Teses e Dissertações não defendidas na UNEB

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A africanização do carnaval de Salvador, BA- a re-criação do espaço carnavalesco
(Universidade do Estado da Bahia, 1995) Vieira Filho, Raphael Rodrigues; D'Aléssio, Márcia Mansor
O presente trabalho tem como objeto principal analisar as manifestações lúdicas carnavalescas das populações afro-brasileiras da cidade de Salvador, Bahia, no período de 1876 a 1930, ou seja, pretendemos dar visibilidade a essa população no período de sua passagem de escrava a cidadã, estudando a década anterior a abolição, até o surgimento da imprensa negra, na década de 1930. O primeiro capitulo foi dedicado a mostrar como os afro-baianos construíram espaços de resistência e convívio social singulares, diferentes dos reservados a eles pelo sistema escravista, ou seja, o do trabalho e da submissão, onde seu patrimônio simbólico foi preservado e re-criado. Também procuramos mostrar como se constituiu e ampliou o sitio urbano da cidade de Salvador, BA. O segundo capitulo diversidade foi dedicado a mostrar a de manifestações lúdicas carnavalescas fomentadas por afro-brasileiros: os afoxés, clubes uniformizados, batuques sambas. Mostramos também como, utilizando elementos do patrimônio simbólico africano tradicional, re-criando e re-intepretando componentes dos patrimônios europeu e aborigene, eles inventaram novas formas de divertimento carnavalesco. No terceiro capitulo analisamos as diversas tentativas de normatização dos divertimentos carnavalescos estratégias utilizadas pelos afro-baianos para burlá-las. Utilizamos como fonte os periódicos de época e também os estudos sobre os afro-brasileiros, cujas pesquisas foram efetuadas no final do século passado até o ano de 1930.
A (re)produção da pequena propriedade rural no município de Feira de Santana-BA
(Universidade do Estado da Bahia, 2002-10-30) Araújo, Wodis Kleber Oliveira; Germani, Guiomar Inez; Andrade, Benedita Pereira de; Menezes, Ana Virgínia Costa de
O município de Feira de Santana não foge às regras da organização fundiária brasileira. A estrutura fundiária mostra um significativo desequilíbrio entre o número de estabelecimentos rurais e suas respectivas áreas. A localização do município favoreceu sua origem como praça de gado e fumo, onde o espaço já era pequeno para o camponês cultivar seus produtos de subsistência entre as terras destinadas aos pastos e as lavouras do tabaco. Espacializamos nossa pesquisa entre as décadas de 1950 a 1996, observando assim uma breve evolução da estrutura fundiária municipal. Os pequenos proprietários rurais estabelecem padrões de comportamento e estratégias de (re)produção do campesinato atrelados a fatores como: a herança; a fragmentação da propriedade; as relações de produção e a organização do trabalho efetuado pela família; o trabalho compulsório e a renda familiar. Esses padrões seguem modelos econômicos vigentes (passado ou presente), supostamente se reproduzindo para o futuro, porém não diferentes histórico-espacialmente, como a expropriação das terras, a fragmentação pela herança ou pela venda, pela pressão demográfica e econômica da terra em que trabalha, e por fim a fuga em direção aos centros urbanos. Viabilizando o estudo mais detalhado das condições de (re)produção das pequenas propriedades rurais, selecionou-se, dentro de cada Distrito do município, estabelecimentos rurais, em que particularmente apresentam diferenças facilmente percebidas de um lugar para outro, onde após pesquisa exploratória e análise dos dados, resultou numa configuração do espaço rural municipal atual, com novas e velhas tendências de organização.
