Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Letras (PPGL)
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- ItemA canção da Relva, Alfred e Emily e debaixo da minha pele: análise comparativa da voz autoral de Doris Lessing(Universidade do Estado da Bahia , 2023-12-08) Viana, Frederico Loiola; Silva, Leandro Soares da; Prazeres, Lilian Lima Gonçalves dos; Oliveira, Calila das MercêsO objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa, sob a perspectiva da voz autoral, entre os romances A Canção da Relva (1949) e Alfred e Emily (2008) e da autobiografia Debaixo da minha pele: primeiro volume da minha autobiografia (1997), com o propósito de discutir a identidade autoral de Doris Lessing e a sua percepção sobre a sociedade, a partir do lugar que ocupa socialmente. Serão utilizados como embasamento teórico os seguintes autores: Alvarez (2005) para falar de voz do autor, Culler (1999) com sujeito e identidade na literatura, Lejeune (2014), Figueiredo (2013), Arfuch (2010), para tratar de autobiografia e espaço autobiográfico, Sartre (1989), Candido (2006), com a literatura engajada, Compagnon (1999) referente à humanização da escrita, Barthes (1993, 2012, 1975) com a volta do autor e os biografemas, Foucault (1992) com a função do autor e Hall (2006) com a identidade do indivíduo, dentre outros. Os apontamentos metodológicos foram embasados por Bauer & Gaskel (2005), Lose & Magalhães (2019) e Pivetta de Oliveira (2009). As análises foram realizadas através da perspectiva da voz autoral apresentada por Alvarez (2005), em consonância com autores como Fanon (2008, 2005), Mbembe (2014), Said (2007), Costa e Silva (2012), Xavier (2012), Halbwachs (1990), Bento (2022), Gonzalez (2019), Saffioti (2004), Kilomba (2020), Santos (2004). Os resultados foram: Lessing, através das suas narrativas, tentou mostrar os problemas sociais vistos por ela durante o período em que esteve na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) e como uma voz que protesta, fez uma crítica às relações sociais presentes no território sul-africano. A autora mostra como era a sua relação com a família, os sentimentos do seu pai e da sua mãe quanto a vida fracassada que diziam levar, além das crises existenciais da mãe ao se deparar com uma fazenda fora de seus padrões formais. A autora escreve suas obras com um comprometimento social, tendo participação tão próxima do que descreve, que se pode dizer que ela participa implicitamente da narrativa; suas memórias e subjetividades são contadas com detalhes ao longo das narrativas.
- ItemA constituição discursiva de identidade na escrita de memórias literárias: olimpíada de língua portuguesa(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-27) Silva, Helenice Farias de Brito; Ferreguett, Cristhiane; Quadros , Carla de; Machado da Rosa, KelliEsta dissertação apresenta um estudo teórico-analítico sobre a constituição no gênero discursivo memórias literárias e como o discurso memorialístico permite a autoria vincular sua composição identitária à narrativa de uma pessoa da comunidade, para que também reconheça como sujeito histórico na construção deste enunciado. O objetivo é investigar como discursividades, que compõem as memórias literárias produzida pelo aluno-autor na Olimpíada de Língua Portuguesa, podem revelar indícios socioculturais que contribuem para a formação das suas representações identitárias — mobilizando conceitos e princípios teóricos de uma perspectiva linguística e dialógica, que constituem a arquitetônica da Teoria Dialógica do Discurso. A investigação ancora-se nos pressupostos teóricos do dialogismo do Círculo de Bakhtin e caracteriza-se como pesquisa bibliográfico-documental, de natureza qualitativa e de cunho interpretativo. Apresenta como corpus o enunciado de Memórias Literárias, vencedora da sexta edição da Olimpíada de Língua Portuguesa no Centro Educacional de Ibiassucê. Para tanto, foram adotadas as postulações do Círculo bakhtiniano para a compreensão da natureza dialógica da linguagem e a concepção arquitetônica da teoria dialógica do discurso nos estudos de Bakhtin (2010; 2013; 2016), Volóchinov (2017; 2019) e Medviédev (2016). Acerca da definição e características do gênero memórias literárias toma-se por base as publicações de Clara (2008; 2019; 2021), Boeno (2013), Marcushi (2011). Na sequência, apresenta-se um aporte teórico em que se utiliza os conceitos de memória de Bosi (1998; 2005), Halbwachs (1990) e Le Goff (1990); concepções de identidade por Hall (2006) e Baumam (2005); relação entre memória e identidade em Candau (2011) e Souza (2014). Os resultados das análises demonstram que o aluno-autor apresenta diversos recursos linguístico-enunciativos ímpares para a concretização de seu projeto ideológico do dizer com entonações valorativas ímpares, para exteriorizar suas atitudes responsivas de pertencimento, em função das vozes sociais da pessoa entrevistada que demonstram marcas do contexto sociocultural em que vive o discente que constituem fatores que contribuem para sua formação identitária.
