A presente pesquisa tem como objetivo elucidar historicamente o sujeito/desejo queer por meio dos seus rastros na literatura. O autor Caio Fernando Abreu, produtor da obra literária aqui a ser analisada, Os dragões não conhecem o paraíso, escreve a partir da inexistência do uso do termo na cultura brasileira no século XX. Abreu parte da ausência da identidade do indivíduo ou de sua escancarada binaridade sócio-cultural para narrar o desejo que tece a vida dos anos 70 e 80. Assim, firmo essa ideia respaldada por outros sujeitos que escreveram sobre a análise queer, mostrando personagens criados por Abreu como exemplos da multipossibilidades de existência enquanto queer e exemplos antagônicos, como a fixação engessada das identidades. Essas identidades estão baseadas no gênero e na sexualidade, que saltam como principal informação que antecipa e coagula o indivíduo, criando terrenos hostis para aqueles que negam qualquer tipo de identidade.