Agá e o corpo-território de mulheres indígenas: uma perspectiva do cuidar e dos modos de (co)/(r)existir
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Resumo
A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (2002) é centrada em garanti-los o direito à cidadania plena, o direito à terra e dignidade, a possibilidade de cuidar de si e do seu território com base em suas práticas tradicionais. Para tanto, é necessário que os sistemas de atenção à saúde atuem em integralidade a singularidade dos sujeitos. Objetivo: Compreender a (de) formação permanente do corpo-território mulheres indígenas, na perspectiva do cuidado e dos modos de (Co)(r)existências no viver. Objetivos específicos: Mapear o cuidado produzido e os modos de (re)existência das mulheres indígenas Kiriri; divulgar as produções e publicações de e sobre mulheres indígenas na internet para profissionais que atuam no cuidado em saúde. Metodologia: Pesquisa qualitativa exploratória, onde foi realizado um estudo cartográfico. A pesquisa foi realizada na Comunidade Indígena Kiriri, localizada no município de Ribeira do Pombal - Bahia, Brasil. As participantes da pesquisa foram mulheres indígenas residentes na comunidade e com mais de 18 anos, conforme critérios de inclusão e exclusão e que aceitaram participar da pesquisa. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas e observação participante. Para produção dos dados foi utilizada a ferramenta do usuário guia, buscando evidenciar as experiências, ou o não revelado da vivência singular destas mulheres e os seus processos de subjetivação relacionados aos seus caminhos de cuidado e vida. As entrevistas foram transcritas e após leitura flutuante e exaustiva emergiram os analisadores: Coexistindo entre mundos; Quando a mulher indígena fala de cuidado, de que cuidado está falando; e, Ser mulher é ser mãe? Ser mãe é ser mulher?. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia através da Plataforma Brasil sob número do parecer 6.503.422, o qual respeitou as normas brasileiras de pesquisa com seres humanos, previstas na resolução 466/2012 e as normas aplicáveis a pesquisa em Ciências Humanas e Sociais previstas na resolução 510/2016. Para a produção do produto técnico foi realizada a sistematização de produções virtuais de e sobre mulheres indígenas em um site para ampliação do acesso e divulgação. O estudo trouxe visibilidade ao tema através da criação de uma plataforma virtual (site) para divulgação de produções de e sobre mulheres indígenas. Também possibilitou o debate sobre temas referentes à saúde dessas mulheres, sua relação com aspectos socioculturais, concluindo que o corpo territorial da mulher indígena é um espaço onde coexistem e se confrontam as práticas de cuidado e saúde ancestrais e as do sistema biomédico. Esta interação cria uma disputa territorial pelo conhecimento, que deveria viver de forma concomitante e harmônica para a garantia da vida e dos direitos destas. Bem como a sistematização de produções que podem subsidiar movimentos de autoorganização e cuidado e adequação da assistência por via dos profissionais da saúde. Portanto o presente trabalho colabora na melhoria da compreensão e dos cuidados aos processos de saúde dessa população, bem como produz subsídios para construção de políticas e práticas de saúde a partir da cosmovisão indígena.