Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Letras (PPGL)

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    Estudo da variação semântico-lexical em Helvécia-BA: campo semântico-alimentação e cozinha.
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-06) Borel, Jaqueline Fernandes; Almeida, Manoel Mourivaldo Santiago; Almeida, Manoel Mourivaldo Santiago; Nunes, Ticiane Rodrigues; Oliveira, Vivian Meira de
    A pesquisa sob o título "Estudo da variação semântico-lexical em Helvécia - BA: Campo Semântico - Alimentação e Cozinha", surge da compreensão dos fatores linguísticos e extralinguísticos, como os sociais, e do anseio em compreender: É possível identificar a variação semântico-lexical mais acentuada pelos falantes de Helvécia em uma perspectiva sociodialetal? O objetivo geral busca analisar a variação semântico-lexical na comunidade de Helvécia em uma perspectiva sociodialetal, com base no Questionário Semântico-Lexical do projeto Atlas Linguístico do Brasil com adaptações possíveis, cujo Campo Semântico é a Alimentação e Cozinha. Traz como objetivo específicos: (i) mapear os trabalhos realizados por autores de distintas universidades cujos registros temáticos abordem sobre Helvécia; (ii) traçar um percurso histórico cultural desde o surgimento da Colônia Leopoldina até o nascer de Helvécia; (iii) analisar teoricamente os postulados da Sociolinguística variacionista e da Dialetologia pluridimensional e relacional e sua vinculação com o método da Geolinguística pluridimensional; e por fim, (iv) apresentar os resultados da análise semântico-lexical do falar de 07 informantes do Grupo 01 e 24 informantes do Grupo 02 na comunidade de Helvécia. Quanto a técnica, utilizou-se a entrevista semiestruturada qualitativa com embasamento no QSL do ALiB com adequações, devido à necessidade de inclusão das lexias proferidas pelos falantes nas entrevistas. Para a elaboração da pesquisa empregou-se recursos orais com a entrevista gravada em áudio e fez-se uso de seis obras lexicográficas que compreendem quatro séculos para análise das lexias. Com base no arcabouço teórico-metodológico da sociolinguística laboviana, realizou-se a pesquisa na comunidade para coletar conversas informais no primeiro grupo de 07 idosos; e no segundo grupo utilizou-se da Dialetologia pluridimensional e relacional para a aplicação de uma entrevista semiestruturada qualitativa consultando 24 sujeitos da faixa etária de 19 a 89 anos, sexo distintos e procedência com afrodescendentes nascidos em Helvécia. O estudo fez uso de dimensões sociodialetais propostas por Thun (1998): diatópica. diassexual, diageracional, diafásica e diarreferencial. A análise dos dados baseou-se em estudos dialetológicos e lexicográficos. Os resultados da pesquisa não apenas possibilitam uma análise do nível de reconhecimento de ocorrência ou não de uso dos 62 termos lexicais sob análise, como também fornecem um panorama da tradição ancestre e atual das lexias utilizadas pelos informantes em Helvécia com relação à manutenção ou não dessas lexias. Os resultados da análise sociolinguística variacionista e dialetológica realizada apresenta evidência de um cenário de mudança em uma comunidade de fala com fenômenos linguísticos, nos quais os valores estão abaixo do limite da consciência de seus falantes, mesmo que representem a realidade linguística local. Embora os dados apresentados na entrevista não revelem claramente a variação sociodialetal por parte dos falantes, eles são suficientes para indicar que a comunidade está se transformando gradualmente, especialmente em relção à adoção de marcas linguísticas semelhantes aos padrões. A hipótese foi confirmada, corroborando os resultados da pesquisa, pois há uma heterogeneidade linguística em Helvécia demonstrando que a população já não reconhece e usa com frequência, o léxico relacionado ao falar helveciano adquirido pelos ancestrais quilombolas. Verifica-se, desse modo, que Helvécia não possui um léxico próprio.
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    O léxico da feira livre: um estudo baseado em um corpus de fala espontânea.
