Ancestralidade revisitada na literatura: orixás em cordel, de Bule-Bule

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2025-05-30
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade do Estado da Bahia
Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir a representatividade da religião de matriz africana na literatura de cordel, tendo como corpus de análise a obra Orixás em Cordel, do poeta e repentista Antônio Ribeiro da Conceição, vulgo Bule-Bule, publicada em sua primeira edição no ano de 2018, pela Editora Pinaúna, na cidade de Camaçari-BA. A obra apresenta diversas narrativas centradas na mitologia dos orixás, nas quais o autor une dois elementos historicamente marginalizados da cultura brasileira: a literatura de cordel — de origem popular, marcada por suas raízes nordestinas — e a religião de matriz africana, representada pelos orixás, divindades que chegaram ao Brasil durante o período colonial. Ao unir essas duas expressões culturais, Bule-Bule reafirma sua ancestralidade e promove uma reinterpretação dos cordéis, incorporando elementos do épico e do romance, além de valorizar personagens como o negro e a mulher como sujeitos de sua própria história, além do sertão, como cenário simbólico. Por meio de sua escrita, o autor rompe com estereótipos e contribui para o reconhecimento e valorização da cultura afro-brasileira. Dessa forma, a obra Orixás em Cordel não apenas recupera tradições orais e religiosas, como também atua como instrumento de resistência e afirmação cultural. Bule-Bule desmistifica discursos de intolerância religiosa e fortalece a identidade cultural brasileira, dando visibilidade à Umbanda e ao Candomblé, dentro de um contexto literário e social.


Descrição
Palavras-chave
Citação
SANTOS, Luiz Ernandes Rezende. Ancestralidade revisitada na literatura: orixás em cordel, de Bule-Bule. Orientadora: Josânia Silva Santos. 2025. 72f. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura em Letras -Língua Potuguesa e Literaturas) - Departamento de Ciências Humanas, Campus IX, Universidade do Estado da Bahia. Barreiras,2025
Palavras-chave