Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado e Mestrado Acadêmico) em Critica Cultural (Pós-Critica)

URI Permanente para esta coleção

O Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural, da grande área dos Estudos Linguísticos e Estudos Literários, com o curso de mestrado desde agosto de 2009 e, a partir de agosto de 2019, também com o curso de doutorado, busca formar pessoal qualificado para as atividades de ensino e pesquisa no campo da cultura, focando as contribuições linguístico-literárias para as ciências humanas nos últimos cem anos e, ao mesmo tempo, pautando e praticando as novas exigências do campo cultural para os estudos de crítica, teoria e historiografia literárias. Nesse sentido, a qualificação planejada e posta em movimento implica não apenas uma teoria e uma prática de alto nível de especulação sobre a institucionalização da malha cultural no mundo contemporâneo, o sentido das instituições literárias e das políticas públicas concernentes ao letramento e à formação de leitores e de educadores, mas um empenho voltado à instituição da pesquisa avançada em direitos linguísticos e literários, na UNEB, expandindo com isso os espaços de interlocução com outros programas da área no Brasil e exterior.

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 5 de 46
  • Item
    Formação continuada, educação do campo e multiletramentos em Monte Santo/BA: entre memórias, contextos e ressonâncias
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-09-30) Oliveira, Sidmar da Silva; Neiva, Luiz Paulo Almeida; Neiva, Luiz Paulo Almeida; Santos, Cosme Batista dos; Dintrans, Cristobal Alejandro Villalobos; Félix, José Carlos; Bezerra, Tânia Serra Azul Machado; Pereira, Áurea da Silva; Costa, Edil Silva
    O objeto desta investigação é a formação continuada de professores de escolas do campo, com implicações diretas para as práticas pedagógicas e políticas educacionais. O estudo focaliza os programas de formação continuada, realizados a partir de 2012, na rede pública de ensino monte-santense, notadamente o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e o Programa Escola da Terra. O interesse pela pesquisa surgiu a partir da seguinte questão: quais as implicações da formação continuada de professores, realizada pelo PNAIC e Programa Escola da Terra, para a promoção de uma educação contextualizada no campo, no âmbito do Ensino Fundamental — anos iniciais, em Monte Santo, Bahia? O objetivo geral é compreender as implicações da formação continuada de professores, realizada pelo PNAIC e Escola da Terra, para promoção de uma educação contextualizada no campo, no âmbito do Ensino Fundamental — anos iniciais, em Monte Santo/BA. Trata-se de um estudo de caso (Yin, 2001), de abordagem qualitativa, estabelecido a partir das premissas da pesquisa colaborativa, que envolve o pesquisador e os participantes em uma construção conjunta dos dados (Ibiapina, 2008), tendo a etnometodologia, abordagem que estuda os métodos que as pessoas usam para construir e dar sentido às suas ações no cotidiano (Garfinkel, 2018; Coulon, 1995, 2017), como fundamento epistemológico. A pesquisa foi desenvolvida com a participação de nove professores através de questionário on-line, entrevista narrativa e sessões reflexivas, momentos nos quais os diálogos e as problematizações se evidenciaram com êxito. Para a análise e a interpretação das realidades empíricas, adotou-se a análise textual discursiva (Moraes; Galiazzi, 2016). A tessitura teórico-epistemológica pauta-se na interação verbal (Bakhtin, 2011, 2014), tendo como pilares os seguintes domínios: formação continuada de professores (Imbernón, 2011, 2016; Nóvoa, 2009, 2011, 2023; Freire, 2015; Tardif, 2014); educação do campo (Arroyo, 2007, 2011; Caldart, 2009, 2011); e multiletramentos (GNL, 2021; Rojo, 2012; Street, 2014). Justifica-se o estudo pela relevância e urgência de analisar os programas de formação continuada de professores e suas implicações à educação do campo, visando (re)pensar políticas e ações de formação continuada que considerem o professor como agente social, produtor de saberes e autor de suas próprias práticas, subvertendo à formação vertical — pensada para os professores. Os resultados, oriundos dos discursos dos professores e das interpretações realizadas, permitem inferir que a troca de experiências e a construção coletiva do conhecimento elaborado se constituíram como elementos fundamentais para desenvolver novas e melhores práticas docentes. Entretanto, observa-se que as ações de ambos os programas deixaram lacunas no que concerne à promoção de estudos, à reflexão crítica e à ressignificação da docência no campo, pois não conseguiram transgredir ao paradigma urbano ainda evidente rede de ensino estudada. Romper com essa concepção e construir uma educação contextualizada no campo reivindica a adoção de um novo paradigma, aliado à mobilização social, visando promover reformas curriculares, pedagógicas, formativas e infraestruturais. A interação com os docentes evidenciou a urgência de decisões estratégicas no âmbito da formação continuada: escuta responsiva aos professores; considerar o contexto do trabalho pedagógico; superar a distância entre a teoria e a prática, entre o gesto e a palavra; reconhecer e valorizar as experiências e os saberes docentes; bem como instituir uma formação colaborativa e situada com os professores. Esses elementos constituem em um esforço epistemológico essencial para o alcance dos objetivos declarados.