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-26) Silva, Deilma Barbosa Santos; Carmo, Crysna Bomjardim da Silva.; Batista, Magno Santos; Ávila, Luciana Beatriz Bastos
    A feira livre é um espaço dinâmico; justamente no cruzamento dessa diversidade que este estudo recorta seu objeto: o léxico da feira livre. Para tanto, parte do pressuposto de que o léxico, dentre os componentes do sistema linguístico, compete a responsabilidade por armazenar o conjunto das palavras de uma língua, porque ele possui o elemento que mais expressa à cultura de um povo. Assim, importa investigar as unidades lexicais, plenas de significados, manifestadas no vocabulário utilizado nas práticas linguísticas realizadas em um dado espaço. Em outras palavras, ao conhecer o léxico de uma língua, compreendemos o mundo e a forma como determinada comunidade linguística vive. Nesse contexto, esta pesquisa recorta o espaço da feira livre, especificamente, o Mercado Municipal do município de Teixeira de Freitas/Bahia. Sendo assim, esta pesquisa se justifica, não só por reconhecer a feira livre como um espaço rico em práticas linguísticas, as quais se encontram para fazer atividades em comum – comprar, vender e socializar, como também é uma oportunidade de identificar, descrever e discutir comportamentos linguísticos de uma comunidade de fala pouco explorada, portanto insuficientemente conhecida no cenário da linguística brasileira: Teixeira de Freitas – logo, o Território de Identidade do Extremo Sul da Bahia. Diante disso, esta pesquisa parte da seguinte pergunta: Quais são os itens lexicais que constituem o campo do trabalho da feira livre de Teixeira de Freitas Bahia, tendo em vista as práticas linguísticas realizadas nesse espaço de cruzamento? Dessa forma, objetiva discutir como o Modelo Cognitivo Idealizado Feira Livre (MCI Feira Livre) é estabelecido, tendo em vista os itens lexicais evocados por falantes que trabalham na feira livre de Teixeira de Freitas/BA. Para isso, busca: (i) identificar os itens lexicais e /ou possíveis neologismos em práticas linguísticas da feira livre; (ii) estabelecer os limites no MCI Feira Livre, considerando os itens lexicais levantados, levando em conta as informações advindas de seus trabalhadores – ou seja, os feirantes; e (iii) problematizar a divisão do trabalho da feira livre, tendo em vista a categoria extralinguística “gênero” e “classe social”, considerando o MCI Feira Livre. Como pressupostos teóricos, esta pesquisa reúne premissas da Sociolinguística (Alkmim 2001; Bagno, 2007; Labov, 1972 e Tarallo, 1986), Léxico (Antunes, 2012; Biderman, 1998, Oliveira, 2001; Laroca, 2003 e Basílio, 2004); a Linguística Cognitiva (destaque para a Teoria dos Modelos Cognitivos Idealizados (Lakoff; Johnson, 1980, 1987, 2002; Miranda, 1999 e Cienki, 2007) e a feira (Maia, 2006; Dantas, 2007; Vieira, 2004; Mascarenhas, 2005; Dalenogare e Alberti, 2011; Morais e Araújo, 2006 e Pirenne, 1965); dentre outros. Como pressupostos metodológicos, assume os princípios da Linguística de Corpus (Sardinha, 2004), a orientação para a coleta de dados da Pesquisa Sociolinguística (Tarallo, 1986) e a perspectiva sobre o tratamento de dados da fala espontânea da Teoria da língua em ato (Language Into Act Theory –LacT), (Cresti, 2000; Raso, 2012 e Carmo, 2017). Utiliza a ferramenta computacional AntConc (Anthony, 2020), software selecionado para a manipulação do corpus. Considerando os dados oriundos do corpus de estudos, os resultados demonstram: (i) a presença de um MCI Feira Livre, organizador dessa comunidade linguística que conta não só com as ações, participantes, como também: (ii) unidades de medidas, definidas num contínuo da medida mais prototípica (quilo), passando pela intermediária (litro), até a menos prototípica (bestunta) – essa última, a mais usada na feira, cujo termo resulta de neologismo, constituído por projeções metafóricas; (iii) os nomes de temperos (pega marido, Ana Maria, chame chure, tempero do Guedes, tempero do chefe, chamego da cozinha, repete-prato, baiano), cujos processos de formação envolvem mais especificamente a composição vocabular, lexias complexas e extensões de sentido metonímicas; e (iv) o agentivo deverbal feirante é atravessada por fatores ligados a gênero e classe social, marcados pela presença de mulheres das classes menos prestigiadas.
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    A canção da Relva, Alfred e Emily e debaixo da minha pele: Análise comparativa da voz autoral de Doris Lessing
    (Universidade do Estado da Bahia , 2023-12-08) Viana, Frederico Loiola; Silva, Leandro Soares da; Prazeres, Lilian Lima Gonçalves dos; Oliveira, Calila das Mercês
    O objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa, sob a perspectiva da voz autoral, entre os romances A Canção da Relva (1949) e Alfred e Emily (2008) e da autobiografia Debaixo da minha pele: primeiro volume da minha autobiografia (1997), com o propósito de discutir a identidade autoral de Doris Lessing e a sua percepção sobre a sociedade, a partir do lugar que ocupa socialmente. Serão utilizados como embasamento teórico os seguintes autores: Alvarez (2005) para falar de voz do autor, Culler (1999) com sujeito e identidade na literatura, Lejeune (2014), Figueiredo (2013), Arfuch (2010), para tratar de autobiografia e espaço autobiográfico, Sartre (1989), Candido (2006), com a literatura engajada, Compagnon (1999) referente à humanização da escrita, Barthes (1993, 2012, 1975) com a volta do autor e os biografemas, Foucault (1992) com a função do autor e Hall (2006) com a identidade do indivíduo, dentre outros. Os apontamentos metodológicos foram embasados por Bauer & Gaskel (2005), Lose & Magalhães (2019) e Pivetta de Oliveira (2009). As análises foram realizadas através da perspectiva da voz autoral apresentada por Alvarez (2005), em consonância com autores como Fanon (2008, 2005), Mbembe (2014), Said (2007), Costa e Silva (2012), Xavier (2012), Halbwachs (1990), Bento (2022), Gonzalez (2019), Saffioti (2004), Kilomba (2020), Santos (2004). Os resultados foram: Lessing, através das suas narrativas, tentou mostrar os problemas sociais vistos por ela durante o período em que esteve na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) e como uma voz que protesta, fez uma crítica às relações sociais presentes no território sul-africano. A autora mostra como era a sua relação com a família, os sentimentos do seu pai e da sua mãe quanto a vida fracassada que diziam levar, além das crises existenciais da mãe ao se deparar com uma fazenda fora de seus padrões formais. A autora escreve suas obras com um comprometimento social, tendo participação tão próxima do que descreve, que se pode dizer que ela participa implicitamente da narrativa; suas memórias e subjetividades são contadas com detalhes ao longo das narrativas.
