Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu ( Mestrado Profissional) em Saúde Coletiva (MEPISCO)

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    Cartilha educativa: percepções e crenças sobre o uso da Profilaxia Pré Exposição ao HIV (PrEP)
    (2024-06-05) Seixas, Suelen Ribeiro; Sousa, Laio Magno Santos de
    A concepção da construção da cartilha informativa nasceu inicialmente da necessidade de promover informações qualificadas aos adolescentes homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e mulheres trans (TrMT) que frequentavam a Clínica do Projeto PrEP1519 na cidade de Salvador-BA. Entretanto, pensamos que esse material poderá oferecer suporte técnico tanto aos potenciais usuários de PrEP do Sistema Único de Saúde (SUS) em geral, quanto aos profissionais de saúde que acolhem esses usuários. A elaboração desta cartilha teve como objetivo elaborar um material instrutivo sobre o esclarecimento de percepções que podem estar relacionadas à prevenção por meio da PrEP, bem como orientar sobre a prevenção combinada aos adolescentes HSH e TrMT. Esse material gráfico foi elaborado a partir dos nossos resultados empíricos, visando abordar as principais percepções e crenças dos adolescentes HSH e TrMT encontradas. Observamos que uns alguns adolescentes concordaram com percepções e crenças negativas e equivocadas sobre o uso da PrEP, e que isso impactou o início do uso deles desta tecnologia. A construção desse material foi realizada através de uma pesquisa bibliográfica sobre a prevenção combinada ao HIV. O processo de criação ocorreu no período de imersão na clínica de PrEP durante o mestrado. Esses relatos foram utilizados para simplificar e tornar o conteúdo da cartilha mais acessível. O material inicialmente proposto foi discutido e apresentado aos profissionais da clínica e educadores de par da clínica, os quais fizeram sugestões que foram incorporadas nessa versão final. Portanto, a cartilha que foi produzida aborda informações aos adolescentes sobre o uso da prevenção combinada em geral, mas com destaque para o uso da PrEP e aspectos sobre percepção de risco de infecção pelo HIV. Adicionalmente, a cartilha orienta serviços que disponibilizam a PrEP na cidade de Salvador-BA.
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    Iniquidades étnico-raciais na testagem para HIV entre adolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres trans em três capitais brasileiras
    (UNEB, 2023-04-25) França, Marcus Vinicius Sacramento; Sousa, Laio Magno Santos de; Ferreira, Suiane Costa; Ramos, Dandara de Oliveira; Dourado, Maria Inês Costa
    Homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans e travestis (TrMT) ainda constituem populações com alta taxa de detecção e vulnerabilidade para HIV/aids. Adicionalmente, adolescentes e pessoas negras apresentam vulnerabilidades específicas, relacionadas ao aumento de casos, na última década. Neste contexto, a testagem para HIV dentro da estratégia de prevenção combinada mostra-se como tecnologia importante para interromper a cadeia de transmissão do HIV. Estudos internacionais evidenciam iniquidades étnico-raciais na prevenção ao HIV em HSH e TrMT, no entanto, há carência de estudos analisando a realidade brasileira, especificamente em adolescentes. Diante disso, esta dissertação apresenta dois produtos: um estudo de corte transversal aninhado a coorte PrEP1519 e um guia para profissionais da atenção primária à saúde sobre prevenção combinada ao HIV. O primeiro buscou analisar a associação entre raça/cor de pele e o uso de teste de HIV na vida entre adolescentes HSH(AHSH) e TrMT(ATrMT) de três capitais brasileiras, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo. Para isto, realizou-se um estudo de corte transversal aninhado à coorte PreP1519.Conduziu-se análise descritiva da população e bivariada das covariáveis e desfecho. Posteriormente, realizou-se análise de regressão logística múltipla com estimativa de odds ratio ajustada (ORaj) e intervalos de confiança de 95 % (IC95%). Adolescentes brancos testaram mais que pretos e pardos (64,0% vs. 53,8%, respectivamente, valor de P=0,001). A prevalência