As festas, de modo geral, enquanto objetos de estudo nos permitem entender os diversos aspectos de uma sociedade, pois não evidencia apenas instantes de lazer, sociabilidade, mas, tensões, valeres, etc. Ao fazer a análise de uma festa, é possível saber a religiosidade, a cultura e a história de um deliberado grupo social. Esta monografia mostrará o festejo da Queima de Judas em Pé de Serra-BA, entre o período de 1945 a 1996, expondo a relação entre sagrado e profano, o sentido da festa para os moradores, e como era sua organização antes e depois da emancipação política. Relata o ritual, apontando sua origem, as peculiaridades e mudanças do rito na localidade, além de expor a maneira como o personagem, Judas é reconhecido pelos cristãos católicos e como estes vivenciam a semana santa. Por último, analisa o papel da família Adorno na evolução e manutenção da tradição, visto que, esta pode ser entendida como uma reinvenção de práticas, ou seja, não há uma sobrevivência de todas as características invioladas pelo tempo, sendo preciso à modificação para que se mantenha uma tradição. Além disso, evidenciamos as transformações e permanências, na Queima de Judas, que foram reveladas durante a pesquisa. Para elucidar estas questões, contamos com registros escritos, visuais, audiovisuais e, o método mais significativo, as narrativas dos participantes e moradores que foram de fundamental importância na tentativa de compreender a singularidade da festa em contraposição a outras.