Este trabalho tem como objetivo geral compreender os sentidos e desafios atribuídos à formação inicial para a prática docente em escritas de relatórios de estudantes que participaram do Programa de Residência Pedagógica, em período de distanciamento social. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com abordagem metodológica de análise documental, cujo corpus é constituído da amostra de seis relatórios de residentes do curso de licenciatura em Letras, Língua Portuguesa e Literaturas, da UNEB, Campus II, entre 2020 e 2022. A pesquisa ancora-se em referências teóricas como Deleuze e Guattari (1992), Bachelard (1996) e Agamben (2005) para discutir a formação docente sob uma perspectiva pós-crítica. O levantamento de literatura destaca estudos que abordam a formação docente em tempos de crise, justificando a relevância deste trabalho para compreender os desafios enfrentados na educação durante a pandemia. A análise considera, ainda, a contribuição de autores como Boaventura de Sousa Santos (2020) e Miguel Arroyo (2021) para refletir sobre o impacto político e social da pandemia, além de Francisco Imbernón (2004) e Jorge Larossa (2011), que aprofundam as discussões sobre a formação e a experiência docente. Aspectos centrais da formação inicial para a prática docente foram identificados no corpus investigado e organizados em categorias temáticas, abrangendo desde desafios estruturais da educação pública até a construção da identidade docente e a relação entre teoria e prática pedagógica. Ao problematizar o desenvolvimento de práticas formativas em um período de adversidades, este estudo contribui para o debate sobre as transformações na formação inicial de professores em contextos emergenciais e suas implicações para o futuro da docência.