Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC)
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O PPGEduC tem por finalidade a produção de conhecimentos na Área de Concentração Educação e Contemporaneidade, considerado o nível de formação (especialização, mestrado e doutorado). A organização e a vida acadêmica do PPGEduC preservam o significado sociocultural e crítico do processo educativo e o caráter multirreferencial, pluricultural e interdisciplinar do referido processo, e são estruturadas por Linhas de Pesquisa, as quais expressam as temáticas-objeto que constituem o seu eixo-formativo – disciplinas, pesquisas, dissertações / teses e publicações.
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- ItemPluralidade cultural e diálogo-inter-religioso: a prática docente em escolas confessionais na cidade de todos os santos, encantos e axé(Universidade do Estado da Bahia, 2025-08-26) Santos, Alenize Silva dos; Santos, Luciano Costa; Leandro, Carlos André da Cruz; Oliver, Camila Leite; Vieria Filho, Raphael RodriguesEsta dissertação nos remete a uma questão social geradora de inúmeros desdobramentos, que está situada no contexto de crises desencadeadas pela civilização global moderna, como apontam Santos (2012), Arendt (2014) e Panikkar (2020). Compreendemos que a colonização e o fundamentalismo religioso são sinais dessa crise que atinge a educação, por décadas a serviço de um ensino eurocêntricocristão, conforme elucidado por Freitas e Nóbrega (2023) que, em seus constructos teóricos, revelam o processo de minorização vivido por sujeitos que se diferenciam dessa lógica opressora. É nesse contexto que despontam o preconceito, a intolerância e o racismo religiosos, como meios de negação da pluralidade cultural, cuja superação, na perspectiva de Custódio e Klein (2015), somente se dá pela ética da alteridade, aqui concretizada por meio do diálogo inter-religioso. Nesse sentido, assumimos como objetivo geral compreender como a/o professora/professor de Ensino Religioso, de escolas confessionais, lida com o desafio do diálogo interreligioso, no contexto pluricultural de Salvador/BA. Para isso, nos instrumentalizamos da fenomenologia, destacadamente sob a interpretação husserliana, e das contribuições da etnografia, enquanto método que nos oportunizou percepções de maior alinhamento com as culturas. Para tal, realizamos entrevistas e observações com os sujeitos desta pesquisa, professoras/es de Ensino Religioso dos colégios confessionais de Salvador/BA adotados como campos de investigação, com vistas à apreensão do nosso objeto de estudo, a saber: a prática docente desta/e professora/professor, frente ao desafio do diálogo inter-religioso. Como achados da pesquisa, ressalto o compromisso que algumas/alguns docentes deste componente curricular demonstraram ter para com o exercício do diálogo inter-religioso, frente à realidade da pluralidade cultural, e, por outro lado, o não comprometimento de certas/os professoras/es, que o concebem como desnecessário para o espaço escolar em que atuam. Isto nos faz, também, destacar a íntima relação percebida entre aquilo que é posto como ensino às/aos alunas/aos e aquilo que é fortemente acreditado pela/o professora/professor, do ponto de vista da sua fé e pertença religiosas.