- ItemCorpos femininos sob a insígnia da violência de gênero: As três Marias e As Meninas(Universidade do Estado da Bahia, 2023-10-27) Rodrigues, Daiane de Moura; Silva , Leandro Soares da; Prazeres, Lilian Lima Goncalves dos; Gomes , Carlos Magno SantosA violência de gênero, seja física, psicológica ou sexual, é um fenômeno que, há muito tempo, faz parte do princípio dos pilares da dominação patriarcal. A partir do século XX, esse tema, sob a ótica da literatura, ganha um novo contexto quando escritoras assumem a voz autoral de textos que denunciam mulheres em situação de opressão. Partindo desse cenário, esta dissertação se propôs a analisar, com base na abordagem comparativa, produções literárias escritas por duas autoras que evidenciaram em suas obras crimes contra mulheres. Desse modo, pretendeu-se discutir a construção dos corpos femininos e as marcas dessas violações em duas obras da literatura brasileira, uma de 1939, As três Marias, de Rachel de Queiroz, e outra de 1973, As Meninas, de Lygia Fagundes Telles. Para tal intento, a dissertação foi dividida em três capítulos. No primeiro, foi apresentado um sucinto estudo das produções literárias escritas por mulheres no Brasil, levando em conta o momento histórico e questões de autoria feminina em Eurídice Figueiredo (2013), Constância Lima Duarte (2022), Silvia Federici (2017) e Mary Del Priore (2004). No segundo, buscou-se tipificar e elucidar as violências de gênero nos romances, a contar das pesquisas de Judith Butler (2015), Heleieth Saffioti (2015), Lia Zanotta Machado (2010) e Marcela Lagarde (2011). Valendo-se das leis vigentes à época e da recepção contemporânea, analisou-se também como a pauta da descriminalização do aborto foi discutida nas obras, partindo das análises de Maria Betânia Ávila (2019), Wilza Vilela, Regina Barbosa (2011) e Leila Barsted (2019). Ao final, no terceiro capítulo, foi explorado como as seis personagens se ocuparam de seus corpos e suas sexualidades. Para definirmos as estratégias narrativas destes atributos, realizou-se um mapeamento dos tipos de representações dos corpos femininos, discutindo questões de gênero, identidades e lesbianidades, em especial, abordagens analíticas sobre o corpo feminino em Elódia Xavier (2021), Luciana Borges (2013) e Guacira Lopes Louro (1997). Sendo assim, Queiroz e Telles nos apresentaram literaturas que romperam a fronteira da representação e nos proporcionaram um legado importante para discutir o corpo feminino como índice da violência de gênero no Brasil.
