Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Territoriais (PROET)
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Territoriais (PROET) por Título
Agora exibindo 1 - 20 de 50
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemA ensolarada Itaparica: lugares e experiências nas crônicas de João Ubaldo Ribeiro(Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-18) Costa Júnior , Ronaldo Santos; Portugal, Jussara Fraga; Marandola Junior, Eduardo José; Lima-Payayá, Jamile da Silva; Calvacante, Tiago VieiraEste estudo explora as crônicas de João Ubaldo Ribeiro, enfatizando como ele tece geograficidade e simbolismo em suas narrativas para revelar a diversidade de lugares e o sentimento de pertencimento e afetividade que o escritor baiano nutre pela sua terra natal. Focando em Itaparica, as nove crônicas de Ribeiro são analisadas para entender como o literato retrata esse lugar não apenas como cenário, mas como entidade viva que influencia e é influenciado pelas experiências e rotinas diárias das pessoas. Utilizando uma abordagem fenomenológica e inspirando-se na pesquisa narrativa, o estudo busca uma compreensão mais profunda da geografia vivenciada nas histórias narardas por Ribeiro. Por meio da análise das crônicas, investigou-se como o escritor descreve os lugares, narra vivências e experiências, evoca memórias, oferecendo uma perspectiva íntima e afetiva sobre o cotidiano na ensolarada Itaparica. O trabalho destaca como as narrativas de Ribeiro abrange temas vinculados aos conceitos de lugar e experiência, servindo como um meio de explorar a existência humana em diversos contextos. Sua escrita não apenas reflete as vivências cotidianas, mas também desempenha um papel crucial na formação de compreensões geográficas e literárias, destacando a intersecção entre Geografia e Literatura. Por meio desta análise, buscou-se responder a questão da pesquisa – de que forma João Ubaldo Ribeiro, nas crônicas, entrecruzam histórias que retratam os lugares ao narrar experiências na cidade de Itaparica-Bahia? –, cuja principal intenção foi compreender as narrativas do/no e sobre os lugares de Itaparica e as experiências retratadas nas crônicas de João Ubaldo Ribeiro. As narrativas sobre lugares e experiências revelam geograficidade dos nativos da ilha. Ao narrar sobre os lugares, apresentar os sujeitos (personagens), relatar acontecimentos e descrever as suas experiências, o escritor mobiliza memórias e demostra formas de existir, pois seus escritos são elaborações literárias autoficcionais que comportam histórias de vida e permitem aos leitores a reflexão sobre os lugares narrados e a própria condição vivente, revelando a geograficidade dos nativos da Ilha entrelaçada com a do escritornarrador. As narrativas literárias de Ribeiro apresentam elementos significativos para perscrutar lugares, vivências, experiências e cotidianos, ao valorizar as dimensões espaciais e existenciais, mas também contribuem para os estudos geográficos, reforçando a potencialidade da interface entre Geografia e Literatura, decorrente da compreensão do lugar enquanto circunstancialidade e das múltiplas formas de narrar os modos de existência com e nos lugares. Desse modo, o lugar, enquanto circunstancialidade, é apresentado como particular, próximo e onde se estabelece as relações entre as personagens. Este estudo procurou não apenas analisar a crônica, como gênero literário, mas como uma fonte de pesquisa, cujas narrativas possibilitaram estudar o lugar e a experiência, criando enredos sobre a vida na ensolarada Itaparica.
- ItemA mulher negra e o direito à moradia digna: o programa minha casa, minha em Santo Estêvão, BA(Universidade do Estado da Bahia, 2023-09-04) Francisco, Patrícia dos Santos Francisco; Oliveira, Lysie dos Reis; Oliveira, Ildo Rodrigues ; Santos, Janio Laurentino de JesusO estudo apresenta uma análise a respeito do direito à moradia digna, com ênfase na abordagem sobre a mulher negra, contemplada no município de Santo Estêvão, Bahia, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida. Teve-se como recorte espacial os conjuntos habitacionais Santo Estêvão I e Santo Estêvão II, oriundos desta política habitacional. Para fins analíticos, a metodologia incorporou levantamento bibliográfico sobre a temática, ressaltando, sobretudo, os principais instrumentos jurídicos nacionais e internacionais que asseguram o direito à moradia; além de discutir gênero como parâmetro ao acesso à moradia e os princípios que configuram a moradia digna. O trabalho de campo foi desenvolvido no interior dos conjuntos habitacionais, com a realização de entrevistas e aplicação de questionários. Também foram realizadas visitas ao setor de habitação municipal. Essas etapas permitiram identificar o perfil racial e socioeconômico das moradoras do Santo Estêvão I e Santo Estêvão II e realizar registros fotográficos. Ademais, a partir das atividades de campo, foram identificados e mapeados os instrumentos públicos de educação, saúde, lazer e esporte que atendem aos moradores dos conjuntos habitacionais. A partir do critério de raio abrangência e meio de acesso, definido por Regina Castello (2013) para a implementação desses serviços, verificou-se a hipótese do atendimento ao direito à moradia digna. Com as análises, percebemos que a localização dos equipamentos de educação, esporte e lazer não atendem aos princípios da moradia digna. Do mesmo modo, os conflitos de vizinhança têm dilapidado o direito à moradia digna às mulheres dos conjuntos habitacionais, o que ratifica a necessidade de se criar uma associação de moradores e, para além, questionar a intervenção e acompanhamento dos conjuntos por uma equipe multidisciplinar do poder público local. A pesquisa confirmou a importância de estudos acadêmicos para ampliar a discussão no âmbito social e político sobre o direito à moradia digna à mulher negra, isso porque o novo modelo de política habitacional, o PMCMV, ainda não se configura como eficaz para enfrentar a exclusão social e a demanda de serviços públicos que compõem o direito pleno à moradia.
