Fatores que contribuíram para a extinção da feira livre de Feira de Santana
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar os fatores que colaboraram no processo da extinção da feira livre de Feira de Santana-BA. Será tratada a evolução das sociedades primitivas ao campesinato, no qual o Estado tem controle sobre a produção e distribuição do alimento. Em seguida, a origem das feiras livres, buscando a compreensão do uso dessa prática em pleno século XX. Após, explicitar as características territoriais do município de Feira de Santana e sua origem, que foi marcada pela presença da feira livre realizada durante o encontro de tropeiros e viajantes, naquela região. Este comércio sustentara a população que dele fazia uso e auferia, ao então povoado, destaque no cenário econômico regional. As populações mais próximas, e até mesmo de outros estados, se dirigiam àquela cidade, a fim de oferecerem/adquirirem produtos. A feira, e seus variados negócios e negociantes, estimularam a configuração da trama urbana de Feira de Santana e, além disso, fazia parte da cultura e tradição da região sub sua influência. Porém, em 1977, por pressões das classes dominantes da sociedade, o Poder Público Municipal, através de decreto, pôs fim ao que, de fato, teria dado origem e sustentado o município: sua feira livre. A justificativa era que a cidade precisava incorporar em seu cotidiano o “progresso”. Desse ponto de vista, uma cidade “moderna” não poderia sustentar algo “arcaico” e “medieval” como uma feira livre. O governo municipal, então, investiu na construção de um Centro de Abastecimento, o qual deveria satisfazer às necessidades tanto dos que vendiam quanto dos que compravam no antigo comércio. Com isso, a feira perdeu sua peculiaridade de ser “livre” e um novo tipo de comércio, que, aliás, não estava inserido na rota de passagem dos viajantes, começava a mostrar seus insucessos mesmo antes de ser inaugurado. Acadêmicos, jornalistas, políticos, comerciantes, dentre outras categorias daquela população, expressaram suas opiniões quanto à decisão da prefeitura, opiniões estas que se divergiam: de um lado os que acreditavam que era necessário sacrificar alguns símbolos culturais em prol do tão sonhado “progresso”; do outro os que defendiam a idéia de que a cultura é um bem precioso e que o progresso deve se moldar à tradição existente. Se a feira livre de Feira de Santana estava passando por crises na sua organização e funcionamento, na década de 1970, caberia à gestão municipal a intervenção no sentido de promover sua melhoria.