Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Territoriais (PROET)
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Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Territoriais (PROET) por Orientador "Portugal, Jussara Fraga"
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- ItemA ensolarada Itaparica: lugares e experiências nas crônicas de João Ubaldo Ribeiro(Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-18) Costa Júnior , Ronaldo Santos; Portugal, Jussara Fraga; Marandola Junior, Eduardo José; Lima-Payayá, Jamile da Silva; Calvacante, Tiago VieiraEste estudo explora as crônicas de João Ubaldo Ribeiro, enfatizando como ele tece geograficidade e simbolismo em suas narrativas para revelar a diversidade de lugares e o sentimento de pertencimento e afetividade que o escritor baiano nutre pela sua terra natal. Focando em Itaparica, as nove crônicas de Ribeiro são analisadas para entender como o literato retrata esse lugar não apenas como cenário, mas como entidade viva que influencia e é influenciado pelas experiências e rotinas diárias das pessoas. Utilizando uma abordagem fenomenológica e inspirando-se na pesquisa narrativa, o estudo busca uma compreensão mais profunda da geografia vivenciada nas histórias narardas por Ribeiro. Por meio da análise das crônicas, investigou-se como o escritor descreve os lugares, narra vivências e experiências, evoca memórias, oferecendo uma perspectiva íntima e afetiva sobre o cotidiano na ensolarada Itaparica. O trabalho destaca como as narrativas de Ribeiro abrange temas vinculados aos conceitos de lugar e experiência, servindo como um meio de explorar a existência humana em diversos contextos. Sua escrita não apenas reflete as vivências cotidianas, mas também desempenha um papel crucial na formação de compreensões geográficas e literárias, destacando a intersecção entre Geografia e Literatura. Por meio desta análise, buscou-se responder a questão da pesquisa – de que forma João Ubaldo Ribeiro, nas crônicas, entrecruzam histórias que retratam os lugares ao narrar experiências na cidade de Itaparica-Bahia? –, cuja principal intenção foi compreender as narrativas do/no e sobre os lugares de Itaparica e as experiências retratadas nas crônicas de João Ubaldo Ribeiro. As narrativas sobre lugares e experiências revelam geograficidade dos nativos da ilha. Ao narrar sobre os lugares, apresentar os sujeitos (personagens), relatar acontecimentos e descrever as suas experiências, o escritor mobiliza memórias e demostra formas de existir, pois seus escritos são elaborações literárias autoficcionais que comportam histórias de vida e permitem aos leitores a reflexão sobre os lugares narrados e a própria condição vivente, revelando a geograficidade dos nativos da Ilha entrelaçada com a do escritornarrador. As narrativas literárias de Ribeiro apresentam elementos significativos para perscrutar lugares, vivências, experiências e cotidianos, ao valorizar as dimensões espaciais e existenciais, mas também contribuem para os estudos geográficos, reforçando a potencialidade da interface entre Geografia e Literatura, decorrente da compreensão do lugar enquanto circunstancialidade e das múltiplas formas de narrar os modos de existência com e nos lugares. Desse modo, o lugar, enquanto circunstancialidade, é apresentado como particular, próximo e onde se estabelece as relações entre as personagens. Este estudo procurou não apenas analisar a crônica, como gênero literário, mas como uma fonte de pesquisa, cujas narrativas possibilitaram estudar o lugar e a experiência, criando enredos sobre a vida na ensolarada Itaparica.