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    Corpos femininos sob a insígnia da violência de gênero: As três Marias e As Meninas
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-10-27) Rodrigues, Daiane de Moura; Silva , Leandro Soares da; Prazeres, Lilian Lima Goncalves dos; Gomes , Carlos Magno Santos
    A violência de gênero, seja física, psicológica ou sexual, é um fenômeno que, há muito tempo, faz parte do princípio dos pilares da dominação patriarcal. A partir do século XX, esse tema, sob a ótica da literatura, ganha um novo contexto quando escritoras assumem a voz autoral de textos que denunciam mulheres em situação de opressão. Partindo desse cenário, esta dissertação se propôs a analisar, com base na abordagem comparativa, produções literárias escritas por duas autoras que evidenciaram em suas obras crimes contra mulheres. Desse modo, pretendeu-se discutir a construção dos corpos femininos e as marcas dessas violações em duas obras da literatura brasileira, uma de 1939, As três Marias, de Rachel de Queiroz, e outra de 1973, As Meninas, de Lygia Fagundes Telles. Para tal intento, a dissertação foi dividida em três capítulos. No primeiro, foi apresentado um sucinto estudo das produções literárias escritas por mulheres no Brasil, levando em conta o momento histórico e questões de autoria feminina em Eurídice Figueiredo (2013), Constância Lima Duarte (2022), Silvia Federici (2017) e Mary Del Priore (2004). No segundo, buscou-se tipificar e elucidar as violências de gênero nos romances, a contar das pesquisas de Judith Butler (2015), Heleieth Saffioti (2015), Lia Zanotta Machado (2010) e Marcela Lagarde (2011). Valendo-se das leis vigentes à época e da recepção contemporânea, analisou-se também como a pauta da descriminalização do aborto foi discutida nas obras, partindo das análises de Maria Betânia Ávila (2019), Wilza Vilela, Regina Barbosa (2011) e Leila Barsted (2019). Ao final, no terceiro capítulo, foi explorado como as seis personagens se ocuparam de seus corpos e suas sexualidades. Para definirmos as estratégias narrativas destes atributos, realizou-se um mapeamento dos tipos de representações dos corpos femininos, discutindo questões de gênero, identidades e lesbianidades, em especial, abordagens analíticas sobre o corpo feminino em Elódia Xavier (2021), Luciana Borges (2013) e Guacira Lopes Louro (1997). Sendo assim, Queiroz e Telles nos apresentaram literaturas que romperam a fronteira da representação e nos proporcionaram um legado importante para discutir o corpo feminino como índice da violência de gênero no Brasil.
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    Quarto de despejo e diário de Bitita: Carolina Maria de Jesus e a escrita de resistência contra a necropolítica.
    (Universidade do Estado da Bahia UNEB, 2023-07-31) Costa, Milana Santos; Sales, Karina Lima; Guimarães, Michel Silva; Gund, Ivana Teixeira Figueiredo
    A presente dissertação tem como objeto de estudo as obras literárias Quarto de Despejo: diário de uma favelada(1960) e Diário de Bitita (1986), escritas por Carolina Maria de Jesus. O objetivo é analisar nessas obras uma escrita de resistência contra a necropolítica, com a percepção de uma escrita denunciativa do abandono do Estado, mediante políticas de subalternização e segregação de grupos minoritários, principalmente negros, e como essas ações tiveram impacto na inserção da escritora no cenário nacional. O escopo teórico-crítico deste trabalho é composto por diferentes autores. Para subsidiar a discussão sobre a biopolítica e necropolítica, utilizou-se o aporte dos teóricos Foucault (2008), Agamben (2002) e Mbembe (2018). Sobre o conceito de escrevivência recorremos aos estudos de Conceição Evaristo. Especificamente para basilar os estudos biográficos de Carolina recorremos aos estudos de pesquisadores como de Levine e Meihy, Castro e Machado, Farias e Fernandes. Os resultados das análises permitem reforçar a hipótese de que a construção literária das obras delimitadas, pautadas sob a égide da necropolítica, configura-se em uma escrita de resistência.