- ItemEnredamentos da diversidade na educação infantil: narrativas de experiencias pedagógicas(Universidade do Estado da Bahia, 0025-08-18) Lima, Daniela Almeida de Oliveira; Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco, Jane; Conceição, Ana Paula Silva da, Ana Paula; Bragança, Inês Ferreira de Souza; Mota, Charles Maycon de Almeida, CharlesEste estudo tem por objetivo compreender, através das narrativas, como a diversidade enreda as experiências pedagógicas das professoras na educação infantil. Especificamente, buscou-se cartografar as narrativas pedagógicas documentadas, tematizando os saberes acerca dos enredamentos da diversidade, na educação infantil. A fundamentação teórica apoia-se nos estudos sobre diversidade e diferença na educação infantil, por meio dos diálogos com Abramowicz, Rodrigues e Cruz (2011), Abramowicz e Silvério (2005), Faria e Finco (2013), Gomes e Araújo (2023), Oliveira (2005) e Vandenbroeck (2009, 2013). Trata-se de uma pesquisaformação fundamentada nos princípios da Documentação Narrativa de Experiências Pedagógicas (DNEP), conforme Suárez (2007, 2022) e Rios (2022), em que os relatos narrativos foram produzidos e envolvidos em um movimento interpretativo e reflexivo, desenvolvido a partir da tematização colaborativa realizada pelas docentes que atuam em centros municipais de educação infantil de Salvador. Diante disso, os resultados evidenciaram um movimento de reflexão da prática, de construção de sentidos e de valorização dos acontecimentos da docência. A partir do diálogo reflexivo estabelecido com as professoras, foi possível revelar como a diversidade se emaranha com as experiências pedagógicas na educação infantil, atravessando o cotidiano e convocando novas formas de estar e agir na escola. Desse modo, as narrativas pedagógicas cartografadas foram analisadas e tematizadas, de modo a evidenciar um processo de auto/co/conformação docente. Tais experiências se mostraram como campos vivos de formação, marcados por tensionamentos, deslocamentos e pela invenção cotidiana de práticas que reconhecem e afirmam a diferença como princípio educativo.
- ItemCobrir até cansar a mão? Uma discussão sobre o brincar e a linguagem escrita na educação infantil(Universidade do Estado da Bahia, 2025-08-25) Santos, Maisa Evangelista; Conceição, Ana Paula Silva da; Soares, Leila da Franca; Silva, Miralva dos Santos; Oliveira, Rosemary Lapa deEste estudo está situado no contexto das discussões sobre o lugar do letramento e da alfabetização na Educação Infantil, que foram intensificadas com o estabelecimento da obrigatoriedade do Ensino Fundamental de 9 anos, e sobre a importância do brincar no processo de apropriação da linguagem escrita. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, com o objetivo geral que busca compreender os modos como as crianças lidam com os atos de brincar e com a linguagem escrita considerando as possíveis interseções entre eles. Os objetivos específicos são: identificar as atividades relacionadas ao brincar, à leitura e à escrita pensadas para as crianças, produzidas por, entre ou com elas; descrever os modos como as crianças produzem suas culturas de pares infantis, a partir dos atos de brincar, ler e escrever; apresentar as possíveis articulações entre os atos de brincar e os atos de ler e escrever; e interpretar o que as crianças dizem sobre as atividades de leitura, de escrita e de brincadeiras que vivenciam na escola, e como respondem ou redefinem essas atividades. Para fundamentar as discussões, o referencial teórico contempla autores relevantes para o tema de pesquisa, tais como: Corsaro (2005; 2009a; 2009b; 2011); Vigotski (1995; 1998; 2009); Soares (1999;2020), Friedmann (2012; 2020); Kishimoto (2011); Kramer (1982; 1985; 2002; 2010a; 2010b; 2011), dentre outros. Para responder aos objetivos, adotou-se como metodologia o estudo de caso de inspiração etnográfica, tendo como principais dispositivos a observação participante, o caderno de campo e a entrevista-conversa. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa- CEP, parecer nº 6.662.478- Universidade do Estado da Bahia- UNEB, e a produção dos dados foi realizada entre os meses de abril e julho de 2024, com base na observação do cotidiano de uma turma da Educação Infantil, de uma escola pública da Rede Municipal de Educação de Salvador, BA. Nesta pesquisa foi possível compreender que as crianças resistem brincando com as palavras. No entanto, ainda que resistam, o processo de apropriação da linguagem escrita precisa ser pautado a partir de situações significativas de reflexão sobre a língua, que abordem, inclusive, a dimensão sonora em contextos lúdicos e letrados. Pois, ainda há muito o que se pesquisar acerca do papel da Educação Infantil no processo de alfabetização, envolvendo o brincar e as interações como princípios do trabalho pedagógico, sobretudo por tratar-se de uma educação destinada às crianças negras e pobres, que precisam ser reconhecidas na sua diversidade, e serem contempladas em ações pedagógicas alicerçadas na justiça social e na democracia. Assim como, faz-se necessária a valorização profissional com políticas de formação de professores contextualizadas e com as estruturas materiais e físicas adequadas para o trabalho com crianças pequenas.
