Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado e Mestrado Acadêmico) em Critica Cultural (Pós-Critica)
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O Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural, da grande área dos Estudos Linguísticos e Estudos Literários, com o curso de mestrado desde agosto de 2009 e, a partir de agosto de 2019, também com o curso de doutorado, busca formar pessoal qualificado para as atividades de ensino e pesquisa no campo da cultura, focando as contribuições linguístico-literárias para as ciências humanas nos últimos cem anos e, ao mesmo tempo, pautando e praticando as novas exigências do campo cultural para os estudos de crítica, teoria e historiografia literárias. Nesse sentido, a qualificação planejada e posta em movimento implica não apenas uma teoria e uma prática de alto nível de especulação sobre a institucionalização da malha cultural no mundo contemporâneo, o sentido das instituições literárias e das políticas públicas concernentes ao letramento e à formação de leitores e de educadores, mas um empenho voltado à instituição da pesquisa avançada em direitos linguísticos e literários, na UNEB, expandindo com isso os espaços de interlocução com outros programas da área no Brasil e exterior.
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- ItemAlforge Escridocente: Narrativas de experiências com práticas de escrita na formação docente de licenciatura em Letras(Universidade do Estado da Bahia, 2025-07-07) Mariano, Nazarete Andrade; Santos, Cosme Batista dos, Cosme; Gondin, Danise Grangeiro , Danise; Bunzen, Clecio dos Santos, Clecio; Félix, José Carlos , José; Pereira, Áurea da SilvaA presente tese investiga de que modo as narrativas de experiência com práticas autorais de escrita, desenvolvidas por graduandos(as)/extensionistas do Programa de Extensão Lugar de Criação (PLC), afetam a constituição de saberes docentes e potencializam a emergência do(a) estudante/escritor(a)/docente, o(a) escridocente, como acontecimento político, estético e pedagógico. Parte-se da compreensão de que tais narrativas, atravessadas pela linguagem e sustentadas por práticas de autoria, constituem dispositivos formativos capazes de provocar deslocamentos plurais na formação docente em Letras. O platô/campo que sustenta a investigação são as narrativas de experiências de escrita vivenciadas no contexto do Programa de Extensão Lugar de Criação (PLC), institucionalizado no curso de Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e suas literaturas - da Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina, com ênfase nas criações forjadas no gênero epistolar, que atravessa esta escrita como escolha metodológica, epistêmica e de artesania: cartas/narrativas trocadas via aplicativos de processamento de textos, posteriormente publicadas em ebook/livro impresso e nas obras autorais construídas entre 2020 a 2024, compreendidas como territórios de enunciação, resistência e fabulação. A problematização que orienta o percurso diz respeito a que medida essas narrativas de experiência com as práticas e escrita contribuem para a construção de saberes docentes. A pesquisa envolve cinco colaboradores, denominados de escridocentes, cujas trajetórias com as práticas de escritas autoriais compõem o corpus central da interpretação. Por meio de uma abordagem qualitativa, de natureza cartográfica, inspirada na cartografia rizomática (Deleuze e Guattari), no dialogismo (Bakhtin), na semiologia (Barthes), nos estudos do letramento (Kleiman e Street) e nas contribuições de autores como De Certeau e Suárez, o trabalho investiga o entrelaçamento entre linguagem, formação e subjetividade. As cartas/narrativas, escritas pelos(as) estudantes e atravessadas pela minha escuta - (eu)andarilha - são tomadas como dispositivos metodológicos, que delineiam uma forma de pesquisar com o outro, em que se anunciam experiências de origem, influência, desafio, silenciamento, práticas de escrita e, de modo especial, de formação. Como relevância, esta tese propõe a consolidação do(a) escridocente como figura crítica e criadora no campo da formação docente, tensionando modos institucionais de ensinar e de formar-se, resistindo à normatividade e afirmando a escrita autoral como lugar de conhecimento, política de narratividade e prática inventiva de escrita, sustentada pela tríade criar/narrar/fabular.