A amizade como obra de arte: um estilo de vida experimental e outros rumores na ficção de João Gilberto Noll
(UNEB, 2008-03-06) García , Paulo César Souza; Souza, Pedro de; Leal, Bruno; Barcellos , José Carlos; Schmidt, Simone Pereira; Maluf, Sonia; Costa, Claudia Lima
O lugar da homoafetividade constitui-se como marca de leitura na literatura brasileira. Ao falarsobre amizade e homoerotismo na ficção de João Gilberto Noll, o estudo permite expressar o sujeito diante das práticas de si e, em tomo das quais, giram no território dos experimentos com o sexo. O apelo à sexualidade é uma forte estratégia para visualizar como os personagens masculinos de Noll são engendrados, tendo em mente a forma que se subjetiva com os contatos homossexuais vivenciados em Suas relações de amizade. A raiz nômade se encontra na órbita do romance de Noll de acordo com certa necessidade de colocar o homem sobre a estrada e pôr seu olhar de testemunho daquilo que vê nas passagens, Assim, as narrativas postas sobre as estradas convidam a participar de relatos de amizades no movimento dos instantes do tempo e os primeiros on the road narrativos do autor são tecidos sobre o descortino de territórios em que a expansão dos manifestos de encontros, amparados, também, em seus outros romances, fala de relacionamentos entre e com homens. Trata-se de questionar com os relatos narrativos o cumprimento dos disparates homoeróticos com o papel de revelar não uma identidade, mas uma forma que se autoconstitui para ser sujeito de uma sexualidade. Deste modo, a amizade significa outro sentido diferencial; é vista, aqui, como forma de vida, eixo de existência e promessa de reconstituição de si no trajeto das derivas sexuais. Estas são questões norteantes e sobre as quais detém a análise, compreendendo a formação da narrativa literária de Noll e a textualidade filosófica do pensador Michel Foucault. Pensar o tema da amizade como experimento homoerótico é o fundamento maior da pesquisa que, dentro dessa linha, reflete-se o drama do homem com a liberdade, com o movimento de inventividade, de imprevisibilidade e de intensividade enviesados por esses constructos de discursos.
A arte de ter um ofício: Liceu de Artes e ofícios da Bahia (1872 - 1996)
(UNEB, 1996) Leal, Maria das Graças de Andrade
A importância histórica e cultural da Bahia, destacando a relevância do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia na formação do país. A historiadora Maria das Graças de Andrade Leal, em sua pesquisa, registra as mudanças nas relações de trabalho na Bahia desde o final do século XIX, com destaque para eventos históricos que ocorreram no Paço do Saldanha, uma edificação colonial do século XVIII. O Liceu de Artes e Ofícios da Bahia passou por um processo de recuperação física e institucional entre 1988 e 1995, com o apoio da Fundação Odebrecht. Esse processo incluiu o resgate da memória da instituição, que tem 124 anos de história, e o retorno de sua excelência. A dissertação de mestrado da autora, que contribuiu para esse resgate, foi bem recebida pela comunidade acadêmica, com destaque para sua qualidade técnica. O texto também presta homenagens a figuras importantes no processo de revitalização do Liceu, como Lydio Sant'Anna, David Leite, Dr. Norberto Odebrecht e Dra. Neylar Lins, que contribuíram significativamente para o renascimento da instituição e para a preservação de sua memória e legado.
A Bahia na Guerra: o medo e a sobrevivência em Morro de São Paulo durante a Segunda Guerra Mundial
(UNEB, 2002) Moutinho, Augusto César Machado; Freitas, Antônio F. Guerreiro de
Esta dissertação é um estudo dos efeitos da Segunda Guerra Mundial na Bahia, e em particular no povoado de Morro de São Paulo. A conjuntura de guerra consubstanciou a imediata iniciativa do Estado Novo no sentido de preparar uma retaguarda civil perfilada e alinhada ao ideário varguista. Os elementos dessa estratégia, veiculados maciçamente pela imprensa da época, faziam interseção com um contexto de infortunios e grandes dificuldades. O povo baiano, durante o período de 1942 a 1945, viveu intensamente a forte mobilização para o conflito e todos os seus agravantes. Os afundamentos de navios brasileiros em águas nacionais motivaram a população baiana, que, incentivada pela imprensa e por estudantes, exigia o estado imediato de beligerância. A forte mobilização, acompanhada de um panorama geral de escassez, especulação e carestia, tornou-se marca desse período na Bahia. Mas, a reação da população no povoado de Morro de São Paulo ganhou outros contornos. Os morristas vivenciaram de forma eminentemente particular os efeitos do conflito. Durante o período, o intenso tráfego de navios e oficiais da Marinha no lugar, bem como os dramáticos afundamentos dos navios "Itagiba" e "Arara" nas proximidades, contribuíram para a criação de uma atmosfera de medo e insegurança, comprometendo, por exemplo, atividades de subsistência como a pescaria em alto mar. Além do mais, as campanhas de racionamento, seguidas de manobras especulativas e um estado generalizado de carestia de vida castigaram de forma peculiar os nativos do Morro de São Paulo. Outrossim, a resistência do morrista às inúmeras dificuldades do período foi intimamente motivada pelo desejo coletivo de sobrevivência. A solidariedade, o apego à força das tradições, as alternativas de trabalho, os festejos fizeram o contraponto às dificuldades da época. A Segunda Guerra Mundial ficou marcada na memória dos moradores do Morro de São Paulo como referência de medo, insegurança, frugalidade e sobrevivência.
