Uso e cobertura da terra no município de Serrolândia, BA: implicações no estoque de carbono no solo em bioma de Caatinga
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Compreender a dinâmica multitemporal de uso e cobertura da terra é fundamental para avaliar o impacto das atividades humanas, principalmente no contexto do bioma Caatinga. O mapeamento do uso da terra e a análise de carbono no solo são fundamentais para entender como as formas de uso da terra e as práticas de manejo do solo alteram os ecossistemas. Essas informações são essenciais para implementar medidas de proteção ambiental e contribuir para a preservação da Caatinga, um bioma muito ameaçado no Brasil. A pesquisa tem como objetivo analisar as mudanças de uso e cobertura da terra no município de Serrolândia-BA, nos anos 1985, 2000, 2010 e 2021, e sua influência no estoque de carbono do solo. Os mapas de uso e cobertura da terra foram elaborados com base nos dados da plataforma MapBiomas e configurados no software QGis. Os mapas de informações ambientais do município foram elaborados a partir de bases de dados do IBGE, USGS e GeoSGB. Para avaliação do estoque de carbono no solo foram coletadas amostras nas profundidades de 0 a 10, 10 a 20 e 20 a 30 cm, no ecossistema de Caatinga (área não antropizada) e nos agroecossistemas: pastagem e agricultura. Nas amostras de solo foram determinados o carbono orgânico, a densidade do solo e a textura. Os resultados indicam que houve aumento das áreas antropizadas, com um ganho significativo de pastagem nos últimos anos, correspondendo a 76,08% da área do município no ano de 2021, e regeneração da área correspondente à vegetação de Caatinga (Formação Savânica) no mesmo ano. A Caatinga apresentou maior estoque de C no solo (0 a 30 cm) de 40,86 Mg ha-1 , seguida pela pastagem (22,34 Mg ha-1 e agricultura (20,71 Mg ha-1 ). A conversão da Caatinga para pastagem e lavoura resultaram em perdas do estoque de C de aproximadamente 45,32% e 49,32%, respectivamente, o que corresponde a 18,52 Mg ha-1 para pastagem e 20,15 Mg ha-1 de C para lavouras, gerando uma emissão total de 141,92 t ha-1 de CO2 para a atmosfera, contribuindo para as alterações climáticas. As atividades agropecuárias predominam no município e são responsáveis por reduzir os estoques de carbono no solo, evidenciando a necessidade de políticas ambientais efetivas e adoção de manejo adequado do solo para equilibrar o uso da terra e proteger a Caatinga.