- ItemEscritura do corpo e da voz na poética de Ricardo Aleixo(Universidade do Estado da Bahia - UNEB, 2024-03-22) Silva, Artur Pereira; Santana, Gean Paulo Gonçalves; Queiroz, Sônia Maria de Melo; Sales, Karina LimaEsta dissertação analisa uma produção poética contemporânea sob o viés crítico da inespecificidade e expansão dos artefatos artísticos, desde a perspectiva das formas híbridas à fusão entre realidade e ficção. Dessa maneira, é de interesse desse estudo a performance Fruto Estranho, de Ricardo Aleixo, apresentada na Festa Literária Internacional de Paraty (2017), como um objeto literário singular, passível de intercambiar histórias e de acionar memórias de outros tempos e eras, sobretudo, quando suscita conexões históricas e culturais que remetem à restauração do olhar estereotipado da imagem do negro na sociedade. Para tanto, essa investigação debruça-se sobre os poemas encenados na performance corpus dessa pesquisa, além das camadas que revestem a vocalização em foco, como a palavra, a voz, o corpo e outros signos que emanam resistência e luta contra a desigualdade racial e a necropolítica ainda presentes no país. O objetivo dessa dissertação é, portanto, analisar os trânsitos literários presentes na performance interartes de Ricardo Aleixo, que atravessa o conceito de realidade e ficção, bem como funde tradição oral a aparatos tecnológicos para potencialização do discurso poético, coberto por camadas, à maneira de um palimpsesto, já que subscreve entre as camadas da performance a história, a memória, a herança cultural africana e as identidades dos sujeitos afro-brasileiros na contemporaneidade. Sendo assim, o percurso de escrita desse trabalho é atravessado por diálogos dos poemas vocalizados na Flip (2017). Sustentam as leituras dessa dissertação as teorias da inespecificidade da arte contemporânea, segundo Florencia Garramuño; o conceito de realidadeficção, cunhado por Josefina Ludmer; a voz e a oralidade poética, em Paul Zumthor; o discurso intermídia, de Claus Claus Clüver; o palimpsesto ou inter/transtextualidade, de acordo com Gerárd Genette; a emancipação do espectador, em Jacques Rancière; o conceito de narrador e história, segundo Walter Benjamin; a tradição viva, em Hampâté Bâ; o conceito afro-diaspórico de corpo-tela, formulado por Leda Maria Martins.
- ItemEstudo da variação semântico-lexical em Helvécia-BA: campo semântico-alimentação e cozinha.(Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-06) Borel, Jaqueline Fernandes; Almeida, Manoel Mourivaldo Santiago; Almeida, Manoel Mourivaldo Santiago; Nunes, Ticiane Rodrigues; Oliveira, Vivian Meira deA pesquisa sob o título "Estudo da variação semântico-lexical em Helvécia - BA: Campo Semântico - Alimentação e Cozinha", surge da compreensão dos fatores linguísticos e extralinguísticos, como os sociais, e do anseio em compreender: É possível identificar a variação semântico-lexical mais acentuada pelos falantes de Helvécia em uma perspectiva sociodialetal? O objetivo geral busca analisar a variação semântico-lexical na comunidade de Helvécia em uma perspectiva sociodialetal, com base no Questionário Semântico-Lexical do projeto Atlas Linguístico do Brasil com adaptações possíveis, cujo Campo Semântico é a Alimentação e Cozinha. Traz como objetivo específicos: (i) mapear os trabalhos realizados por autores de distintas universidades cujos registros temáticos abordem sobre Helvécia; (ii) traçar um percurso histórico cultural desde o surgimento da Colônia Leopoldina até o nascer de Helvécia; (iii) analisar teoricamente os postulados da Sociolinguística variacionista e da Dialetologia pluridimensional e relacional e sua vinculação com o método da Geolinguística pluridimensional; e por fim, (iv) apresentar os resultados da análise semântico-lexical do falar de 07 informantes do Grupo 01 e 24 informantes do Grupo 02 na comunidade de Helvécia. Quanto a técnica, utilizou-se a entrevista semiestruturada qualitativa com embasamento no QSL do ALiB com adequações, devido à