Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu ( Mestrado Profissional) em Saúde Coletiva (MEPISCO)
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Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu ( Mestrado Profissional) em Saúde Coletiva (MEPISCO) por Orientador "Sousa, Laio Magno Santos de"
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- ItemConhecimento, aceitabilidade e disposição de indicação de autoteste de HIV por profissionais de saúde de serviços de atenção especializada em HIV no Estado da Bahia(2021-10-04) Gomes, Tiago Jordão de Freitas Pinheiro; Sousa, Laio Magno Santos de; Figueiredo, Maria Aparecida Araújo; Santos, Marcos Pereira; Dourado, Maria Inês CostaEstima-se que cerca de 11% das pessoas que vivem com HIV (PVHIV) no Brasil ainda não conhecem sua sorologia. A inclusão do autoteste para HIV (ATHIV) no SUS foi um esforço recente no sentido de aumentar o diagnóstico precoce. Desse modo, os profissionais de saúde são fundamentais em promover o uso do ATHIV nos serviços de atenção especializada (SAE) em HIV/AIDS. Assim, este estudo investigou o conhecimento, a aceitabilidade e a disposição de indicação do ATHIV entre profissionais de saúde em um estado do nordeste brasileiro. Trata-se de estudo transversal, realizado com profissionais de saúde de vinte e cinco SAE em HIV/AIDS e outras IST (SAE) em vinte e uma cidades do estado da Bahia. As unidades foram selecionadas após uma amostragem por conglomerado de uma etapa e os profissionais de saúde foram selecionados por meio de amostragem de conveniência. Dados sociodemográficos, ocupacionais e de motivação foram coletados via aplicação de questionário estruturado. Foram feitas análises descritiva, bivariada e multivariada. Foram entrevistados duzentos e cinquenta e dois profissionais de saúde. A maioria eram mulheres (78,2%), com idade entre 35 e 50 anos (54,4%) e nível superior completo (84,5%). A maioria compunha a equipe de enfermagem: com nível superior (25,8%) e técnicos (11,9%); seguidos de farmacêuticos (12,3%) e médicos (11,9%). O conhecimento, a aceitabilidade e a disposição de indicação do ATHIV foram, respectivamente, 79,8% (I.C. 95%: 74,30- 84,30), 55,2% (I.C. 95%: 48,92-61,23) e 47,1% (I.C. 95%: 40.90-53,45). Os fatores associados com a disposição de indicação foram: aceitabilidade (OR= 9,45; IC95%: 4,53- 19,71), disposição de usar o ATHIV em si (OR= 4,45; IC95%: 1,62-12,24), segurança em indicar o ATHIV (Seguro/Muito seguro: OR= 5,73; IC95%: 2,26-12,72) e considerar o público geral como elegível para receber o ATHIV (OR= 2,88; IC95%: 1,25-6,59). Embora o conhecimento sobre o ATHIV tenha sido alto, a aceitabilidade e a disposição de indicação foram moderadas. As chances de disposição de indicação foram maiores entre os profissionais que aceitam o ATHIV, que se declararam dispostos a usar em si, que se disseram seguros ou muito seguros em indicar o ATHIV e entre aqueles que concordaram com a distribuição do ATHIV para o público geral. Assim, esse estudo indica o investimento em capacitações relativas ao ATHIV juntos aos profissionais de saúde no Brasil, propõe o uso de um instrumento de orientação para profissionais de saúde envolvidos na estratégia de autotestagem e indica a organização de Oficinas Pedagógicas para qualificação dos profissionais envolvidos na testagem rápida no estado da Bahia.
