Esta pesquisa teve como objetivo conectar educação e urbanismo, tendo sido um estudo do conhecimento que comunidades pobres possuem sobre termos urbanísticos vivenciais e termos urbanísticos acadêmicos, usuais para o urbanista. O primeiro passo para sua realização foi a preparação de um estudo bibliográfico contendo temas como comunicação, educação popular, métodos alternativos de aprendizado, urbanismo participativo e estigmatização da pobreza. O passo seguinte foi, adotando o método “estudo de caso”, conhecer o grau de conhecimento de termos e lógicas do urbanismo por moradores da Engomadeira, bairro popular de Salvador, localizado no miolo da cidade, que apresenta carência de diversos equipamentos e serviços públicos. Para este estudo foram realizados questionários e entrevistas, além de visitas para conhecer a população escolhida e aplicar o “Jogo da Cidade”, jogo que tem como objetivo maior a evidenciação de técnicas de busca de melhorias para bairros carentes, por meio da união de iniciativas, ações, recursos e contatos. Nesta pesquisa fica evidente que as populações de baixa renda têm pouco ou quase nenhum acesso a educação no Brasil, característica que se repete em Salvador. Em conseqüência, a maioria dos moradores de bairros pobres soteropolitanos não consegue entender os processos urbanos e necessidades do seu local, o que dificulta a comunicação e o entendimento da cidade e também o que fazer para melhorá-la. O difícil acesso à educação básica, e aos processos urbanos, conseqüentemente, atrapalha a participação e a busca de melhorias para as moradias e ambiente nos bairros pobres da cidade, fato que pode ser contornado através do empreendimento de técnicas alternativas à educação formal, como a educação popular aliada a outras fontes de aprendizado, como o próprio “Jogo da Cidade”.