- ItemOs círculos de cultura e as memórias das estudantes negras provocadas pela interseccionalidade de gênero, raça e classe na educação de jovens e adultos da Escola Municipal Jardim Santo Inácio(Universidade do Estado da Bahia, 2025-07-04) Santos, Larissa da Silva; Brito, Gilmário Moreira; Sotero, Edilza Correia; Cardoso, Claúdia Pons; Faria, Edite Maria da Silva de; Vieira Filho, Raphael RodriguesA pesquisa investiga quais são os significados das intersecções de gênero, raça e classe nas memórias de estudantes negras em processo de alfabetização apresentados em relatos nos círculos de cultura e em entrevistas realizadas na EJA na Escola Municipal Jardim Santo Inácio, em Salvador. Para o embasamento teórico, foi necessário dialogar com alguns(mas) importantes intelectuais que permitiram construir as referências teóricas e metodológicas da pesquisa. Com hooks (2017, 2020), Freire (2016, 2023) e Arroyo (2006), foi possível dialogar sobre a educação, a EJA e o círculo de cultura; quanto à interseccionalidade, foram necessárias as contribuições de Akotirene (2019) e Carneiro (2011); e para tratar de memória, Pollak (1992, 1989) se faz essencial. A metodologia adotada neste estudo fundamenta-se na abordagem qualitativa e dialógica, estabelecendo uma relação direta com as participantes. Os dados foram analisados a partir dos registros produzidos nos círculos de cultura, realizados com base na Filosofia Africana Ubuntu, e, posteriormente, nas entrevistas individuais semiestruturadas. A pesquisa, desenvolvida com estudantes negras da EJA, utilizou os círculos de cultura como instrumento metodológico para a construção de aulas baseadas nas narrativas das próprias educandas. Essa abordagem resultou em um trabalho pedagógico marcado pelo diálogo e pela reflexão crítica. Além disso, a investigação traz contribuições para profissionais da área da Educação e de metodologia, onde a sala de aula é concebida como um espaço de “esperançar”, em que se problematizam as interseccionalidades vivenciadas por mulheres negras no contexto educacional.
- ItemRacismo religioso na escola: narrativas de experiências pedagógicas na educação básica(Universidade do Estado da Bahia, 2024-08-23) Oliveira, Christiane Corrêa de; Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco; Cardoso, Ivanilda Amado; Pereira, Luciana de Araújo; Costa, Livia Alessandra Fialho daEsta pesquisa teve como objetivo conhecer como as experiências pedagógicas acerca da Educação para as Relações Étnico-Raciais, especificamente quanto ao racismo religioso, vêm sendo construídas nos anos finais do Ensino Fundamental da Educação Básica, nas escolas públicas de Nazaré, município do Recôncavo Baiano. A fundamentação teórica acerca de raça e racismo pautou-se, principalmente, no pensamento de Abdias Nascimento (2016; 2019), Carlos Moore (2020), Lélia Gonzalez (1983; 2011), Sueli Carneiro (2011; 2023) e Muniz Sodré (2017; 2023). Em relação às questões das relações raciais e a educação, utilizamos as significativas contribuições de Kabengele Munanga (2004; 2005; 2020), Nilma Lino Gomes (2003; 2005; 2011; 2015; 2017; 2020), Petronilha Beatriz (2018) e Vanda Machado (2023). Elegemos a pesquisa narrativa como metodologia de investigação e utilizamos o dispositivo da conversa na construção da pesquisa. Para isso, com base na abordagem freiriana, em um movimento dialógico e horizontal, nos colocamos em construção de uma perspectiva reflexiva e formativa entre pares, com ênfase nas experiências pedagógicas narradas decorrentes das questões da Educação para as Relações Étnico-Raciais apresentadas nas conversas com as/os docentes colaboradoras/es da pesquisa. Os resultados revelaram experiências de enfretamentos político-pedagógicos de combate ao racismo religioso na escola, ao lado de outras que denunciaram naturalização e trivialização dos racismos mascarados nos modos politicamente corretos de lidar com a diversidade e a diferença no cotidiano escolar.