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Campos semânticos de liberdade e prisão: Um estudo de metáforas no poema "Lá fora" de Ana Cristina César
(Universidade do Estado da Bahia, 11-12-23) Santos, Gracieli Batista; Sobral, Lícia da Silva; Sousa, Irlena Moreira Lopes de; Dias, Marcelo Nascimento
O conceito de literatura marginal corresponde a um espaço de produções literárias que surgem em torno da discussão de temas relacionados ao cotidiano, vivenciados pelo próprio autor. Essas produções refletem verdades inseridas em contextos sociais específicos. A obra de Ana Cristina é constituída por elementos que resgatam o tempo vivido, as relações sociais do feminino com um período histórico, bem como a realidade da autora inserida nesses contextos. Tratando-se de uma pesquisa qualitativa, o corpus a ser analisado insere-se na realidade social e histórica da autora. Para isso, foram utilizados os trabalhos de Gonçalves (2008), Silva (2010) e Moira (2014). Na análise linguística presente na construção do poema, as relações da língua e as palavras entrelaçam-se em significados inerentes aos contextos vivenciados pela autora. O objetivo é compreender as metáforas presentes no texto e relacioná-las com os campos semânticos representativos do poema. Na construção dos campos semânticos, observaram-se as metáforas que conduzem ao entendimento do poema e sua relação com os significados propostos na análise. Para esse empreendimento, foram utilizadas as teorias e conceitos propostos por Ullmann (1977), Fiorin (2008), Rocha Lima (2011) e Abrahão (2018), com o objetivo de analisar o poema e seus significados no contexto do feminismo da época da autora.
Malleus Maleficarum: a bruxa como instrumento do Diabo
(Universidade do Estado da Bahia, 2020) Lourêdo, Gabriela Ferreira; Queiroz, Jacquelyne Taís Farias de; Souza, Sandra Regina Barbosa da Silva; Gama, Maria Sandra da
A Idade Média foi um período de grande superstição onde o medo fazia parte do cotidiano das pessoas. Medo do mar, medo da noite, de seres sobrenaturais e, sobretudo, um medo intenso do Diabo e de suas servas: as bruxas. A presente pesquisa visa analisar a primeira parte do manual inquisitório intitulado Malleus Maleficarum escrito no século XV pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, se atentando em perceber a maneira com que a bruxa é apresentada como instrumento do Diabo para causar males à humanidade. Desta forma, o trabalho pretende destacar a forma como a figura do Diabo surgiu e evoluiu causando temor coletivo na população europeia medieval e, acima de tudo, analisar como este utilizava a figura feminina na forma de bruxa como seu instrumento para ultrajar a criação perfeita de Deus: o homem.
Relatório Figueiredo: um catálogo para os estudos sobre a história dos índios na Bahia durante a Ditadura Militar
(Universidade do Estado da Bahia, 2020) Souza, Heloizza Kelly Marques de; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Souza, Sandra Regina Barbosa da Silva; Santos, Joceneide Cunha dos
Estudar os povos indígenas na Bahia durante a Ditadura Militar ainda é um desafio. O Relatório Figueiredo consiste em um conjunto de documentos resultante das investigações presidida pelo Procurador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) Jáder de Figueiredo Correia para averiguar irregularidades que aconteciam no Serviço de Proteção aos Índios. Este trabalho busca revelar a importância do citado relatório, bem como, analisar a atuação do SPI durante seus últimos anos de existência. Mas, o principal objetivo deste trabalho é proporcionar um instrumento de pesquisa que identifique no Relatório Figueiredo as evidências sobre os povos indígenas na Bahia, possibilitando seu uso em pesquisas futuras e valorizando este acervo documental no desafio de novas abordagens da historiografia baiana.
