Os corais do grupo Scleractinia podem viver centenas de anos em ambientes marinhos tropicais e durante esse período, informações geoquímicas são incorporadas em seus exoesqueletos. Tais registros geoquímicos, como elementos traços e razões isotópicas (e.g. Sr/Ca, Mg/Ca, isótopos estáveis de O e C), servem como proxies para determinadas condições e desempenham um importante papel nas investigações sobre as mudanças climáticas e ambientais em regiões tropicais. Neste trabalho foram utilizadas duas colônias de corais coletadas na Baia de Todos os Santos – BTS (códigos atribuídos: FT1 e FT2) e uma em Abrolhos (código atribuído: SA) para análises de razões de Sr/Ca e B/Ca por técnicas de ICP-MS. Dados de Sr/Ca para as colônias de BTS apresentaram variabilidade 8,95 a 9,29 mmol/mol, com média de 9,12 ±0,09 mmol/mol para colônia FT1 e 8,82 a 9,31 mmol/mol, com média de 9,10 ±0,11 mmol/mol para a colônia FT2. Para colônia de Abrolhos apresentaram variabilidade 8,84 a 9,37 mmol/mol, com média de 9,19 ±0,08 mmol/mol. Dados de B/Ca para BTS apresentaram variabilidade 0,48 a 0,60 mmol/mol, com média de 0,55 ±0,04 mmol/mol para colônia FT1 e 0,48 a 0,57 mmol/mol, com média de 0,51 ±0,03 mmol/mol para a colônia FT2. Para colônia de Abrolhos, observou-se variabilidade 0,45 a 0,59 mmol/mol, com média de 0,51 ±0,03 mmol/mol. A correlação entre os dados de Sr/Ca e B/Ca foi boa para colônia FT1 (r = 0,71) e ruim para as colônias FT2 (r = 0,21) e SA-1 (r = 0,10). A correlação entre os dados de B/Ca e temperatura foi boa para as colônias FT1 (r = -0,77) e FT2 (r = -0,77) e moderada para SA-1 (r = -0,57). A correlação entre os dados de Sr/Ca e temperatura foi boa para a colônia FT1(r = -0,73) e ruim para FT2 (r = -0,21) e SA-1 (r = -0,06). Os dados das razões de B/Ca apresentaram sazonalidade melhores que os das razões de Sr/Ca, sendo compatível com a variação anual da temperatura do mar. Assim, neste trabalho, sugerimos que dados de B/Ca podem ser utilizados como proxies para temperatura.