- ItemAnálise dos instrumentos normativos incidentes no parque “metropolitano” de Pituaçu e suas repercussões territoriais e ambientais. Salvador-Ba(2021-09-03) Santos, Leonardo Euler Laranjeira da Silva; Gomes Sobrinho, Lirandina; Schiavetti, Alexandre; Tinoco, Moacir SantosO Parque Metropolitano de Pituaçu (PMP) é uma Área Natural Protegida localizada no centro geográfico da cidade de Salvador/BA, limitado pelos dois principais vetores de expansão da metrópole baiana, Av. Luís Viana Filho, mais conhecida como “Paralela” e a Av. Otávio Mangabeira (orla atlântica). As áreas verdes situadas entre essas duas avenidas abrigam os últimos e mais importantes remanescentes da Mata Atlântica existentes em Salvador, bioma classificado pela UNESCO como reserva da Biosfera. O PMP é considerado pelo ordenamento jurídico baiano como Unidade de Conservação (UC), cuja categoria de manejo é um “Parque Urbano (PU)”, pertencente ao grupo de Uso Sustentável, todavia esta categoria não é prevista no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o que a torna uma UC Atípica, condição que lhe impinge graves consequências, sendo esta uma das questões analisadas nesta pesquisa. O PMP é uma das áreas mais importantes da cidade, considerado como Patrimônio da Bahia pela Constituição Estadual, e possui como principal atributo uma belíssima “lagoa”, atrativo artificial de rara beleza cênica, criado no início do século passado, pelo eng. Teodoro Sampaio, como consequência do represamento do rio Pituaçu. O PMP tem sido alvo de sistemática fragmentação de sua paisagem e diminuição dos seus limites territoriais ao longo dos seus quase cinquenta anos de existência. Essa perda de território tem múltiplas causas, sendo as principais a expansão urbana da cidade em direção ao Parque e a pressão exercida pelo capital imobiliário para que novas áreas sejam disponibilizadas para construção de empreendimentos e verticalização da cidade. A ausência de um marco legal que atribua uma natureza jurídica adequada ao Parque de Pituaçu é a causa mais evidente para que o Parque seja alvo dessas ações. Nesse contexto, buscou-se investigar se a perda de território do PMP tem alguma relação com as sucessivas normas jurídicas que foram publicadas ao longo dos anos de existência do Parque, tendo em vista que desde sua criação, em 1973, mais de trinta normas foram editadas, tanto pela Administração Municipal quanto pela Estadual, contudo quase nenhuma delas concorreu para atribuir maior proteção ao arque de Pituaçu. Para o desenvolvimento da pesquisa adotou-se uma abordagem qualitativa de natureza analítica e crítica baseada em pesquisa bibliográfica, documental e cartográfica e observação em campo. Como resultado, constatou-se que a edição dessas normas jurídicas convergiu, em sua maioria, para um maior “afrouxamento” das regras que deveriam ordenar o uso e ocupação das terras dentro dos limites do PMP, fato que, consequentemente, facilitou processos de invasões, ocupações legais, esbulho, reduções irregulares, cessão de uso, doações de terras promovidas pelo Estado e demais agentes produtores do espaço urbano e toda sorte de degradação ambiental e perda de funções ecossistêmicas que vem ocorrendo nos limites territoriais deste parque.
- ItemAplicativo móvel para apoio ao turismo acessível: um experimento no Pelourinho em Salvador (BA) no contexto da pessoa idosa(Universidade do Estado da Bahia, 2023-09-06) Cidade, Luciana de Oliveira; Jorge, Eduardo Manuel de Freitas; Franco, Gustavo Barreto; Santos, Leandro Brito; Baitz, Ednice de Oliveira FontesA inclusão de pessoas idosas na atividade turística, são preocupações cada vez mais frequentes nas sociedades contemporâneas. Nesta perspectiva, esta pesquisa visa responder a seguinte problemática: “como apoiar o acesso a informações de acessibilidade às pessoas idosas no Pelourinho?” Esta dissertação, olhando para o desenvolvimento urbano da cidade, propôs uma solução tecnológica, estruturando um protótipo de aplicativo mobile para apoiar o turismo no contexto da pessoa idosa do Pelourinho, localizado no Centro Histórico do Salvador, Bahia. A formulação do conceito do aplicativo surgiu devido à falta de informações adequadas sobre turismo acessível no local. Sendo o centro histórico da cidade, um importante destino turístico, classificado pela UNESCO em 1985 como Patrimônio da Humanidade, o presente trabalho apresenta um protótipo para localização e avaliação de locais acessíveis ao público-alvo no Pelourinho, local turístico e de lazer, localizado em Salvador, Bahia, no contexto da pessoa idosa. Objetivou-se desenvolver uma solução de base tecnológica, definindo um modelo informacional e funcional por meio de um aplicativo móvel para apoio ao turismo acessível. A metodologia da pesquisa adotou uma abordagem qualitativa de caráter exploratório. A principal característica deste trabalho foi a utilização do Design Thinking como metodologia para a formulação do conceito do aplicativo e prototipagem, seguida de sua aplicação prática para atingir os resultados da pesquisa e do desenvolvimento do protótipo da aplicação. Foram apresentados requisitos funcionais e casos de uso representados por notação gráfica UML. A prototipação foi realizada para materializar a interface do aplicativo, apresentando os principais requisitos funcionais que estão sendo empregados para apoiar o turismo acessível no país. O estudo revelou que os aplicativos analisados disponibilizam poucas avaliações do Pelourinho. Dessa forma, considerou-se como diferencial uma função cujo objetivo é incentivar competições entre os usuários ao avaliar locais, para fortalecer a rede colaborativa. Por fim, é importante salientar a necessidade de melhorar as condições de acessibilidade no Pelourinho para uma experiência turística completa. A partir deste estudo, sugere-se que sejam incentivadas novas pesquisas e projetos na área.
