A canção da Relva, Alfred e Emily e debaixo da minha pele: análise comparativa da voz autoral de Doris Lessing
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Resumo
O objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa, sob a perspectiva da voz autoral, entre os romances A Canção da Relva (1949) e Alfred e Emily (2008) e da autobiografia Debaixo da minha pele: primeiro volume da minha autobiografia (1997), com o propósito de discutir a identidade autoral de Doris Lessing e a sua percepção sobre a sociedade, a partir do lugar que ocupa socialmente. Serão utilizados como embasamento teórico os seguintes autores: Alvarez (2005) para falar de voz do autor, Culler (1999) com sujeito e identidade na literatura, Lejeune (2014), Figueiredo (2013), Arfuch (2010), para tratar de autobiografia e espaço autobiográfico, Sartre (1989), Candido (2006), com a literatura engajada, Compagnon (1999) referente à humanização da escrita, Barthes (1993, 2012, 1975) com a volta do autor e os biografemas, Foucault (1992) com a função do autor e Hall (2006) com a identidade do indivíduo, dentre outros. Os apontamentos metodológicos foram embasados por Bauer & Gaskel (2005), Lose & Magalhães (2019) e Pivetta de Oliveira (2009). As análises foram realizadas através da perspectiva da voz autoral apresentada por Alvarez (2005), em consonância com autores como Fanon (2008, 2005), Mbembe (2014), Said (2007), Costa e Silva (2012), Xavier (2012), Halbwachs (1990), Bento (2022), Gonzalez (2019), Saffioti (2004), Kilomba (2020), Santos (2004). Os resultados foram: Lessing, através das suas narrativas, tentou mostrar os problemas sociais vistos por ela durante o período em que esteve na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) e como uma voz que protesta, fez uma crítica às relações sociais presentes no território sul-africano. A autora mostra como era a sua relação com a família, os sentimentos do seu pai e da sua mãe quanto a vida fracassada que diziam levar, além das crises existenciais da mãe ao se deparar com uma fazenda fora de seus padrões formais. A autora escreve suas obras com um comprometimento social, tendo participação tão próxima do que descreve, que se pode dizer que ela participa implicitamente da narrativa; suas memórias e subjetividades são contadas com detalhes ao longo das narrativas.