A temática indígena na música infantil no Brasil recente e o usos das canções no ensino de história
(Universidade do Estado da Bahia, 2020) Santos, Nathália Fonseca Martins; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Silva, Célia Santana; Santos, Joceneide Cunha dos
As músicas e canções existem em todas as sociedades. Resultam das visões, sentimentos e pontos de vistas dos indivíduos e grupos. As canções expressam valores, concepções, preconceitos e enaltecimentos de diversos objetos e grupos. Dentre esses, podemos destacar os indígenas. Os índios foram objetos de diferentes conceitos expressos através das músicas. Este trabalho, discuti as formas e os modos como os índios foram descritos em algumas músicas infantis brasileiras, a exemplo de Brincar de Índio, Curumim IêIê e Tu Tu Tu Tupi. A partir destas músicas, serão estabelecidas questões que permitam indicar como os índios foram descritos, confrontando-as com bibliografia específica, com o intuito de compreender os motivos que fizeram com que constituíssem objeto para composição destas canções, especialmente aquelas voltadas para o público infantil, partindo dos anos 1988 a 2012.
Um olhar sobre os discursos e representações sobre África e negros no cotidiano da sala de aula na Escola Modelo municipal Antônio Batista no decorrer da semana de consciência negra - Eunápolis, 2017
(Universidade do Estado da Bahia, 2020) Lima, Caroline Santos; Santos, Joceneide Cunha dos; Silva, Célia Santana; Silva, Geovani de Jesus
A sala de aula é um espaço tanto de aprimoramento e descobertas de conhecimentos quanto de sociabilidades entre os estudantes e docentes. Por isso, a sala de aula é um ambiente de destaque neste trabalho, voltando-se para discussões e apresentações acerca da utilização da lei 10.639/2003, nas turmas dos oitavos anos na Escola Modelo Municipal Antônio Batista, situada no bairro Juca Rosa, zona periférica e urbana de Eunápolis. Para tanto, apresentamos sobre a cidade Eunápolis, o bairro Juca Rosa, a Rede municipal, a Escola Modelo Municipal Antônio Batista, os cenários ao redor da Escola, assim como apresentamos a docente principal observada na pesquisa Flor de Lótus, apresentamos sobre o PNLD de 2015, o livro didático adotado pela Escola da coleção “História dos dias de Hoje” da editora Leya, finalizando com análises sobre as respostas referentes a atividade aplicada nas quatro turmas de oitavos anos dos turnos matutino e vespertino: “Escrever um poema ou poesia em relação ao negro sobre o que está sendo estudado e até repensar sobre o que se pensa em relação ao negro e o que representa.” De modo a identificar quais são os discursos e representações sobre África, culturas africanas e afro-brasileiras nas respostas estudantis e no livro didático.
Mulheres e resistência: análise da produção historiográfica sobre a militância feminina durante a Ditadura Militar brasileira
(Universidade do Estado da Bahia, 2020) Silva, Priscilla Rodrigues; Souza, Sandra Regina Barbosa da Silva; Medrado, Joana; Gama, Maria Sandra da
No âmbito da academia, o crescimento no número de mulheres nas universidades, permitiu a retomada de discussões quanto aos espaços negados até então pelas Ciências Humanas, bem como pela própria historiografia. Discussões sobre a mulher e as relações de gênero, existentes e por muito tempo silenciado, passaram a ter um olhar mais crítico. Neste artigo, foram escolhidos quatro trabalhos de regiões e universidades diferentes, entre dissertações e teses, defendidas no ano de 2017, todas abordando de alguma maneira a mulher militante atuando na ditadura militar brasileira, e através deles debater sobre a representação dessa mulher militante, analisando principalmente se essas pesquisas ganharam um fôlego com a criação da Comissão Nacional da Verdade. O objetivo desse trabalho é analisar a forma como a historiografia sobre a ditadura militar brasileira tem abordado as mulheres militantes que viveram nesse período e suas memórias. A partir daí será possível motivar essa nova geração a promover ainda mais um estudo que busque novos olhares da historiografia acerca dessas mulheres, que optaram pela aproximação com alguma forma de debate político, seja ainda secundarista, seja também universitária.