- ItemÁreas protegidas e participação social: planejamento territorial participativo da Comunidade Quilombola de Dandá, Simões Filho/BA.(Universidade do Estado da Bahia, 0024-08-06) Calmon, Josué da Silva; Gomes Sobrinho, Lirandina; Bonfim, Natanael Reis; Souza, Deórgia Tayane Mendes deEsta dissertação tem como objetivo avaliar a efetividade do Planejamento Territorial Participativo da Comunidade Quilombola de Dandá na APA Joanes-Ipitanga. Neste sentido, verificou-se como a execução do planejamento territorial participativo implicou na melhoria da vida e organização comunitária para o uso do seu território; e a importância desse planejamento para conservação dos atributos ambientais da comunidade quilombola de Dandá conjugados à gestão da APA Joanes-Ipitanga. Foram analisados os projetos do Plano de Ação elaborados na execução do Planejamento Territorial Participativo, a gestão participativa da APA e os dados de efetividade de gestão das Unidades de Conservação geridas pelo estado da Bahia. A metodologia quali-quantitativa conduziu o estudo a uma abordagem das principais temáticas sobre Áreas Protegidas, tomando como referência a percepção comunitária e institucional sobre o projeto estudado, a percepção dos conselheiros da APA sobre o colegiado da UC e análise dos dados de efetividade de gestão de Unidades de Conservação a partir do Sistema de Avaliação e Monitoramento de Gestão - SAMGe. Os dados foram coletados por meio da pesquisa documental, aplicação de entrevistas semi-estruturadas, observação participante e análise do SAMGe. Esta avaliação revelou que embora os instrumentos legais estabeleçam a necessidade de integração de Áreas Protegidas para efetividade dessa política pública, tal parâmetro é parcialmente cumprido no processo de gestão das Unidades de Conservação estaduais. A falta de ações contínuas para integração dos formatos de Áreas Protegidas UC e Comunidades Quilombolas implica na moderada efetividade dessas UC.
- ItemAssociativismo e espaço urbano: relações territoriais no município de Serrinha/BA(2021-09-16) Santos, Jadson Santiago dos; Coelho Neto, Agripino Souza; Baconzuelo, Célia Cristina; Teles, Alessandra OliveiraO ser humano construiu a capacidade de estabelecer e manter relações sociais que podem se configurar na formação de grupos. Essa habilidade cria condições favoráveis para uma diversidade de manifestação de ações coletivas. É importante destacar que independe da modalidade de ação coletiva, os sujeitos são orientados por suas intencionalidades, vinculadas inicialmente a dimensão individual, na “esfera do eu” e um conjunto de elementos que motivaram ingressar a um grupo e conforme vão estabelecendo e desenvolvendo formas diversas de interações e troca de experiências, conhecimentos e momentos, eles constroem/desenvolvem novos significados e objetivos, orientados por uma mentalidade coletiva, ocupando a “esfera do nós”, responsável por influenciar na permanência, na atuação e nas vinculações estabelecidas com os sujeitos e/ou com o espaços/territórios utilizados. Todas as interações sociais são/foram orientadas por um senso de coletividade, desenvolvidas inicialmente em uma base espacial e conforme os sujeitos projetam suas intencionalidades nos espaços, ocorre um processo de vinculação e demarcação da atuação social através do exercício das territorialidades, ou seja, o trabalho projetado e a configuração de uma base territorial, repleta de múltiplas dimensionalidades, escalaridades e manifestação das relações de poder, sobretudo, quando consideramos a atuação do associativismo desenvolvido no espaço urbano. Considerada uma modalidade de ação coletiva, o associativismo é um símbolo da articulação dos sujeitos orientados minimamente por um objetivo comum, situado em uma realidade contextual específica, responsável por prover as bases para o seu surgimento e a partir dessas, os sujeitos organizados coletivamente desenvolvem diferentes formas ou mecanismos de apropriação e intervenção territorial. Essa pesquisa contou com a colaboração de quatro associações situadas em bairros distintos da cidade de Serrinha: a Associação de Moradores do bairro da Bomba, a Associação de Moradores do bairro Colina das Mangueiras, a Associação de Moradores do bairro da Vaquejada e a Centro Social Boa Esperança. O objetivo é compreender as relações territoriais desenvolvidas por meio do associativismo no espaço urbano de Serrinha/BA. Para seu desenvolvimento, utilizamos de uma abordagem qualitativa devido às particularidades não quantificáveis apresentadas, sobretudo a que fora vivenciada durante o desenvolvido da pesquisa. A nossa revisão de literatura esteve centrada em três chaves explicativas, envolvendo o território, o associativismo e o espaço urbano. Realizamos visitas técnicas as associações, registros escritos, fotográficos, audiovisuais e entrevista com os membros da diretoria das associações. Esse estudo auxiliou na compreensão e identificação das diferentes formas e mecanismos que são/foram acionados para compor o quadro das relações territoriais envolvendo os sujeitos organizações através das associações e os bairros que estão situadas.
- ItemBiogeografia em sala de aula: práticas e narrativas docentes(Universidade do Estado da Bahia, 2024-02-19) Moreira, Andréa dos Santos; Franco, Gustavo Barreto; Portugal, Jussara Fraga; Matos, Mara Rojane Barros de; Amorim, Raul ReisEsta pesquisa intitulada “Biogeografia em sala de aula: práticas e narrativas docentes” apresenta como foco de abordagem a análise e interpretação das narrativas sobre o saber-fazer de seis professoras (três licenciadas em Biologia e três em Geografia) de escolas públicas da rede estadual, localizadas na cidade de Feira de Santana (BA), como estas abordam em suas práticas de ensino os conceitos, conteúdos e temas ligados à Biogeografia. Trata-se de uma investigação ancorada na abordagem qualitativa na perspectiva da pesquisa narrativa, cujo dispositivo de recolha de dados (fonte) foi a entrevista narrativa. A questão norteadora foi: como os conteúdos, conceitos e temas que transversalizam a abordagem da Biogeografia reverberam no saber-fazer de professores que praticam à docência em três escolas vinculadas à rede pública estadual na cidade de Feira de Santana (BA). Os objetivos que demarcaram o processo de investigação foram: conhecer as trajetórias de formação e atuação profissional das professoras de Biologia e de Geografia que atuam em escolas públicas estaduais de Ensino Médio na cidade de Feira de Santana; descrever as estratégias metodológicas elaboradas e/ou utilizadas pelas professoras no seu fazer pedagógico, na abordagem de conteúdos, conceitos e temas vinculados à Biogeografia; cotejar, por meio da análise e interpretação das narrativas, as práticas de ensino de professoras de Biologia e de Geografia referentes à abordagem dos conteúdos, conceitos e temas da Biogeografia. Ao narrar sobre a trajetória de formação-profissão, as professoras colaboradoras da pesquisa sinalizaram que as experiências de vida-formação-profissão e suas dimensões reverberam no seu saberfazer-docente. As metodologias citadas são resultantes das experiências construídas no cotidiano da sala de aula.
