Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Profissional) Profissional em Letras (Profletras)
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O Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras), oferecido em rede nacional, é um curso de pós-graduação stricto sensu que conta com a participação de instituições de ensino superior públicas no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e é coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O programa tem como objetivo, a médio prazo, a formação de professores do ensino fundamental no ensino de língua portuguesa em todo o território nacional. O Profletras do DCH V da UNEB prevê o cumprimento de 480 horas, incluindo-se aí as 60 horas institucionalizadas para o trabalho de conclusão de curso, em um prazo de dois anos.
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- ItemLetramento ortográfico na alfabetização: uma proposta de intervenção pedagógica com textos literários.(Universidade do Estado da Bahia, 2025-05-08) Leal, Henila dos Santos; Santos, Adelino Pereira dos; Brito, Dislene Cardoso de; Meireles, Maximiano MartinsNo contexto da alfabetização, o desenvolvimento da escrita passa por diferentes fases, que vão desde a escrita inicial até a progressiva consolidação da ortografia, que desempenha um papel fundamental no processo de aprendizagem da língua escrita, pois é a forma que permite a comunicação eficaz, respeitando as convenções estabelecidas pela norma culta da língua. Muitos autores como Bortonni-Ricardo (2003) Zorzi (1998), Morais (2002, 2009,2022) discutem a questão do ensino da ortografia. Para esta pesquisa, consideramos mais assertiva a abordagem de Morais para o embasamento teórico. O autor defende que a ortografia não deve ser tratada como um conjunto de regras mecânicas, mas como um processo reflexivo e sistemático de ensino. Ao aprender a ortografia, o estudante deve compreender a lógica das regras e sua aplicação prática, e não apenas decorá-las de forma superficial. Para tal, consideramos que a linguagem literária desempenha um papel crucial em todo esse processo de aprendizagem, pois pode ser uma poderosa ferramenta para promover a reflexão sobre a escrita. Ao trabalhar com textos literários, os alunos entram em contato com diferentes formas de expressão, ampliando seu vocabulário, compreendendo a riqueza das construções sintáticas e, ao mesmo tempo, observando a aplicação das regras ortográficas de maneira contextualizada. Podemos, assim, denominar esse processo como um letramento ortográfico, visto que a consolidação da normativa da língua escrita é concebida à luz do exercício da reflexão e sistematização de regras. Além disso, a literatura pode despertar o interesse pela escrita, estimulando a criatividade e permitindo que os alunos se envolvam de maneira mais profunda com a língua, facilitando a internalização das normas ortográficas de maneira natural e prazerosa. O letramento ortográfico vai ocorrendo ao passo que o estudante se apropria do funcionamento da ortografia da língua. Trata-se de um processo duplo, pois o professor trabalha com leitura e interpretação do texto, bem como estimula a escrita de palavras, estimulando a escrita reflexiva do estudante. Por essa razão, neste trabalho, que teve como sujeitos 25 crianças de uma turma do 2° ano do Ensino Fundamental na Escola Antônio Gonçalves da Silva, no município de Feira de Santana-Bahia, utilizamos três livros literários da autora Ruth Rocha para alcançar os objetivos vislumbrados de promover o desenvolvimento da leitura e da escrita ortográfica em alunos de alfabetização em seus estágios de desenvolvimento e empregar a linguagem literária como mediadora de consolidação da escrita. Desse modo, acreditamos ter alcançado resultados satisfatórios, uma vez que acompanhando o nível de consciência ortográfica dos estudantes do início do ano letivo até a etapa final do projeto, observamos significativos avanços nessa competência linguística. É importante registrar também que a linguagem literária, nesse contexto, mostrou-se um instrumento valioso para enriquecer esse processo, incentivando tanto o domínio das normas ortográficas quanto o gosto pela escrita e pela leitura.