necessidade de inclusão das lexias proferidas pelos falantes nas entrevistas. Para a elaboração da pesquisa empregou-se recursos orais com a entrevista gravada em áudio e fez-se uso de seis obras lexicográficas que compreendem quatro séculos para análise das lexias. Com base no arcabouço teórico-metodológico da sociolinguística laboviana, realizou-se a pesquisa na comunidade para coletar conversas informais no primeiro grupo de 07 idosos; e no segundo grupo utilizou-se da Dialetologia pluridimensional e relacional para a aplicação de uma entrevista semiestruturada qualitativa consultando 24 sujeitos da faixa etária de 19 a 89 anos, sexo distintos e procedência com afrodescendentes nascidos em Helvécia. O estudo fez uso de dimensões sociodialetais propostas por Thun (1998): diatópica. diassexual, diageracional, diafásica e diarreferencial. A análise dos dados baseou-se em estudos dialetológicos e lexicográficos. Os resultados da pesquisa não apenas possibilitam uma análise do nível de reconhecimento de ocorrência ou não de uso dos 62 termos lexicais sob análise, como também fornecem um panorama da tradição ancestre e atual das lexias utilizadas pelos informantes em Helvécia com relação à manutenção ou não dessas lexias. Os resultados da análise sociolinguística variacionista e dialetológica realizada apresenta evidência de um cenário de mudança em uma comunidade de fala com fenômenos linguísticos, nos quais os valores estão abaixo do limite da consciência de seus falantes, mesmo que representem a realidade linguística local. Embora os dados apresentados na entrevista não revelem claramente a variação sociodialetal por parte dos falantes, eles são suficientes para indicar que a comunidade está se transformando gradualmente, especialmente em relção à adoção de marcas linguísticas semelhantes aos padrões. A hipótese foi confirmada, corroborando os resultados da pesquisa, pois há uma heterogeneidade linguística em Helvécia demonstrando que a população já não reconhece e usa com frequência, o léxico relacionado ao falar helveciano adquirido pelos ancestrais quilombolas. Verifica-se, desse modo, que Helvécia não possui um léxico próprio.
- ItemO léxico da feira livre: um estudo baseado em um corpus de fala espontânea.(Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-26) Silva, Deilma Barbosa Santos; Carmo, Crysna Bomjardim da Silva.; Batista, Magno Santos; Ávila, Luciana Beatriz BastosA feira livre é um espaço dinâmico; justamente no cruzamento dessa diversidade que este estudo recorta seu objeto: o léxico da feira livre. Para tanto, parte do pressuposto de que o léxico, dentre os componentes do sistema linguístico, compete a responsabilidade por armazenar o conjunto das palavras de uma língua, porque ele possui o elemento que mais expressa à cultura de um povo. Assim, importa investigar as unidades lexicais, plenas de significados, manifestadas no vocabulário utilizado nas práticas linguísticas realizadas em um dado espaço. Em outras palavras, ao conhecer o léxico de uma língua, compreendemos o mundo e a forma como determinada comunidade linguística vive. Nesse contexto, esta pesquisa recorta o espaço da feira livre, especificamente, o Mercado Municipal do município de Teixeira de Freitas/Bahia. Sendo assim, esta pesquisa se justifica, não só por reconhecer a feira livre como um espaço rico em práticas linguísticas, as quais se encontram para fazer atividades em comum – comprar, vender e socializar, como também é uma oportunidade de identificar, descrever e discutir comportamentos linguísticos de uma comunidade de fala pouco explorada, portanto insuficientemente conhecida no cenário da linguística brasileira: Teixeira de Freitas – logo, o Território de Identidade do Extremo Sul da Bahia. Diante disso, esta pesquisa parte da seguinte pergunta: Quais são os itens lexicais que constituem o campo do trabalho da feira livre de Teixeira de Freitas Bahia, tendo em vista as práticas linguísticas realizadas nesse espaço de cruzamento? Dessa forma, objetiva