Catálogo fotográfico: registros históricos de Itabela-BA (1986-2007)
(Universidade do Estado da Bahia, 2020-03-12) Souza, Janieli Santiago de; Santos, Joceneide Cunha dos; Souza, Sandra Regina Barbosa da Silva; Gama, Maria Sandra da
A fotografia e a máquina fotográfica de forma genérica, ao longo da história sofreram diversas mutações, considerando ainda os avanços tecnológicos e as influências sociais e econômicas de cada período histórico. Por outro lado, a fotografia assumiu um importante papel na narrativa da historicidade, pois apresenta informações acerca de lugares, objetos, pessoas, dentre outros, podendo ainda despertar emoções e sentimentos diversos, se tornando, portanto, um importante instrumento para a construção da narrativa de história. Nesse sentido, o trabalho aqui apresentado tem enquanto objetivo apontar a fotografia enquanto fonte histórica e sua importância para a historicidade do Município de Itabela-BA, para isso elaboramos um Catálogo de fotos de Itabela, que é possível visualizar informações sobre os desfiles cívicos, eventos esportivos, gincanas e eventos da Igreja Católica, no período de 1986 a 2007. Essas fotos tiveram o olhar fotográfico (registros) do Senhor Clerir Souza Couto. Para elaboramos esse catálogo, utilizei da pesquisa bibliográfica, a qual trouxe uma série de conhecimentos acerca da fotografia e historicidade da mesma e, um levantamento de fotografias sobre episódios da Cidade citada. O trabalho apresenta-se enquanto uma possibilidade de acervo para pesquisadores ou professores que buscam fontes para a pesquisa e/ou ensino de história.
A Estrada 47: uma análise cinematográfica e suas representações sociais
(Universidade do Estado da Bahia, 2020-03-13) Aguiar, Sônia Mendes; Santos, Mariane Nascimento dos; Santos, Lorena Michele dos; Gonçalves, Marcos Ferreira
As representações sociais tem sido objeto de estudo na área do conhecimento histórico que se debruça nos mais diferentes aspectos das sociedades que as produziu para compreendê las. A ampliação e diversificação de abordagens teóricas e metodológicas deu um novo sentido ao uso das fontes para se escrever a História. A historiografia tem demonstrado uma constante emergência na renovação de fontes para a reflexão de sujeitos históricos e de novos temas a serem abordados. Diante da importância de se entender como essas representações sociais são construídas, e de como elas interferem na compreensão do mundo social, esta pesquisa se propõe a analisar o filme A Estrada 47 (2013), e tem como objetivo identificar quais representações sociais são trazidas pela película do diretor Vicente Ferraz e quais as suas intencionalidades. O filme aborda o momento de participação dos soldados brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial. A reflexão desenvolvida nessa pesquisa utilizou-se de autores como Marc Ferro, Marcos Napolitano, Jean Claud Bernardet, Francis Wanoye, Jhoni Langer, Mônica Kornis e Cristina Nova. Esses autores contribuíram para pensar a pesquisa histórica na medida em que permitem ao historiador uma compreensão dos interesses e intencionalidades implícitos e explícitos nas fontes audiovisuais e como elas interferem na leitura da história representada pelo cinema. A metodologia desenvolvida nesta pesquisa segue a perspectiva de estudar a História no cinema a partir de analises sistemáticas dos mecanismos técnicos e estéticos usados na produção do filme como, a escolha do tema, cadeia de produção, direção, discursos, personagens, cenários, fotografia, figurino, público alvo e trilha sonora. Os argumentos contidos na película dialogam com a renovação da historiografia brasileira a cerca da participação do Brasil no conflito, onde autores como Boris Fausto, Ricardo Seitenfus, Israel Foguel, dentre outros, ajudam a entender a construção da narrativa fílmica e fundamentam a compreensão do contexto do Brasil na guerra. As análises elaboradas nesta pesquisa se limitam a identificar a construção dos personagens trazidos pelo olhar do diretor.
