Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas - DEDC14
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Navegando Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas - DEDC14 por Orientador "Carvalho, Cristina dos Santos"
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- ItemEntre o português brasileiro e o português moçambicano: considerações sobre o processo de gramaticalização de quer dizer(Universidade do Estado da Bahia, 2022-12-06) Almeida, Eduardo Ferreira Dos Santos; Carvalho, Cristina dos Santos; Santana, Neila Maria Oliveira; Côrtes Junior, Moacir da SilvaO presente trabalho tem como objetivo geral analisar os usos – gramaticalizados ou não – de quer dizer no português brasileiro e moçambicano. De forma mais específica, a pesquisa busca: (i) identificar os usos de quer dizer nas duas variedades do português analisadas; (ii) distinguir quais desses usos são mais gramaticalizados; (iii) identificar os estágios de gramaticalização da construção quer dizer; (iv) verificar a influência do contexto morfossintático para os usos gramaticalizados de quer dizer; (v) identificar as convergências e divergências entre os empregos de quer dizer nas variedades brasileira e moçambicana do português. A abordagem teórica está alinhada com os pressupostos do funcionalismo linguístico, na esteira da abordagem clássica da gramaticalização (HOPPER; TRAUGOTT, 2003 [1993]; MARTELOTTA; VOTRE; CEZARIO, 1996; GONÇALVES et al., 2007, dentre outros). Do ponto de vista metodológico, a pesquisa segue pressupostos da Sociolinguística Quantitativa no que se refere aos procedimentos adotados para tratamento e análise dos dados. Nessa direção, tem-se aqui um trabalho de natureza sociofuncionalista (CEZARIO; MARQUES, ABRAÇADO, 2016; TAVARES, 2013; SILVA; OLIVEIRA, 2017). Para a descrição do fenômeno investigado, foram utilizados, como corpus, textos integrantes do banco de dados Corpus do Português (DAVIES; FERREIRA, 2006); foram, então, levantadas e analisadas duzentas e cinquenta ocorrências de quer dizer em cada variedade do português examinada. Na pesquisa, procedeu se a uma abordagem quali-quantitativa dos dados (LACERDA, 2016), tendo sido controlados os seguintes grupos de fatores: pessoa gramatical do sujeito da construção quer dizer; explicitude/omissão do sujeito; presença/ausência da conjunção que na construção quer dizer; tipo de sequência linguística (linguísticos); gêneros textuais e domínios discursivos (funcional). Os resultados quali-quantitativos evidenciaram: (i) sete usos de quer dizer - modal + dicendi, valor de ‘significa’, retificação, esclarecedor, exemplificador, conclusivo e marcador discursivo - na amostra, além de contextos ambíguos; (ii) uma predominância do uso de quer dizer com valor de significa, tanto na variedade moçambicana quanto brasileira; (iii) como conector textual, quer dizer ocorre mais como esclarecedor no PB e PM. Tais resultados também indicaram convergências entre o PB e o PM quanto aos sete usos de quer dizer encontrados. Quanto às divergências, verificaram-se algumas diferenças percentuais de determinados empregos de quer dizer em favor de uma ou outra variedade do português – valores de ‘significa’ (PB); modal + dicendi e função esclarecedora (PM) –, embora haja uma tendência próxima de frequência de uso. Os usos de quer dizer encontrados nos dados do PB e PM analisados ilustram uma mudança categorial dessa construção: de verbo (locução verbal) para conector textual e, depois, para marcador discursivo, como mostra o cline verbo (modal + dicendi > valor de ‘significa’) > conector textual (esclarecedor/ retificador/ exemplificador/conclusivo) > marcador discursivo.
