Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN)

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    Caderno de educação do Ilê Aiyê: produção, recepção e sua utilização na Escola Mãe Hilda
    (Universidade do Estado da Bahia, 2020-12-17) Antunes, Joelma Cristina de Lima; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Nogueira, Claudete de Souza; Moura, Milton Araújo
    Esta pesquisa se propôs analisar os Cadernos de Educação, materiais pedagógicos produzidos pela Associação Carnavalesca Bloco Ilê Aiyê, refletindo sobre a forma como foram produzidos e como são utilizados pelos professores da Escola Mãe Hilda, instituição que compõe o Projeto de Extensão Pedagógica (PEP) do bloco afro. Como o Ilê Aiyê elaborou seus projetos educacionais, práticas pedagógicas e currículo? No que se difere do ensino proporcionado pelos sistemas estatais? O que oferece de contribuição para a sociedade? Foram algumas das interrogações que me instigaram no desenvolvimento desta pesquisa. Tendo como referência as orientações das leis 10.639/03 e 11.645/08, verificamos em que medida os Cadernos contribuem ou não para uma releitura histórica, política, social e cultural em relação ao protagonismo da população negro-africana na história, e se os projetos educativos do Ilê podem ajudar na construção de uma educação antirracista e proporcionar práticas pedagógicas inclusivas no que se refere ao campo das relações etnicorraciais. Selecionamos os Cadernos de Educação para análise: Vol. I – Organizações e Resistência Negra, de 1995; e o Vol. XVI – Candaces Rainhas do império Méroe, de 2008. Para obter as informações necessárias e construir os argumentos teóricos respondendo nossas questões, utilizamos uma metodologia qualitativa, baseada na pesquisa documental, na história oral e nos estudos culturais. Tivemos como instrumentos: a análise da bibliográfica e historiografia sobre o próprio bloco e os materiais didáticos produzidos pelo Ilê Aiyê; a observação em sala de aula, com registros em diário de campo; e a entrevista semiestruturada referenciada realizada com 4 interlocutoras: 3 Educadoras que participaram diretamente da construção do PEP e Cadernos de Educação e 1 Educadora que atualmente leciona na Escola Mãe Hilda. Essas mulheres nos ajudaram a compreender como os Cadernos de Educação foram criados, o contexto político, as lutas sociais, simbólicas, as intencionalidades e a vida de lutas da rede de intelectuais militantes negros insurgentes que contribuíram na construção das ações educativas do Ilê e sobretudo dos Cadernos. Também pudemos compreender como os Cadernos de Educação tem sido utilizado atualmente na Escola Mãe Hilda em suas práticas pedagógicas. As informações e dados produzidos foram tratados, categorizados e perscrutados através da triangulação e análise crítica sócio histórica das diversas fontes pesquisadas. Conforme observado os Cadernos de Educação são hoje utilizados na Escola Mãe Hilda como materiais complementares para elaboração de projetos coletivos orientados para o trato da História da África e das populações negras e das relações etnicorraciais em sala de aula. Por tratarem de temas dos desfiles de carnaval do Bloco, os Cadernos trazem uma diversidade de linguagens: imagéticas, poéticas, sonoras, entre outras, que são transformadas em instrumentos pedagógicos pelas educadoras da escola, tornando o processo de ensino aprendizagem prazeroso e integrado as vivências dos alunos. Após a pesquisa consideramos que os Cadernos de Educação são materiais preciosos que podem e devem ser utilizado como referência em outros espaços educacionais, sobretudo nas escolas públicas.
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    A professora Cláudia Romana e a escolarização na Baixinha, Irará - Bahia (1949-1980)
    (Universidade do Estado da Bahia, 2020-11-27) Silva , Ana Cláudia Cerqueira; Silva, José Carlos de Araújo; Ferreira , Jackson André da Silva; Soares, Sandra Nívia
    A presente pesquisa busca investigar como foi instituída a escolarização na comunidade da Baixinha, no município de Irará – Bahia, a partir ação precursora da Professora leiga Claudia Romana dos Santos, empreendida entre os anos de 1949 e 1980. Essa investigação se baseou no estudo sobre a história da educação, partindo das reflexões propostas por Fonseca (2009), Veiga (2008) e Silva (2002), que demarcam sobre o processo de escolarização dos negros no Brasil. Abordamos também sobre esses processos relativos às comunidades rurais e remanescentes de quilombo, bem como, realizamos o cotejamento entre as parcas fontes documentais de caráter escrito que tivemos acesso e a inestimável contribuição de colaboradores que foram vizinhos, amigos e principalmente ex-alunos que aprenderam a leitura, a escrita e os fundamentos aritméticos na casa-escola em que a mesma exercia múltiplas atividades. Utilizamos da história oral atrelada à memória dos nossos colaboradores, a partir da perspectiva de Ecléa Bosi (1999), Maurice Halbwachs (1990) e Thompson (1992), que consideram a memória enquanto elemento primordial para a construção do trabalho etnográfico. Dessa forma, buscamos compreender questões relativas à prática pedagógica da professora em questão, o funcionamento dessa casa-escola e as relações estabelecidas por essa mulher naquela comunidade. Analisamos também os lugares ocupados por Cláudia, para além da escolarização, nessa comunidade, bem como, as outras atividades desenvolvidas por ela. Portanto, a construção dessa pesquisa, na comunidade da Baixinha, possibilitou compreender um pouco sobre o processo de escolarização em uma comunidade rural, como esses sujeitos faziam para acessar esses espaços e o quão lento foi a chegada da escolarização formal às comunidades rurais.