de testagem foi maior entre os brancos (64,0%), seguida dos pardos (55,9%) e pretos (52,2%) (valor de P=0,003). Na análise de regressão logística múltipla, observou-se que adolescentes brancos testaram mais que pretos e pardos (64,0% vs. 53,7%, respectivamente, P=0,001). A prevalência de testagem foi maior entre os brancos (64,0%), seguida dos pardos (55,9%) e pretos (52,2%) (valor de P=0,003). Na análise de regressão logística múltipla, observou-se uma chance 26% menor dos AHSH negros (ORaj: 0,74%; IC95%: 0,55-0,98) e 38% menor em ATrMT (ORaj: 0,62; IC95%: 0,45 – 0,87) terem sido testados na vida em comparação com os brancos, com IC: 95%. Nesse estudo, a raça/cor de pele aparenta determinar a menor chance de uso de teste de HIV na vida entre AHSH e ATrMT, chamando atenção para o papel do racismo no acesso aos serviços de saúde. Além disso, esse trabalho resultou em um produto técnico busca orientar profissionais sobre prevenção combinada, com enfoque em minorias sexuais, adolescentes e população negra, por meio de casos envolvendo essa população e prevenção ao HIV.
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    Income determines the impact of cash transfers on HIV/AIDS: cohort study of 22.7 million Brazilians
    (2024) Silva, Andréa F.; Dourado, Inês; Lua, Iracema; Jesus, Gabriela S.; Guimarães, Nathalia S.; Morais, Gabriel A.S.; Anderle, Rodrigo V. R.; Pescarini, Julia M.; Machado, Daiane B.; Santos, Carlos A.S. T.; Ichihara, Maria Y.; Barreto, Mauricio L.; Magno, Laio; Souza, Luis E.; Macinko, James; Rasella, Davide
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    Estudo TransOdara: o desafio de integrar métodos, contextos e procedimentos durante a pandemia de COVID-19 no Brasil
    (2024) Veras, Maria Amélia de Sousa Mascena; Pinheiro, Thiago Felix; Galan, Lenice; Laio, Magno; Leal, Andréa Fachel; Knauth, Daniela Riva; Motta-Castro, Ana Rita Coimbra; Queiroz, Rita Suely Bacuri de; Mayaud, Philippe; McCartney, Daniel Jason; Hughes, Gwenda; Santos, Camila Mattos dos; Bastos, Leonardo; Bassichetto, Katia Cristina; Sperandei, Sandro; Barros, Claudia Renata dos Santos; Silva, Rodrigo Calado da; Bastos, Francisco Inácio; Dourado, Maria Inês Costa
    Objetivo: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) afetam desproporcionalmente as mulheres trans e travestis (MTT), que muitas vezes não têm acesso a cuidados de saúde devido ao estigma e à discriminação. Descrevemos a abordagem e a metodologia de um estudo que investigou a prevalência de sífilis, HIV, hepatite A, B e C,Neisseria gonorrhoeae (NG), hlamydia trachomatis (CT) e papilomavírus humano (HPV) entre as MTT, bem como seu conhecimento e percepção sobre a sífilis, para melhor as políticas para redução de IST nessa população vulnerável. Métodos: TransOdara foi um estudo multicêntrico, transversal, realizado em cinco capitais das principais regiões brasileiras entre dezembro de 2019 e julho de 2021. Mulheres autoidentificadas como mulheres trans ou travestis, com idade >18 anos, foram recrutadas usando respondent-driven sampling, após uma fase de pesquisa formativa. Responderam a um questionário conduzido por entrevistadoras. Foi oferecida consulta médica, com exame físico, e solicitou-se que fornecessem amostras de vários locais para detectar as IST citadas. Quando indicado e consentido, foram iniciadas a vacinação e o tratamento. Resultados: Foram recrutadas 1.317 participantes nos cinco locais de estudo: Campo Grande (n=181, 13,7%), Manaus (n=340, 25,8%), Porto Alegre (n=192, 14,6%), Salvador (n= =201, 15,3%) e São Paulo (n=403, 30,6%). O período de recrutamento variou em cada local em razão de restrições logísticas impostas pela pandemia de COVID-19. Conclusão: Apesar dos enormes desafios colocados pela ocorrência simultânea da pandemia da COVID-19 e do trabalho de campo dirigido a uma população vulnerabilizada e dispersa, o projeto TransOdara foi eficazmente implementado. As adversidades não impediram que mais de 1.300 mulheres trans e travestis tenham sido entrevistadas e testadas em meio a uma epidemia de tal magnitude que perturbou os serviços de saúde e os projetos de pesquisa no Brasil e no mundo.