  • Item
    Quando a literatura encontra a tecnologia: caminhos e desafios da leitura literária nas aulas de língua portuguesa no ensino médio
    (Universidade do Estado da Bahia, 0025-10-09) Santos, Nadja Silva Brasil; Cruz, Maria de Fátima Berenice da; Barreto, Robério Pereira; Brás, Chocolate Adão; Rosa, Marise Marçalina de Castro Silva
    A leitura literária, entendida como prática estética, crítica e formativa, vem sendo desafiada e ressignificada diante das transformações promovidas pelas tecnologias digitais, especialmente no contexto da educação básica. Esta tese, intitulada Quando a literatura encontra a tecnologia: caminhos e desafios da leitura literária nas aulas de Língua Portuguesa no Ensino Médio, parte da seguinte questão-problema: como a leitura literária pode se articular às tecnologias digitais, nas aulas de Língua Portuguesa, de modo a potencializar a formação do leitor no Ensino Médio? O objetivo central é analisar os caminhos e desafios da leitura literária nas aulas de Língua Portuguesa no Ensino Médio, à luz das transformações provocadas pelas tecnologias digitais e de suas implicações pedagógicas, com base na articulação entre a literatura como direito, a leitura como prática social, a educação como processo emancipador e a cultura digital como território de formação. A pesquisa fundamenta-se na compreensão da literatura como direito e da leitura como prática social, vinculando-se também aos princípios das tecnologias digitais e da educação emancipadora. De abordagem qualitativa e natureza interpretativa, adota a metodologia da pesquisa-ação, com orientação crítico-formativa. O estudo foi desenvolvido no Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, em Feira de Santana-BA, envolvendo professores e alunos do Ensino Médio, dos turnos matutino e vespertino. Para a coleta de dados, foram utilizadas técnicas como observação participante, entrevistas semiestruturadas, questionários diagnósticos e registros narrativos, analisados por meio da triangulação metodológica e da análise de conteúdo. O referencial teórico articula contribuições de autores dos campos da leitura e da literatura, como Chartier (2023), Candido (2011), Freire (1996), Zilberman (1991), Lajolo (2001), Cosson (2010) e Cruz (2012), além de estudos sobre cultura digital e tecnologias na educação, a partir de Lévy (1999), Moran (2004), Castells (2003), Nonato (2006) e Mercado (2002). Os resultados evidenciam que, embora persistam desafios como a precariedade da infraestrutura tecnológica e a carência de formação continuada de professores, experiências pedagógicas revelam a potência das tecnologias digitais como mediadoras de práticas de leitura literária mais interativas, colaborativas e significativas. Constatou-se, por exemplo, que atividades mediadas por plataformas digitais de leitura colaborativa ampliaram o repertório literário dos alunos e estimularam sua participação crítica. Conclui-se que o encontro entre literatura e tecnologia pode configurar-se como espaço de resistência, criação e formação do leitor, desde que conduzido por práticas pedagógicas críticas, contextualizadas e comprometidas com a emancipação. Assim, a tese contribui para o debate sobre práticas de leitura literária mediadas por tecnologias, oferecendo subsídios tanto para a formação docente quanto para a elaboração de políticas educacionais voltadas ao Ensino Médio.
