Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Profissional) em Educação e Diversidade (PPGED) - Conceição do Coité
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- ItemA leitura e a escritura como experiência do devir no processo de ressignificação das identidades e da diferença dos(as) estudantes de Ensino Médio.(Universidade do Estado da Bahia, 2024-10-31) Silva, Fábio Carneiro da; Rego, Adrino Eysen; Gomes, Antenor Rita; Cordeiro, Marcia de FreitasEste estudo propõe compreender a função da leitura e da escritura como experiência do devir no processo de ressignificação das identidades e da diferença dos(as) estudantes de Ensino Médio. Nesse aspecto, percebemos que nenhuma escritura é neutra, já que há sempre uma motivação, um reflexo das identidades, da diferença, das multiplicidades e dos investimentos libidinais do(a) autor(a) e do(a) leitor(a) do discurso. Sendo assim, partimos do seguinte questionamento: de que maneira a leitura e a escritura como experiência do devir podem contribuir com o processo de ressignificação das identidades e da diferença dos(as) estudantes de Ensino Médio? Trata-se de uma pesquisa qualitativa de base colaborativa e conta com a participação de um(a) gestor(as), um(a) coordenador(a) pedagógico(a), três alunos(as) e quatro professores(as) de Língua Portuguesa do Ensino Médio no Colégio Polivalente de Conceição do Coité/BA, cidade situada no Território do Sisal no semiárido baiano. Para melhor fundamentarmos as discussões acerca do objeto de estudo, dialogamos basicamente com as categorias e os autores(as) a seguir, tais quais, leitura, escritura, identidade, diferença, presença, ausência, logocentrismo, fonocentrismo, suplementariedade, arquiescritura, desconstrução, significado transcendental, rizoma, multiplicidade, desejo e devir, entre as quais nos pautamos basicamente em DERRIDA (1973, 1991 e 2005); HALL (2011), SILVA (2012); SILVA E SANTOS (2022); DELEUZE e GUATARRI (1995). Os instrumentos utilizados na pesquisa foram o questionário e a entrevista semiestruturada. Realizamos, também, cinco oficinas com os sujeitos da pesquisa visando trabalhar colaborativamente e dialogar com eles a respeito da proposta e dos objetivos de nosso estudo. Com o propósito de assegurar a concretização do produto da pesquisa, algumas sequências didáticas foram criadas e intitulada: O desejo, a multiplicidade e a diferença na leitura e na escritura: ressignificando identidades. Ao considerarmos os significados da leitura e da escritura como uma experiência do devir, esperamos que os(as) alunos(as), gestores(as), coordenadores(as) pedagógicos(as) e professores(as) de Língua Portuguesa do Ensino Médio possam ressignificar a si e o mundo, ao vivenciarem uma educação leitora, escritora descentrada e rizomática, valorizando a multiplicidade de perspectivas na compreensão e produção de discursos. Com efeito, esses sujeitos podem tornar-se capazes de operar o múltiplo, sem se acrescentar como uma dimensão superior, pois, é somente dessa maneira que o uno faz parte da multiplicidade, estando sempre subtraído dela. Sendo assim, acreditamos que a ausência de um centro ou de uma origem nas práticas de leitura e de escritura faça com que a significação se estabeleça mediante uma operação de diferenças, criando possibilidades para os sujeitos desenvolverem diferentes maneiras de pensar e de agir no contexto educacional, promovendo uma formação escolar plural, acolhedora, sustentável, inclusiva e ética.
- ItemA prática pedagógica e os multiletramentos na cultura digital: um estudo com professoras do ensino médio do Colégio Polivalente de Conceição do Coité.(Universidade do Estado da Bahia, 2023-09-22) Santos, Maria Aparecida Mota; Carvalho Filho, José Ernane Carneiro; Silva, Obdália Santana Ferraz; Gomes, Antenor RIta; Garcia, Rosineide Pereira MubarackO presente estudo visa observar as práticas pedagógicas das docentes que atuam na área de Linguagens do ensino médio, no Colégio Polivalente de Conceição do Coité, no contexto da cultura digital, tendo como referência as atividades letivas ocorridas no período após as aulas remotas. A questão norteadora que originou a investigação é: como os multiletramentos são trabalhados nas práticas pedagógicas do ensino médio do Colégio Polivalente de Conceição do Coité, no contexto da cultura digital? Por conseguinte, o objetivo geral consiste em compreender como os multiletramentos são trabalhados nas práticas pedagógicas do ensino médio do Colégio Polivalente de Conceição do Coité, no contexto da cultura digital. Para o desenvolvimento do trabalho, a metodologia escolhida foi a abordagem qualitativa, através da pesquisa colaborativa, por apresentar uma proposta formativa apoiada em sessões reflexivas e possibilitar às participantes o papel de coconstrutoras das atividades realizadas. Os dispositivos utilizados foram a entrevista semiestruturada e a observação colaborativa, associada ao diário de campo. O corpus construído durante a pesquisa foi analisado e interpretado segundo os princípios da Análise Textual Discursiva. Tal análise teve como base as seguintes categorias teóricas: prática pedagógica, cultura digital e multiletramentos. A pesquisa contou com cinco professoras colaboradoras da área de Linguagens que atuam no Colégio Polivalente de Conceição do Coité. Como proposta de intervenção, foram realizadas oficinas com o objetivo de discutir o conceito de multiletramentos e permitir a reflexão e a troca de experiências com relação à ação pedagógica mediada pelas tecnologias digitais e fundamentada nos multiletramentos, com o objetivo de contribuir para a formação continuada das docentes da referida unidade de ensino, em contexto de pós-pandemia. Como produto da intervenção, foi sugerida a produção de propostas didático-metodológicas de forma colaborativa. Como resultado da pesquisa, foi possível perceber que as condições de uso das tecnologias digitais no ambiente escolar dependem da quantidade de artefatos disponíveis em bom estado de conservação e da qualidade da conexão com a internet, pois quando tais requisitos não são obedecidos, prejudica a atividade docente. Constatou-se também a importância do processo de formação continuada para que as partícipes do estudo possam empregar as tecnologias digitais de forma didática. Tal processo ocorre predominantemente por vias informais, com o auxílio da comunidade escolar e de cursos e plataformas educativas por elas pesquisadas na Web. As educadoras não conheciam a teoria dos multiletramentos em profundidade e as suas práticas pedagógicas mesclam a metodologia tradicional, apoiada na aula expositiva, com outras que promovem a autonomia e a colaboração dos(das) estudantes, a partir do uso dos recursos tecnológicos.