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    O trabalho em talhos e barracas: africanos, libertos, crioulos e escravizados em Salvador, Bahia (1850-1888)
    (Universidade do Estado da Bahia, 2021-08-09) Oliveira , Aline Santos de; Soares, Cecilia Conceição Moreira; Silva, Cristiane Batista; Reis, Isabel Cristina Ferreira dos
    Este estudo discute a organização do comércio de talhos e barracas e as estratégias criadas por negras e negros que desenvolviam esse comércio em Salvador, entre 1850 a 1888. Dentre outros aspectos, há uma preocupação maior em investigar o cotidiano de desse grupo social nas ruas, praças, mercados e freguesias da Cidade Baixa e Cidade Alta. Há um olhar mais relevante para a cidade baixa, onde se localizava, e ainda se localiza, o porto da cidade, que contribuía para movimentação do comércio local como redistribuidor de mercadorias. Analisa-se os registros produzidos pela Câmara Municipal de Salvador, tais como: requerimentos de arrematação de barracas e talhos e infrações de posturas. A câmara tinha controle sobre as atividades comerciais desenvolvidas na cidade, além de ser a principal locatária de talhos e barracas.
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    De figurantes a protagonistas: a influência do Instituto Ponte Nova na inserção de negros e mestiços na elite do Sertão Baiano (1950-1970)
    (Universidade do Estado da Bahia, 2021-09) Silva, Silvia Guimarães; Damasceno , José Jorge Andrade; Silva, Elizete; Regina, Sandra; Vilas Boas, Ester Fraga do Nascimento
    O Instituto Ponte Nova foi uma das mais influentes instituições de ensino no interior da Bahia no início do século XX. Fazia parte de um projeto dos Missionários Presbiterianos estadunidenses (calvinistas) que pretendia formar líderes religiosos para a expansão do protestantismo no Brasil. Dentre os pastores formados no Instituto, alguns deles eram negros e mestiços, que foram inseridos a uma elite intelectual existente, sendo destoada da maioria branca, tanto por sua cor quanto pela opção religiosa. Este trabalho objetiva analisar a inserção de negros e mestiços na elite do sertão da Bahia nas décadas de 50 a 70, através da trajetória dos pastores presbiterianos Áureo Bispo dos Santos e Neemias Alexandre da Silva, que tinham em comum a origem étnica e social, ambos advindos de famílias pobres originários do interior da Bahia, tiveram acesso à educação formal no Instituto Ponte Nova. Através da história regional utilizando estudos bibliográficos, entrevistas, documentos será possível compreender como se deu essa ascensão econômica e intelectual dos pastores citados e suas trajetórias que propiciou a outros tantos a mesma possibilidade de crescimento. Este formato de proselitismo protestante proporcionou ainda que indiretamente a formação de uma elite intelectual das camadas mais pobres na Chapada Diamantina, que via nos líderes religiosos citados exemplos a serem seguidos.
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    Modos de criar e viver em Morro do Chapéu: o universo cultural dos vaqueiros (1905 A 1940)
    (Universidade do Estado da Bahia, 2021-09-10) Araújo , Bibiana Oliveira Pinto; Sampaio , Moiseis de Oliveira; Sodré, Maria Dorath Bento; Man, Ronem
    Investigar a história dos subalternizados no Brasil tem possibilitado análises que privilegiam experiências, representações e estratégias compartilhadas por diversos agentes históricos que são “vistos de baixo”. Interessa nestas análises pensar as especificidades históricas e egionais, por isso a importância de se registrar a cultura e memória dos mais diversos atores. Este trabalho consiste em um estudo sobre a pecuária nordestina a partir das experiências e representações de seus trabalhadores e trabalhadoras, em especial dos diversos tipos de vaqueiros, que na historiografia oficial são frequentemente apresentados como frutos de construções literárias, memorialistas e folclóricas. Além disso, interessa também suas relações familiares e os papéis das mulheres na atividade da pecuária. A abordagem sobre a cultura regional e local na história social da pecuária visa reconhecer categorias e sujeitos silenciados por essa história de caráter oficial. Para isso, foram utilizados documentos impressos como jornais, balancetes, inventários, cartas e fontes orais, entrevistas com os vaqueiros e seus familiares. Analisar as diferentes relações deste mundo do trabalho específico pode contribuir para ampliar o entendimento relativo à complexidade do mundo rural e sertanejo na historiografia brasileira.