Escravidão e liberdade: disputas nos tribunais entre senhores e homens e mulheres escravizados durante a segunda metade dos oitocentos em Canavieiras
(Universidade do Estado da Bahia, 2021) Santos, Wemis Pires; Santos, Joceneide Cunha dos; Santos, Cristiane Batista da Silva; Ortiz, Ivanice Teixeira Silva
A Bahia apresenta uma considerável produção de estudos referente a escravidão durante o século XIX, mas ainda temos uma escassez de produções na historiografia baiana que verse sobre a escravidão no Litoral Sul. Visando contribuir para o preenchimento desta lacuna, pretendemos analisar algumas trajetórias de homens e mulheres escravizados que visavam suas alforrias e dessa forma entender alguns aspectos da escravidão em Canavieiras, Província da Bahia, no período compreendido entre 1850 e 1888. Foram analisadas como fontes, documentos referentes a correspondências de Juízes e da Câmara Municipal, relatórios dos presidentes da Província, Censo Demográfico do Império de 1872, processos cíveis de ações de liberdade, Cartas Precatórias e Cartas de alforria. Empregamos o método indiciário de Ginzburg, que permite que o historiador conduza uma investigação por meio de pequenas pistas e vestígios, sendo cruzadas com outras informações obtidas no processo investigativo. Também usamos o método onomástico do mesmo autor com o foco em conceder uma compreensão e aproximação das vivências dos escravizados na Vila durante este período. A partir dos documentos analisados, notamos que a Vila de Canavieiras possuía um número reduzido de escravizados e escravizadas, mas que conseguiram construir diversas redes de sociabilidades e solidariedades. Identificamos, no aspecto econômico, uma economia voltada tanto para a produção exportadora quanto uma agricultura voltada para o consumo interno já consolidado.
“Lembrar-se é ter uma lembrança ou ir em busca de uma lembrança”: coletânea de entrevistas de alguns moradores/as de São João do Paraíso, Mascote-Bahia (1975-1989)
(Universidade do Estado da Bahia, 2021) Anjos, Luciara Santos dos; Gama, Maria Sandra da
Essa pesquisa tem como objetivo maior a organização de uma coletânea sobre as memórias de alguns moradores e moradoras de São João do Paraíso Mascote-Bahia a partir da fonte oral, tendo como fio condutor suas trajetórias antes e depois da chegada ao lugar. Esse estudo se baseia, quer seja na metodologia de investigação, quer seja no contato com os sujeitos da pesquisa, na oralidade, sendo o método adotado, o da História Oral, para tanto utilizo o Manual de História Oral de Verena Alberti (2004). No processo realizei mapeamento de alguns ofícios: como comerciante informal e varejo, feirantes, aguadeiros, lavagem de roupas, trabalhadores (as) rurais. A partir da experiência familiar vivenciada pelo ofício de lavagem de roupas realizado por minha avó, o foco estava direcionado nas entrevistas com as lavadeiras de ganho. Diante disto, se estabeleceu contato preliminar, entrevistas com roteiros semiestruturados, quando se fez necessário roteiro individual. A relevância da pesquisa reside, principalmente, no fato de trazer à tona a história do cotidiano das pessoas de um pequeno distrito, que não possuem registros escritos sobre si, acerca da sua organização, bem como da instalação do abastecimento hídrico do referido distrito. Destaco tal evento, pois esse advento de tecnologia possibilitou modificações no cotidiano dos moradores, sendo uma narrativa presente em boa parte da fala dos/as entrevistados/as, nessa perspectiva eles/as destacam as dificuldades relacionadas à falta de um sistema de abastecimento hídrico e as extenuantes rotinas para conseguirem água para abastecerem suas casas. Na construção da linha narrativa, aproprio-me do conceito de “escrevivência” da autora Conceição Evaristo (2006) como possibilidade teórico-metodológica, pois a esteira da presente redação se dá em um escrever e viver, por entender que é uma escrita a partir de uma experiência. Para o conceito de memória diálogo com os autores: Paul Ricoeur (2007), Bosi (1994) e ainda, argumentando sobre o conceito do presente produto, utilizo Cunha; Cavalcanti (2008). Diante do exposto, esta produção se dispôs a juntar um volume de entrevistas produzindo fontes que se constituíram num acervo, o qual estará estruturado no produto coletânea. Desta maneira, esta coletânea se constitui como uma forma de registrar essas memórias em relatos que foram colhidos, como intuito de não apenas findar essas experiências adquiridas, mas que outras pessoas/pesquisadores/estudantes se disponham a examinar, confrontar e/ou analisar essas memórias ora arquivadas neste produto.