- ItemAbordagens da Geografia Urbana: uma proposição didática a partir de filmes no Centro Municipal de Educação Santa Rita de Cássia.(Universidade do Estado da Bahia, 2023-10-03) Martins , Ely Makeise Araujo dos Santos; Andriano Eysen, Rego; Portugal, Jussara Fraga; Almeida, Lorena Ferreira de SouzaEsta dissertação situa-se no âmbito das pesquisas que discutem o ensino de geografia e o cinema, numa perspectiva de novas aprendizagens sobre o fenômeno da Geografia urbana no Centro Municipal de Educação Santa Rita de Cássia, com alunos/as do 7° ano dos anos finais do ensino fundamental, a partir da análise de duas películas fílmicas: Mauá, o imperador e o rei e, Trash: a esperança vem do lixo. Tem como compreender como a linguagem cinematográfica pode potencializar o ensino/aprendizagem da Geografia urbana em sala de aula. A questão que nos moveu foi: Como a linguagem cinematográfica pode potencializar o ensino/aprendizagem da Geografia urbana em sala de aula? Nessa perspectiva, a investigação teve como aporte metodológico a abordagem qualitativa colaborativa, baseado em Ibiapina, (2006) e Flick, (2009). Com efeito, fizemos uma revisão bibliográfica elegendo alguns teóricos da Geografia Cultural, a exemplo de: Claval, (1997), Corrêa (2007, 2009), Cosgrove, (1983), Rosendahl (2007), Sauer, (1931). Nas discussões sobre urbanização, esta investigação esteve pautada em estudiosos/as, como: Santos, 1997; Carlos, (2013); Calvalcante (2008), Lefebvre, (2002); Sposito, (2004); Sposito, (2006). Certamente, para tratar dos diálogos relacionados ao cinema e a Geografia, temos o embasamento dos(as) autores(as) como: (Portugal, (2013); Oliveira, (2011); Morin, (2002); Cousin, (2012); Duarte, (2002), dentre outros(as) autores(as) que deram embasamento teórico e metodológico para a identificação da importância do filme no ensino da Geografia urbana, considerando-o como instrumento responsável por um ensino lúdico e potente na formação crítica/reflexiva do(da) estudante no seu processo de formação crítica. Como produto, foi criada uma página no instagram com a participação dos(as) alunos(as), onde será divulgado dicas de filmes que possa ser correlacionados com conceitos geográficos, a partir dos momentos experienciados durante a participação nos Ateliês Geo-cinematográficos, com o propósito de fazer os educandos refletirem acerca da utilização do cinema em sala de aula como suporte didático-pedagógico para potencializar a compreensão dos conceitos, temas, fenômenos e processos da geografia urbana, assim, oportunizando uma formação crítica/reflexiva a partir do cinema.
- ItemA arte-educação nos processos formativos de crianças e adolescentes na OPA em Senhor do Bonfim – BA(2019-07-25) Araújo, Jaqueline Oliveira; Rego, Adriano Eysen; Silva, Reginaldo Carvalho da; Cordeiro, Márcia de FreitasTrata-se de uma pesquisa que propõe uma reflexão acerca da Organização de Pesquisa e Prática em Artes Zé da Almerinda (OPA), uma Organização Não Governamental (ONG), que fica situada no distrito de Igara, a 11 km do município de Senhor do Bonfim – BA. Espaço não formal de educação, que realiza atividades que envolvem várias formas artísticas (Dança, Teatro, Literatura e Música), com o intuito de colaborar para o desenvolvimento pessoal, social e cultural. Dessa maneira, possibilita que os alunos e as alunas, a partir dessas vivências, tornem-se sujeitos críticos, reflexivos, sensíveis e protagonistas na sociedade na qual estão inseridos. A implicação desta pesquisa foi analisar a trajetória e vivências dos (as) professores (as) diante das práticas de arte-educação, na perspectiva da educação do sensível, realizadas pela OPA e investigar de que forma estas vivências reverberam nos processos formativos dos (as) envolvidos (as). A pesquisa traz uma abordagem qualitativa e método de investigação colaborativo com inspiração no estudo de caso. Para a construção dos dados foram organizadas sessões reflexivas e entrevistas semiestruturadas com os (as) professores (as) da ONG – sendo eles (as) ex-alunos (as) da instituição. Para interpretação dos dados utilizamos a análise do conteúdo na perspectiva de Bardin (2009). É uma pesquisa de característica multirreferencial por reconhecermos a complexidade e a ambivalência do lócus pesquisado. Este estudo ancora-se, teoricamente, na arte-educação como aponta Duarte Júnior (1988; 2000; 2012), em processos formativos, de acordo com Freire (1993; 1996; 2004) e na análise dos dados discutimos com Maffesoli (1996; 1998; 2010) na busca da compreensão sobre o ser da socialidade que compõe a OPA. Fruto dos dados da pesquisa e na busca do agir colaborativo, fizemos um levantamento sobre a necessidade de realizar formações com os (as) envolvidos (as) com a instituição e a partir das “vozes” que emergiram no caminhar da pesquisa. Nessa perspectiva, construímos a proposta Piloto em diálogo com os (as) participantes da pesquisa para a construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) da OPA, onde buscaremos organizar as atividades realizadas pela instituição, promovendo formações e parcerias que possam colaborar com o fortalecimento da rede e contribuir com as demandas existentes na ONG. Dessa forma, buscamos firmar parcerias com instituições já existentes nas esferas federal, estadual e municipal (CRAS, CREAS, Juizado de Menores, Secretarias de: Saúde; Assistência Social; Educação, Cultura e Esporte, dentre outras) para que elas possam tornar-se possíveis colaboradores e coparticipantes da OPA.