  • Item
    Alforge Escridocente: Narrativas de experiências com práticas de escrita na formação docente de licenciatura em Letras
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-07-07) Mariano, Nazarete Andrade; Santos, Cosme Batista dos, Cosme; Gondin, Danise Grangeiro , Danise; Bunzen, Clecio dos Santos, Clecio; Félix, José Carlos , José; Pereira, Áurea da Silva
    A presente tese investiga de que modo as narrativas de experiência com práticas autorais de escrita, desenvolvidas por graduandos(as)/extensionistas do Programa de Extensão Lugar de Criação (PLC), afetam a constituição de saberes docentes e potencializam a emergência do(a) estudante/escritor(a)/docente, o(a) escridocente, como acontecimento político, estético e pedagógico. Parte-se da compreensão de que tais narrativas, atravessadas pela linguagem e sustentadas por práticas de autoria, constituem dispositivos formativos capazes de provocar deslocamentos plurais na formação docente em Letras. O platô/campo que sustenta a investigação são as narrativas de experiências de escrita vivenciadas no contexto do Programa de Extensão Lugar de Criação (PLC), institucionalizado no curso de Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e suas literaturas - da Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina, com ênfase nas criações forjadas no gênero epistolar, que atravessa esta escrita como escolha metodológica, epistêmica e de artesania: cartas/narrativas trocadas via aplicativos de processamento de textos, posteriormente publicadas em ebook/livro impresso e nas obras autorais construídas entre 2020 a 2024, compreendidas como territórios de enunciação, resistência e fabulação. A problematização que orienta o percurso diz respeito a que medida essas narrativas de experiência com as práticas e escrita contribuem para a construção de saberes docentes. A pesquisa envolve cinco colaboradores, denominados de escridocentes, cujas trajetórias com as práticas de escritas autoriais compõem o corpus central da interpretação. Por meio de uma abordagem qualitativa, de natureza cartográfica, inspirada na cartografia rizomática (Deleuze e Guattari), no dialogismo (Bakhtin), na semiologia (Barthes), nos estudos do letramento (Kleiman e Street) e nas contribuições de autores como De Certeau e Suárez, o trabalho investiga o entrelaçamento entre linguagem, formação e subjetividade. As cartas/narrativas, escritas pelos(as) estudantes e atravessadas pela minha escuta - (eu)andarilha - são tomadas como dispositivos metodológicos, que delineiam uma forma de pesquisar com o outro, em que se anunciam experiências de origem, influência, desafio, silenciamento, práticas de escrita e, de modo especial, de formação. Como relevância, esta tese propõe a consolidação do(a) escridocente como figura crítica e criadora no campo da formação docente, tensionando modos institucionais de ensinar e de formar-se, resistindo à normatividade e afirmando a escrita autoral como lugar de conhecimento, política de narratividade e prática inventiva de escrita, sustentada pela tríade criar/narrar/fabular.
  • Item
    Literatura baiana para infâncias (2013 - 2023): autorias e protagonistas negras
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-12-20) Santos, Ana Fátima Cruz dos; Oliveira, Maria Anória de Jesus; Lisboa, Souza Johnson, Andreia; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Dias, Lucimar Rosa; Silva, Márcia Tavares
    A presente pesquisa resulta de uma demanda legal e social, haja vista a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394/96 pela Lei Federal nº 10.639/03, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica. Apesar de mais de duas décadas transcorridas, ainda se observa a carência de estudos sobre a produção literária baiana de autoria negra para as infâncias. Diante da lacuna constatada, delimitamos um corpus de oito obras para investigação na área em foco. São elas: Alika, de Regina Luz e Rebeca Silva (2019); Bucala: a pequena princesa do Quilombo do Cabula, de Davi Nunes e Daniel Santana (2019); Pretinha de Ébano vai à África, de Kalypsa Brito e Junior Pakapym (2021); Menina Nicinha, de Evelyn Sacramento e Bárbara Quintino (2021); Bartô: menino protegido, menino cheio de riquezas, de Fátima Nascimento e Márjara Silva (2022); História pretinha das coisas: as descobertas de Ori, de Bárbara Carine Soares Pinheiro e Cau Luis (2022); Themba, o menino rei, de Marcos Cajé e Cau Luis (2023); e O divertido glossário da Jana, de Lorena Ribeiro (2023). Nosso objetivo geral é identificar como a literatura baiana de autoria negra para as infâncias, publicada entre 2013 e 2023, favorece o combate ao racismo e inova o cenário literário. Os objetivos específicos são: i) situar os aportes teóricos relacionados às narrativas e às personagens afrorreferenciadas no período pós-lei 10.639/2003; ii) discutir a relação entre