Cotidiano e experiências da juventude negra: conversas com estudantes do Colégio Estadual de Bandiaçu
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Resumo
Esta dissertação propõe-se a dialogar com experiências estudantis no cotidiano do Colégio Estadual de Bandiaçu, com o intuito de ampliar a visibilidade das mesmas, dentro e fora do espaço escolar. Ao se propor a ampliar a visibilidade da atuação estudantil, a pesquisa identifica as escolas públicas como lugares carregados de vida e experiências. A partir de narrativas estudantis sobre o cotidiano do Colégio Estadual de Bandiaçu (CEB), foi possível problematizar as significações dadas à escola, como espaço de afetos, sociabilidades e tensões, especialmente quando são consideradas as experiências de estudantes negros. A partir desses olhares, buscamos pensar de que maneira atuar no CEB pode auxiliar na visibilidade das experiências estudantis e como a ação interventiva, guiada por plataformas digitais, contribui para que a comunidade escolar torne o ambiente educativo um espaço que assume essas experiências, como práticas e saberes importantes e de formação para toda a comunidade escolar. Nesse intento, utilizamos a categoria cotidiano, a partir da perspectiva de Michel de Certeau (1998), por seu espírito inconformista e perspicaz; ainda, na interação com a experiência, partimos das compreensões de Jorge Larrosa Bondía, pois a sua postura nos permitiu encarar nossas conversas e escrita de maneira que possamos viver e não apenas sobreviver. Quanto ao trato da juventude negra, Sílvio Almeida (2019), Conceição Evaristo (2020), Franz Fanon (2008), Nilma Lino Gomes (2018/2019) e diversas intelectuais negras foram fundamentais para a conversa com esses sujeitos, a partir de suas potencialidades. Por outro lado, as conversas entrelaçadas pelos próprios/as estudantes negros e negras do CEB, além de impulsionarem essa investigação/formação, apontaram para nuances da relação com a escola, reconfiguradas no contexto da pandemia de COVID-19. O afastamento do espaço físico possibilitou um olhar crítico e complexo sobre as experiências escolares, indicativo de necessidades que não são atendidas, ao tempo em que permitiram pensar o cotidiano em meio aos dilemas da educação, com mediação tecnológica. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa propõe uma rasura nos pressupostos da pesquisa qualitativa, ao eleger a conversa como método e dispositivo metodológico, na tentativa de seguir por vias de aberturas, não fechamentos (SAMPAIO; RIBEIRO, 2018). Além disso, por se tratar de um mestrado profissional em educação, a pesquisa apresenta, como proposta interventiva, a continuidade das conversas com o corpo estudantil do Colégio, visando à construção coletiva do Instagram do CEB, que será concebido como resultado/produto educacional. A movimentação dessa rede social terá o intuito de publicizar e encantar outras pessoas para tudo aquilo que já acontece em nossas escolas e estimular novas ações, principalmente no tocante às experiências estudantis.