Os círculos de cultura e as memórias das estudantes negras provocadas pela interseccionalidade de gênero, raça e classe na educação de jovens e adultos da Escola Municipal Jardim Santo Inácio
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Resumo
A pesquisa investiga quais são os significados das intersecções de gênero, raça e classe nas memórias de estudantes negras em processo de alfabetização apresentados em relatos nos círculos de cultura e em entrevistas realizadas na EJA na Escola Municipal Jardim Santo Inácio, em Salvador. Para o embasamento teórico, foi necessário dialogar com alguns(mas) importantes intelectuais que permitiram construir as referências teóricas e metodológicas da pesquisa. Com hooks (2017, 2020), Freire (2016, 2023) e Arroyo (2006), foi possível dialogar sobre a educação, a EJA e o círculo de cultura; quanto à interseccionalidade, foram necessárias as contribuições de Akotirene (2019) e Carneiro (2011); e para tratar de memória, Pollak (1992, 1989) se faz essencial. A metodologia adotada neste estudo fundamenta-se na abordagem qualitativa e dialógica, estabelecendo uma relação direta com as participantes. Os dados foram analisados a partir dos registros produzidos nos círculos de cultura, realizados com base na Filosofia Africana Ubuntu, e, posteriormente, nas entrevistas individuais semiestruturadas. A pesquisa, desenvolvida com estudantes negras da EJA, utilizou os círculos de cultura como instrumento metodológico para a construção de aulas baseadas nas narrativas das próprias educandas. Essa abordagem resultou em um trabalho pedagógico marcado pelo diálogo e pela reflexão crítica. Além disso, a investigação traz contribuições para profissionais da área da Educação e de metodologia, onde a sala de aula é concebida como um espaço de “esperançar”, em que se problematizam as interseccionalidades vivenciadas por mulheres negras no contexto educacional.