- ItemLiteratura baiana para infâncias (2013 - 2023): autorias e protagonistas negras(Universidade do Estado da Bahia, 2024-12-20) Santos, Ana Fátima Cruz dos; Oliveira, Maria Anória de Jesus; Lisboa, Souza Johnson, Andreia; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Dias, Lucimar Rosa; Silva, Márcia TavaresA presente pesquisa resulta de uma demanda legal e social, haja vista a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394/96 pela Lei Federal nº 10.639/03, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica. Apesar de mais de duas décadas transcorridas, ainda se observa a carência de estudos sobre a produção literária baiana de autoria negra para as infâncias. Diante da lacuna constatada, delimitamos um corpus de oito obras para investigação na área em foco. São elas: Alika, de Regina Luz e Rebeca Silva (2019); Bucala: a pequena princesa do Quilombo do Cabula, de Davi Nunes e Daniel Santana (2019); Pretinha de Ébano vai à África, de Kalypsa Brito e Junior Pakapym (2021); Menina Nicinha, de Evelyn Sacramento e Bárbara Quintino (2021); Bartô: menino protegido, menino cheio de riquezas, de Fátima Nascimento e Márjara Silva (2022); História pretinha das coisas: as descobertas de Ori, de Bárbara Carine Soares Pinheiro e Cau Luis (2022); Themba, o menino rei, de Marcos Cajé e Cau Luis (2023); e O divertido glossário da Jana, de Lorena Ribeiro (2023). Nosso objetivo geral é identificar como a literatura baiana de autoria negra para as infâncias, publicada entre 2013 e 2023, favorece o combate ao racismo e inova o cenário literário. Os objetivos específicos são: i) situar os aportes teóricos relacionados às narrativas e às personagens afrorreferenciadas no período pós-lei 10.639/2003; ii) discutir a relação entre linguagem verbal e iconográfica na produção literária infantil, com foco nas protagonistas negras; iii) identificar diferenças e/ou semelhanças nas obras literárias baianas de autoria negra e dos(as) respectivos(as) ilustradores(as); iv) demonstrar como o método Ereginga, através das narrativas estudadas, ajuda a combater o racismo no campo de estudos. No que se refere à metodologia, realizamos a pesquisa bibliográfica de abordagem interpretativista qualitativa e quantitativa, mapeando as obras elencadas. Em se tratando da fundamentação teórica, nos respaldamos no campo da literatura destinada às crianças e aos jovens (LIJU), com o foco nas protagonistas negras (Oliveira, 2003; 2010; Jovino, 2010), LijAfro (Nascimento, 2019); Da Linguísticas Aplicada, recorremos às acepções de letramentos de reexistências (Souza, 2011) e letramento racial crítico (Ferreira, 2019), alinhadas à LINEBEIJU – literatura negro-brasileira do encantamento infantil e juvenil (Oliveira, 2022). Quanto aos resultados, identificamos que a alusão às personalidades negras africanas e negro-brasileiras são recorrentes nas obras, assim como a afirmação identitária, de pertencimento às raízes africanas, bem como a dimensão histórica, linguística e cultural de saberes e fazeres das Áfricas. As obras literárias remetem à territorialidade negro-africana, à corporeidade, à memória e às ancestralidades negras. Concluímos, por fim, que as obras estudadas correspondem ao método Ereginga, já que foram desenvolvidas por autorias negras, fundamentadas no paradigma afrocêntrico e nas referências da literatura afro-brasileira, ao visibilizar a valorização do protagonismo de sujeitos negros na diáspora africana e no contexto social brasileiro. O método Ereginga, dessa forma, não apenas traz à cena narrativas historicamente marginalizadas e pouco estudadas no Brasil, como, também, pode fortalecer a identidade e a representatividade negra, além de contribuir para subsidiar a formação docente e discente no escopo das obras que foram objetos de reflexões e proposições nesta tese.
- ItemA dimensão dionisíaca das personagens subalternizadas em “Cartografia de Canudos” de José Calasans(Universidade do Esatado da Bahia, 2025-07-25) Vieira, Márcio Ronaldo Rodrigues; Santos, Osmar Moreira dos; Nunes, Claudio Pinto; Soares, Emanoel Luíz Roque; Carneiro, Everton Carneiro Nery; Félix, José CarlosTrata-se de um estudo sobre as personagens na obra "Cartografia de Canudos" do historiador José Calasans, problematizando a sua construção, bem como, estabelecendo um novo olhar a partir de um critério filosófico e nietzschiano. Assim, o objetivo geral é tornar visível a força simbólica, a capacidade de expressão, criação, organização estética e política de personagens subalternizadas tanto pela lógica cultural do ocidente e seu imaginário cristão, genocida, escatológico, como pela realidade da casa grande, senzala, seus barões donos de “terras e gentes” e sua elite intelectual. E, como objetivos específicos: descrever e problematizar as principais conclusões de comentadores e estudiosos da obra de José Calasans; tornar visível a lógica da abordagem histórica do autor, destacando suas contradições, seu ponto de vista quanto à força de sertanejos contra o aparato positivista do Estado brasileiro, o modo de vida dessas personagens no processo de resistência a toda forma de agressão; esvaziar o discurso religioso oficial pela emergência de uma religiosidade popular, forjada numa sabedoria milenar; demonstrar como a dimensão dionisíaca atualiza os dilemas da organização política de povos sertanejos e subalternizados. Partindo de referências teóricas tais como Aras (2003), Bosi (2006), Barthes (2012), Cunha (1978), Nietzsche (1960), Carneiro (2018), Ricoeur (2017), Vargas Llosa (2021), Calasans (2015), Santos (2016), dentre outros, a metodologia, conta com pressupostos da Crítica Cultural, procura estabelecer uma espécie de encruzilhada epistemológica, uma zona de fronteiras em que filosofia nietzscheana, fenomenologia heideggeriana, história oral, semiologia saussuriana, que nos permitiu embaralhar os dados e encontrar a língua subalternizada e sertaneja em sua potência transgressora e como reserva epistêmica. O resultado alcançado: o mapeamento das contradições de José Calasans e, ao mesmo tempo, o estabelecimento de um olhar para o desenvolvimento estético e político das forças sertanejas subalternizadas. Conclusão: entre o sertanejo amarelo, tomado como inimigo interno pelos aparatos de repressão do Estado brasileiro, do qual Calasans fazia parte, e o sertanejo, “sobretudo um forte”, aprisionado em sua “gaiola de ouro”, só resta ao povo sertanejo subalterno à sua língua, em sua potência de organização estética e política, como máquina de guerra simbólica, ensaiada e praticada nos movimentos sociais contemporâneos e na Canudos atual.