As marcas permanecem: a memória de mulheres sobre os mortos e desaparecidos políticos durante o regime militar brasileiro
(Universidade do Estado da Bahia, 2021) Jesus, Reinalda Lino de; Souza, Sandra Regina Barbosa da Silva; Santos, Mariane Nascimento dos; Lima, Caroline de Araújo
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as memórias dos familiares de mortos e desaparecidos políticos, que além de refletir o desenvolvimento de traumas psicológicos, contestam as versões oficiais de processos criminais e depoimentos de militares e destacam as contribuições para a história nacional. Diante desse aspecto para o desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se como fontes o depoimento de três mulheres, presentes no Dossiê de Mortos e Desaparecidos da Comissão Nacional da Verdade .Assim, através de uma análise qualitativa, cruzando as fontes com os matérias bibliográficos, a pesquisa perpassa sobe a perspectiva das análises de memórias, traumas, esquecimentos e as interferências sofridas por essas mulheres. E partir dessa, pode-se compreender através dos depoimentos as violências sofrida por essas mulheres, e a representação da fala destas como sujeitos ativos dos processos vivenciado.
Impacto do ‘programa Luz para Todos’ para a população rural da Bahia. (2003 - 2013)’
(Universidade do Estado da Bahia, 2021) Silva, Gildeir Pereira; Medrado, Joana
O artigo analisa as implicações do Programa Luz para Todos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010), na vida da população rural do Estado da Bahia. O programa, criado em 2003 pelo Ministério das Minas e Energia e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que tinha como objetivo a universalização do serviço de energia elétrica, trouxe benefícios para a região, historicamente marcada pela carência de políticas públicas. O processo de eletrificação no Brasil ganha destaque na década de 1930 a partir da centralização das atividades pelo Estado, que além de gestor passou a grande investidor para o fomento do setor elétrico. Com isso, houve a criação de empresas estatais e hidrelétricas por todo o país criando as condições para o desenvolvimento regional, mas atendendo mais os centros urbanos e industriais, com vistas a fortalecer a economia no meio global. Somente com o Luz para Todos é que as áreas rurais vão receber atenção federal que focou quase que exclusivamente nas comunidades com famílias excluídas do acesso à energia e, portanto, a sua cidadania plena.
O sonho de uma sombra: a mulher, as leis e o cadáver
(Universidade do Estado da Bahia, 2021) Silva, Vanderleia Fernandes da; Gama, Maria Sandra da
Ao se tratar da realização dos ritos fúnebres na Grécia antiga era dever dos familiares (homens) realizarem as cerimônias de libação ao cadáver, e nem sempre era deixada clara a atuação das mulheres nestes ritos. Nesta perspectiva a presente pesquisa busca identificar o papel feminino diante dos ritos fúnebres na Grécia antiga de maneira que se perceba a sua importância política, social e religiosa na Grécia antiga do século V a.C. Tendo como fonte de análise a tragédia Grega Antígona de Sófocles, produzida no século V a. C., busco trazer à tona a importância da realização desses ritos funérios naquela a sociedade, levando em consideração as leis divinas (ancestrais) e as leis da cidade. Espera-se ainda possibilitar a compreensão do diferencial desta tragédia, no que diz respeito aos cerimoniais tétricos, por conseguinte que foi realizado por uma mulher – Antígona – coisa que na conjuntura no tempo e espaço acima mencionados não era nada comum. As análises feitas a esse respeito foram orientadas no sentido teórico-metodológico numa perspectiva da problematização das relações desiguais de gênero e da análise do discurso, assim leituras como a da filósofa Judith Buttler foram de grande importância para a operacionalização do presente texto.