A caprino/ovinocultura na organização do espaço do município de Serra Branca- PB
(Universidade do Estado da Bahia, 1992) Silva, Maria Aparecida da; Mello Netto, Antônio Vieira de
O trabalho executado teve como objetivo analisar o papel que exerce a caprino/ovinocultura na organização socioeconômica e espacial do Município de Serra Branca na Paraíba. A pesquisa teve como referencial o modo pelo qual se processou a ocupação da área, tendo como agente gerador desse processo a pecuária. Com base nesse elemento, procurou-se entender, através da evolução temporal, as transformações por que a região vem passando no tocante ao uso e manejo do solo agrário e no processo produtivo, assim como sua influência e seus efeitos. Para isto, foi realizado um amplo levantamento literário, censitário e efetuada pesquisa de campo, utilizando-se como indicadores as características ambientais, sociais e econômicas, condicionantes agropecuários, principalmente os que dizem respeito ao criatório caprino/ovino. Os dados obtidos são relativos ao período de 1970/1990, limite de estudo dessa pesquisa. Essas informações foram analisadas e tabeladas, e os resultados submetidos a interpretações, permitindo reconhecer que a expansão dos rebanhos, particularmente da criação caprino/ovina, a concentração da propriedade e o uso da terra, constituem atualmente um dos traços mais marcantes da realidade agrária do espaço em questão. Mesmo assim, com uma exploração deficiente, realizada de forma tradicional, considerada de baixa produtividade, a caprino/ovinocultura tem se constituído na melhor forma de sobrevivência do homem do campo e opção econômica para o município em apreço, uma vez que vem ocorrendo mudanças especificamente nas relações de trabalho, nos padrões de utilização da terra e nas formas de produção, refletindo em sua configuração espacial, com fortes consequências no setor social.
A cidade do olhar: a expressão viva em A cidade sitiada de Clarice Lispector
(UNEB, 1999) García, Paulo César; Joachim, Sébastien
A cidade é vista como uma rede semiótica especular, pressupondo uma teia de signos, que a enforma através do olhar. Pronta para determinar argumentos e valores instigantes ou quem sabe, matéria viva, expressiva. O ato de espiar é incessante na cidade-texto de Clarice Lispector, pois corresponde à expressão do ver, do sentir, do ouvir, do perceber, do imaginar. As coisas expressam qualidades traduzidas por sensações que emergem através do contato do sujeito com o espaço. Desse modo, a aparência constitui uma provação e o imaginário uma provocação. Ambos são resgatados no deparar do grande com o pequeno. O acaso e os instintos são proporcionados na textura da cidade com o intuito de promover a presença do ser que se destaca, pinta e borda pelas margens do texto. O espaço do espiar se apresenta nos sentidos aparentes que se desdobram nos cantos da casa e da cidade. O signo assume uma forma em que sombra, luz, som, olhar se colocam na fronteira do imaginário e da percepção. Do dentro e do fora. De modo que, por todos os lados, o ser inscreve o olhar e se inscreve com o argumento de sitiar a cidade. O ato de ver constitui uma tentativa, e atingir a cidade passa pelo instante arguto do olhar. da palavra que ecoa no moldar do espaço. Assim, percepção e imaginação imbricam-se no gesto impetuoso de ritmar o real frente ao seu enigma e na feição descritiva/subjetiva em relação ao mundo enunciado.
