A leitura e a escritura como experiência do devir no processo de ressignificação das identidades e da diferença dos(as) estudantes de Ensino Médio.
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Resumo
Este estudo propõe compreender a função da leitura e da escritura como experiência do devir no processo de ressignificação das identidades e da diferença dos(as) estudantes de Ensino Médio. Nesse aspecto, percebemos que nenhuma escritura é neutra, já que há sempre uma motivação, um reflexo das identidades, da diferença, das multiplicidades e dos investimentos libidinais do(a) autor(a) e do(a) leitor(a) do discurso. Sendo assim, partimos do seguinte questionamento: de que maneira a leitura e a escritura como experiência do devir podem contribuir com o processo de ressignificação das identidades e da diferença dos(as) estudantes de Ensino Médio? Trata-se de uma pesquisa qualitativa de base colaborativa e conta com a participação de um(a) gestor(as), um(a) coordenador(a) pedagógico(a), três alunos(as) e quatro professores(as) de Língua Portuguesa do Ensino Médio no Colégio Polivalente de Conceição do Coité/BA, cidade situada no Território do Sisal no semiárido baiano. Para melhor fundamentarmos as discussões acerca do objeto de estudo, dialogamos basicamente com as categorias e os autores(as) a seguir, tais quais, leitura, escritura, identidade, diferença, presença, ausência, logocentrismo, fonocentrismo, suplementariedade, arquiescritura, desconstrução, significado transcendental, rizoma, multiplicidade, desejo e devir, entre as quais nos pautamos basicamente em DERRIDA (1973, 1991 e 2005); HALL (2011), SILVA (2012); SILVA E SANTOS (2022); DELEUZE e GUATARRI (1995). Os instrumentos utilizados na pesquisa foram o questionário e a entrevista semiestruturada. Realizamos, também, cinco oficinas com os sujeitos da pesquisa visando trabalhar colaborativamente e dialogar com eles a respeito da proposta e dos objetivos de nosso estudo. Com o propósito de assegurar a concretização do produto da pesquisa, algumas sequências didáticas foram criadas e intitulada: O desejo, a multiplicidade e a diferença na leitura e na escritura: ressignificando identidades. Ao considerarmos os significados da leitura e da escritura como uma experiência do devir, esperamos que os(as) alunos(as), gestores(as), coordenadores(as) pedagógicos(as) e professores(as) de Língua Portuguesa do Ensino Médio possam ressignificar a si e o mundo, ao vivenciarem uma educação leitora, escritora descentrada e rizomática, valorizando a multiplicidade de perspectivas na compreensão e produção de discursos. Com efeito, esses sujeitos podem tornar-se capazes de operar o múltiplo, sem se acrescentar como uma dimensão superior, pois, é somente dessa maneira que o uno faz parte da multiplicidade, estando sempre subtraído dela. Sendo assim, acreditamos que a ausência de um centro ou de uma origem nas práticas de leitura e de escritura faça com que a significação se estabeleça mediante uma operação de diferenças, criando possibilidades para os sujeitos desenvolverem diferentes maneiras de pensar e de agir no contexto educacional, promovendo uma formação escolar plural, acolhedora, sustentável, inclusiva e ética.