A formação de professores de História no Território de Identidade da Costa do Descobrimento
(Universidade do Estado da Bahia, 2021) Amaral, Renata Teixeira Moraes; Silva, Geovani de Jesus; Silva, Célia Santana; Gama, Maria Sandra da
Nesse trabalho buscou-se compreender o processo de formação de professores de história e mapear as Instituições formadoras de professores/as de História no Território de Identidade da Costa do Descobrimento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, organizada em duas etapas, na primeira, de pesquisa bibliográfica e documental, na qual produzi uma revisão de literatura sobre a temática. Na segunda etapa, realizamos pesquisa avançada no cadastro e-MEC buscando dados das instituições formadoras, e nos indicadores Educacionais do INEP localizando planilhas de Indicadores de Trajetória da Educação Superior onde analisamos os dados de cursos de licenciatura em História iniciaram no ano 2010 até o ano de 2015.
Tungstênio: os aspectos de uma Salvador desenhada por Marcello Quintanilha
(Universidade do Estado da Bahia, 2021) Batista, Mailane Almeida; Gama, Maria Sandra da
Esta pesquisa se alinha às ideias daqueles que concebem as HQs não somente como um objeto lúdico, mas, também, como uma ferramenta de estudos. Dessa forma, Tungstênio se constitui como fonte histórica na qual empenhei análises objetivando compreender a novela gráfica Tungstênio, considerando-se aí todos os elementos que a compõe como: texto, traços, cores, enquadramento, em diálogo com a trajetória do autor, Marcello Quintanilha, e o contexto da sua criação para, em seguida, mapear a cidade de Salvador e as personagens em cena, discutindo sobre as características e especificidades desses dois universos criados pelo autor. A investigação tem como aporte teórico os autores Geovani Levi (2006) que trabalha com a biografia como um canal para os questionamentos e entendimentos com relação a atos, pensamentos da vida cotidiana, que refletem sobre determinado indivíduo e contexto, em que documentos por si só não preenchem as lacunas para compreensão de um fato. Com o propósito de compreender a relação desigual de gênero, esta discussão se baseou no ponto de vista da autora Joan W. Scott (1989) de maneira que a exploração dos estudos sobre este conceito cooperou para dar visibilidade às mulheres no sentido de contribuir para a compreensão do surgimento dos preconceitos sofridos pelas mulheres ao longo da história. Em diálogo com esses autores a pesquisa pretendeu construir um debate acerca de uma HQ brasileira tendo como palco a cidade de Salvador. Deste modo, empreendi o trabalho metodológico de catalogar as entrevistas do autor em estudo, selecionando dados em consonância com o objetivo traçado para o presente artigo através dessa ação foi se delineando melhor o entendimento sobre a pesquisa acadêmica e os aspectos que a compõe, em especial, na catalogação das entrevistas se cristalizou um entendimento melhor sobre pontos de vista e as influências sobre a composição de Tungstênio. Já num segundo momento deu-se a elaboração da análise da fonte e de todos os materiais obtidos ao longo da pesquisa, buscando interpretar os elementos, os enquadramentos e os aspectos que constroem as imagens em Tungstênio. Nesta perspectiva metodológica o estudo de Paulo Ramos (2018) se constituiu numa importante bússola na análise do gênero analisado, já que seu tal estudo se configura numa crítica aprofundada dos quadrinhos em relação a suas características, traços, cores, ângulos, linguagens, contribuindo assim para a análise aprofundada da. Neste sentido, foi possível perceber, com base na reflexão biográfica, que o autor em seu processo de aprendizagem conseguiu transmitir, em suas obras, um sentimento de verossimilhança aos seus leitores. Com isso se assimilou que Quintanilha teve o cuidado para não criar estereótipos, partindo de uma observação criteriosa para a construção dessa Salvador apresentada em Tungstênio, apresentando temática como violência contra a mulher a fim de tratar de uma problemática relevante para o público que consome este tipo de literatura.