- ItemEntre letras, melodias e canções: uma leitura geográfica da obra de Luiz Gonzaga(2022-08-18) Barros, Alana Cerqueira de Oliveira; Portugal, Jussara Fraga; Pereira, Carolina Machado Rocha Busch; Souza, Hanilton Ribeiro deAs músicas de Luiz Gonzaga expressam relações com os lugares e as paisagens, são portadoras de sentidos e expressam percepções, emoções e experiências socioculturais. Por isso, compreendemos que as letras das canções apresentam potencialidades para a leitura geográfica a partir dos elementos que a constituem. A musicografia gonzagueana é revestida de personagens, de cenários e de sensibilidade. Por isso, ainda hoje é rememorada por fãs, artistas e, também, por pesquisadores no âmbito da academia, devido à sua grande influência musical, ao dar visibilidade a ritmos até então pouco conhecidos pelo Brasil afora. Este trabalho dissertativo está ancorado na abordagem qualitativa e inscreve-se no âmbito dos métodos biográfico e fenomenológico, inspirado na abordagem da Geografia Cultural. Por isso, o olhar da Geografia Humanista, no viés da fenomenologia, possibilitou transitar pelos conceitos de lugar e paisagem, destacando as trajetórias existenciais, o sentimento de pertencimento aos lugares e à paisagem como retrato das nossas vidas construídas cotidianamente. A questão que norteou esta pesquisa foi: Como os conceitos geográficos – lugar e paisagem – são abordadas nas canções de Luiz Gonzaga? E, a partir da referida questão, foram delineados os seguintes objetivos: Compreender a abordagem dos conceitos lugar e paisagem que emerge nas letras das canções que compõem o repertório de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião; conhecer a história de vida e a trajetória profissional de Luiz Gonzaga; caracterizar a linguagem musical como dispositivo e fonte de pesquisa no âmbito dos estudos geográficos ancorados na abordagem fenomenológica, contextualizar as letras das músicas de Luiz Gonzaga como fontes de leituras geográficas e analisar a importância das músicas de Luiz Gonzaga na representação da região Nordeste. A metodologia demarcada para contemplar o objeto da pesquisa e os seus objetivos está ancorada nos princípios teórico-metodológicos e na interface da pesquisa (auto)biográfica com inspiração do método fenomenológico, cuja principal fonte foram as letras das canções produzidas e interpretadas por Luiz Gonzaga e seus parceiros, ao longo da sua trajetória artística. Mediante análise e interpretação das letras das canções, é possível afirmar que há muitos elementos que retratam o Sertão nordestino, seus lugares e paisagens, o cotidiano da vida do seu povo e suas tradições. Por fim, reiterase que o repertório da Luiz Gonzaga permite visualizar e interpretar as geografias que emergem dos contextos nordestinos, da identidade do povo sertanejo, seus modos de vida e das manifestações culturais que demarcam paisagens e lugares que dialogam com as experiências dos espaços vividos.
- ItemGeografias vividas e narradas: conceitos geográficos e acervos experienciais de professores da educação básica(2021-10-04) Santana, Cleidinai Lima; Portugal, Jussara Fraga; Souza, Hanilton Ribeiro de; Meireles, Mariana Martins deEsta pesquisa intitulada “Geografias vividas e narradas: conceitos geográficos e acervos experienciais de professores da educação básica” apresenta como foco de abordagem, narrativas sobre o saber-fazer de professores de Geografia referentes à abordagem dos conceitos geográficos no devir da docência. Trata-se de uma investigação ancorada na abordagem qualitativa e inspirada no método (auto)biográfico, com ênfase nas narrativas sobre os percursos formativos e profissionais de quatro professores de Geografia e o trato com conceitos geográficos (espaço geográfico, lugar, paisagem, território e região). A questão norteadora foi: Como esses conceitos geográficos emergem das narrativas sobre o saber-fazer de professores de Geografia que praticam a docência no Colégio Estadual Daniel Lisboa, bairro de Pau da Lima, na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia? Os objetivos que demarcaram o processo de investigação foram: Compreender como os conceitos geográficos emergem das narrativas sobre o saber-fazer cotidiano de professores de Geografia que atuam nos Anos Finais do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Daniel