A construção da competência aplicada do professor de LE: um diálogo entre reflexão e ação
(UNEB, 2010-05-21) Rocha, Arnon Alves; Santos, Edleise Mendes Oliveira; Lima , Luciano Rodrigues; Almeida Filho, Carlos Paes de; Siqueira , Domingos Sávio Pimental
As pesquisas sobre formação de professores de línguas com atuação no Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras têm mostrado que há falhas no que concerne ao desempenho desses professores em sala de aula. No contexto da maioria das faculdades e institutos de formação de professores de línguas estrangeiras no Brasil, o que se percebe são docentes bastante desarticulados quando o foco é a relação teoria e prática, sem saber o que fazer para a melhoria de sua prática pedagógica, já que não se tem uma proposta teórica mais adequada para a sua formação, que promova esse necessário diálogo. Muitas vezes, os professores se valem de experiências de ensinar/aprender LE, já adquiridas no seu próprio exercício, mas não se dão conta de sistematizá-las. O modelo de competência aplicada de Almeida Filho (2005b) capacita o professor a ensinar de acordo com o que sabe conscientemente, e he dá a condição de explicitar por que ensina da maneira que ensina e por que obtém os resultados que obtém. Dessa forma, esse pensamento se assemelha à ideia do senso de plausibilidade de Prahbu (1990), através do qual o professor precisa teorizar o que faz em sala de aula, a partir do desenvolvimento de suas próprias experiências. Nesse sentido, esta pesquisa analisa o que fazem os três professores de inglês pesquisados, ao longo do desenvolvimento de suas práticas docentes, e como explicam esse fazer. A partir de reflexões do trabalho de investigação realizado com os professores participantes do estudo, verificamos quais são e de onde advêm os elementos que constituem a prática desses professores e como eventualmente eles a modificam. Após analisarmos os dados gerados a partir de observações e gravações de aulas, notas de campo, entrevista semiestruturada e questionário estruturado, tráçamos um perfil da competência aplicada dos professores com vistas a contribuir para o processo de formação docente. Os dados revelaram que, de forma diferenciada, as inovações mais marcantes, presentes nas práticas dos professores, surgiram desde a mudança curricular do curso de letras/inglês, a qual Ihes proporcionou um novo percurso formativo apoiado num aprendizado contínuo, sistemático e reflexivo na ação. Com isso, os professores diversificaram suas modalidades de aulas, incluindo o aluno e suas atitudes como elementos constituintes de sua abordagem de ensinar, tornaram-se mais conscientes e explicitadores de Suas ações, e essas mudanças se evidenciam com mais potencialidade na relação entre o ensino que realizam e a aprendizagem correspondente. Dessa forma, os professores saem de um paradigma de ensino/aprendizagem rígido e universal para interagirem nas novas concepções de língua/linguagem, no processo de ensinar e aprender LE, mais focadas no contexto sociocultural dos alunos.
A construção da competência aplicada do professor de LE: um diálogo entre reflexão e ação
(UNEB, 2010-05-21) Rocha, Arnon Alves; Santos, Edleise Mendes Oliveira; Almeida Filho, José Carlos Paes de; Siqueira, Domingos Sávio Pimentel
As pesquisas sobre formação de professores de línguas com atuação no Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras têm mostrado que há falhas no que concerne ao desempenho desses professores em sala de aula. No contexto da maioria das faculdades e institutos de formação de professores de línguas estrangeiras no Brasil, o que se percebe são docentes bastante desarticulados quando o foco é a relação teoria e prática, sem saber o que fazer para a melhoria de sua prática pedagógica, já que não se tem uma proposta teórica mais adequada para a sua formação, que promova esse necessário diálogo. Muitas vezes, os professores se valem de experiências de ensinar/aprender LE, já adquiridas no seu próprio exercício, mas não se dão conta de sistematizá-las. O modelo de competência aplicada de Almeida Filho (2005b) capacita o professor a ensinar de acordo com o que sabe conscientemente, e lhe dá a condição de explicitar por que ensina da maneira que ensina e por que obtém os resultados que obtém. Dessa forma, esse pensamento se assemelha à ideia do senso de plausibilidade de Prahbu (1990), através do qual o professor precisa teorizar o que faz em sala de aula, a partir do desenvolvimento de suas próprias experiências. Nesse sentido, esta pesquisa analisa o que fazem os três professores de inglês pesquisados, ao longo do desenvolvimento de suas práticas docentes, e como explicam esse fazer. A partir de reflexões do trabalho de investigação realizado com os professores participantes do estudo, verificamos quais são e de onde advêm os elementos que constituem a prática desses professores e como eventualmente eles a modificam. Após analisarmos os dados gerados a partir de observações e gravações de aulas, notas de campo, entrevista semiestruturada e questionário estruturado, traçamos um perfil da competência aplicada dos professores com vistas a contribuir para o processo de formação docente. Os dados revelaram que, de forma diferenciada, as inovações mais marcantes, presentes nas práticas dos professores, surgiram desde a mudança curricular do curso de letras/inglês, a qual lhes proporcionou um novo percurso formativo apoiado num aprendizado contínuo, sistemático e reflexivo na ação. Com isso, os professores diversificaram suas modalidades de aulas, incluindo o aluno e suas atitudes como elementos constituintes de sua abordagem de ensinar, tornaram-se mais conscientes e explicitadores de suas ações, e essas mudanças se evidenciam com mais potencialidade na relação entre o ensino que realizam e a aprendizagem correspondente. Dessa forma, os professores saem de um paradigma de ensino/aprendizagem rígido e universal para interagirem nas novas concepções de língua/linguagem, no processo de ensinar e aprender LE, mais focadas no Contexto sociocultural dos alunos.