discutir como o Modelo Cognitivo Idealizado Feira Livre (MCI Feira Livre) é estabelecido, tendo em vista os itens lexicais evocados por falantes que trabalham na feira livre de Teixeira de Freitas/BA. Para isso, busca: (i) identificar os itens lexicais e /ou possíveis neologismos em práticas linguísticas da feira livre; (ii) estabelecer os limites no MCI Feira Livre, considerando os itens lexicais levantados, levando em conta as informações advindas de seus trabalhadores – ou seja, os feirantes; e (iii) problematizar a divisão do trabalho da feira livre, tendo em vista a categoria extralinguística “gênero” e “classe social”, considerando o MCI Feira Livre. Como pressupostos teóricos, esta pesquisa reúne premissas da Sociolinguística (Alkmim 2001; Bagno, 2007; Labov, 1972 e Tarallo, 1986), Léxico (Antunes, 2012; Biderman, 1998, Oliveira, 2001; Laroca, 2003 e Basílio, 2004); a Linguística Cognitiva (destaque para a Teoria dos Modelos Cognitivos Idealizados (Lakoff; Johnson, 1980, 1987, 2002; Miranda, 1999 e Cienki, 2007) e a feira (Maia, 2006; Dantas, 2007; Vieira, 2004; Mascarenhas, 2005; Dalenogare e Alberti, 2011; Morais e Araújo, 2006 e Pirenne, 1965); dentre outros. Como pressupostos metodológicos, assume os princípios da Linguística de Corpus (Sardinha, 2004), a orientação para a coleta de dados da Pesquisa Sociolinguística (Tarallo, 1986) e a perspectiva sobre o tratamento de dados da fala espontânea da Teoria da língua em ato (Language Into Act Theory –LacT), (Cresti, 2000; Raso, 2012 e Carmo, 2017). Utiliza a ferramenta computacional AntConc (Anthony, 2020), software selecionado para a manipulação do corpus. Considerando os dados oriundos do corpus de estudos, os resultados demonstram: (i) a presença de um MCI Feira Livre, organizador dessa comunidade linguística que conta não só com as ações, participantes, como também: (ii) unidades de medidas, definidas num contínuo da medida mais prototípica (quilo), passando pela intermediária (litro), até a menos prototípica (bestunta) – essa última, a mais usada na feira, cujo termo resulta de neologismo, constituído por projeções metafóricas; (iii) os nomes de temperos (pega marido, Ana Maria, chame chure, tempero do Guedes, tempero do chefe, chamego da cozinha, repete-prato, baiano), cujos processos de formação envolvem mais especificamente a composição vocabular, lexias complexas e extensões de sentido metonímicas; e (iv) o agentivo deverbal feirante é atravessada por fatores ligados a gênero e classe social, marcados pela presença de mulheres das classes menos prestigiadas.
- ItemQuarto de despejo e diário de Bitita: Carolina Maria de Jesus e a escrita de resistência contra a necropolítica.(Universidade do Estado da Bahia UNEB, 2023-07-31) Costa, Milana Santos; Sales, Karina Lima; Guimarães, Michel Silva; Gund, Ivana Teixeira FigueiredoA presente dissertação tem como objeto de estudo as obras literárias Quarto de Despejo: diário de uma favelada(1960) e Diário de Bitita (1986), escritas por Carolina Maria de Jesus. O objetivo é analisar nessas obras uma escrita de resistência contra a necropolítica, com a percepção de uma escrita denunciativa do abandono do Estado, mediante políticas de subalternização e segregação de grupos minoritários, principalmente negros, e como essas ações tiveram impacto na inserção da escritora no cenário nacional. O escopo teórico-crítico deste trabalho é composto por diferentes autores. Para subsidiar a discussão sobre a biopolítica e necropolítica, utilizou-se o aporte dos teóricos Foucault (2008), Agamben (2002) e Mbembe (2018). Sobre o conceito de escrevivência recorremos aos estudos de Conceição Evaristo. Especificamente para basilar os estudos biográficos de Carolina recorremos aos estudos de pesquisadores como de Levine e Meihy, Castro e Machado, Farias e Fernandes. Os resultados das análises permitem reforçar a hipótese de que a construção literária das obras delimitadas, pautadas sob a égide da necropolítica, configura-se em uma escrita de resistência.