- ItemDesenvolvendo habilidades de produção textual escrita a partir do estudo do gênero reportagem(Universidade do Estado da Bahia, 2025-04-25) Sales, Gardenia Santana Carvalho Caló; Almeida , Gilce de Souza; Lé, Jaqueline Barreto; Santos , Adelino Pereira dosDiante da distância entre o que sabem os estudantes e o que se espera que eles saibam, existe apreocupação em diminuir as dificuldades já escancaradas pela crise educacional vivida no país. Nesse sentido, este trabalho propõe o estudo do gênero reportagem como estratégia para desenvolver habilidades de leitura, produção textual e análise crítica em língua portuguesa. A proposta, configurada sob o modelo de uma pesquisa-ação, foi desenvolvida em uma turma de 9º ano do Colégio Modelo da Polícia Militar João Benedito Fernandes, localizado no município de Teolândia, Baixo Sul da Bahia. Para isso, foi elaborada e executada uma sequência didática (Dolz, Noverraz e Schneuwly, 2004) em torno do gênero textual reportagem, destacando sua estrutura, função social e contexto de produção, em alinhamento com uma perspectiva sociointeracionista da linguagem destacando o objetivo de implementar uma proposta pedagógica baseada no ensino do gênero reportagem, e o de explorar estratégias didáticas que estimulem a escrita e o pensamento crítico. Além disso, enfatizou-se a relação entre oralidade e escrita na medida em que a retextualização de entrevistas orais foi utilizada como estratégia para a inserção de vozes sociais no texto jornalístico escrito. O estudo fundamenta-se na perspectiva sociointeracionista da linguagem, recorrendo às contribuições de autores que defendem o ensino da língua como prática social e discursiva, a exemplo de Antunes (2003,2009, 2023), Bakhtin (2022), Marcuschi (2003, 2008, 2010), Geraldi (2004), Koch (2022a,2022b). Além disso, o trabalho alinha-se às diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998), da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) e do Documento Curricular Referencial da Bahia (DCR-BA, 2019), que orientam um ensino de Língua Portuguesa ancorado na abordagem enunciativo-discursiva (Bakhtin, 2022) e no trabalho com diferentes gêneros, em variados domínios discursivos. Apresentam-se como resultados desse projeto o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre os gêneros textuais, pautada na compreensão de sua função social e contexto de uso. Essa reflexão permitiu aos estudantes envolvidos analisar as relações entre oralidade e escrita de forma atenta, aplicando os princípios de retextualização propostos por Marcuschi (2010). Por meio dessa técnica, foram produzidas adaptações textuais que respeitam critérios como adequação ao público-alvo, finalidade comunicativa e manutenção da intencionalidade discursiva. Além disso, foi perceptível uma transformação na prática de planejamento textual, marcada pela adoção de estratégias que priorizam o rigor factual e a imparcialidade na produção de reportagens.
- ItemNarrativas de cordel: uma proposta de leitura literária para a formação leitora aos estudantes do ensino fundamental II(Universidade do Estado da Bahia, 2025-05-20) Santos, Edson Silva; Nascimento Neto, João Evangelista do; Fiorindo, Priscila Peixinho; Wendell, NeyO presente estudo apresenta uma proposta de leitura literária para estudantes do Ensino Fundamental II, 8º/9º ano (Fluxo), no Colégio Estadual de Tempo Integral Edith Machado Boaventura, com ênfase nas produções de Cordel de autores de Feira de Santana. O objetivo é estimular o gosto e o hábito pela leitura e ampliar o repertório estético-artístico, socio-cultural-histórico e discursivo dos alunos, com vistas ao letramento literário. A base da pesquisa apoia-se na teoria da Estética da Recepção (Jauss,1994), Letramento Literário (Cosson, 2019; 2020), ao mesmo tempo que articula saberes em teóricos, como Candido (2011), Freire (2005), Paulino (2009), Zilberman (1989; 2008; 2010), Jouve (2002; 2012), Lajolo (1993; 2018), Bragatto Filho (1995), Amorim (2022), Martins (2006), Pinheiro (2007; 2012), Franklin Maxado (2012), Abreu (1999), Kleimen (1993), Soares(2014), entre outros sobre concepções de leitura e literatura. A metodologia apoia-se na pesquisa-ação de Michel Thiollent (2011). O Método da Recepção, criado por Aguiar e Bordini (1993), orientou a aplicação da sequência didática, viabilizada por um processo de recepção textual, com ênfase na participação ativa e criativa do aluno. Para a compreensão dos efeitos da aplicação dos pressupostos teóricos e metodológicos, com vistas ao ensino de literatura e visando romper com as resistências de leituras, a proposta de letramento literário utilizou de diversas estratégias de leituras, sempre de forma dinâmica e participativa, o que proporcionou a experiência estética significativa e estimulante na construção de sentido literário. Como instrumentos de coletas de dados, fez-se uso de questionários, do diário de leitura e de várias atividades lúdicas, que, por efeito, auxiliaram na maximização da compreensão, da observação, da análise e da explicação dos variados fenômenos produzidos em sala de aula, no processo de ensino e aprendizagem. Com a aplicação de desafios suscitados pela arte literária popular, os alunos foram levados a mobilizar o lado criativo, intelectual, emocional e sentimental tanto em situações individuais como em grupo. Os resultados do trabalho de pesquisa constataram o valor do professor como mediador/interventor da aprendizagem, durante a experiência de leitura; também, demonstraram a importância do uso de momentos diferenciados de leitura literária no espaço escolar, articulados com outras áreas de conhecimento e usos de diferentes linguagens artísticas à necessidade de expectativas do aluno, como atividade de aprimoramento estético e desenvolvimento cognitivo, embora não sendo capaz de mesurar quantitativamente; bem como contribuíram para o resgate do papel humanizador e emancipador da literatura, dentro da proposta de letramento literário.