A contribuição da Iniciação Científica na formação do aluno de graduação numa Universidade Estadual
(UNEB, 2002-03-01) Pires , Regina Celi Machado; Verthine, Robert Evan; Serpa, Luiz Felippe Perret; Fialho, Nadia Hage
O presente estudo tem por objetivo verificar a contribuição dos programas de iniciação científica (IC) como mecanismo de formação do aluno de graduação. Está fundamentado na pesquisa bibliográfica, documental e empírica, cujo campo de trabalho é a UNEB e cuja unidade de investigação são os programas PIBIC/CNPq, PICIN/UNEB e PET/CAPES. A coleta de dados foi realizada por questionários e entrevistas semi-estruturadas. O paralelo entre as falas de alunos e professores integrantes destes programas e dos não-participantes permitiu evidenciar a existência de duas culturas no ensino de graduação da universidade: uma com pesquisa e outra sem pesquisa. A situação predominante é a do ensino sem pesquisa, que caracteriza o processo informativo e oculta o lado educativo da pesquisa. Os resultados mostram que a grande contribuição da IC se revela na quebra do mito do ato de pesquisar, proporcionando outros benefícios que vão caracterizar o processo formativo de seus participantes. A atividade orientada por um professor qualificado contribui para a aproximação da relação professor/aluno, deslocando o argumento da autoridade do professor para o diálogo e permitindo ao bolsista desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe, aperfeiçoar o espírito crítico, capacitar-se na utilização e busca dos meios para compor o conhecimento novo e elevar a probabilidade de seu ingresso numa pós-graduação. Sob o ponto de vista institucional, os programas de IC aparecem como uma oportunidade para a Universidade institucionalizar a pesquisa na graduação, estimular a produção e a publicação acadêmico-científica e fomentar seus grupos de pesquisa.
A dinâmica urbana de Santo Antônio de Jesus- Bahia
(UNEB, 1999-09) Santos, Miguel Cerqueira dos; Vasconcelos, Pedro de Almeida; Silva, Sylvio Carlos Bandeira de Melo e; Sampaio, Antonio Heliodório Lima
Com o objetivo de analisar a dinâmica urbana de Santo Antônio de Jesus, esta dissertação consta de três capítulos básicos. O primeiro versa sobre a análise e perspectiva do Recôncavo Baiano, por entender que as concepções teóricas e metodológicas que envolvem a dinamização do espaço urbano de Santo Antônio de Jesus fundamentam-se no entendimento das questões regionais nas quais a cidade se insere. O segundo capítulo refere-se à dinâmica urbana de Santo Antônio de Jesus tendo como abordagem principal o setor terciário em função da importância observada após os anos 70. No terceiro capítulo terão ênfase as relações internas e externas que influenciam no espaço intra-urbano, onde, dentre os outros aspectos que serão abordados, encontra-se o breve histórico da cidade.
