Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu ( Mestrado Profissional) em Saúde Coletiva (MEPISCO)

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    Religiosidade, espiritualidade e práticas de cuidado: as experiências de usuários de um centro de atenção psicossocial
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-08-28) Soares, Adriel Souza Vilas Boas; Penaforte, Thais Rodrigues; Araújo, Patrícia Sodré; Tavares, Fatima Regina Gomes
    A influência do campo religioso, nas práticas de saúde, se delineia a partir de uma fronteira porosa, cujas marcas e tensionamentos refletem inscrições e disputas por diferentes posições e práticas assistenciais. E mesmo com o distanciamento das explicações mágico-religiosas, em consequência do avanço científico e tecnológico, o vigor e a resistência da expressão religiosa das sociedades contemporâneas implicou na manutenção de sua força na determinação de condicionantes ético-valorativos ao processo de cuidado. Nesse sentido, esse trabalho investigou como a religião opera o pensamento e as referências que engendram o campo da saúde, em interlocução com o processo de cuidado. Como principal objetivo, almejamos compreender como as experiências religiosas/espirituais, vivenciadas por usuários de um Centro de Atenção Psicossocial, relacionam-se às práticas de cuidado, individuais e profissionais, bem como às percepções da saúde e da doença. Para o desenho metodológico, optamos por uma pesquisa de natureza qualitativa, elegendo a etnografia como paradigma da investigação. E, diante da sobreposição entre o cenário de pesquisa e de atuação profissional do pesquisador, a experiência etnográfica nos propiciou a transformação da vivência cotidiana em empiria, proporcionando reflexões e reconexões, entre as dimensões que interseccionam teoria e a vida. Tomando a observação participante como modo de trabalho, a utilizamos como uma disposição que buscou aprender com os interlocutores, mediante encontros e partilhas. Para o processo de análise dos dados, selecionamos a análise de discurso. Nossos principais referenciais teóricos foram compostos pelo pensamento de Asad, Das, Kleinman, Mol e Tavares. As cenas etnográficas apresentadas nessa pesquisa mostraram que, no contexto estudado, os interlocutores utilizaram práticas de cuidado biomédicas em conexão com aspectos de religiosidade/espiritualidade, diante de suas experiências de sofrimento e eventos do cotidiano. Outrossim, percebeu-se que eles se conectaram, a humanos e não humanos, reinventando práticas de cuidado e processos diagnósticos. Assim, foi possível identificar como as experiências religiosas/espirituais das pessoas podem contribuir para a produção e compreensão do processo de cuidado.
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    Efeitos da hipnose na dor: um ensaio clínico em pacientes com ferida crônica
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-05-16) Almeida , Lorena de Carvalho; Mercês, Magno Conceição das; Souza, Marcio Costa de; Alves, Túlio César Azevedo
    Introdução. As feridas são caracterizadas como lesões que atingem a estrutura anatômica e fisiológica do órgão envolvido e acometem qualquer indivíduo, embora existam fatores de risco para o seu desenvolvimento. O manejo da dor em pacientes com ferida é complexo e o uso de práticas, como a hipnose, que embora seja antiga, só foi reconhecida recentemente pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) (2018), e ainda tem sido pouco utilizada pelos enfermeiros, além da escassez de registros científicos da sua utilização na prática clínica, em especial em procedimentos como curativos. Objetivos. Avaliar a redução da dor em pacientes com ferida crônica sob hipnose, durante a realização do curativo em um multicentro e unidades de saúde do município de Salvador, nos anos de 2023-24. Metodologia.Tratou-se de um estudo experimental, prospectivo, ensaio clínico randomizado, duplo-cego, compreendeu uma única sessão de intervenção com os participantes, utilizando como técnica a hipnose e a hipnose associada à Programação Neurolinguística (PNL) no grupo intervenção; e no grupo controle o áudio com o som Binaural. A população do estudo foi constituída por pacientes adultos com ferida crônica que apresentavam queixas álgicas, classificadas quanto ao nível da dor em leve, moderada e intensa medida através da NRS-11. Para a análise de amostras não-pareadas foi utilizado o teste de Friedman, e para avaliar os níveis de dor antes e após a intervenção foi utilizado o teste Kruskal-Wallis e por último a análise post-hoc pelo método Dunn-Bonferroni, considerando p<0,05. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade do Estado da Bahia - UNEB sob o parecer n. 5.939.866/2023, em conformidade com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados. Foram avaliados 61 pacientes portadores de feridas com necessidade de realização de curativo na Unidade de Saúde da Família. Destes, 17 foram alocados no grupo controle, 21 no auto-hipnose e 23 no grupo auto-hipnose com PNL. 35 participantes (57,4%) foram classificados com ansiedade mínima e apenas 01 (1,6%) com ansiedade grave. A avaliação de resultado para cada grupo em separado através da análise de amostras pareadas pelo teste de Friedman indicou que o nível de dor referido foi reduzido significativamente em todos os grupos de alocação. A partir, do estudo foi produzido uma qualificação para os profissionais de saúde da atenção básica do município de Salvador, objetivando ampliar as possibilidades terapêuticas e o uso das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Conclusão. A auto-hipnose, a auto-hipnose com PNL e o áudio binaural têm efeitos na redução da dor em pacientes com ferida crônica durante a realização do curativo. Os pacientes com ferida crônica com maiores níveis de ansiedade apresentaram menor redução de dor quando comparados com os pacientes com menores níveis de ansiedade.
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    Income determines the impact of cash transfers on HIV/AIDS: cohort study of 22.7 million Brazilians
    (2024) Silva, Andréa F.; Dourado, Inês; Lua, Iracema; Jesus, Gabriela S.; Guimarães, Nathalia S.; Morais, Gabriel A.S.; Anderle, Rodrigo V. R.; Pescarini, Julia M.; Machado, Daiane B.; Santos, Carlos A.S. T.; Ichihara, Maria Y.; Barreto, Mauricio L.; Magno, Laio; Souza, Luis E.; Macinko, James; Rasella, Davide
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    Estudo TransOdara: o desafio de integrar métodos, contextos e procedimentos durante a pandemia de COVID-19 no Brasil
    (2024) Veras, Maria Amélia de Sousa Mascena; Pinheiro, Thiago Felix; Galan, Lenice; Laio, Magno; Leal, Andréa Fachel; Knauth, Daniela Riva; Motta-Castro, Ana Rita Coimbra; Queiroz, Rita Suely Bacuri de; Mayaud, Philippe; McCartney, Daniel Jason; Hughes, Gwenda; Santos, Camila Mattos dos; Bastos, Leonardo; Bassichetto, Katia Cristina; Sperandei, Sandro; Barros, Claudia Renata dos Santos; Silva, Rodrigo Calado da; Bastos, Francisco Inácio; Dourado, Maria Inês Costa
    Objetivo: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) afetam desproporcionalmente as mulheres trans e travestis (MTT), que muitas vezes não têm acesso a cuidados de saúde devido ao estigma e à discriminação. Descrevemos a abordagem e a metodologia de um estudo que investigou a prevalência de sífilis, HIV, hepatite A, B e C,Neisseria gonorrhoeae (NG), hlamydia trachomatis (CT) e papilomavírus humano (HPV) entre as MTT, bem como seu conhecimento e percepção sobre a sífilis, para melhor as políticas para redução de IST nessa população vulnerável. Métodos: TransOdara foi um estudo multicêntrico, transversal, realizado em cinco capitais das principais regiões brasileiras entre dezembro de 2019 e julho de 2021. Mulheres autoidentificadas como mulheres trans ou travestis, com idade >18 anos, foram recrutadas usando respondent-driven sampling, após uma fase de pesquisa formativa. Responderam a um questionário conduzido por entrevistadoras. Foi oferecida consulta médica, com exame físico, e solicitou-se que fornecessem amostras de vários locais para detectar as IST citadas. Quando indicado e consentido, foram iniciadas a vacinação e o tratamento. Resultados: Foram recrutadas 1.317 participantes nos cinco locais de estudo: Campo Grande (n=181, 13,7%), Manaus (n=340, 25,8%), Porto Alegre (n=192, 14,6%), Salvador (n= =201, 15,3%) e São Paulo (n=403, 30,6%). O período de recrutamento variou em cada local em razão de restrições logísticas impostas pela pandemia de COVID-19. Conclusão: Apesar dos enormes desafios colocados pela ocorrência simultânea da pandemia da COVID-19 e do trabalho de campo dirigido a uma população vulnerabilizada e dispersa, o projeto TransOdara foi eficazmente implementado. As adversidades não impediram que mais de 1.300 mulheres trans e travestis tenham sido entrevistadas e testadas em meio a uma epidemia de tal magnitude que perturbou os serviços de saúde e os projetos de pesquisa no Brasil e no mundo.
