Este trabalho investiga o fenômeno da juvenilização na Educação de Jovens e Adultos (EJA), compreendido como a crescente presença de estudantes jovens em uma modalidade historicamente voltada para adultos e idosos. O objetivo geral foi analisar teses e dissertações, disponíveis no Banco de Teses da CAPES, que abordam os fatores que contribuem para a inserção precoce de jovens na EJA. Os objetivos específicos incluíram: compreender como os estudos acadêmicos caracterizam o perfil dos estudantes da EJA; identificar os elementos que impulsionam a migração de jovens do ensino regular para essa modalidade; e analisar os sentidos atribuídos à escolarização pelos sujeitos juvenis. A pesquisa foi motivada por uma experiência de extensão universitária em uma escola pública de Bom Jesus da Lapa-BA, onde se observou uma maioria de jovens entre os alunos da EJA. Adotou-se a pesquisa documental, com enfoque qualitativo, centrada na análise de conteúdo de teses e dissertações produzidas entre 2013 e 2023. Constatou-se que a migração desses jovens para a EJA decorre, em grande parte, da defasagem idade-série e do abandono escolar, frequentemente associados à necessidade de ingresso precoce no mercado de trabalho, às responsabilidades familiares e à desmotivação diante do ensino regular. A investigação parte da hipótese de que a juvenilização da EJA resulta tanto de mudanças legais e estruturais quanto das desigualdades sociais que afetam o percurso educacional dos jovens brasileiros. Os resultados apontam a necessidade de repensar práticas pedagógicas e políticas públicas, para que essa modalidade de ensino possa atender às necessidades específicas dessa nova configuração estudantil, promovendo a inclusão desses jovens, que muitas vezes passam despercebidos durante seu processo de escolarização.