A formação linguística do alfabetizador e a avaliação da escrita no semi-árido
(Univerdidade do Estado da Bahia, 2002-11-20) Santos, Cosme Batista dos
Muitos textos escritos de divulgação científica que circulam nos cursos de formação continuada e/ou em serviço disponibilizam para os professores de língua materna, inclusive os alfabetizadores, variados conceitos lingüísticos. Se não é lícito assegurar que a circulação desses textos, em si, promove o letramento do professor de língua materna, esse fato, pelo menos, desenha um quadro revelador de que, mesmo nos contextos mais distantes, os conhecimentos lingüísticos estão, de alguma forma, compondo o repertório de leitura dos professores. Nesta pesquisa, especificamente, estamos analisando o impacto dos saberes lingüísticos lidos em curso de formação em serviço na avaliação da escrita por um grupo de 05 alfabetizadores-alunos em escolas públicas no semi-árido da Bahia. Estudos antecedentes, apoiados no conceito de letramento como práticas sociais contextualmente situadas, mostram que a atividade de retextualização, transposição e reformulação de saberes de um texto escrito acadêmico para outros textos ou, especificamente, para uma prática escolar tende a ser afetada por fatores lingüísticos, sociais e cognitivos diversos. Com base nesse conceito de letramento, esta investigação pressupõe que a mobilização de critérios lingüísticos na avaliação da escrita deve ser o resultado da formação lingüística desses professores, no entanto, tais critérios são reconfigurados sob a influência de variáveis ligadas a situação, por exemplo, o que está sendo avaliado, quem avalia e para quê/quem está sendo avaliado. Os resultados desta investigação devem ampliar as descobertas na área da formação do professor, revelando as estratégias de produção/ampliação de critérios lingüísticos nas práticas de avaliação/correção da escrita nas séries iniciais, bem como o impacto da formação lingüística no letramento do professor alfabetizador.
A fragmentação romanesco-existencial em As horas nuas de Lygia Fagundes Telles
(UNEB, 1994-12-19) Magalhães, Carlos Augusto; Mello, Ana Maria Lisboa de; Patriota, Margarida de Aguiar; Serra, Tania Rebelo Costa; Lôbo, Danilo Pinto
Esta dissertação desenvolve algumas reflexões sobre o romance As horas nuas de Lygia Fagundes Telles. Analisam-se as personagens, o foco narrativo, o espaço/tempo, a estrutura textual e a linguagem, elementos básicos para o processo de recriação da realidade, por meio da arte literária. Observa-se que estes elementos romanescos aparecem de forma inusitada, como indício da desestabilização e da fragmentação da vida moderna. O romance expõe, principalmente por intermédio da protagonista, as dificuldades de interação do ser com o espaço, com a sociedade e com a problemática existencial do tempo.
A hora dos reis barbudos: a ficção de José J. Veiga e o discurso do realismo fantástico
(UNEB, 2003) Menezes, Adriano Antônio Lima; Araújo, Jorge de Souza
A segunda metade do século XX foi a responsável pelo maior contato entre as literaturas dos países latino-americanos. As décadas de 60 e 70, no Brasil, assim como em quase toda a América Latina, foram marcadas por um sistema político ditatorial, em que predominavam a censura e a perda de liberdade de expressão. O romance "engajado" da primeira metade do século XX já entrara em crise, sendo aprimorado um novo estilo, que buscava o real no maravilhoso, tal qual definiu o cubano Alejo Carpentier, ou um realismo mágico do imaginário indígena, para o guatemalteco Miguel Angel Astúrias, ou ainda um realismo fantástico, definido pelo argentino Júlio Cortázar. Nesse contexto, José J. Veiga (1915-1999), escritor brasileiro, publicou seus primeiros romances: A Hora dos Ruminantes (1966) e Sombras de Reis Barbudos (1972). A priori, o fantástico de suas obras pode ser buscado não no momento de hesitação ou dúvida entre o real e o irreal, ou o natural e o Sobrenatural; mas no efeito resultante do confronto entre duas realidades possíveis na ficção: realidade referencial (realista) e realidade "irreal" [fantástica). Ele se manifesta como um jogo, onde se constrói um universo, um mundo "real", baseado nas realidades "possíveis" da ficção; ao mesmo empo em que empresta "realidade" contextual a algo "irreal", para a Experiência referencial do leitor. De qualquer modo, utilizando o fantástico não apenas como hesitação, José J. Veiga dialoga com seus contemporâneos latino-americanos, ao misturar elementos do imaginário local e regional com o universal; elementos de uma linguagem coloquial com uma linguagem trabalhada; caracterizando, também, a situação política de um país, um continente ou mesmo do mundo, através de vilarejos do interior do Brasil.
A intensificação no português: o intensificador e sua expressão
(UNEB, 1992) Lopes, Carlos Alberto Gonçalves; Martins, Nilce Sant'Anna
A pesquisa teve por objetivo, dentre outros, oferecer uma visão panorâmica, sistemática, coerente e a mais ampla possível sobre os marcadores de intensidade da língua portuguesa, incluindo dentre eles o grau após estabelecer os limites entre a intensificação e a quantificação, sem deixar de apreciar os valores estilísticos de tais marcadores.
