuir a sensação de incômodo; e, 79% responderam estar insatisfeitos com a atuação do governo no combate à poluição sonora. Os dados de campo confirmam que os moradores do Bairro de Pernambués não só percebem, mas são muito afetados pela poluição sonora. O material produzido constituiu um diagnóstico sobre a poluição sonora no Bairro Pernambués, e que políticas públicas devem ser implementas para amenizar ou até mesmo resolver o problema em questão, contribuindo, assim, para a gestão da poluição sonora. Para futuras pesquisas sugere-se a medição dos níveis de ruído, com a intenção do confrontar os resultados sonoros com os resultados dos questionários.
- ItemO capital internacional como agente social produtor do espaço urbano: o estudo de caso de Praia do Forte – Bahia(2022) Cerqueira, João Pedro Costa; Baitz, Ednice de Oliveira Fontes; Silva, Liliane Ferreira Mariano da; Cavalcante, Marília MoreiraA área urbana isolada de Praia do Forte sofreu intensas modificações socioespaciais desde sua venda ao engenheiro paulista Klaus Peters, na década de 1970. O espaço, outrora funcionando como uma bucólica vila de pescadores, passou a abrigar grandes resorts e condomínios de alto padrão ao longo do tempo, transformando-se em um dos principais destinos turísticos do estado da Bahia. Praia do Forte está inserida numa área protegida, pioneira na incorporação do planejamento socioespacial à dimensão ambiental. Este trabalho tem como objetivo central compreender como se dá a atuação do capital internacional na produção de espaços da Praia do Forte e se é possível caracterizá-lo como um novo agente social produtor do espaço urbano. A pesquisa apoia-se em um método de propriedade descritiva e exploratória pois tratase de caracterizar a atuação do capital internacional na produção do espaço urbano, trazendo, como objeto deste estudo de caso, a área urbana isolada de Praia do Forte. Quanto à abordagem, esta é uma pesquisa qualitativa, uma vez que são discutidos e expostos aspectos de natureza subjetiva e interpretativa; a discussão dos conceitos trazidos no referencial teórico deste projeto se faz presente em todo seu decorrer, as ações dos agentes produtores do espaço são avaliadas de forma discursiva, exigindo um elevado grau de criticismo. Através dos processos metodológicos expostos foi possível exemplificar os meios pelos quais o capital internacional agiu na produção do espaço urbano em Praia do Forte através da interação com os demais agentes sociais produtores do espaço. A ação do capital internacional em Praia do Forte se deu por intermédio de megaempresas e megaentidades que vislumbraram a localidade como um potencial reprodutor de seus capitais, investindo e reinvestindo capital na forma de dinheiro a fim de lucrar com a imagem criado do local que, historicamente e através da atuação do Estado, dos proprietários fundiários e dos promotores imobiliários, ganhou aspectos atratores para o setor turístico e imobiliário, transformando-se em um pólo receptor de capital internacionalizado.
- ItemTrajetória profissional dos egressos no processo de interiorização da UNEB: diferenças sócio-espaciais na Bahia(2022-07-27) Etkin, Guillermo Javier Pedreira; Bomfim, Natanael Reis; Portela, Mugiany Oliveira Brito; Pimentel, Gabriela Sousa RêgoA oferta de educação superior no Brasil registrou ampliação significativa nos últimos vinte anos. Este crescimento foi desordenado, não havendo o adequado planejamento entre as esferas promotoras do crescimento, tampouco entre o setor público e privado. Na Bahia o crescimento foi ainda mais intenso que no resto do país. Diante deste cenário, este estudo teve como objetivo investigar como se dá a influência da interiorização da Universidade do Estado da Bahia - UNEB nas diferenças sócio-espaciais do estado da Bahia, a partir da trajetória profissional dos seus egressos. A pesquisa foi de abordagens bibliográfica e documental e utilizando-se dos métodos de análise qualitativa e quantitativa, toma como objeto de estudo a interiorização universitária multicampi de graduação da rede estadual da UNEB, para demonstrar do ponto de vista geográfico, social e econômico, a importância da universidade na formação de pessoas ao impactar nas relações sócio-espaciais. Para tanto, foram analisadas as trajetórias dos egressos no mundo do trabalho, a partir dos originários do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e da Relação Anual de Informações Socais (RAIS), registro administrativo do Ministério da Economia. Os resultados encontrados sugerem que os egressos dos cursos estudados (antigos e novos) não conseguiram estabelecer vínculos formais de emprego no período em que adentraram ao mundo do trabalho com a nova formação, e encontraram grande concorrência com os egressos da rede privada com as mesmas formações. Esses egressos da rede estadual do ensino superior partiram para o mercado de trabalho informal no território em que se graduaram, ou permaneceram procurando ocupação formal sem sucesso, ou migraram. As conclusões apontam para a necessidade de monitorar o mundo do trabalho concernente aos cursos ofertados, bem como acompanhar o crescimento de outras redes para ajustar a oferta de cursos e pleitear aos legisladores a implantação de um sistema educacional capaz de ordenar a oferta da educação superior, seguindo o que é preconizado no Plano Nacional de Educação.
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