- Item(Auto)biografias de professoras: indagações sobre a identidade da escola do campo(2021-11-21) Carneiro, Flávia Amâncio; Ferreira, Maria Jucilene Lima; Pinho, Maria José Souza; Carvalho, Sandra Maria Gadelha de; Marques, Tatyanne GomesO texto problematiza a identidade da Escola do Campo, a partir das narrativas (auto)biográficas de professoras que atuam nas Escolas do Campo: Escola Municipal José Lopes Araújo e Colégio Estadual João Carneiro, do povoado de Vila Carneiro em Conceição do Coité- Bahia. O estudo foi desenvolvido na perspectiva do Materialismo Histórico-Dialético, considerando as seguintes indagações: Como as professoras receberam e se relacionaram com a mudança da identidade da escola para a Educação do Campo? E que relação as educadoras estabelecem ou estabeleceram com as Lutas Sociais camponesas e como isso se reverbera no trabalho pedagógico? Objetivouse compreender como as professoras receberam e se relacionaram com a mudança da identidade das referidas escolas para a Educação do Campo, bem como examinar a relação estabelecida pelas professoras com os Movimentos Sociais Populares do Campo, pois entende-se que esta relação implica na forma como as professoras atuam em relação a sua própria vida e no mundo. Os procedimentos metodológicos pautaram-se na abordagem (Auto)biográfica, com entrevista narrativa, para a análise posterior. Os resultados apontam que as professoras consideram a identidade das escolas fragilizada, do ponto de vista da percepção da Educação do Campo e, na mesma medida, evidenciam potencialidades para o fortalecimento desta identidade quando questionam o material didático utilizado pela escola, quando reconhecem a importância dos Movimentos Sociais Populares do Campo, quando demonstram relação de afeto e pertencimento com o próprio Campo. Há falta de formação específica sobre o Projeto da Educação e ausência de vinculação da docência com a agenda política dos Movimentos Sociais Populares do Campo. Conclui-se afirmando que acabe a cada um de nós, alinhar forças, criar estratégias de luta, "freiriar" e "esperançar" para romper os discursos "necropolíticos" e a partir daí, pensar um novo mundo possível.
- ItemO brincar e as diferenças: escrevivências (auto)formativas com professores(as) na Brinquedoteca Criação(2021-02-08) Santos, Luciana Lima dos; Oliveira, Iris Verena Santos de; Barbosa, Licia Maria de Lima; Santos, Luciene SouzaA pesquisa apresenta narrativas acerca da cultura do brincar e do processo de (auto)formação de professores/as brincantes, a partir da intersecção entre raça, gênero e classe. Para isso, aciono minhas escrevivências, entrelaçando as memórias da infância; trajetória escolar; formação acadêmica; experiências profissionais, que fundamentam a formação docente. O lócus da pesquisa é a Brinquedoteca Criação, que fica situada no Campus XI, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, localizada no município de Serrinha-Ba. A Brinquedoteca atua como espaço de ensino, pesquisa e extensão universitária, desse modo, os/as participantes são professores/as, estudantes egressos/as do curso de Pedagogia da Universidade, que atuaram como estagiários na Brinquedoteca. O estudo teve como objetivo investigar a cultura do brincar, evidenciando atravessamentos interseccionais, a partir das narrativas experienciais dos/as professores/as, com as seguintes questões norteadoras: como a brinquedoteca universitária pode contribuir para a formação de professores brincantes e suas experiências (auto)formativas? Como a cultura do brincar é atravessada pelas relações de raça, gênero e classe? A pesquisa fundamentou-se nos princípios metodológicos da abordagem qualitativa; da (auto)biografia, tendo a escrevivência como estímulo à construção das narrativas dos/as professores/as. A pesquisa prevê a organização de um e-book, com a finalidade de disseminação da produção de saberes apresentados e/ou construídos, partindo desta pesquisa. Nesse sentido, a proposta de intervenção fomenta a (auto)formação de professores/as brincantes, proporcionando outros olhares, outros deslocamentos, apontando para uma estética sobre o brincar e as diferenças, assim como para uma educação antirracista; antissexista; de desenvolvimento social; de produção de saberes e que, assim, contribua para a construção de conhecimento, tanto na universidade, quanto nas escolas de Educação Básica.
- ItemCartas escreviventes – Giras de Escrevivências: modos de escrever, modos de viver maternidades/maternagens negras e universidade no Sertão baiano nordestino.(Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-22) Queiroz, Marilene dos Santos; Silva, Zuleide Paiva da; Oliveira, Iris Verena Santos de; Barbosa, Lícia Maria de Lima; Rodrigues, Mariana Borelli; Macedo, Márcia dos Santos“São os sonhos de dignidade dos nossos ancestrais que nos sustentam!”. Seduzida por este chamado de Conceição Evaristo, tomo esta pesquisa como uma convocação de vida, buscando rasurar as narrativas que tomam nossas vidas como fracasso. Nessa sintonia, trago enquanto objetivo, um assuntar escrevivente em torno dos atravessamentos e travessias das maternidades/maternagens negras e suas intersecções na vida e trajetória de estudantes, mães, da Universidade do Estado da Bahia – UNEB campi XI (Serrinha) e XIV (Conceição do Coité), do/no Território de Identidade do Sisal (TISisal) Sertão baiano e nordestino. O mesmo se desdobra no desejo de assuntar, prosear e aprontar modos de viver, modos de escrever maternidades/maternagens negras sertanejas/interioranas, bem como, suas travessias com/na universidade; e, matutar sobre as existências de mulheres mães na universidade, ao tempo em que, se forja espaços universitários mais acolhedores. Uma pesquisa que evoca as “escrevivências” como operador teórico-metodológico, acionando as epistemologias feministas com inspiração nos feminismos negros e tomando a “interseccionalidade” como princípio. No percurso de intervenção/produto, proposto pelo Mestrado Profissional em Educação e Diversidade - MPED, assume as “Giras de Escrevivências enquanto miragem metodológica do encontro”, bebendo na fonte das “Pedagogias Feministas” e tomando a “Conversa” enquanto dispositivo deste acontecer. Brotando nesta travessia, a RedeUNEB MãEscrevivendo responsável pelo aflorar das cartas. A intenção desse texto, que se revela em cartas, não é analisar a narrativa destas estudantes mães, mas trazer um tecer de escrevivências feito de dentro do jogo da vida, de modo que, possamos criar histórias no espaço do silêncio, como nos aponta Saidiya Hartman. Cartas escreviventes que se forjam em Giras de Escrevivências, escritas por mim e por elas, mas emaranhadas por muitas. Apostamos em escreviver no espaço do silêncio, ao qual nós, estudantes mães, somos relegadas, como uma possibilidade de existir. Escritas como uma maneira de reparar a nós e aquelas que foram/são portais para estarmos onde estamos. Apostamos em colocar por entre os corredores da universidade, uma experiência que é minha, que é nossa, mas que também é da tia, da vó, da bisa, da mãe, da madrinha, das mulheres, das/dos ancestrais e de um povo. Uma pesquisa que convocou memórias vivas e ancestrais, convocou agenciamentos coletivos e encontros, convocou as travessias de estudantes mães do interior. Trata-se de uma conversa de terreiro, de calçada, mas também uma conversa virtual. São retalhos de vida, “aió de memória”, no/do TISisal. Habitando a curva, em aliança com muitas vozes, vamos construindo histórias do possível; um convite para prosear, aprontar, assuntar, matutar, discordar, assustar, povoar momentos outros.