A moradia da população pobre e a Reforma Urbana em Santos no final do século XIX
(UNEB, 1998) Blume, Luiz Henrique dos Santos; Khoury, Yara Maria Aun
O processo de urbanização da cidade de Santos, que se consolida no final do século XIX, segue duas direções que são interdependentes: a reforma urbana e a reforma sanitária. Nos projetos de construção de uma cidade moderna, no final do século XIX, a questão da moradia dos trabalhadores pobres ganha visibilidade. Na medida em que estes projetos excluem as práticas e os modos de vida da população pobre, as tensões em torno de territórios, e modos de viver numa cidade que se modernizava, constituem relações sociais e alteram a cartografia de Santos. Assim, a cidade vai se modificando para servir às funções portuária e comercial. Ao mesmo tempo em que assistimos à construção de novas avenidas e ao alargamento das antigas vielas, para o tráfego crescente das carroças que serviam às embarcações de produtos como o café, a população pobre busca acomodar-se como pode nas inúmeras pensões e hospedarias que surgem na região central. Enquanto Santos vai assumindo características de uma cidade moderna, a necessidade de maior mão-de-obra nos serviços ligados ao porto e às obras urbanas trazem uma desorganização, consubstanciada na presença constante do trânsito permanente de carroças nas ruas. As reformas urbanas e portuária atraem para a cidade levas de imigrantes e de trabalhadores nacionais que, sem recursos, ocupam as áreas centrais, morando em habitações coletivas. As epidemias do final do século atingiram principalmente essa população pobre que se amontoava em várias modalidades de habitações coletivas. Quando a comissão de desinfecções, nomeada pelo governo republicano, interveio em Santos, estas moradias se tornaram o centro de disputa por territórios e práticas na cidade. Esta dissertação busca, dessa forma, dar visibilidade às tensões e conflitos que se seguiram em Santos, envolvendo a moradia da população pobre.
A tragédia do tamanduá: um estudo de caso de poder local e de mandonismo no sertão da Bahia (1840-1895)
(UNEB, 1998-12-17) Ivo, Isnara Pereira; Anastasia, Carla Maria Junho; Dutra, Eliane Regina de Freitas; Freitas, Antonio Fernando Guerreiro de
Este é um “estudo de caso” de lutas de familias que se destina à análise do poder local e da violência na politica no sertão da Bahia durante o século XIX. É uma estudo das consequências do processo de centralização político-administrativa do Estado Imperial para a consolidação dos potentados locais Utilizando o mandonismo, como categoria de análise estuda a dinâmica confiituosa do mandonismo local e a constante presença da violência no exercicio das atividades públicas Inicialmente, problematiza os conceitos de especialistas no tema distanciando o objeto de abordagens genéricas definindo-o em suas especificidades e diferenças locais Acompanha a formação e evolução do processo politico-administrativo do Municipio para compreensão da origem e consolidação das familias locais, nas instâncias do poder local, e das politicas públicas por elas implementadas Inserida no cotidiano violento do Municipio. a Tragédia do Tamanduá. manifestação máxima do mandonismo local, é compreendida como resultante do controle privado das instancias públicas. A presença da violência na atividade politica dos chefes locais è verificada através da análise dos instrumentos de mando por eles utilizados O estudo objetiva mostrar como a centralização administrativa permitiu que no interior do pals, as instituições políticas e administrativas fossem instrumentalizadas pelo poder arbitráno dos chefes locais.
Academia dos rebeldes: modernismo à moda baiana
(UNEB, 2006-01-09) Soares, Angelo Barroso Costa; Seixas, Cid; Veiga, Benedito; Alves, Ívia Iracema; Rios, Márcia
A dissertação intitulada Academia dos Rebeldes: o modernismo à moda baiana procede a uma análise da formação e contribuição da Academia dos Rebeldes, agremiação que emerge na Bahia, no início do século XX, com o intento de fazer uma literatura moderna. Nesse sentido, este estudo faz uma retomada do modernismo no Brasil, com o intuito de apresentar o contexto histórico e cultural em que uma proposta de inovação emerge em diferentes estados brasileiros. Em seguida, são analisadas as peculiaridades do que se convencionou chamar de modernismo baiano, a partir da composição e proposição da Academia dos Rebeldes, da qual participaram escritores e intelectuais baianos, aspirantes a uma carreira intelectual cujo início se dava nos jornais locais. Em seu projeto ideológico e estético, esse grupo opta pela valorização da cultura popular local, particularmente, a cultura africana e afro-baiana, segmento marginalizado no processo de colonização do país Ainda com o intuito de depreender os indicadores de inovação da Academia dos Rebeldes, e estudo ora realizado foca a atenção nos periódicos produzidos por esse grupo, as revistas Meridiano e O Momento, nas quais as propostas de uma literatura moderna, numa versão baiana, ganham corpo.