- ItemRepresentações discursivas sobre pessoas em situação de pobreza em Salvador (Ba) nos jornais A tarde, Correio e Tribuna da Bahia de 2020 a 2022(Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-22) Patez, Danilo Ribeiro; Costa, Décio Bessa da; Almeida , Manoel Mourivaldo Santiago; Ottoni , Maria Aparecida ResendeEsta pesquisa visa analisar representações discursivas sobre pessoas em situação de pobreza na capital baiana por meio de um estudo discursivo-crítico a partir de elementos linguísticos presentes em textos dos jornais A Tarde, Correio e Tribuna da Bahia, da cidade de Salvador, em publicações online nos anos de 2020 a 2022, considerando as correlações com práticas sociais e com perspectivas ideológicas. Para a construção deste trabalho, empregamos perspectivas teóricas da Análise de Discurso Crítica (ADC), em especial da abordagem dialético-relacional (Fairclough, 2001, 2003, 2015, 2016). Para dar conta dos objetivos traçados, utilizamos o gênero jornalístico notícia, categorias de análise da ADC, como intertextualidade, significado lexical e interdiscursividade, baseados nos estudos de Fairclough (2001, 2003), e a representação de atores sociais de van Leeuwen (1997, 2008). Esta pesquisa é classificada como documental (Godoy, 1995), de abordagem qualitativa interpretativa (Bauer; Gaskel; Allum, 2008; Flick, 2009; Gil, 2021). Para a compreensão da situação de pobreza ao longo da história, recorremos a Fraga Filho (1995), Rezende Filho (2009), Souza (1986) e Mollat (1978). Já para a definição de situação de pobreza e de situação de extrema pobreza, baseamo-nos em Santos (2001, 2009), Green (2009), Falcão e Costa (2014), Tronco e Ramos (2017) e Cimadamore e Canttani (2007). Para o entendimento da situação de pobreza na cidade Salvador e a compreensão da situação de pobreza no estado da Bahia, utilizamos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (SEAGRI) e de Fraga Filho (1995). Nos resultados da pesquisa, percebemos que, por meio da intertextualidade, nos jornais A Tarde e Tribuna da Bahia, as vozes que ecoaram foram das autoridades e de pessoas que representavam os órgãos públicos, enquanto as vozes das pessoas em situação de pobreza foram suprimidas; já no Jornal Correio, tanto as vozes de autoridades públicas quanto as vozes das pessoas em situação de pobreza foram articuladas nos textos. Nas escolhas lexicais, representação coletivizada, encontramos termos como pessoas em situação de rua, cidadãos, cidadãos carentes e também pessoas em situação pobreza. Na interdiscursividade, foi articulado o discurso pandêmico, o discurso assistencialista, o discurso paternalista, o discurso não negacionista, o discurso de solidariedade, o discurso de desesperança, o discurso econômico, discurso político e o discurso publicitário. Por fim, na representação de atores sociais, percebemos a inclusão das pessoas em situação de pobreza em alguns dos textos analisados, enquanto em outros elas foram excluídas. Em outras formas de representação foram assimiladas, agregadas, impersonalizados, objetivados e generalizadas. As autoridades políticas e institucionais, quando conveniente, foram incluídas ou deixadas em segundo plano, além de serem nomeadas de maneira formal ou titulada.
