Obtenção e avaliação de materiais biodegradáveis a partir de blendas de amido da semente da jaca (artocarpus heterophyllus lam.) e celulose de fibra de sisal (agave sisalana perrine)
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Resumo
O impacto ambiental causado pela geração de resíduos sólidos produzidos a partir de materiais não biodegradáveis e as dificuldades de reciclagem têm incentivado a busca de materiais alternativos. Os amidos, juntamente com celulose de fibras vegetais, surgem como opções de destaque para produção de filmes. A presente pesquisa objetivou obter blenda polimérica de amido de semente de jaca, glicerol e celulose de fibra de sisal, visando a caracterização e avaliação à preparação de filmes finos para embalagens. O amido foi extraído mediante a lavagem do fruto em água corrente, deixado em banho de imersão, decantado, re-suspendido e seco na estuda de circulação de ar. A blenda polimérica foi obtida a partir de soluções filmogênica de polpa de celulose de fibra de sisal em diferentes proporções m/m (2%, 4%, 6%, 8%, 10%) com 30% m/m do glicerol (agente plastificante) em relação a massa seca do amido. O amido e as blendas, obtidas pelos métodos descritos, foram caracterizados por Espectroscopia de Absorção Molecular na Região do Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR-ATR), Análise Térmica (TG/DTG e DTA), Difratometria de Raios X (DRX), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e, posterior medidas realizadas quanto a espessura, solubilidade em água e ácido, permeabilidade ao vapor de água, biodegradação e propriedades mecânicas, para as blendas. Os filmes poliméricos de amido tiveram uma espessura média entre 93 e 113 μm e aqueles obtidos com diferentes percentuais de celulose apresentaram uma solubilidade em meio aquoso menor do que em solução de ácido clorídrico 0,2 mol L-1, após 24 h. A permeabilidade a vapores de água foi praticamente constante para todos os filmes e a biodegradação total do material ocorreu em torno de 8 dias. Os filmes incorporados com a celulose de fibra de sisal, sem tratamento, apresentaram melhores resultados do que os tratados com NaOH 10% e H2SO4 65% para os ensaios de tensão de força máxima, deformação de ruptura e módulo de elasticidade. Os espectros FTIR dos filmes de amido são similares entre si diferindo na intensidade de absorção do grupo OH com a variação da concentração da celulose. Foi verificado por TG/DTG e DTA que a adição da celulose polimérica tratada aumentou a temperatura inicial de degradação térmica dos biofilmes. Este aumento da celulose incorporada promoveu também um maior índice de cristalinidade, comprovado por DRX. A MEV sugere que o amido apresenta na forma de grânulos lisos e arredondados e diferenças entre as superfícies da celulose de fibra de sisal após o tratamento. Todos os resultados apontam para viabilidade em potencial dos filmes poliméricos serem aplicados na fabricação de sacolas para embalar produtos de superfície seca, substituindo produção dos não biodegradáveis.