Água como fator de sustentabilidade e de desenvolvimento regional para a população de Canudos: o açude público Cocorobó
(2013) Azevedo, Antonio José Batista de; Spinola, Noelio Dantaslé; Boaventura, Edivaldo Machado; Pellegrino, Egnaldo Barbosa; Souza, Regina Celeste de Almeida; Souza, Constância Maria Borges de
O propósito deste estudo, que se constitui como tese, é contribuir para o possível e viável desenvolvimento sustentável de Canudos, município situado na região semiárida do Estado da Bahia. Tanto o lugar em foco quanto sua região se caracterizam pela pobreza acentuada por causa da estagnação de sua estrutura produtiva. Entretanto, como o estudo de caso apresentado — de caráter exploratório e descritivo — procura demonstrar, seu desenvolvimento endógeno, com sustentabilidade de base local, poderá vir a ser uma alternativa tecnicamente exequível e mesmo promissora. Essa perspectiva exige, porém, fundamentalmente a implementação de políticas público-privadas, com vistas à requalificação e redimensionamento do açude público Cocorobó. O multiuso das águas desse açude, além de viabilizar seu aproveitamento para a geração de hidroeletricidade e biomassa, a fim de atender às demandas da região e inserir o município no sistema nacional de energia elétrica, poderá estimular uma série de arranjos produtivos locais, como, entre outros, a agricultura irrigada e a piscicultura. O fomento ao turismo cultural, em sua vertente histórica, ao valorizar o acervo de objetos e documentos relativos à tragédia social que foi a Guerra de Canudos (1896-97), é um dos vetores do desenvolvimento proposto, no qual, em seus vários aspectos, tem importância relevante o papel das universidades baianas. Para focalizar o tema, que, como se espera, poderá suscitar novos estudos, foram realizadas pesquisas bibliográfica, documental e empírica em articulação com um referencial teórico pertinente. Ao fim e ao cabo, justifica-se e detalha-se a função multiuso do Cocorobó, visando a possibilitar as condições de crescimento econômico do município, a se traduzir na geração de renda e emprego. Essa recomendação, porque corrobora a hipótese do estudo, é o fator-chave para incluir a região em apreço no circuito do capital circulante do Estado da Bahia e, nessa medida, significar a efetiva melhoria da qualidade de vida de sua população.
Ah! Dona Flor, Dona Flor... (memória da vida cultural baiana)
(Universidade do Estado da Bahia, 2001-09-13) Veiga, Benedito José de Araújo; Alves, Ivia Iracema Duarte
O romance Dona Flor e seus dois maridos de Jorge Amado, sua divulgação inicial, o contexto em que foi produzido e suas repercussões do calor-da-hora, tomando por base o registro resgatado em periódicos e sua recepção critica. A vida cultural em Salvador no momento da chegada dessa ficção amadiana. O quadro político de exceção, a censura e as sobras da "avant-garde na Bahia". O papel de Jorge Amado como articulador das manifestações culturais na província. A quebra de fronteiras entre os níveis culturais, o crescimento da mídia eletrônica e a obra de arte como produto cultural. Os lançamentos mais importantes de Dona Flor em 1966. O lançamento d'Ajuda e os instrumentais ritualístico-performáticos e publicitários utilizados; os lançamentos de São Paulo e do Rio de Janeiro (Estado da Guanabara); outros lançamentos em Salvador. Jorge Amado, a construção de sua persona e sua heroína do momento. Dona Flor, a mídia cinematográfica, o período 1975-1976. A Dona Flor de Bruno Barreto: seu pioneirismo no comércio de filmes nacionais; sua filmagem em Salvador e a busca do clima ritualístico-performático. O pólo turístico da Bahia, o congresso internacional da ASTA, no Rio de Janeiro, e a presença da Bahia. Reformulações de imagens da baianidade (da mulher brasileira/baiana) e a apropriação de traços da cultura negra pelos governantes e grupos hegemónicos/comerciais.

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