- ItemCaminho da fé ou caminho do povo? :Ordenamento territorial na Península de Itapagipe – Salvador/BA(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-31) Amorim, Jaqueline Lima; Baitz, Ednice de Oliveira Fontes; Castro, Janio Roque Barros de; Camboim, Silvana PhilippiO ordenamento territorial busca, captar os grandes padrões de ocupação, as formas predominantes de valorização do espaço, os eixos de inserção do povoamento e das inovações técnicas e econômicas e a direção prioritária dos fluxos demográficos e de produto, visando estabelecer um diagnóstico geográfico do território, indicando tendências e aferindo demandas e potencialidades, de modo a articular as políticas públicas setoriais, com vista a realizar os objetivos estratégicos do governo. Porém, este vem sendo pensado em Salvador para fornecer discursos técnicos para intervenção governamental, orientando-se efetivamente para uma modernização excludente da cidade onde os planos de desenvolvimento urbano se sucederam, como em outras capitais brasileiras, favorecendo múltiplos interesses econômicos. Nesse contexto, o capital imobiliário vem adquirindo um novo poder e protagonismo sobre o desenvolvimento da cidade, acentuado pela sua maior capacidade de intervenção no espaço urbano e pelo grau de liberdade do qual passou a desfrutar a partir do “empreendedorismo urbano”. Essa liberdade para a atuação do mercado imobiliário atingiu de forma mais direta e imediata alguns territórios como a Península de Itapagipe, que passou a despertar a cobiça do capital imobiliário por sua localização nas bordas da Baía de Todos os Santos. Diante desse novo padrão de governança sobre a cidade de Salvador, que parece estar sendo aplicado à risca na Península de Itapagipe, fica a seguinte indagação: Quais são os impactos das políticas públicas no planejamento urbano na Península de Itapagipe de 2000 a 2020? Por essas razões, esta pesquisa tem como objetivo a análise do processo de planejamento urbano e o ordenamento territorial na Península de Itapagipe – Salvador/BA entre 2000 e 2020 por meio dos planos e projetos urbanísticos, indicando os seus possíveis impactos territoriais para a população local. Esta pesquisa é documental, mas utiliza técnicas de cunho quantitativo e qualitativo para alcançar seus resultados. Uma técnica importante para a presente análise é a pesquisa bibliográfica sobre a Península de Itapagipe, seu desenvolvimento social e histórico, e sobre os sucessivos planos e políticas urbanas definidas pela Prefeitura de Salvador entre 2000 e 2020 para a área. Entre estas fontes encontram-se a imprensa soteropolitana, livros e artigos sobre a História de Salvador e da Península de Itapagipe. A caracterização socioeconômica da área exigiu o levantamento de dados demográficos, sociais e econômicos junto a órgãos públicos. A identificação dos proponentes, financiadores e beneficiários dos projetos e planos urbanísticos estabelecidos para a Península de Itapagipe exigiu também um mapeamento da sociedade civil local, por meio de análise de notícias. A análise dos impactos territoriais do ordenamento territorial da Península de Itapagipe foi objetivado por meio da criação de uma metodologia para Avaliação de Impacto Territorial para a realidade brasileira, aplicada no Projeto Caminho da Fé, o qual foi criado em homenagem a Irmã Dulce, santa brasileira cuja a história está ligado ao território itapagipano. Este estudo possibilitou a criação de uma metodologia de Avaliação de Impacto Territorial a qual tornou possível a identificação dos impactos territoriais do empresariamento urbano aplicado pelo poder local de Salvador no ordenamento territorial da Península de Itapagipe, sendo estes o impacto na infraestrutura e na economia do turismo, e os resultados desta pesquisa estão disponibilizados em um dashboard.
- ItemO capital internacional como agente social produtor do espaço urbano: o estudo de caso de Praia do Forte – Bahia(2022) Cerqueira, João Pedro Costa; Baitz, Ednice de Oliveira Fontes; Silva, Liliane Ferreira Mariano da; Cavalcante, Marília MoreiraA área urbana isolada de Praia do Forte sofreu intensas modificações socioespaciais desde sua venda ao engenheiro paulista Klaus Peters, na década de 1970. O espaço, outrora funcionando como uma bucólica vila de pescadores, passou a abrigar grandes resorts e condomínios de alto padrão ao longo do tempo, transformando-se em um dos principais destinos turísticos do estado da Bahia. Praia do Forte está inserida numa área protegida, pioneira na incorporação do planejamento socioespacial à dimensão ambiental. Este trabalho tem como objetivo central compreender como se dá a atuação do capital internacional na produção de espaços da Praia do Forte e se é possível caracterizá-lo como um novo agente social produtor do espaço urbano. A pesquisa apoia-se em um método de propriedade descritiva e exploratória pois tratase de caracterizar a atuação do capital internacional na produção do espaço urbano, trazendo, como objeto deste estudo de caso, a área urbana isolada de Praia do Forte. Quanto à abordagem, esta é uma pesquisa qualitativa, uma vez que são discutidos e expostos aspectos de natureza subjetiva e interpretativa; a discussão dos conceitos trazidos no referencial teórico deste projeto se faz presente em todo seu decorrer, as ações dos agentes produtores do espaço são avaliadas de forma discursiva, exigindo um elevado grau de criticismo. Através dos processos metodológicos expostos foi possível exemplificar os meios pelos quais o capital internacional agiu na produção do espaço urbano em Praia do Forte através da interação com os demais agentes sociais produtores do espaço. A ação do capital internacional em Praia do Forte se deu por intermédio de megaempresas e megaentidades que vislumbraram a localidade como um potencial reprodutor de seus capitais, investindo e reinvestindo capital na forma de dinheiro a fim de lucrar com a imagem criado do local que, historicamente e através da atuação do Estado, dos proprietários fundiários e dos promotores imobiliários, ganhou aspectos atratores para o setor turístico e imobiliário, transformando-se em um pólo receptor de capital internacionalizado.