- ItemA voz da resistência em contos da obra O tapete voador, de Cristiane Sobral: um incentivo à leitura literária afro-brasileira no ensino fundamental(Universidade do Estado da Bahia, 2025-03-31) Pita, Edna Arruda; Silva, Rosemere Ferreira da; Nascimento Neto, João Evangelista do; Silva, Naiane Vieira dos ReisDiante da baixa proficiência em Língua Portuguesa e da ausência de um trabalho efetivo com a literatura, este estudo utiliza contos afro-brasileiros de autoria feminina para ampliar o repertório literário e fortalecer a educação antirracista. Esta pesquisa buscou compreender como a leitura de contos afro-brasileiros, selecionados da obra O Tapete Voador, de Cristiane Sobral, contribui para o letramento literário e a promoção da diversidade na Educação Básica, seguindo as orientações normativas. A intervenção realizada constituiu-se de uma “Rota Literária” com contos afro-brasileiros e foi aplicado em uma escola pública na cidade de Valença, Bahia. Este estudo respaldou-se em referenciais teóricos que discutem o papel da literatura na formação humana e crítica. Candido (2011) e Compagnon (2003) destacam o papel da leitura literária no autoconhecimento e na compreensão do outro, enquanto Freire (2011a, 2011b, 2014) orienta práticas pedagógicas voltadas à autonomia e libertação. A leitura e o letramento literário são abordados por Antunes (2009), Zilberman (2008), Lajolo (2001), Abreu (2006) e Fleck (2019), além da problematização do letramento em Soares (2006), Cosson (2018) e Street (2014). O estudo também dialoga com críticas aos estereótipos na literatura brasileira de Dalcastagnè (2005), a abordagem social e filosófica do racismo e da figura do racista, respectivamente, em Diangelo (2018) e Gordon (2023); e a discussão sobre o epistemicídio do povo negro por Nascimento (2016), Ribeiro (2009) e Adichie (2019). O estudo se fundamenta em Gomes (2007) para a educação antirracista, em Duarte (2010) e Souza (2006) para a literatura afro-brasileira e crítica literária, e em Silva (2017) para a relação entre o literário e o existencial, entre outros. Além disso, dialoga com normativas como a Constituição Federal (1988), a Lei n.º 9.394/1996), a Lei n.º 10.639/2003 (atualizada pela Lei n.º 11.645/2008) e a BNCC (Brasil, 2018), essenciais para um ensino literário crítico, voltado à formação cidadã e ao desenvolvimento da leitura e da escrita. No âmbito desta investigação, o projeto de intervenção pedagógica resultou na produção do seminário temático “Café e prosa literária com contos afro-brasileiros da obra O tapete voador”, de Cristiane Sobral, na contação de contos por meio de QR Code e na exposição das produções literárias em painel. Os resultados da pesquisa evidenciaram a eficácia da literatura como instrumento para incentivar o hábito da leitura e consolidar práticas educativas comprometidas com a promoção de uma educação antirracista e emancipatória.
- ItemMúsica de protesto para o pensar crítico e o fazer poético na escola.(Universidade do Estado da Bahia, 2025-04-11) Silva, Gilson Pereira da; Fiorindo, Priscila Peixinho; Nascimento Neto, João Evangelista do; Wasem, Marcelo SimonConsiderando a realidade dos aprendizes pertencentes à Educação Básica da escola pública na contemporaneidade e de acordo com pesquisas sobre os índices educacionais registrados, no que tange ao domínio da leitura, escrita e pensamento crítico, observamos uma enorme lacuna, a qual necessita de resolução urgente. Diante do exposto, o objetivo aqui é apresentar uma proposta de intervenção pedagógica utilizando música de protesto dentro de uma dimensão multidisciplinar, a fim oportunizar práticas de leitura e de escrita, além da reflexão sobre os discursos presentes nas composições, seus contextos e críticas sociais, estabelecendo relação com as práticas interativas dos sujeitos envolvidos. A metodologia foi estruturada em 10 etapas, envolvendo interpretação musical, interação poética e produção de composições musicadas a partir das músicas de protesto Geração de pensadores, de MC Garden (2015) e Lucro (descomprimindo) (2016) e Invisível (2017), da BaianaSystem, e aplicada na Escola Municipal Professora Auta Pereira de Azevedo, localizada no povoado do Sítio do Aragão/Santo Estevão/Bahia. Os sujeitos escolhidos são estudantes do 9º ano, Ensino Fundamental, composto por 17 alunos, sendo seis do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com idades entre 13 e 16 anos, oriundos da zona rural do referido município. A fundamentação teórica tem o amparo dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa – PCNs (Brasil, 1997), Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDBEN (Brasil, 1994/1996) e Base Nacional Comum Curricular – BNCC (Brasil, 2018), documentos publicados para contextualizar as orientações da educação na contemporaneidade. Paralelamente, dentre outros autores, respaldamo-nos em Alencar e Fleith (2003), Fiorindo e Wendell (2023) e Stoltz (2021), que abordam a criatividade e a emoção em sala de aula; Polleto (2019) e Coelho (2013), que discutem as origens do Funk; Hall (2002) e Callegari (2010), que tratam dos conceitos de pertencimento; Lourenço (2010) e Palermo Filho (2019), os quais abordam a performance musical; Cordeiro, Silva e Rodrigues (2014), Farias (2018) e Contier (2021), que tratam de produção musical e crítica social; e, por fim, Ortega (2015), Cásper (2016), Belisário e Oliveira (2023), que abordam músicas de protesto. Os resultados indicam que, ao trabalhar com as músicas de protesto, os alunos desenvolveram habilidades discursiva, artística e linguística, além do pensar crítico e do desenvolvimento da prática de leitura e da escrita poética.