- ItemGramaticalização das construções diz que e disse que na fala popular de Salvador(Universidade do Estado da Bahia, 2014) Lima , Emily Karoline Oliveira Pimentel; Carvalho, Cristina dos Santos; Dórea, Rosana Santos; Cortes Júnior, Moacir da SilvaNo português brasileiro, algumas formas ou construções verbais vêm passando por mudanças e têm adquirido novos sentidos. É o que se observa com o verbo dizer, que, nas construções diz que e disse que, tem apresentado, além do seu valor declarativo, empregos como evidenciais (GALVÃO, 2007, 2001). Tais construções, geradas no contexto de terceira pessoa do singular do verbo dizer, seguido da conjunção que, estão em processo de gramaticalização. Esta monografia, ao abordar a gramaticalização do verbo dizer nas construções diz que e disse que na fala popular de Salvador, tem como objetivo geral analisar os diferentes usos - gramaticalizados ou não – atribuídos a essas construções. Para tanto, fundamenta-se nos pressupostos teóricos do funcionalismo linguístico, sobretudo da vertente americana (MARTELOTTA; AREAS, 2003, MARTELOTTA, 2011, dentre outros). Sob a perspectiva metodológica, a pesquisa adota os pressupostos metodológicos da sociolinguística quantitativa. Como corpus, utiliza 48 inquéritos do Programa de Estudos sobre o Português Popular Falado de Salvador (PEPP). Os resultados desta pesquisa apontam que: (a) de forma geral, foram encontrados mais usos declarativos para as construções; (b) os tipos evidenciais encontrados na amostra foram de verdade geral, boato e especulação; (c) dentre os diferentes usos atribuídos às construções diz que e disse que, os valores evidenciais são os considerados os mais gramaticalizados; (d) os usos evidenciais caracterizam-se pela não explicitude do sujeito, ocorrem sempre com sujeitos expressos pela anáfora zero; (e) o futuro perifrástico tende a ser o tempo verbal mais presente nos usos evidenciais; (f) a polaridade referente a dizer evidencial, nas duas construções analisadas, é afirmativa; (g) quanto à polaridade da cláusula encaixada, os usos mais gramaticais tendem a ocorrer com essas sentenças com polaridade afirmativa; (h) independente do seu grau de escolaridade, os falantes usam mais diz que e disse que declarativos.
- ItemGramaticalização do verbo achar na fala popular de Salvador(Universidade do Estado da Bahia, 2012-12-18) Silva , Eliêda de Matos; Carvalho, Cristina dos Santos; Santana, Neila Maria Oliveira; Parcero, Lúcia Maria de JesusEsta monografia trata da gramaticalização do verbo achar na fala popular de Salvador com o objetivo de analisar os empregos gramaticalizados ou não desse verbo. No português brasileiro, algumas formas verbais vêm passando pelo processo de gramaticalização, adquirindo, assim, novos usos como advérbios, modalizadores de opinião etc. Nesse contexto de mudança, o verbo achar tem apresentado, entre outros, empregos como verbo pleno, marcador de opinião, marcador de incerteza, advérbio de dúvida (GALVÃO, 1999; FREITAG, 2003, dentre outros). O trabalho fundamenta-se nos pressupostos teóricos do funcionalismo linguístico, mais especificamente, na visão de linguistas como Neves (1997), Pezatti (2009), Martelotta (2012), dentre outros. Adota os pressupostos metodológicos da Sociolinguística Quantitativa e utiliza, como corpus, quarenta e oito inquéritos do banco de dados do Programa de Estudos sobre o Português Popular Falado de Salvador (PEPP), desenvolvido na Universidade do Estado da Bahia. Os resultados apontam que, dentre os diferentes sentidos de achar, o uso como marcador de dúvida é a forma mais gramaticalizada, instanciada num contexto específico de primeira pessoa do singular, do presente do indicativo.
- ItemInterferência da oralidade na escrita: a representação gráfica de ditongos orais decrescentes(Universidade do Estado da Bahia, 2012) Mota, José Reinan Moreira; Carvalho, Cristina dos Santos; Parcero, Lúcia Maria de Jesus; Santana, Neila Maria OliveiraEsse trabalho analisa a realização variável dos ditongos orais decrescentes e na escrita de alunos de séries iniciais. A partir do pressuposto de que a língua oral mantém relações com a língua escrita, objetiva-se identificar as variantes utilizadas pelos alunos na representação gráfica dos ditongos [ey] e [ow], verificar qual desses ditongos sofre, com mais frequência, a redução da semivogal e investigar a influência de fatores linguísticos e sociais sobre o fenômeno em estudo. Baseando-se no aparato teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista ou Quantitativa, nos termos em que foi postulado por William Labov, esta pesquisa é composta de uma amostra de 48 exercícios, que foram aplicados em duas escolas da cidade de Conceição do Coité, uma da rede pública e outra da rede privada de ensino. Na análise do fenômeno em questão, consideraram-se fatores de ordem estrutural e social, a fim de verificar quais deles motivam ou não o uso de uma ou outra variante para representar graficamente os ditongos [ey] e [ow]. Os parâmetros linguísticos foram contexto fonológico anterior, contexto fonológico seguinte e posição do ditongo no vocábulo; e os sociais, gênero/sexo, série escolar e tipo de escola. Os resultados alcançados mostraram que: (a) as variantes padrão e são as mais utilizadas na escrita do que as não-padrão (monotongos e hipercorreção); (b) o ditongo apresentou maior tendência à monotongação do que ; (c) fatores linguísticos e extralinguísticos exercem influência para a não redução dos ditongos objeto deste estudo.