- ItemCenas de ficção e desejo: cartografando os traços do currículo-desejante cemeviano(2024-03-27) Silva , Albert Henrique de JesusA presente pesquisa aciona um currículo em movimento a partir do território existencial do Centro Municipal de Educação de Valilândia (CEMEV), isto é, um currículo-desejante coexistente com as performances/improvisações da negritude cemeviana. Desejo, neste contexto, mobiliza-se enquanto produção, excesso, criação de mundos outros. Logo, um currículo-desejante se manifesta em sua não-localização, acontecimento que estar-sendo experimentado por personagens negros cemevianos como um meio de rasurar uma concepção ontológica/epistemológica de sujeito moderno-colonial. Para isso, busco acionar uma cartografia dos rastros deste currículo-desejante, manifestadas por meio dos rabiscos e borrões produzidos nas paredes brancas do CEMEV e que se estendem por todo o seu território físico-existencial. A cartografia, neste cenário, é produzida por linhas de fuga que estão em constante movimentação, ou seja, os rabiscos nas paredes dos banheiros, salas de aula, cadeiras, mesas e muros da escola que se conectam, num movimento ficcional/imaginativo, com as movimentações dos personagens cemevianos por estradas de chão e espaços físicos do território de Valilândia. Deste modo, uma cartografia que rompe com uma lógica representacional da linguagem, desvirtuando o movimento interpretativo e, por isso, criando os seus próprios conceitos. Em suma, trata-se de questionar uma noção de humanidade que coloca o homem branco num lugar confortável, enquanto os corpos negros estão delegados a uma não-humanidade/não-ser, fora de uma concepção ontológica de ser humano. Logo, manifestam-se performances que encenam um mundo para além deste que conhecemos por meio do movimento de ficcionar/inventar mundos outros, mundo negro. Para isso, tenciono um diálogo entre o pensamento de Deleuze e Guattari, visando mobilizar conceitos de uma filosofia da diferença/esquizoanalítica e o pensamento negro radical, sensibilizando os escritos estético-políticos de Fred Moten, Denise Ferreira da Silva e Frank Wilderson III. Por fim, proponho acionar a fotografia dos rastros do currículo-desejante como meio de ficcionar mundos e produzir outros modos de existência.
- ItemConfabulações professorais de docentes gays(2022-05-19) Oliveira, Yuri Barbosa Martins de; Silva, Zuleide Paiva da; Santos, Matheus Araújo dos; Rios, Pedro Paulo Souza; Araújo, Ivanildo Amaro deO presente estudo tem objetivado discutir, a partir dos discursos de cinco professores gays da escola básica de municípios localizados no Território do Sisal (Serrinha, Conceição do Coité e Valente), sobre suas experiências como sujeitos homossexuais e das implicações subjetivas que tais reflexões interpelam para produzir suas professoralidades. Essa dinâmica de reflexão proporcionada pelo estudo produz-se enquanto movimento iniciático no Programa de PósGraduação em Educação e Diversidade (PPGED), lotado na Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV, em Conceição do Coité, uma vez que poucos estudos evidenciam as sexualidades na constituição das docências de professores homossexuais. Frente a isso, a pesquisa enveredou-se pelos estudos de gênero, sexualidade e homossexualidade, cujo percurso teórico-metodológico foi constituído pela perspectiva pós-estrutural. Com base em suas enunciações, pude compreender as formas pelas quais esses docentes vão forjando suas professoralidades e de como as relações de poder, intrínsecas no confinamento familiar e nos ambientes profissionais em que trabalham, implementam uma série de negociações no que diz respeito às suas sexualidades ao demarcarem desqualificações profissionais e pessoais desses sujeitos baseadas no estigma histórico. Entendo que as pressuposições que circundam as histórias de vida dos professores pesquisados salientam a importância do estudo justamente por mobilizarem desconstruções sobre gênero e sexualidade compreendidos pelo espectro heteronormativo vigente. Em vista disso, no processo de imergir no campo e buscar informações que servissem de base para as problematizações necessárias, lancei mão do dispositivo metodológico Grupo de Experiência Docente em Gênero e Sexualidade (GEDGS), no qual compactuou de modo ímpar para trazer à tona discursos que nos levassem a discutir as normas de gênero e sexualidade impostas a esses docentes, da infância e adolescência até sua vida adulta, demonstrando o corolário de subjetivações correlacionadas a essas imposições. Foi possível inferir, em suma, que os professores mostraram experienciações de modos de vida diferentes, apesar das muitas semelhanças, produzindo assim confabulações professorais a fim de refletirmos práticas curriculares e sociais implicadas com nossas condições sexuais. O estudo, ademais, pode ser um espectro avaliativo em que cada um teve a oportunidade de ponderar sobre a vida vivida ao capturar modos de desfazimento de si para pensar outras configurações de ser professor, permitindo-se vivenciar uma docência em sua processualidade, cuja ação mostra que professoralidade e sexualidade são elementos indissociáveis.