- ItemCartografia geomorfológica enquanto subsídio ao planejamento ambiental: Estudo da cidade de Ipiaú-BA(2021-08-12) Sampaio, Sarah Andrade; Souza, Sirius Oliveira; Baitz, Ednice de Oliveira Fontes; Lupinacci, Cenira Maria; Oliveira, Regina Célia deAo considerar os estudos ambientais sob uma perspectiva sistêmica, a ciência Geomorfológica aponta-se como de fundamental importância ao compreender os processos na sua integridade, ou seja, a evolução do relevo como fruto das relações entre as forças internas e externas, ao mesmo tempo se constituindo substrato apropriado pela ação humana. Tal apropriação relacionada ao ambiente construído e modificado em diversas escalas, com foco nas cidades, decorre em alterações no processo de desenvolvimento do relevo, ao intensificar as atividades morfodinâmicas, os quais resultarão em ações erosivas e processos deposicionais. Assim, as aplicações de técnicas da Geomorfologia, como a Cartografia Geomorfológica, são consideradas fundamentais enquanto instrumento de Planejamento Ambiental, ao oferecer possibilidades na busca de novos parâmetros para o reconhecimento da relação sociedadenatureza. Nesse sentido, propõe-se a presente pesquisa, cujo objetivo é compreender, de forma sistêmica, os principais impactos ambientais sobre as formas de relevo na cidade de Ipiaú, Bahia, tendo em vista a possibilidade de contribuir para o planejamento do uso e ocupação da terra, utilizando para tanto, técnicas da cartografia geomorfológica. Os principais resultados são uma caracterização dos Sistemas Ambientais em escala municipal, com vistas a entender os reflexos dialéticos na cidade, e um Mapa Geomorfológico identificando os principais modelados, tipos de formas e intervenções antrópicas e seus impactos ambientais no relevo da cidade de Ipiaú, tendo em vista os tipos de uso e ocupação do solo urbano. Por fim, o reconhecimento dos aspectos do relevo, assim como a avaliação dos impactos poderão contribuir no auxílio aos planos de desenvolvimento social e econômico, visando a minimização do quadro de impactos ambientais negativos, e servir de apoio ao planejamento urbano e ambiental em escalas municipal e urbana, com foco no equilíbrio dos sistemas ambientais presentes.
- ItemCidade, cultura e ensino de geografia: proposições para abordagens das dimensões culturais de Cachoeira-BA nos espaços educacionais(2023-05-07) Silva, Aisllan Damacena Souza da; Castro, Janio Roque Barros de; Pinheiro, Josemare Pereira dos Santos; Portugal, Jussara Fraga; Cavalcanti, Lana de SouzaO espaço urbano é complexo e pluritemático, constituindo-se um desafio para as abordagens no ensino da Geografia. Um dos caminhos interessantes para se abordar com as questões urbanas em sala de aula, de maneira ampla e contextualizada, é o de enfatizar as dimensões espaciais das expressões culturais materiais e imateriais notadamente presentes em cidades históricas, como é o caso da cidade de Cachoeira, localizada no Recôncavo Baiano. Considerada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) como Monumento Nacional, em virtude do seu imponente conjunto arquitetônico e paisagístico, Cachoeira é marcada pela presença de um rico centro histórico que abrange ruas estreitas em calçamento de pedra e repletas de edificações dos períodos colonial e imperial. Nessas mesmas ruas, ocorrem durante todo o ano diversas manifestações culturais relacionadas às expressões identitárias do Recôncavo. Diante disso, o presente estudo problematiza o espaço urbano por meio das especificidades da cidade de Cachoeira, com ênfase nas suas dimensões culturais e seu espaço de ensino para a Geografia. Adota-se, enquanto objetivo geral para essa pesquisa, analisar as dimensões culturais no/do espaço urbano da cidade histórica de Cachoeira, situada no Recôncavo Baiano, apresentando proposições didático-pedagógicas para o trabalho docente, com essas dimensões, no contexto do ensino de Geografia. Com abordagem metodológica qualitativa, os procedimentos desenvolvidos neste estudo de caso contemplam levantamento bibliográfico, o qual desencadeou, no referencial teórico-conceitual deste trabalho, análise de anais dos principais eventos do ensino de Geografia da atualidade, dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), do Plano Nacional de Cultura (PNC), da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Referencial Curricular Municipal (DCRM) de Cachoeira e, por fim, realização de entrevistas com quatro professores de Geografia dos anos finais do ensino fundamental da Escola Municipal Edvaldo Brandão Correia. Levando em consideração que a cultura é um tema recorrente na área educacional e que a Geografia possui influência nesse debate, o presente trabalho se constitui em uma relevante contribuição com a Geografia Escolar, em que, por meio de interfaces dialógicas entre cultura, urbano e ensino, busca-se refletir e propor metodologias que contemplem o recorte espacial em análise, valorizando, assim, a importância do cotidiano dos estudantes.
- ItemComunidades quilombolas do Vale do Iguape, Bahia: histórico de uso, manejo e qualidade dos solos pelo habitar quilombola(Universidade do Estado da Bahia, 2023-09-04) Santos, Daiane Cristina Maltez dos; Oliveira , Rozilda Vieira; Lima, Genilda de Souza; Souza, Sirius OliveiraA qualidade dos solos foi um fator decisivo para implantação do projeto de ocupação portuguesa na região recôncava da Kirimurê e permitiu sua exploração por cerca de trezentos anos sem registros de adoção de práticas de conservação dos solos. Após mais de 500 anos de exploração e ocupação desconsiderando os usos tradicionais e mesmo com a delimitação de áreas protegidas, a diversidade biológica associada aos remanescentes de Mata Atlântica, manguezais, restingas e áreas úmidas, ainda se encontra sob a ameaça do capital do modo habitar colonial. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o uso, manejo e qualidade do solo nas comunidades da RESEX Marinha da Baía do Iguape, sob a perspectiva quilombola. Para realização do estudo foi realizada pesquisa bibliográfica e documental, além de visitas dialogadas, a partir de perguntas orientadoras durante a coleta de amostras de solo. As amostras foram coletadas na profundidade de 0 a 20cm e analisadas em laboratório para aferição dos atributos físicos e químicos. Os resultados demonstraram que os solos conservam boa reserva química para produção agrícola, porém com desequilíbrios nas relações entre alguns elementos, mesmo em agroecossistemas sob manejo em transição agroecológica. O cruzamento entre os dados demonstrou que o manejo e conservação do solo está sob ameaça do racismo ambiental pelo impacto de atividades potencialmente poluidoras agravado pela falta de regularização fundiária das comunidades quilombolas. Os remanescentes de ombrófila da Bacia do Paraguaçu estão nas áreas das comunidades quilombolas, portanto garantir o território das comunidades quilombolas no Vale do Iguape é garantir sua conservação ambiental com integração entre as políticas públicas dos espaços protegidos.