- ItemProjeto político pedagógico da escola Maria Felipa para a educação infantil: cartografando trilhas e traços da reexistência negra.(Universidade do Estado da Bahia, 2025-05-30) Barbalho, Edilma Assis de Souza; Carvalho , Carla Meira; Lins, Heloísa Andreia; Oliveira, Maria AnóriaA presente pesquisa aborda vários questionamentos sobre a formação escolar e acadêmica para o ensino das relações étnico-raciais ofertada aos docentes e discentes, assim como, as dificuldades enfrentadas pelas unidades nacionais de ensino da rede pública e privada, na implementação eficaz da Lei 10.639/03, garantindo o direito a outras representações, saberes e histórias na matriz curricular. Tendo como objetivo geral analisar como a Escola Afro-Brasileira Maria Felipa instituiu seu Projeto Político Pedagógico (PPP) para a Educação Infantil como um território de reexistência, buscou-se analisar os caminhos percorridos para à materialização do seu PPP para a educação infantil, especificar as fontes legais e de resistência epistemológica que fundamentam seu PPP para a educação infantil e examinar como seu PPP interage com os diversos campos de experiência do universo infantil. Na perspectiva de apresentar uma reflexão sobre a importância da educação para as relações étnico raciais na educação infantil, explorou-se a exclusão do negro da matriz curricular de ensino no Brasil e o racismo epistêmico como autor da invisibilidade da história do povo negro, além dos saberes e direitos da criança ao letramento racial para o acesso a uma educação antirracista. Por fim, esta pesquisa apresenta uma cartografia dos desafios enfrentados pela EAFROMALIPA para a constituição do seu PPP, e como ela resistiu e prosperou em sua missão ao se fortalecer num aquilombamento de ativistas e intelectuais negras e negros, de colaboradoras e colaboradores e dos familiares das crianças que contribuíram e contribuem para o êxito desse projeto antirracista.
- ItemAgenciamentos críticos em tradução literária em línguas de sinais: epistemologias, fronteiras culturais, performances visuais(Universidade do Estado da Bahia, 2025-07-04) Corrêa, Gabriel Vidinha; Seidel, Roberto Henrique; Bento, Nanci Araújo; Sousa , Rayron Lennon Costa; Santos, Áurea da Silva Pereira; Félix, José CarlosA tradução literária tem conferido lugar inconteste para as literaturas em língua de sinais, além de trazer à tona, por meio de sua capacidade de agência, experiências comunitárias de sujeitos socialmente deslocados, o que protagoniza sua característica de deslimite quando rompe com tendências conservadoras. A literatura, nesse sentido, é plural. A tradução, por sua vez, também intercambia esses deslimites, sobretudo, ultrapassando as fronteiras tanto das línguas, quanto das linguagens ao trazer à baila diferentes modos de existir no mundo, aspectos socioculturais, além da difusão de temas caros para o universo das culturas periféricas. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é compreender o fenômeno da tradução literária em língua de sinais a partir dos aportes da crítica cultural com foco na identificação e problematização dos agenciamentos estéticos, performáticos e epistemológicos que emergem da fronteira de contato entre as línguas. Para tanto, intentamos problematizar as configurações estéticas-literárias em uma língua visual na qual a tradução literária desdobra-se por dentro, pois coloca sistemas em agenciamentos simbólicos e de valores, ao mesmo tempo em que intercambia experiências a partir de categorias como o fenômeno da imagem, performance, linguagens diversas, corpo, visualidade, espaço, além de intervenções ética e políticas no seio desses processos. Nesta pesquisa, os agenciamentos epistemológicos estão ancorados nos estudos da tradução literária, crítica cultural e experiências literárias em língua de sinais, em diálogo rizomático e interdisciplinar. Assim, como escopo teórico dos estudos da tradução literária em recortes culturais recorreremos, principalmente, aos estudos de Walter Benjamin (2020), Paul Ricoeur (2011) e Umberto Eco (2014). Sobre a crítica cultural se farão presente os trabalhos de Roland Barthes (2004), Gilles Deleuze e Félix Guattari (2017), Stuart Hall (2016), Homi Bhabha (2013), Terry Eagleton (2011) e Eneida Maria de Souza (2014). E no tocante aos fenômenos das literaturas em língua de sinais afiguram-se as contribuições Cláudio Mourão (2016), Rachel Sutton-Spence (2021), Ana Regina Campello (2019) e Gladis Perlin (2006).