- ItemCorpo tecnológico: uso criativo das tecnologias digitais de informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem(2020-10-29) Ferreira, Gerinaldo Santos; Rego, Adriano Eysen; Xavier, Raimundo Claudio; Amorim, Ricardo José Rocha; Cordeiro, Marcia de FreitasNo mundo atual, de constantes transformações, as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) têm sido relevantes no processo formativo dos sujeitos. Nesse sentido, esta pesquisa abordou sobre a imersão do corpo contemporâneo, que detém os meios de informação e comunicação como extensão de sua presença no mundo, em situações e contextos tecnológicos, onde a sala de aula pode contribuir na construção de um ambiente criativo e interativo, motivando docentes e discentes à produção de conhecimentos. Dessa forma, questionamos: como potencializar a participação de estudantes e professores(as), enquanto dimensão de corpo tecnológico contemporâneo, na realização de atividades cotidianas de sala de aula, promovendo o uso criativo das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação? Teve como objetivo compreender como a imersão do corpo tecnológico contemporâneo, a partir da construção e uso criativo e colaborativo de objetos de aprendizagem, pode potencializar o envolvimento de estudantes e professores(as) do Ensino Fundamental II, do Colégio Estadual Antônio Bahia, do município de Conceição do Coité-BA, com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, em atividades cotidianas de sala de aula. Para tanto, adotamos como metodologia a abordagem qualitativa (MINAYO 2002; PRODANOV e FREITAS, 2013), do tipo colaborativa (IBIAPINA, 2008), fundamentada no Interacionismo Simbólico (BALDANZA e ABREU, 2011), com a utilização das técnicas de levantamento de dados: o questionário, a observação participante e a entrevista estruturada com relatos de experiência. Como produto final, foi desenvolvido um site, onde foram disponibilizados os Objetos de Aprendizagem produzidos pelos(as) colaboradores(as) da pesquisa fim de serem compartilhados como recursos pedagógicos e estudos acerca das tecnologias digitais na realização de atividades em sala de aula. Esta pesquisa possibilitou-nos compreender que a imersão do corpo tecnológico contemporâneo, a partir da construção e uso criativo e colaborativo de objetos de aprendizagem, apresenta-se como oportunidade para reconhecimento desse corpo e suas potencialidades com a utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação em atividades cotidianas de sala de aula. Em suma, queremos ressaltar que este estudo promoveu um maior envolvimento de estudantes e professores(as) para o uso criativo e colaborativo das TDIC no processo de ensino e aprendizagem.
- ItemCorpos e currículos que se proliferam: o flagrante delito da criação(2021-09-13) Melo, Maria Cristina Araújo de; Jesus, Rosane Meire Vieira de; Lima, Jamille da Silva; Sá, Maria Roseli Gomes Brito de; Pimentel Júnior, ClívioEsse texto apresenta a pesquisa “Corpos e currículos que se proliferam: o flagrante delito da criação”, que busca compreender como corpos curriculantes e dissidentes sexualmente em aliança podem negociar um projeto de currículo radicalmente democrático e plural. As questões que orientam esta investigação são: como os aparatos regulatórios presentes nos atos de currículo relacionam-se com a agência dos corpos curriculantes? Como as reivindicações corpóreas não verbais deslocam o ideário de normalização/padronização dos corpos? Como o entrelaçamento plural entre corpos curriculantes agencia a deslegitimação das políticas de currículo hegemônicas? Explora as relações imbricadas entre currículo e sexualidades dissidentes e propõe-se a pensar o currículo para além de reproduções de modelos ontológicos e gnosiológicos historicamente legitimados no mundo ocidentalizado, animando-se a ler as performatividades curriculantes como corpo inventivo capaz de criar espaços, reconhecidamente, hibridizados, radicalmente democráticos e plurais. O paradigma epistemológico é pós-estrutural com referência nos estudos de Derrida (2014) e de Laclau e Mouffe (2015). A abordagem metodológica é pós-qualitativa subsidiada pelo dispositivo de pesquisa Grupo de Experiência. A Análise de Informações é realizada através do conceito de imagem-fábula de Deleuze (2005). A pesquisa é desdobrada em um projeto de intervenção intitulado “Intervenção: fabulações de um currículo radicalmente democrático e plural" que visa fomentar, através de corpos curriculantes e sexualmente dissidentes, a criação de um currículo radicalmente democrático e plural.
- ItemCotidiano e experiências da juventude negra: conversas com estudantes do Colégio Estadual de Bandiaçu(2022-02-21) Santos, Geniclécia Lima dos; Oliveira, Iris Verena Santos de ; Silva, Ana Lúcia Gomes da; Eugênio, Benedito Gonçalves; Sampaio, Carmen Diolinda da Silva SanchesEsta dissertação propõe-se a dialogar com experiências estudantis no cotidiano do Colégio Estadual de Bandiaçu, com o intuito de ampliar a visibilidade das mesmas, dentro e fora do espaço escolar. Ao se propor a ampliar a visibilidade da atuação estudantil, a pesquisa identifica as escolas públicas como lugares carregados de vida e experiências. A partir de narrativas estudantis sobre o cotidiano do Colégio Estadual de Bandiaçu (CEB), foi possível problematizar as significações dadas à escola, como espaço de afetos, sociabilidades e tensões, especialmente quando são consideradas as experiências de estudantes negros. A partir desses olhares, buscamos pensar de que maneira atuar no CEB pode auxiliar na visibilidade das experiências estudantis e como a ação interventiva, guiada por plataformas digitais, contribui para que a comunidade escolar torne o ambiente educativo um espaço que assume essas experiências, como práticas e saberes importantes e de formação para toda a comunidade escolar. Nesse intento, utilizamos a categoria cotidiano, a partir da perspectiva de Michel de Certeau (1998), por seu espírito inconformista e perspicaz; ainda, na interação com a experiência, partimos das compreensões de Jorge Larrosa Bondía, pois a sua postura nos permitiu encarar nossas conversas e escrita de maneira que possamos viver e não apenas sobreviver. Quanto ao trato da juventude negra, Sílvio Almeida (2019), Conceição Evaristo (2020), Franz Fanon (2008), Nilma Lino Gomes (2018/2019) e diversas intelectuais negras foram fundamentais para a conversa com esses sujeitos, a partir de suas potencialidades. Por outro lado, as conversas entrelaçadas pelos próprios/as estudantes negros e negras do CEB, além de impulsionarem essa investigação/formação, apontaram para nuances da relação com a escola, reconfiguradas no contexto da pandemia de COVID-19. O afastamento do espaço físico possibilitou um olhar crítico e complexo sobre as experiências escolares, indicativo de necessidades que não são atendidas, ao tempo em que permitiram pensar o cotidiano em meio aos dilemas da educação, com mediação tecnológica. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa propõe uma rasura nos pressupostos da pesquisa qualitativa, ao eleger a conversa como método e dispositivo metodológico, na tentativa de seguir por vias de aberturas, não fechamentos (SAMPAIO; RIBEIRO, 2018). Além disso, por se tratar de um mestrado profissional em educação, a pesquisa apresenta, como proposta interventiva, a continuidade das conversas com o corpo estudantil do Colégio, visando à construção coletiva do Instagram do CEB, que será concebido como resultado/produto educacional. A movimentação dessa rede social terá o intuito de publicizar e encantar outras pessoas para tudo aquilo que já acontece em nossas escolas e estimular novas ações, principalmente no tocante às experiências estudantis.