- ItemCultura, Territorialidades e Propriedade intelectual: análise crítica do discurso sobre indicações geográficas na Bahia(2021-04-06) Silva, Priscila de Jesus; Castro, Janio Roque Barros de; Caldas, Alcides dos Santos; Teixeira, Salete KozelEsta pesquisa aborda a produção e a circulação de sentidos por meio da linguagem, no ambiente da Propriedade Intelectual brasileiro, para captar as significações produzidas através dos registros de Indicações Geográficas (IGs), nos territórios com produtos de especificidade territorial do estado da Bahia - Brasil. O objetivo é identificar e analisar, através de uma abordagem dialógica entre os Estudos Culturais, processos comunicacionais e a Geografia, a apropriação dos elementos culturais que competem para o reconhecimento e a consolidação das IGs. A pesquisa se desenvolveu no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Estudos Territoriais da Universidade do Estado da Bahia (PROET – UNEB) e elucidou o lugar das identidades culturais na construção discursiva hegemônica sobre as IGs; as territorialidades implicadas nessas construções, além de apontar as fragilidades e potenciais dos repertórios culturais enquanto recurso para o desenvolvimento territorial. Do ponto de vista metodológico, o trabalho norteia-se pelo modelo tridimensional da Análise Crítica do Discurso (ACD), em Fairclough, através do qual se pode averiguar as práticas sociais e discursivas, ideologias e intertextualidades imbricadas no discurso hegemônico sobre IG na Bahia. Investiga-se como a dimensão cultural dos territórios é interpelada tanto nos textos jurídico-técnicos das institucionalidades das IGs, como pelo discurso midiático sobre o tema. Norteando-se pela Análise Crítica do Discurso (ACD), em Fairclough, e por teóricos como o brasileiro Rogério Haesbaert e o britânico-jamaicano Stuart Hall, investigou-se como a dimensão cultural dos territórios é interpelada tanto nos textos jurídico-técnicos das institucionalidades das IGs, como pelo discurso midiático. Tratou-se de compreender como a lógica globalista para o consumo, sob os rótulos dos produtos de origem, impacta nas narrativas sobre a multiplicidade de representações identitárias territoriais e competem para o reconhecimento e promoção, ou suposta invisibilização das diferenças. Os resultados da pesquisa apontaram diretrizes para a sinergia entre os campos da Propriedade Industrial e produção em comunicação e cultura, na perspectiva da valorização da dimensão simbólica e identitária territorial através das IGs.
- ItemDistribuição espacial das queimadas no semiárido: análise dos focos de calor em Mucugê (BA), entre o período de 2000 a 2022(Universidade do Estado da Bahia, 2024-08-09) Araújo, Laysla Karolline Silva; Souza, Sirius Oliveira; Souza, Cristiano Marcelo Pereira de; Messias, Cassiano GustavoQueimadas são ocorrências ambientais, decorrente de ignição espontânea ou provocada, comprometendo a fauna, a flora e todos os elementos integrantes da paisagem, recorrentes ou não, e que causam danos ambientais, sociais e econômicos. Nesta dissertação buscou-se compreender a distribuição espacial dos focos de calor no município de Mucugê (BA), região que compreende uma área na zona de amortecimento e entorno do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no semiárido baiano. Foram utilizados os dados públicos observacionais da superfície no BDQUEIMADAS, entre os anos de 2000 a 2022, perfazendo um período analisado de 22 anos. Estes dados foram espacializados, sendo compilado o grau de severidade com imagens orbitais selecionadas do satélite AQUA - EOS PM. Como parâmetros analisados, foram verificados os períodos com maior ou menor incidência de focos de calor associadas à vegetação, uso e ocupação do solo, declividade, hipsometria e densidade de vias. Observou-se no período de 22 anos, cerca de 1.001 focos de calor no município de Mucugê, sendo a maior ocorrência de focos de calor na área do PNCD. Como há riscos potenciais de ignição e propagação de queimadas na área analisada, associada a área do PNCD, há a demanda clarividente de lacunas na regulação ambiental de considerar o fator risco de queimadas como requisito para estudos futuros, minimizando perdas socioeconômicas e ambientais, e ao bioma Caatinga.
- ItemDo rio para o mar: um estudo de caso do Rio dos Seixos e suas implicações na balneabilidade da praia do Farol da Barra, Salvador – BA(2022-08-18) Pita, João Paulo Dantas; Franco, Gustavo Barreto; Amorim, Raul Reis; Souza, Sirius Oliveira; Baumgartner, Wendel HenriqueOs rios, ao longo da história humana, já foram encarados de diversas formas pela humanidade. Temidos por suas inundações, venerados pela sua capacidade provedora e mais recentemente vistos como obstáculos à expansão urbana foram algumas das percepções acerca dos rios ao longo da existência humana. Atualmente, incontáveis rios estão relegados ao subsolo de cidades, ocultados da paisagem urbana e descaracterizados artificialmente da sua forma original. Apesar disso, nota-se um crescente movimento que busca a reinserção dos rios na paisagem urbana, visando a devolução do protagonismo desses elementos naturais, sobretudo em países desenvolvidos. Salvador, cidade onde está localizado o objeto de estudo deste trabalho, segue na contramão do movimento citado, uma vez que na capital baiana ainda ocorrem obras com marcas do século passado, como tamponamentos, canalizações e retificações. Neste sentido, a reflexão proposta nesta dissertação gira em torno da seguinte temática: a natureza dentro da cidade, com foco nos rios urbanos. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar a relação entre o rio dos Seixos, tomando como base sua bacia hidrográfica, a Barra/Centenário, e a balneabilidade da praia do Farol da Barra, local onde está localizada sua foz. Na intenção de atingir tal objetivo, houve o cumprimento dos seguintes objetivos específicos: Levantamento histórico da ocupação e uso da água em Salvador; Panorama das bacias hidrográficas soteropolitanas com desembocaduras voltadas ao mar; Verificação da série histórica de balneabilidade das praias de Salvador onde há desembocaduras de rios e, por fim, verificação dos instrumentos legais de planejamento e gestão ambiental pública que regulam as ações em Salvador. Os resultados obtidos aqui possibilitam a compreensão de que os rios de Salvador, no geral, compartilham certas características, como o fato de serem receptáculos de esgotos clandestinos e serem alvos de medidas estruturais obsoletas e criticadas pela literatura científica. No entanto, o rio dos Seixos, com foz na emblemática praia do Farol da Barra, é alvo de determinados cuidados por parte da gestão pública soteropolitana que não foram registrados em outros rios de Salvador. Sobre a praia do Farol da Barra, foi possível notar duas realidades distintas de balneabilidade em sua extensão. As análises dos documentos legais como PDDU e PMSB expuseram o não cumprimento de inúmeras diretrizes voltadas aos rios de Salvador, assim como ao tema do saneamento básico, tão grave na capital baiana. Por fim, é possível obter o entendimento que a problemática dos rios urbanos soteropolitanos apenas pode ser debatida tendo em vista que o rio é um elemento integrante da paisagem urbana, estando em conexões com outros elementos, tanto naturais quanto artificiais.