- ItemSituação de rua em Teixeira de Freitas: representações discursivas em notícias sobre ações de políticas públicas e de atos solidários.(Universidade do Estado da Bahia, 2023-12-20) Santos, Aline Souza; Costa, Décio Bessa da; Batista, Magno Santos; Martins, André Ricardo NunesA problemática que envolve pessoas em situação de rua é uma realidade vivenciada por diversos cidadãos e cidadãs no mundo. No Brasil, o número de pessoas que se encontra nessa condição é crescente (Natalino, 2023) e esse tema relevante é tratado, nesta dissertação, ao observar ações governamentais e não governamentais para pessoas que estão em situação de rua por meio de sites de notícias de Teixeira de Freitas, no estado da Bahia. O arcabouço teórico-metodológico utilizado refere-se principalmente à abordagem da Análise de Discurso Crítica proposta por Norman Fairclough (2001, 2003, 2015, 2016) e também aos estudos de Van Leeuwen (1997) sobre representação de atores sociais. Outra contribuição para essa dissertação são os estudos sobre ideologia de Thompson (1995). Sobre a situação de rua, um dos estudos mais atuais sobre essa população pertence a Natalino (2023). O objetivo desta pesquisa é investigar discursivamente a problemática social da situação de rua em Teixeira de Freitas/BA por meio da análise de notícias publicadas em sites da cidade que tratem sobre ações de políticas públicas e de atos solidários para pessoas em situação de rua, considerando perspectivas ideológicas nos textos. A metodologia utilizada é qualitativa e segue os estudos de Flick (2009, 2012), contribuindo para o levantamento de dados e da literatura e para a análise do corpus escolhido. Alguns resultados apontam que escolhas lexicais como “moradores de rua”, indicam a permanência dessas pessoas nas ruas; que o discurso de intersetorialidade mostra a necessidade de unir órgãos das esferas políticas e sociais para alcançar resultados positivos, além disso, uma das marcas ideológicas indica que há diferenciação dessas pessoas na sociedade. Pode-se, então, concluir que ambas as ações de políticas públicas e de atos solidários foram eficazes ao contemplar pessoas que estão em situação de rua.
- ItemSituação de rua em tempos de pandemia: representação discursiva em notícias relacionadas a políticas públicas nos jornais Folha de S.Paulo e Correio(Universidade do Estado da Bahia, 2023-12-11) Silva, Samara Oliveira; Costa, Décio Bessa da; Silva, Celso Kallarrari de SouzaEsta dissertação tem como objetivo analisar representações discursivas sobre situação de rua, em notícias sobre políticas públicas, nos jornais de maior circulação nas capitais São Paulo e Salvador, de maio de 2020 a março de 2021. O corpus foi selecionado de 292 notícias coletadas na Folha de S. Paulo e 36 notícias do Correio, sendo composto por seis notícias, três de cada veículo. Os critérios para a escolha foram: estar no recorte temporal entre maio de 2020 e março de 2021; ter como foco ações e políticas públicas para as pessoas em situação de rua; essas ações ou políticas, serem similares, nos dois jornais; ser notícia específica de cada capital. Esta pesquisa teve como aporte teórico a Análise de Discurso Crítica (ADC) na perspectiva dialético-relacional de Fairclough (2001, 2003, 2015, 2016), como também Wodak e Meyer (2016) para tratar de discussões dentro da ADC, van Leeuwen (1997) para os apontamentos relacionados à representação de agentes sociais e Thompson (2009) para prover embasamento em algumas discussões sobre ideologia. Para as discussões sobre o gênero notícia, foram utilizados Bakhtin (2016) e Fairclough (2003), e, para definição de notícia, Hernandes (2021). Quanto à situação de rua, foram utilizados trabalhos de Silva (2006), Rodrigues et al. (2020), Sarmento (2020), o Sumário Executivo da Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua (Brasil, 2008), entre outros. Os apontamentos metodológicos foram embasados por Bauer, Gaskell e Allum (2008) e Flick (2013). As análises foram realizadas por meio de categorias analíticas apresentadas por Fairclough (2001, 2003): representação de agentes sociais, intertextualidade interdiscursividade e escolhas lexicais. Os resultados foram: as pessoas em situação de rua foram incluídas nas notícias, entretanto no jornal Folha de S. Paulo essas pessoas receberam mais voz e tiveram uma representação social por meio da nomeação e especificação. Em relação às escolhas lexicais, o jornal Correio utilizou mais o termo adequado “situação de rua” do que a “Folha”, que empregou “morador de rua” e “sem-teto”. Por fim, propagaram-se tanto discursos estigmatizadores, como o discurso higienista, quanto discursos que contribuem para a mudança social, como o discurso de cidadania.