(Re)conhecendo a educação e o patrimônio cultural local em Coroa Vermelha – Santa Cruz Cabrália – BA
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Resumo
A presente pesquisa suscitou diálogos com os segmentos da Escola Municipal Frei Henrique de Coimbra, de pré-escolar ao fundamental inicial, em Coroa Vermelha – Santa Cruz Cabrália – BA e com os agentes públicos deste município, a respeito do objeto Patrimônio Cultural e sua compreensão na perspectiva da Educação Patrimonial, Cidadania e Desenvolvimento Local. Para tanto, a abordagem adotada foi a qualitativa, de cunho sociointeracionista, através do Estudo de Caso, utilizando-se de diversos instrumentos de coleta de dados como: as entrevistas semiestruturadas com os sujeitos da escola, num total 09 (nove) dentre eles, os gestores (diretora e coordenador pedagógico), 04 (quatro) professores dos 5º anos e 03 (três) pais, além dos 04 (quatro) sujeitos agentes públicos, sendo eles 03 (três) secretários municipais e 01 (um) servidor do arquivo público municipal; afora os registros de observações do cotidiano escolar, da análise documental e referências legais e bibliográficas concernentes à temática estudada e analisada aos moldes de Bardin. A base teórica desta pesquisa aportou-se nos ensinamentos de Pelegrini (2009), Horta (1999), Brandão (2013) e essencialmente nos princípios freirianos da equidade, dialogicidade e autonomia, repercutindo nas ações plurais, respeitosas e amorosas para com as pessoas e bens culturais e ambientais deste território intercultural de Coroa Vermelha. Por meio desta interlocução, constatamos que os sujeitos entrevistados compreendem o patrimônio cultural e se percebem como contribuidores para a sua valorização, considerando a possibilidade de tê-lo como instrumento de desenvolvimento local. Todavia, a análise da documentação curricular, da inserção da Lei 11.645/2008 e PPP da escola apontaram para a fragilidade da abordagem sobre patrimônio cultural. A partir do que ouvimos nas entrevistas, ainda há simbologias colonialistas nas narrativas que reportam à riqueza do patrimônio histórico, cultural e natural do município. Ademais, foram constatadas ausências de políticas públicas no local sobre o patrimônio cultural, ainda que o movimento social indígena tenha dado o exemplo de luta afirmativa da identidade étnica. Portanto, esperamos que o resultado desta pesquisa contribua para ampliar a reflexão, a lista dos trinta e cinco bens culturais mapeados, dentre eles alguns já tombados pelo IPHAN, e ações preservacionistas do patrimônio cultural local, diferencialmente indígena Pataxó, por meio de práticas educativas na escola que dialoguem com a comunidade, à luz da educação patrimonial.