A (re)produção da pequena propriedade rural no município de Feira de Santana-BA
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Resumo
O município de Feira de Santana não foge às regras da organização fundiária brasileira. A estrutura fundiária mostra um significativo desequilíbrio entre o número de estabelecimentos rurais e suas respectivas áreas. A localização do município favoreceu sua origem como praça de gado e fumo, onde o espaço já era pequeno para o camponês cultivar seus produtos de subsistência entre as terras destinadas aos pastos e as lavouras do tabaco. Espacializamos nossa pesquisa entre as décadas de 1950 a 1996, observando assim uma breve evolução da estrutura fundiária municipal. Os pequenos proprietários rurais estabelecem padrões de comportamento e estratégias de (re)produção do campesinato atrelados a fatores como: a herança; a fragmentação da propriedade; as relações de produção e a organização do trabalho efetuado pela família; o trabalho compulsório e a renda familiar. Esses padrões seguem modelos econômicos vigentes (passado ou presente), supostamente se reproduzindo para o futuro, porém não diferentes histórico-espacialmente, como a expropriação das terras, a fragmentação pela herança ou pela venda, pela pressão demográfica e econômica da terra em que trabalha, e por fim a fuga em direção aos centros urbanos. Viabilizando o estudo mais detalhado das condições de (re)produção das pequenas propriedades rurais, selecionou-se, dentro de cada Distrito do município, estabelecimentos rurais, em que particularmente apresentam diferenças facilmente percebidas de um lugar para outro, onde após pesquisa exploratória e análise dos dados, resultou numa configuração do espaço rural municipal atual, com novas e velhas tendências de organização.