- ItemOs efeitos da dinâmica migratória na (re)organizaçâo espacial dos cerrados baianos: Barreiras e Luís Eduardo Magalhães em foco(2021-10-04) Santos, Elton Andrade dos; Coelho Neto, Agripino Souza; Fonseca, Antonio Angelo Martins da; Mondardo, Marcos LeandroA partir da década de 1960, os cerrados brasileiros foram objeto de políticas governamentais que estimularam sua ocupação populacional e sua exploração econômica. As ações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e do Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados (PRODECER) foram decisivas para o desenvolvimento de tecnologias que viabilizaram a expansão agrícola nos cerrados, com a introdução da chamada “agricultura moderna”, produzindo a atração de expressivos fluxos migratórios. As cidades médias brasileiras apresentaram um dinamismo demográfico significativo e isso se deve à contribuição dada pelos saldos migratórios a esse crescimento urbano. Nos cerrados baianos, a industrialização da agricultura e consolidação dos complexos agroindustriais conduziram ao processo crescente de concentração de terra. Com isso, as áreas de expansão do agronegócio são de forte expansão demográfica, com movimentação constante de fluxos migratórios, influenciando na dinâmica de ocupação. Diante deste quadro, a presente dissertação se propõe analisar a dinâmica migratória nos cerrados baianos e os efeitos na (re)organização espacial nas cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. A pesquisa se apoiou em bibliografia especializada sobre migrações e em estudos realizados sobre as chamadas “cidades do agronegócio” no Oeste da Bahia. Ocupou-se, também, de dados secundários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e das informações de sites de empresas imobiliárias e de jornais on-line do Oeste baiano. Para a análise das migrações e seus efeitos no processo de ocupação dos cerrados baianos nos últimos vintes anos, com ênfase no papel dos migrantes, buscou-se situá-los no contexto mais amplo de mudanças na estrutura urbana e econômica através da aplicação dos questionários. Os resultados do processo de ocupação dos cerrados baianos apontaram o crescimento acelerado de cidades, o surgimento de novas cidades, a intensificação do processo de urbanização e a produção de segregação socioespacial. A difusão da agricultura nos cerrados baianos tem provocado uma nova organização, pautada pela transformação das cidades do agronegócio em um lócus da produção agrícola, pois atendem às demandas do consumo produtivo e passaram a atrair migrantes para ocuparem esses espaços. Contudo o estabelecimento de novas relações campo-cidade, acabaram por gerar efeitos na dinâmica populacional, na expansão/exploração do mercado de trabalho e o aprofundamento das desigualdades socioespaciais, o que contradiz e desmistifica as ideias de desenvolvimento e modernização das cidades.
- ItemEm colapso, a terra gira: abordagem da educação ambiental no ensino de geografia(Universade do Estado da Bahia, 2024-03-11) Mota, Cleidson da; Souza, Sirius Oliveira; Pacheco, Jucélia Macedo; Torres, Eloiza CristianeA relação sociedade e natureza é essencial para a manutenção da vida na Terra. Assim, as diferentes sociedades exploraram e exploram a natureza. Após a Revolução Industrial, a capacidade de transformação da natureza foi ampliada exponencialmente. A sociedade industrial reduziu a natureza à condição de matéria prima, ampliando a capacidade e velocidade de fabricação de produtos. Essa relação exploratória gerou sérios desequilíbrios nas diferentes partes do globo terrestre, afetando todas as formas de vida. A questão que norteou a pesquisa foi: como a Educação Ambiental é abordada nas aulas de Geografia no município de Barrocas, Território de Identidade do Sisal da Bahia? E o objetivo central foi compreender como a Educação Ambiental é abordada no ensino de Geografia, a partir do entendimento dos professores participantes desta pesquisa, no diurno, nas turmas do 5º ano no Grupo Escolar Agenor de Freitas e dos professores/as de Geografia das turmas de 9º ano do turno diurno no Colégio Municipal de Barrocas. Essa é uma pesquisa qualitativa, de estudo de caso, que exigiu revisão bibliográfica da Educação Ambiental no Brasil e no mundo, observação das aulas dos professores participantes da pesquisa nas duas escolas, aplicação de questionário junto aos docentes e realização de Oficina sobre Educação Ambiental e Ensino de Geografia. A partir das estratégias de coleta de dados reveladas acima, foi possível compreender como a Educação Ambiental é abordada nas aulas de Geografia das escolas urbanas de Barrocas-BA, suas potencialidades, suas realidades e os seus desafios no cotidiano da sala de aula. Dentre os desafios, os professores participantes sinalizam a forma de tratamento dos resíduos sólidos que, mesmo em município pequeno, se apresenta como um grave problema.