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    Interseccionalidade de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras de um bairro popular em Salvador- BA
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-31) Lima, Gisele Maria de Brito; Sousa, Laio Magno Santos de; Ferreira, Suiane Costa; Monteiro, Simone
    A adolescência não pode ser universalizada, uma vez que a experiência de adolescer ocorre em contextos múltiplos e plurais, influenciados pela cultura e socialização. Nesse cenário, ser jovem, negra e da periferia demarca relações de poder que posicionam a adolescente continuamente em situações de vulnerabilidade e desigualdade. Essa pesquisa foi um recorte do estudo guarda-chuva “Contextos de vulnerabilidade ao HIV entre jovens de camadas populares: um estudo multicêntrico em cinco cidades do Brasil - Espaços Jovens” e teve como objetivo geral compreender os contextos de exposição ao HIV e outras IST entre adolescentes e jovens, com idade de 15 a 19 anos e identificar a diversidade existente no território, em comunidades localizadas nas capitais brasileiras de Porto Alegre, São Paulo, Salvador, Manaus e Rio de Janeiro. Para este trabalho, foi utilizado o material empírico coletado na cidade de Salvador, com adolescentes negras de 15 a 19 anos, sendo 16 entrevistas, realizadas entre maio e dezembro/2021 e 1 grupo focal, com 12 meninas, em agosto/2022. Em relação ao perfil das entrevistadas, todas se declararam cisgênero e solteiras. A idade predominante foi de 15 a 16 anos. 13 se autodeclararam pretas e 3 pardas e em relação à distorção idade-série, 14 meninas apresentaram algum atraso escolar. Após a coleta dos dados, o material foi transcrito e analisado a partir da análise de conteúdo de Bardin, para tanto foram levantadas as seguintes categorias temáticas: relações entre racismo e discriminação de classe social no território; experiências de violência e discriminação no território; entrelaçamentos entre racismo e sexismo, e experiências de violência sexual; relações afetivas, sexismo e racismo e o diálogo como estratégia de enfrentamento ao racismo. Nos espaços de sociabilidade, a intersecção de raça/cor e classe social produziu experiências de discriminação e violência. Já nas relações afetivas, o entrecruzamento entre racismo e sexismo esteve presente, na preferência dos meninos pelo padrão estético branco e na objetificação das jovens negras. Sendo assim, as relações sociais de poder interseccionais, como o racismo, sexismo e discriminação por classe social são evidentes nos espaços de sociabilidade e relações afetivas de meninas negras. Portanto, recomenda-se investimentos em políticas públicas intersetoriais de equidade, bem como o fortalecimento do movimento social negro e de programas e projetos sociais que valorizem uma identidade negra positiva. Esta dissertação resultou em dois produtos: um artigo de pesquisa com abordagem qualitativa que teve como objetivo analisar a intersecção de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras de um bairro popular de Salvador, Bahia e no produto técnico intitulado Oficinas para o enfrentamento da discriminação baseada na raça/cor, gênero e classe social para profissionais de uma USF em Salvador-BA, para sensibilizar, discutir e refletir a temática para fomentar práticas de saúde com mais equidade.