- ItemExperiências de iniciação sexual na adolescência sob uma perspectiva de gênero: implicações para saúde sexual e reprodutiva.(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-13) Codeço, Manuela Maciel Souza; Sousa, Laio Magno Santos de; Knauth, Daniela Riva; Brasil, Sandra AssisIntrodução: A adolescência representa um período de descobertas e experimentações e está culturalmente vinculada às experiências de sexualidade. Essas experiências envolvem a produção de afeto, desejos, preferências e intimidade e são atravessadas por relações de gênero que produzem hierarquias baseadas no poder. Objetivos: Analisar as experiências de iniciação sexual de adolescentes sob uma perspectiva de gênero em um bairro popular de Salvador/Ba, desenvolver oficinas sobre sexualidade, relações de gênero e educação sexual na adolescência para discutir com professores de uma escola pública de um bairro popular em Salvador/Ba e compreender as motivações, conhecimentos e comportamentos envolvidos na iniciação sexual de adolescentes em um bairro popular de Salvador/Ba. Metodologia: Essa pesquisa foi um recorte de estudo guarda-chuva intitulado “Contextos de vulnerabilidade ao HIV entre jovens de camadas populares: um estudo multicêntrico em cinco cidades do Brasil - Espaços Jovens”, que teve como objetivo geral compreender os contextos de exposição ao HIV e outras ISTs entre adolescentes e jovens, com idade de 15 a 19 anos, no âmbito comunitário e identificar a diversidade regional no nível do próprio território, em comunidades localizadas capitais brasileiras de Porto Alegre, São Paulo, Salvador, Manaus e Rio de Janeiro. Neste trabalho, foram considerados o material empírico produzido na cidade de Salvador, referente a 36 entrevistas e 4 grupos focais, realizados entre maio/2021 e maio/2022. O material foi transcrito e analisado através da análise de conteúdo a partir das seguintes categorias temáticas: gênero, iniciação sexual, práticas sexuais, vulnerabilidade, educação sexual e contexto familiar. Resultados: Os resultados da dissertação foram apresentados em dois produtos: artigo de pesquisa com abordagem qualitativa e um produto técnico. No artigo, observou-se que as experiências de iniciação sexual se dão de formas múltiplas e complexas, articuladas com a produção e a reprodução de aspectos sociais. O papel do gênero foi importante para analisar essas experiências. Apesar das meninas expressarem uma maior liberdade sexual e busca do prazer, ainda persistem preocupações com o julgamento social conservador. Os meninos, por sua vez, vivenciam a sexualidade de forma mais livre, motivados pelo desejo sexual, refletindo os mandatos da masculinidade hegemônica. Ademais, o distanciamento na relação com os pais impactou no estabelecimento de espaços para educação sexual. O produto técnico ofertará subsídios que possam colaborar com o acolhimento e orientação dados aos adolescentes no âmbito escolar. Conclusão: Dessa maneira, são evidentes as desigualdades de gênero presentes nas experiências de sexualidade, que contribuem para potencializar as vulnerabilidades e produzir barreiras ao acesso à educação sexual. Dessa forma, recomenda-se que os serviços de saúde busquem intervenções educativas mais abrangentes, para prevenir comportamentos de risco e promover práticas sexuais saudáveis, e que reconheçam a necessidade dos profissionais de saúde e educação em aperfeiçoar o processo de trabalho intersetorial.
- ItemIniquidades étnico-raciais na testagem para hiv entreadolescentes homens que fazem sexo com homens, travestis e mulherestrans em três capitais brasileiras(Universidade do Estado da Bahia, 2023) França, Marcus Vinicius Sacramento; Sousa, Laio Magno Santos de; Santos, Laio Magno Sousa; Dourado, Maria Inês Costa; Ramos, Dandara Oliveira; Ferreira, Suiane CostaHomens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans e travestis (TrMT) ainda constituem populações com alta taxa de detecção e vulnerabilidade para HIV/aids. Adicionalmente, adolescentes e pessoas negras apresentam vulnerabilidades específicas, relacionadas ao aumento de casos, na última década. Neste contexto, a testagem para HIV dentro da estratégia de prevenção combinada mostra-se como tecnologia importante para interromper a cadeia de transmissão do HIV. Estudos internacionais evidenciam iniquidades étnico-raciais na prevenção ao HIV em HSH e TrMT, no entanto, há carência de estudos analisando a realidade brasileira, especificamente em adolescentes. Diante disso, esta dissertação apresenta dois produtos: um estudo de corte transversal aninhado a coorte PrEP1519 e um guia para profissionais da atenção primária à saúde sobre prevenção combinada ao HIV. O primeiro buscou analisar a associação entre raça/cor de pele e o uso de teste de HIV na vida entre adolescentes HSH(AHSH) e TrMT(ATrMT) de três capitais brasileiras, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo. Para isto, realizou-se um estudo de corte transversal aninhado à coorte PreP1519.Conduziu-se análise descritiva da população e bivariada das covariáveis e desfecho. Posteriormente, realizou-se análise de regressão logística múltipla com estimativa de odds ratio ajustada (ORaj) e intervalos de confiança de 95 % (IC95%). Adolescentes brancos testaram mais que pretos e pardos (64,0% vs. 53,8%, respectivamente, P=0,001). A prevalência de testagem foi maior entre os brancos (64,0%), seguida dos pardos (55,9%) e pretos (52,2%) (P=0,003). Na análise de regressão logística múltipla, observou-se uma chance 41% menor dos AHSH e ATrMT negros terem sido testados na vida em comparação com os brancos (OR=0,59; IC95%: 0,40-0,87). A raça/cor de pele aparenta determinar a menor chance de uso de teste de HIV na vida entre AHSH e ATrMT, chamando atenção para o papel do racismo no acesso aos serviços de saúde. Esse estudo indica a necessidade de políticas públicas de equidade racial e aprimoramento do processo de trabalho para prevenção ao HIV, especificamente adolescentes. O produto técnico busca orientar profissionais sobre prevenção combinada, com enfoque em minorias sexuais, adolescentes e população negra, por meio de casos envolvendo essa população e prevenção ao HIV.