- ItemEmancipacionismo, Fragmentação e Gestão Territorial do Município de Irecê-BA (1985-2022)(2023-03-06) Maciel, André Pires; Coelho Neto, Agripino Souza; Fonseca, Antonio Angelo Martins da; Rodrigues, Juliana NunesO emancipacionismo integra a dimensão espacial da reprodução social e alimenta continuamente processos de fragmentação territorial. A criação de municípios nos contextos nacional e estadual ocorre em ritmos diversos, mas, nas últimas décadas, conheceu uma forte intensificação. A partir da década de 1980, o município de Irecê passou por um importante processo de perda de área de seu território. Em 1985 houve a emancipação de Lapão, São Gabriel, João Dourado e América Dourada. Com isso, a área municipal ficou cerca de dez vezes menor. Em suma, a fragmentação em foco criou novos desafios e abriram novas possibilidades para a gestão territorial do município. Dessa forma, se estabelece a seguinte questão: como a dinâmica de fragmentação do território municipal de Irecê, com a emancipação de diversos municípios, influenciou em sua gestão territorial? Objetiva-se com esta pesquisa, analisar as implicações da fragmentação municipal para a gestão territorial de Irecê. Definiu-se como método a dialética, privilegiando pensar a realidade em suas constantes mudanças e contradições. Fez-se a opção por uma abordagem qualitativa. Em termos de procedimentos metodológicos foram realizados três movimentos: (i) levantamento bibliográfico e revisão de literatura, (ii) pesquisa de campo, recorrendo a técnica de entrevistas junto aos gestores municipais, lideranças comunitárias e sindicais e, (iii) levantamento de dados secundários de natureza econômica e financeira, em órgãos governamentais. Este estudo visa fornecer elementos para o entendimento de uma dinâmica territorial de natureza local, bem como pretende lançar luz sobre os nexos entre a alteração dos limites municipais e os novos desafios trazidos pela fragmentação para o processo de gestão territorial. No município de Irecê, sua fragmentação territorial, ensejou um novo panorama para a gestão do território local, especialmente em face de três dinâmicas, quais sejam: o arranjo político do município passou a ser outro em virtude do declínio de sua representação diante dos outros entes federados e do ganho relativo de poder de seus distritos secundários; a conjugação do encurtamento das distâncias físicas com a ampliação da taxa de urbanização resultaram numa concentração das demandas, capaz de minimizar os esforços da máquina pública e, notou-se uma aproximação sociopolítica entre o poder público e a sociedade, capaz de engendrar mudanças quantitativas e qualitativas na distribuição de formas e funções no novo território municipal, alterando assim, o processo de reprodução social.
- ItemEnsino de história e questões identitárias e territoriais: narrativas de estudantes e professores do ensino médio do Recôncavo Baiano(2021-05-28) Menezes, Leandro Oliveira de; Oliveira, Simone Santos de; Castro, Janio Roque Barros de; Oliveira, Itamar Freitas deEsta dissertação se propõe analisar como o ensino de História, nos municípios baianos de Cachoeira, Maragogipe, Muritiba e São Félix, contribui com as identificações territoriais dos estudantes do ensino médio. Para tanto, recorre à discussão teórica sobre território, identidade e Ensino de História e ao contato com sujeitos que vivenciam a rotina do ensino e aprendizagem em História, na escolarização formal. Esta pesquisa contribui com a ampliação das discussões que versam sobre a relação entre território e identidade, bem como sobre a importância do ensino de História na formação identitária dos sujeitos em uma determinada fração do espaço geográfico. Trata-se de um estudo (auto)biográfico, com inspirações na fenomenologia e, portanto, uma investigação qualitativa e descritiva. O recorte espacial escolhido foi o Recôncavo Baiano, mais precisamente os municípios de Cachoeira, Maragogipe, Muritiba e São Félix. O método de recolha de informações utilizado foi a entrevista narrativa aplicada virtualmente devido à necessidade do distanciamento social como consequência da COVID 19. Os colaboradores de pesquisa foram quatro professores de História e oito estudantes, todos vinculados ao ensino médio nas escolas públicas dos municípios investigados. Foi possível, através deste estudo, identificar que o ensino de História vivenciado pelos professores e estudantes entrevistados oferta os conteúdos historicamente concebidos e reiteradamente determinado por dispositivos legais, como também temáticas outras que favorecem diversas identificações sociais, algumas delas territoriais também. Este percurso formativo proposto nas aulas de História contribui com a ampliação da Consciência Histórica, ao mesmo tempo em que impele a uma maior participação política. Além disso, tornou-se evidente que existem discussões locais, ainda que de maneira pouco expressiva, e que as discussões regionais são praticamente inexistentes, de modo que os estudantes têm dificuldade de identificar a regionalidade, Recôncavo Baiano, como um marcador social pessoal.
- ItemEntre a “Feira velha” e a “Feira nova”: um estudo sobre a intervenção na feira de São Joaquim de Salvador, Bahia (2012 a 2016)(2022-08-08) Barreto, Jamine Krause de Souza; Oliveira, Lysie dos Reis; Castro, Janio Roque Barros de; Falcão, Plínio MartinsAs Feiras livres são espaços periódicos de comércio que se expressam de diferentes formas em diferentes contextos geográficos no Brasil. Na cidade de Salvador/Bahia destacase a Feira de São Joaquim como a maior Feira livre do Estado. O presente trabalho consiste na análise crítica da intervenção urbana proposta no espaço da Feira de São Joaquim, no período de 2012 a 2016, denominada de 1ª Etapa, dentre as 03 (três) previstas no projeto urbanístico denominado pelo poder público estadual de “requalificação”, resultando em 02 (dois) espaços popularmente chamados de “Feira Velha” e “Feira Nova”. Para esta análise, foi necessário observar estes espaços com ênfase na investigação da “Feira Nova”, considerando questões relacionadas ao planejamento urbano, gestão e participação social sobre a ótica territorial, identificando pontos negativos e positivos ocasionados pela intervenção aos sujeitos sociais que usam e se apropriam da Feira e as transformações espaciais daí decorrentes. Essa investigação foi baseada nas visitas in loco, nas entrevistas com feirantes e frequentadores, nas observações dos ambientes construídos, fundamentadas na Avaliação Pós-Ocupação (APO) considerada uma metodologia de pesquisa, já utilizada em trabalhos acadêmicos, que além de uma avaliação técnica, baseia-se nos depoimentos dos usuários do meio social a ser estudado, identificando quais são as suas necessidades, buscando importantes informações no processo de projeto. Dessa forma, em resposta ao questionamento central da pesquisa, foi possível verificar se, de fato, pode-se denominar de requalificação a intervenção executada na Feira, seguindo os padrões técnicos, conceituais e normativos aplicados pelo IPHAN/IPAC para os espaços públicos urbanos de caráter patrimonial, já que a Feira de São Joaquim é considerada patrimônio cultural imaterial para os baianos. Nessa perspectiva, identificou-se que essa intervenção gerou mais pontos negativos do que positivos, os quais se concentram nos aspectos da estrutura física e de gestão do espaço que serão abordados no último capítulo deste trabalho.
- «
- 1 (current)
- 2
- 3
- »