- ItemCurrículo de educação do campo: negociações na perspectiva da diferença(2021-12-13) Silva, Crisley Jamile Araújo da; Jesus, Rosane Meire Vieira de; Ferreira, Maria Jucilene Lima; Pimentel Júnior, Clívio; Almeida, Verônica DominguesEsta pesquisa tem por objetivo compreender como acontecem as negociações curriculares entre objetos/atores curriculantes do Centro Estadual de Educação Profissional do Campo Paulo Freire, localizado no município de Santa Luz - Bahia, unidade escolar de Ensino Médio integrado à Educação Profissional, da modalidade de educação do campo, no que concerne à perspectiva da diferença. Traz como questões norteadoras: (I) como se constrói o campo discursivo curricular da educação do campo na unidade escolar? (II) como docentes e estudantes se reconhecem nesta instituição escolar do campo? (III) como os objetos/atores curriculantes integram/negociam o currículo instituído com o currículo instituinte, praticado e vivido neste espaço-tempo de negociação? (IV) como objetos/atores curriculantes significam os significantes “sujeito”, “curriculo”, “identidade” e quais os deslocamentos atravessam as concepções acerca da educação do campo? No seu horizonte ontoepistemológico, o estudo filia-se ao paradigma pós-estrutural, com abordagem pós-qualitativa de St. Pierre. Utiliza-se das bases conceituais de Derrida para compreensão da filosofia da diferença, da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe para compreensão do campo discursivo, Lopes e Macedo e Macedo para compreensão de currículo. Na ontometodologia, utiliza o Grupo de Experiência - GE de Oliveira e Jesus como dispositivo de pesquisa, adaptando-o para Grupo de Experiência, Discurso e Diferença – GEDD. A análise de informações é basilarmente construída através de Laclau e Mouffe, para constituição dos resultados que apontam para compreender que a “Educação do campo” se constitui e se apresenta como ponto nodal onde diversos elementos são articulados na tentativa de uma hegemonia curricular e que os objetos/atores curriculantes reúnem praticas articulatórias em cadeias de significação para sustentar uma hegemonia curricular ao atribuir significados aos significantes: sujeito, identidade e currículo.
- ItemCurrículo, professoralidades e sexualidades(2019-07-12) Almeida, Maria Goretti Ramos de; Jesus, Rosane Meire Vieira de; Pimentel Júnior, Clívio; Silva, Zuleide Paiva daEste texto apresenta o Projeto de Intervenção denominado Grupo de Experiência Docente (GED) a ser proposto aos docentes da rede Estadual de Conceição do Coité. Dentro desse espaço formativo, o GED tratará das negociações docentes com os atravessamentos no currículo das questões de gênero e sexualidades. Seu referencial principal é diferença ou différance. (DERRIDA, 2014) Esse conceito cruza as perspectivas de currículo como lugar de enunciação e negociação entrelaçado pela rede de saber e poder (MACEDO, 2006a; 2006b; 2010; 2014; 2017; 2018), a discussão de sexualidades e gênero como performatividade (BUTLER, 2017a; 2017b; 2017c; 2017d; 2018) e professoralidades (PEREIRA, 2016). Na intinerância para o planejamento do Projeto de Intervenção, realizou-se uma pesquisa científica abordando o problema: como os docentes da Educação Básica das redes Municipal e Estadual de Conceição do Coité agenciam subjetividades nas negociações curriculares diante de performatividades que envolvem corpo, gênero e sexualidades? Para a produção de dados e informações desta pesquisa, foi acionado o Grupo de Experiência (OLIVEIRA; JESUS, 2018) que coaduna três elementos: a arte gadameriana, a experiência e o cotidiano escolar. A análise dos dados e a produção de informações foram norteadas pela hermenêutica de Hans- Georg Gadamer (2015). As informações obtidas a partir das narrativas dos docentes de suas experiências e de seus referenciais teóricos sobre as questões tratadas durante o Grupo de Experiência potencializaram a proposta desse Projeto de Intervenção, sobretudo, quando parte dos próprios docentes pesquisados a sugestão da continuação do grupo de experiência mantendo a discussão sobre as questões das sexualidades e gênero.
- ItemCurrículo-encruzilhada na EJA: trilhas de processos educativos estudantis(Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-25) Fragoso, Rafaela de Fátima Santana Mota; Oliveira, Iris Verena Santos de; Ferreira, Maria Jucilene Lima; Silva, Paulo de Tássio Borges daO presente estudo, desenvolvido nas turmas de Educação de Jovens e Adultos do Colégio Estadual do Açudinho em Conceição do Coité na Bahia, teve como intuito compreender a maneira como o currículo produzido a partir da atuação das/os estudantes da EJA, na encruzilhada entre os seus saberes e as práticas escolares, impacta o cotidiano escolar, intencionando o desenvolvimento de ações que procurem visibilizar as suas construções culturais. Embasaram teoricamente esta pesquisa as autoras Iris Verena Oliveira, Elizabeth Macedo e Alice Casimiro Lopes, com as quais foi realizado um diálogo entre os seus saberes e as discussões apresentadas no âmbito do currículo, conhecimento e seus deslocamentos. E para pensar nestes deslocamentos, principalmente no que diz respeito ao conhecimento que, nesta perspectiva, perde a sua centralidade no currículo, foi adotada a noção de Encruzilhada como operador conceitual, baseando-se nas ideias de Leda Martins. Esta investigação teve como operador teórico-metodológico as “Escrevivências”, conceito cunhado por Conceição Evaristo, que serviu de ferramenta de estudo, acionando a conversa como forma de compartilhamento de experiências e informações de si, narrativas que dão corporeidade às histórias de vida, não representando apenas um único eu, mas as histórias de muitas. A partir de todo o processo investigativo foi possível perceber a complexidade que forma as nossas turmas de EJA e toda a diferença que se apresenta, além da riqueza de aprendizagens que acontecem todos os dias nas escolas noturnas para além do que é registrado nos diários escolares. Assim, como fruto de toda a investigação, foi elaborado o produto da pesquisa, o projeto pedagógico interdisciplinar “Escrevivendo na EJA”, que diante de tantas vivências atravessadas pelo gênero e racialidade, se propõe a pensar sobre como a produção de autoras negras pode impactar as práticas educativas na EJA.