Conflitos antilusitanos na vila de Porto Seguro: um estudo a partir da trajetória do padre José Tibúrcio de Santana (1821 – 1835)
(Universidade do Estado da Bahia, 2021-07-14) Brito, Alailson Mendes; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Santos, Joceneide Cunha dos; Filho, Sérgio Guerra
Na vila de Porto Seguro da primeira metade do século XIX, viveu um padre extremamente atuante no seio da sociedade de então. José Tibúrcio de Santana era natural na vila de Caravelas-BA, filho de pai porto-segurense e mãe caravelense. Envolveu-se em querelas de vários tipos, além de agir politicamente, em busca de mercês, privilégios e honrarias junto ao presidente da província, à corte e ao clero. Ordenou-se padre em 1806 e passou boa parte da primeira metade do século XIX, já como vigário, em Porto Seguro. Presente no cenário dos palcos das sedições antilusitanas na vila de Porto Seguro, testemunha ocular e protagonista em muitas ações do microuniverso sócio-histórico da vila de Porto Seguro na primeira metade dos oitocentos, o padre José Tibúrcio será nosso personagem guia, com o objetivo de historicizar uma parte fundamental da história da antiga vila de Porto Seguro, que foi sua participação nos acontecimentos e movimentos que levaram à formação do Estado e Nação brasileiras, dentre eles o antilusitanismo no Primeiro Reinado. Isto é, dentro desse contexto, centraremos atenção na atuação do padre José Tibúrcio de Santana dentro dos conflitos antilusitanos, que ocorreram entre 1821 a 1835, como parte dos processos que levaram a separação política do Brasil de Portugal e àqueles que envolveram a abdicação de D. Pedro I, e, por isso, são as bases dessa pesquisa. Demonstrando, como resultado principal, que esses processos e movimentos históricos também se davam no interior das províncias, com ação ativa dos sujeitos nelas presentes. Além de analisarmos suas relações familiares, redes de convivência, outras querelas e os caminhos percorridos por José Tibúrcio por promoções dentro da hierarquia da Igreja Católica e fora dela, desde seu processo de habilitação sacerdotal.
Representações acerca da população negra no pós-abolição brasileiro da telenovela Lado a Lado (2012-2013)
(Universidade do Estado da Bahia, 2021-07-16) Rocha, Eva Brasil; Santos, Lorena Michelle Silva dos; Lima, Caroline de Araújo; Santos, Denilson Lessa dos
Este trabalho tem como objetivo principal analisar as representações sociais sobre a população negra no pós-abolição da telenovela Lado a Lado (2012), Rede Globo. Inicialmente, busca-se compreender aspectos históricos da Telenovela no Brasil, suas características e abordagem da população negra na Rede Globo ao longo dos anos. Posteriormente, é apresentado o objeto-fonte da pesquisa, Lado a Lado, em suas abordagens gerais e a importância do seu contexto histórico de produção (2012-2013), com base em Kornis (2008), na correlação dos conteúdos abordados na obra em relação à população e cultura negra. Compreendendo a novela Lado a Lado enquanto fonte histórica, a partir da linguagem verbal e visual, a representação da população negra no contexto de pós-abolição brasileiro, as características daquele período e desafios enfrentados por tal população, compreendendo as representações a partir de Chartier (2002) como sendo historicamente construídas a partir de um contexto específico de quem as constroi. Dessa forma, identificar em Lado a Lado possíveis mudanças nos padrões de representação da população negra, comumente estereotipadas ou excluídas na teledramaturgia brasileira.