Lisboa, no bairro de Pau da Lima, na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia; contextualizar as abordagens dos conceitos geográficos na trajetória do pensamento geográfico; conhecer as histórias de vida e as memórias das itinerâncias de escolarização e formação profissional dos professores, buscando compreender como estão se constituindo professores; e analisar como esses conceitos emergem nas práticas de ensino desses professores, por meio da análise e interpretação compreensiva das narrativas decorrentes das entrevistas narrativas individuais. As narrativas dos professores de Geografia, colaboradores desta pesquisa, revelaram que as experiências de vida-formação-profissão e suas dimensões implicam no modo como concebem a docência e, sobretudo, como abordam os conceitos geográficos que emergem dos conteúdos curriculares da Geografia na escola. Ao refletirem e narrarem sobre o ser professor, o saber (conhecimentos da ciência geográfica e da didática) e o fazer (práticas de ensino), os professores compartilharam vivências, experiências, saberes e histórias sobre os modos singulares de ensinar conceitos e temas da Geografia na escola, os quais são marcados pelas trajetórias de formação e profissionalização. As narrativas evidenciaram as estratégias e dispositivos didáticos selecionados e os modos como os professores abordam os conceitos geográficos em análise. As práticas relatadas são decorrentes das suas trajetórias de vida, ao contextualizar os conteúdos com a vida cotidiana dos alunos, as quais se entrecruzam com as suas trajetórias de formação e das experiências construídas no devir da profissão, ao realizar a transposição didática.
- Item“VEM FREGUÊS!”: Lugares, contextos e relações identitárias na feira livre de Santo Amaro – Recôncavo Baiano(2021-06-21) Ferreira, Joelma Gomes; Portugal, Jussara Fraga; Coelho Neto, Agripino Souza; Porto, Gil Carlos SilveiraEsta pesquisa, de abordagem qualitativa, inscreve-se no âmbito dos métodos (auto)biográfico e fenomenológico, inspirada na abordagem da Geografia Cultural. Toma-se como a principal fonte de recolha de dados as narrativas das histórias de vida dos sujeitos que desenvolvem a atividade de feirante na feira livre de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, e entrelaçada às atividades da mariscagem, pesca artesanal e da agricultura. Neste sentido, parte-se da seguinte questão norteadora: Quais saberes guardam os sujeitos feirantes que vivenciam relações identitárias na feira livre de Santo Amaro no Recôncavo Baiano? Intentou-se compreender como a feira livre de Santo Amaro se inscreve no cenário composto por diversas identidades, a partir das práticas culturais e relações identitárias narradas por quatro sujeitos que vivenciam, cotidianamente, esse contexto. Dos colaboradores desta pesquisa, dois são oriundos das comunidades que são reconhecidas como comunidades tradicionais remanescentes de quilombos – a saber: Acupe e São Braz –, e os dois são moradores do bairro da Pedra na cidade de Santo Amaro. O recorte teórico construído teve como base as contribuições dos estudos da Geografia Humanista, ancorado no método fenomenológico – o lugar e as suas aplicações – e abordagens da Geografia Cultural, uma vez que esta representa o sistema simbólico, o mesmo composto pela materialidade e imaterialidade culturais, que reverberam saberes e práticas culturais tradicionais. Nesta perspectiva, os dispositivos – observação e entrevista narrativa individual – foram as técnicas utilizadas para conhecer o objeto de estudo e apreender as concepções dos quatro sujeitos colaboradores e as suas relações identitárias. Conforme as narrativas dos feirantes, a feira livre de Santo Amaro, apresenta-se como lugar polissêmico, enquanto espaço livre, popular, herdado, social, cultural e educativo, que possibilita a construção e socialização de saberes e a emersão de conhecimentos diversos e é também concebida como um lugar constituído e construído por pessoas negras. Seu contexto é composto por elementos identitários, crenças, dialetos, memórias, vivências, relações de pertencimento, de afetividade e de experiências visibilizadas pelas práticas (saberes-fazeres) baseadas na coletividade e nos saberes tradicionais dos sujeitos que fazem a feira acontecer cotidianamente.