- ItemDo campo ao campus: condição de permanência estudantil na universidade(Universidade do Estado da Bahia, 2023-09-21) Rios, Valdimécia Maria Mota; Jesus, Rosane Meire Vieira de; Ferreira, Maria Jucilene Lima; Maraux, Amélia Tereza Santa RosaEste relatório técnico apresenta uma pesquisa concluída que se propôs a analisar e contribuir com estratégias para melhorar a permanência de estudantes oriundos do campo nos cursos de graduação do Departamento de Educação - DEDC - Campus XIV. O objetivo principal foi investigar os desafios enfrentados por esses estudantes ao longo de sua trajetória na graduação. Os objetivos específicos incluíram a análise do papel social das universidades no Brasil, a exploração da questão da permanência estudantil nas universidades brasileiras e a compreensão dos conceitos relacionados aos povos do campo e à itinerância acadêmica. A pesquisa adotou uma abordagem metodológica baseada no Materialismo Histórico Dialético – MHD, permitindo uma análise profunda e abrangente de um fenômeno social. Ela incorporou tanto métodos quantitativos quanto qualitativos, incluindo a revisão bibliográfica de autores relevantes, como Arroyo (1998); Caldart (1999; 2004); Freire (1985; 2004; 2011); Ribeiro (1982); Santo (2020), entre outros. Como parte da pesquisa, foram utilizados dispositivos para analisar as dificuldades, desafios e expectativas dos estudantes, além de revisar documentos relacionados à vida universitária, como Editais, Projetos de cursos e dados dos alunos, obtidos por meio do sistema SAGRES. O resultado final foi a produção de um relatório técnico que documentou a história da permanência universitária no Departamento de Educação - Campus XIV. Este relatório técnico serve como base para análises futuras e a elaboração de planos de ação destinados ao público do campo, visando melhorar a experiência acadêmica e a permanência desses(as) estudantes na universidade. Portanto, esta pesquisa objetiva fornecer subsídios para intervenções concretas e eficazes na promoção da permanência exitosa dos(as) estudantes oriundos/as do campo nos cursos de graduação do Departamento de Educação - Campus XIV
- ItemE agora, escola? Desafios de uma gestora na luta por uma educação antirracista.(Universidade do Estado da Bahia, 2023-09-28) Costa, Valdemara Souza de Oliveira; Oliveira, Iris Verena Santos de ; Silva, Paulo de Tássio Borges da; Leal, Ione Oliveira Jatobá; Pereira, Isabelle SanchesEsta pesquisa versa sobre as escrevivências na gestão escolar, pela luta pela educação antirracista. Trata-se de um anseio que nasceu no contexto de uma escola pública estadual, localizada no Território do Sisal e se estende para outras escolas do território através da conversa com professoras e gestores/as e para além do estado da Bahia, a partir de conversas virtuais na Rede Combinamos de Escreviver, ampliando o lócus virtual da pesquisa para profissionais de educação para Rio de Janeiro e São Paulo. Seu principal objetivo foi compreender como docentes e gestores/as escolares se mobilizam em prol de uma educação antirracista no cotidiano escolar. O presente estudo assume a conversa como metodologia de pesquisa (Sampaio; Ribeiro, Souza, 2018), faz a leitura do genocídio da juventude negra acionando o conceito de necropolítica (Mbembe, 2020), discute racismo a partir de Silvio Almeida (2019) e Franz Fanon (2020), enquanto o debate sobre currículo e educação antirracista é fundamentado nos estudos de Iris Verena Oliveira (2019; 2022) Esta pesquisa teve como operador teórico e metodológico as "escrevivências” de Conceição Evaristo (2020), que permitiram narrar minhas vivências como professora e gestora, ao tempo em que exerci a “escrita de nós” em diálogo com profissionais de educação da Rede Combinamos de Escreviver e com gestoras do Território do Sisal. Esta pesquisa foi direcionada para o modo como gestores/as e docentes são afetados/as pelas questões étnico-raciais nas escolas, reconhecendo o papel da escola como braço do Estado na produção da necroeducação (Costa; Martins; Silva, 2020). Entre gestores/as prevaleceu o silenciamento e a estratégia de mudar de assunto, nos diálogos sobre racismo, o que foi compreendido como uma fuga das dores que o mesmo provoca. Já as/os docentes pesquisadas/os demonstraram maior envolvimento com a questão, descrevendo ações que já acontecem em suas escolas e a importância da parceria para isso, o que lhes fez aceitar o desafio de compor a Rede Combinamos de Escreviver. A proposta de intervenção ocorreu a partir da conversa mobilizada por cartas entre gestoras, o que possibilitará a construção da coletânea com os textos ficcionais, que serão produzidos no último encontro, apontando para possibilidades de fabular outros futuros possíveis, para a juventude negra (Hartman, 2022).