Capoeiragem no maior povoado do mundo: inserção da capoeira regional em Eunápolis (1975 a 1981)
(Universidade do Estado da Bahia, 2021-07-16) Neto, Valter Báfica Bonfim; Santos, Mariane Nascimento dos; Santos, Lorena Michelle dos; Souza, Sandra Regina Barbosa da Silva
A pesquisa em História modifica -se ao passar do tempo, essa constatação é resultado de estudo de intelectuais franceses criadores da escola dos Annales Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929. O estudo das fontes ampliou, novas abordagem inseriu os sujeitos como autores de suas próprias histórias, tornando-os sujeitos históricos, trajetórias que foram passados de geração para geração através da oralidade, a história é contada a partir de seus personagens, proporcionando os indivíduos se verem como construtores da sua própria História. O presente trabalho de pesquisa se estabelece pela necessidade de dar voz a capoeira, aos sujeitos nela envolvidos e aos primeiros Mestres no município de Eunápolis. A pesquisa desenvolvida está no âmbito da investigação qualitativa e caracteriza como descritiva e foi baseada em entrevistas com os antigos Mestres de capoeira. O método fundamental na construção dessa pesquisa foi História Oral. A questão central da pesquisa é estudar a inserção da primeira academia de capoeira, como ocorreu o processo de implantação da capoeira. A delimitação deste recorte temporal de 1977 a 1981, se dá por causa da chegada e da partida do primeiro Mestre que atuou em Eunápolis. Para auxiliar na reflexão utilizou se de autores que consideramos fundamentais, como Paul Thompson, Verena Alberti, Paul Ricoeur, Alessandro Portelli, Jacques Le Goff, Eclea Bosi, Marta Abreu, Clifford Geertz, Raymond Williams, Edward Shils.
Sam Wilson X Barack Obama: o Capitão América agora é afro-americano
(Universidade do Estado da Bahia, 2021-12-15) Souza, Rubens; Santos, Mariane Nascimento dos; Santos, Joceneide Cunha dos; Lima, Sávio Queiroz
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a história política e social dos Estados Unidos da América (EUA) através das revistas em quadrinhos do personagem Capitão América, que apresentam Sam Wilson como o novo Capitão. As histórias em quadrinhos utilizadas são produtos da indústria cultura norte-americana e a substituição de Steve Rogers por Sam Wilson, um personagem afro-americano, ocorreu durante o período de governo do então presidente Barack Obama, o primeiro presidente negro da história dos EUA. Acreditamos que a troca dos personagens estar relacionada a influência da chegada de Obama a liderança do poder executivo estadunidense. O período que será analisado são os anos de 2015 a 2017, intervalo de tempo que corresponde ao período do governo de Barack Obama. A metodologia, cruzaremos informações das fontes históricas, as histórias em quadrinhos com outras fontes, trabalhos científicos, livros e reportagens que tenham como temática governo ou o presidente Barack Obama. Os quadrinhos selecionados foram publicados no território norte-americano entre dezembro de 2015 a agosto de 2016, sendo reproduzido no Brasil entre março e outubro de 2017.
Memórias de torturadores: uma análise dos depoimentos de ex-agentes públicos de segurança nas Comissões da Verdade
(Universidade do Estado da Bahia, 2021-12-15) Pena, Silvoney Silva; Souza, Sandra Regina Barbosa da Silva; Universidade do Estado da Bahia; Lima, Caroline de Araújo; Santos, Taylan Santana
A presente pesquisa procura analisar os discursos contidos nos documentos disponibilizados pelas Comissões da Verdade (CV) e sua relação com o direito à memória no contexto da história política e social brasileira, tendo como objeto, a análise da narrativa, o orgulho dos atos cometidos, ou o arrependimento, entre outros direcionamentos presente nos depoimentos de ex agentes públicos no que se refere às violações dos direitos humanos cometidos dentro do Sistema de Segurança Nacional. Assim, procuramos enfrentar uma inquietação: como as informações contidas nos documentos produzidos pelas CV se constituem em um projeto de memória das violações cometidas pelo Estado e delatadas pelos depoentes? As narrativas dos atos abusivos dos direitos humanos constituem uma confissão de arrependimento? É possível discriminar interesses individuais sob uma ótica de benefícios advindos de “delações premiadas”? As análises de documentos como os produzidos pelas CV auxiliam no fortalecimento da memória social e da democracia, contribuindo para o não esquecimento dos abusos cometidos durante a ditadura militar. Através do estudo dos depoimentos de ex-agentes públicos, ocupantes de funções e cargos comando e gerencia, dentro da engrenagem de repreensão, perseguição e tortura da Ditadura Militar, tomados entre março e novembro de 2013, pretende-se dar visibilidade às violações cometidas pelo Estado brasileiro dentro do paradigma da Segurança Nacional.

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