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    Interseccionalidade de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras de um bairro popular em Salvador- BA
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-31) Lima, Gisele Maria de Brito; Sousa, Laio Magno Santos de; Ferreira, Suiane Costa; Monteiro, Simone
    A adolescência não pode ser universalizada, uma vez que a experiência de adolescer ocorre em contextos múltiplos e plurais, influenciados pela cultura e socialização. Nesse cenário, ser jovem, negra e da periferia demarca relações de poder que posicionam a adolescente continuamente em situações de vulnerabilidade e desigualdade. Essa pesquisa foi um recorte do estudo guarda-chuva “Contextos de vulnerabilidade ao HIV entre jovens de camadas populares: um estudo multicêntrico em cinco cidades do Brasil - Espaços Jovens” e teve como objetivo geral compreender os contextos de exposição ao HIV e outras IST entre adolescentes e jovens, com idade de 15 a 19 anos e identificar a diversidade existente no território, em comunidades localizadas nas capitais brasileiras de Porto Alegre, São Paulo, Salvador, Manaus e Rio de Janeiro. Para este trabalho, foi utilizado o material empírico coletado na cidade de Salvador, com adolescentes negras de 15 a 19 anos, sendo 16 entrevistas, realizadas entre maio e dezembro/2021 e 1 grupo focal, com 12 meninas, em agosto/2022. Em relação ao perfil das entrevistadas, todas se declararam cisgênero e solteiras. A idade predominante foi de 15 a 16 anos. 13 se autodeclararam pretas e 3 pardas e em relação à distorção idade-série, 14 meninas apresentaram algum atraso escolar. Após a coleta dos dados, o material foi transcrito e analisado a partir da análise de conteúdo de Bardin, para tanto foram levantadas as seguintes categorias temáticas: relações entre racismo e discriminação de classe social no território; experiências de violência e discriminação no território; entrelaçamentos entre racismo e sexismo, e experiências de violência sexual; relações afetivas, sexismo e racismo e o diálogo como estratégia de enfrentamento ao racismo. Nos espaços de sociabilidade, a intersecção de raça/cor e classe social produziu experiências de discriminação e violência. Já nas relações afetivas, o entrecruzamento entre racismo e sexismo esteve presente, na preferência dos meninos pelo padrão estético branco e na objetificação das jovens negras. Sendo assim, as relações sociais de poder interseccionais, como o racismo, sexismo e discriminação por classe social são evidentes nos espaços de sociabilidade e relações afetivas de meninas negras. Portanto, recomenda-se investimentos em políticas públicas intersetoriais de equidade, bem como o fortalecimento do movimento social negro e de programas e projetos sociais que valorizem uma identidade negra positiva. Esta dissertação resultou em dois produtos: um artigo de pesquisa com abordagem qualitativa que teve como objetivo analisar a intersecção de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras de um bairro popular de Salvador, Bahia e no produto técnico intitulado Oficinas para o enfrentamento da discriminação baseada na raça/cor, gênero e classe social para profissionais de uma USF em Salvador-BA, para sensibilizar, discutir e refletir a temática para fomentar práticas de saúde com mais equidade.