- ItemEducação antirracista em escolas do sertão de Itaparica – PE: narrativas autobiográficas de professores e professoras de história(2021-02-23) Araujo, Jussara Santana; Oliveira, Iris Verena Santos de; Silva, Ana Lucia Gomes da; Santos, Ana Maria Carvalho dosNesta dissertação, defendo o uso das narrativas autobiográficas como possibilidade de formação do professor e da professora de História do Sertão de Itaparica/PE, para uma educação antirracista, na perspectiva da diferença. A pesquisa teve a intenção de contribuir para o debate sobre autoformação como estratégia de formação continuada (CARVALHO, 2008), (PEREIRA, 1996), problematizando o entendimento clássico de autobiografia e o deslocamento para o conceito de “otobiografia” DERRIDA (2009), para discutir narrativas autobiográficas como dispositivo formativo a partir da escrita de si (PIMENTEL JUNIOR, 2019), (BUTLER, 2017). Abordo a educação antirracista e as relações étnico-raciais na escola (GOMES, 1996, 2017), (MUNANGA 1994, 2004), (BARROS, 2015), tendo como esteio, o conceito de diferença (DELEUZE, 2000, 2002). As narrativas autobiográficas de professores e professoras que atuam em escolas do Sertão de Itaparica são usadas, neste estudo, como recurso metodológico para análise dos relatos e produção desta dissertação, com o objetivo usar as trajetórias dos(as) docentes e o seu processo de formação. Usei como método, as narrativas autobiográficas através da escuta e das escritas de si, na interlocução com um grupo de professores e professoras de História na Educação Básica. Como resultado, o conjunto dessas narrativas serviu de base para análise e discussão sobre a autoformação como possibilidade de formação docente numa educação antirracista.
- ItemEducação física escolar e cultura digital: seguindo rastros de estudantes na construção colaborativa de exergames(2020-06-03) Silva, Everton Renan da Cunha Moreira; Anecleto, Úrsula Cunha; Xavier, Raimundo Cláudio Silva; Santos, Matheus Araújo dos; Storto, Letícia JovelinaCom o desenvolvimento das Tecnologias Digitais, surgem novas experiências interativas, como os exergames (EXG), possibilitando o movimento corporal e ampliando o desafio para o ensino da Educação Física. Ao considerar que a sociedade se transforma em virtude dessas tecnologias, investigar e refletir sobre as ações que acontecem na rede no momento em que os estudantes constroem os EXG foi o caminho que escolhemos percorrer. Desse modo, tem-se como objetivo geral cartografar as associações realizadas pelos estudantes na construção colaborativa dos EXG, através da análise dos movimentos realizados na rede, apoiando-se nos fundamentos conceituais e metodológicos da Teoria Ator-Rede (TAR). Como enfoque para o estudo, baseamo-nos em fundamentos conceituais e metodológicos da TAR, que busca identificar as associações entre os atores na rede e desenhar suas ações. Como locus da pesquisa, elegemos o Colégio Estadual Wilson Lins, sendo os sujeitos 10 alunos do 1º e 3º anos do Ensino Médio. O estudo analisou as informações construídas por meio das oficinas de produção de games, o que reverberou no mapa das associações do percurso de navegação dos estudantes no ciberespaço. As atividades foram realizadas em grupo, incentivando a aprendizagem colaborativa entre os estudantes. Para o registro dessas ações e construção de informações, utilizamos como dispositivos o diário de campo, o programa Camtasia Studio de captura de tela das ações executadas no computador e o questionário online, respondido pelos estudantes ao final das intervenções. Como produto, elaboramos um Projeto Pedagógico com a finalidade de subsidiar, na escola locus, a implementação de um laboratório de produção de games, ampliando, assim, as itinerâncias dos sujeitos no ciberespaço. Enquanto resultados da pesquisa, percebemos que os estudantes conseguiram relacionar a experiência de construção dos EXG ao se-movimentarem no ciberespaço, dando sentido ao movimento corporal, objeto de ensino da Educação Física enquanto componente curricular, emergindo, assim, cartografias das associações consideradas complexas. Nesse sentido, os estudantes, sujeitos da (in)formação, ao consumirem as informações disponibilizadas no ciberespaço se fizeram como mediadores ao refletirem criticamente sobre elas e transformá-las, colaborativamente, em conhecimento materializados pelos EXG.
- ItemEducação profissional do campo: contribuições para a organização do trabalho pedagógico no centro estadual de educação profissional do Campo Paulo Freire- Santa Luz / BA.(2020-10-29) Silva, Elcione de Araujo; Ferreira, Maria Jucilene Lima; Araújo, Sandra Regina Magalhães de; Lima, Antônio Almerico BiondiEsse trabalho utiliza a compreensão da Organização do Trabalho Pedagógico (OTP) e a Educação Profissional do Campo no Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) do Campo Paulo Freire - Santaluz/ Ba. Em vista disso, questionase como a Organização do Trabalho Pedagógico contribui para os processos formativos na Educação Profissional do Campo no CEEP- CAMPO PAULO FREIRE? Dessa maneira, objetiva-se analisar as contribuições da Organização do Trabalho Pedagógico na perspectiva da Educação do Campo, com vista à elaboração de um plano de intervenção pedagógica no Centro Estadual de Educação Profissional do Campo Paulo Freire. Os pressupostos teóricos que subsidiam este trabalho são: Caldart (2010, 2012) e Ferreira (2012, 2015) que engloba Educação do Campo, Pistrak (2000, 2009), Manfredi (2002) Frigotto (2009) os quais discutem Educação Técnica e Profissional na perspectiva da politecnia e Freitas (1994) a Organização do Trabalho Pedagógico. A metodologia trouxe uma abordagem qualitativa, por meio da pesquisa-ação, com vistas a identificar as proposições teórico metodológicas do planejamento coletivo dos docentes do CEEP - Santaluz/Bahia a partir de oficinas formativas, tendo em vista a compreensão da Educação Profissional na perspectiva da Educação do Campo. O lócus da pesquisa é o Centro Estadual de Educação Profissional do Campo Paulo Freire em Santaluz/Ba e os sujeitos os professores (licenciados, Bacharéis e Tecnólogos) da referida escola. Os instrumentos da pesquisa: observação, questionários e oficinas formativas, elaboradas com/para os próprios professores do CEEP. Os resultados dessa pesquisa foram os Planejamentos Coletivos da Educação Profissional do Campo, produto dessa pesquisa, que foram elaborados pelos professores como uma proposta interdisciplinar, através da Organização do Trabalho Pedagógico (OTP) e dos princípios da Educação do Campo nessa instituição de ensino. Compreende-se, portanto, que o planejamento e trabalho coletivo são práticas essenciais da Organização do Trabalho Pedagógico e contribuem para processos formativos na Educação Profissional do Campo.