linguagem verbal e iconográfica na produção literária infantil, com foco nas protagonistas negras; iii) identificar diferenças e/ou semelhanças nas obras literárias baianas de autoria negra e dos(as) respectivos(as) ilustradores(as); iv) demonstrar como o método Ereginga, através das narrativas estudadas, ajuda a combater o racismo no campo de estudos. No que se refere à metodologia, realizamos a pesquisa bibliográfica de abordagem interpretativista qualitativa e quantitativa, mapeando as obras elencadas. Em se tratando da fundamentação teórica, nos respaldamos no campo da literatura destinada às crianças e aos jovens (LIJU), com o foco nas protagonistas negras (Oliveira, 2003; 2010; Jovino, 2010), LijAfro (Nascimento, 2019); Da Linguísticas Aplicada, recorremos às acepções de letramentos de reexistências (Souza, 2011) e letramento racial crítico (Ferreira, 2019), alinhadas à LINEBEIJU – literatura negro-brasileira do encantamento infantil e juvenil (Oliveira, 2022). Quanto aos resultados, identificamos que a alusão às personalidades negras africanas e negro-brasileiras são recorrentes nas obras, assim como a afirmação identitária, de pertencimento às raízes africanas, bem como a dimensão histórica, linguística e cultural de saberes e fazeres das Áfricas. As obras literárias remetem à territorialidade negro-africana, à corporeidade, à memória e às ancestralidades negras. Concluímos, por fim, que as obras estudadas correspondem ao método Ereginga, já que foram desenvolvidas por autorias negras, fundamentadas no paradigma afrocêntrico e nas referências da literatura afro-brasileira, ao visibilizar a valorização do protagonismo de sujeitos negros na diáspora africana e no contexto social brasileiro. O método Ereginga, dessa forma, não apenas traz à cena narrativas historicamente marginalizadas e pouco estudadas no Brasil, como, também, pode fortalecer a identidade e a representatividade negra, além de contribuir para subsidiar a formação docente e discente no escopo das obras que foram objetos de reflexões e proposições nesta tese.
  • Item
    A dimensão dionisíaca das personagens subalternizadas em “Cartografia de Canudos” de José Calasans
    (Universidade do Esatado da Bahia, 2025-07-25) Vieira, Márcio Ronaldo Rodrigues; Santos, Osmar Moreira dos; Nunes, Claudio Pinto; Soares, Emanoel Luíz Roque; Carneiro, Everton Carneiro Nery; Félix, José Carlos
    Trata-se de um estudo sobre as personagens na obra "Cartografia de Canudos" do historiador José Calasans, problematizando a sua construção, bem como, estabelecendo um novo olhar a partir de um critério filosófico e nietzschiano. Assim, o objetivo geral é tornar visível a força simbólica, a capacidade de expressão, criação, organização estética e política de personagens subalternizadas tanto pela lógica cultural do ocidente e seu imaginário cristão, genocida, escatológico, como pela realidade da casa grande, senzala, seus barões donos de “terras e gentes” e sua elite intelectual. E, como objetivos específicos: descrever e problematizar as principais conclusões de comentadores e estudiosos da obra de José Calasans; tornar visível a lógica da abordagem histórica do autor, destacando suas contradições, seu ponto de vista quanto à força de sertanejos contra o aparato positivista do Estado brasileiro, o modo de vida dessas personagens no processo de resistência a toda forma de agressão; esvaziar o discurso religioso oficial pela emergência de uma religiosidade popular, forjada numa sabedoria milenar; demonstrar como a dimensão dionisíaca atualiza os dilemas da organização política de povos sertanejos e subalternizados. Partindo de referências teóricas tais como Aras (2003), Bosi (2006), Barthes (2012), Cunha (1978), Nietzsche (1960), Carneiro (2018), Ricoeur (2017), Vargas Llosa (2021), Calasans (2015), Santos (2016), dentre outros, a metodologia, conta com pressupostos da Crítica Cultural, procura estabelecer uma espécie de encruzilhada epistemológica, uma zona de fronteiras em que filosofia nietzscheana, fenomenologia heideggeriana, história oral, semiologia saussuriana, que nos permitiu embaralhar os dados e encontrar a língua subalternizada e sertaneja em sua potência transgressora e como reserva epistêmica. O resultado alcançado: o mapeamento das contradições de José Calasans e, ao mesmo tempo, o estabelecimento de um olhar para o desenvolvimento estético e político das forças sertanejas subalternizadas. Conclusão: entre o sertanejo amarelo, tomado como inimigo interno pelos aparatos de repressão do Estado brasileiro, do qual Calasans fazia parte, e o sertanejo, “sobretudo um forte”, aprisionado em sua “gaiola de ouro”, só resta ao povo sertanejo subalterno à sua língua, em sua potência de organização estética e política, como máquina de guerra simbólica, ensaiada e praticada nos movimentos sociais contemporâneos e na Canudos atual.