- ItemInterseccionalidade de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras de um bairro popular em Salvador- BA(Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-31) Lima, Gisele Maria de Brito; Sousa, Laio Magno Santos de; Ferreira, Suiane Costa; Monteiro, SimoneA adolescência não pode ser universalizada, uma vez que a experiência de adolescer ocorre em contextos múltiplos e plurais, influenciados pela cultura e socialização. Nesse cenário, ser jovem, negra e da periferia demarca relações de poder que posicionam a adolescente continuamente em situações de vulnerabilidade e desigualdade. Essa pesquisa foi um recorte do estudo guarda-chuva “Contextos de vulnerabilidade ao HIV entre jovens de camadas populares: um estudo multicêntrico em cinco cidades do Brasil - Espaços Jovens” e teve como objetivo geral compreender os contextos de exposição ao HIV e outras IST entre adolescentes e jovens, com idade de 15 a 19 anos e identificar a diversidade existente no território, em comunidades localizadas nas capitais brasileiras de Porto Alegre, São Paulo, Salvador, Manaus e Rio de Janeiro. Para este trabalho, foi utilizado o material empírico coletado na cidade de Salvador, com adolescentes negras de 15 a 19 anos, sendo 16 entrevistas, realizadas entre maio e dezembro/2021 e 1 grupo focal, com 12 meninas, em agosto/2022. Em relação ao perfil das entrevistadas, todas se declararam cisgênero e solteiras. A idade predominante foi de 15 a 16 anos. 13 se autodeclararam pretas e 3 pardas e em relação à distorção idade-série, 14 meninas apresentaram algum atraso escolar. Após a coleta dos dados, o material foi transcrito e analisado a partir da análise de conteúdo de Bardin, para tanto foram levantadas as seguintes categorias temáticas: relações entre racismo e discriminação de classe social no território; experiências de violência e discriminação no território; entrelaçamentos entre racismo e sexismo, e experiências de violência sexual; relações afetivas, sexismo e racismo e o diálogo como estratégia de enfrentamento ao racismo. Nos espaços de sociabilidade, a intersecção de raça/cor e classe social produziu experiências de discriminação e violência. Já nas relações afetivas, o entrecruzamento entre racismo e sexismo esteve presente, na preferência dos meninos pelo padrão estético branco e na objetificação das jovens negras. Sendo assim, as relações sociais de poder interseccionais, como o racismo, sexismo e discriminação por classe social são evidentes nos espaços de sociabilidade e relações afetivas de meninas negras. Portanto, recomenda-se investimentos em políticas públicas intersetoriais de equidade, bem como o fortalecimento do movimento social negro e de programas e projetos sociais que valorizem uma identidade negra positiva. Esta dissertação resultou em dois produtos: um artigo de pesquisa com abordagem qualitativa que teve como objetivo analisar a intersecção de raça/cor, gênero e classe social em espaços de sociabilidade juvenil e relações afetivas de meninas negras de um bairro popular de Salvador, Bahia e no produto técnico intitulado Oficinas para o enfrentamento da discriminação baseada na raça/cor, gênero e classe social para profissionais de uma USF em Salvador-BA, para sensibilizar, discutir e refletir a temática para fomentar práticas de saúde com mais equidade.