Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN)

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    Os homens de Jorge Amado: masculinidade, identidade e mestiçagem em Jubiabá e Tenda dos Milagres
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025) Machado, Alexandre Bartilotti; Barreiros, Márcia Maria da Silva; Barreiros
    Este trabalho analisa as representações de masculinidades não brancas nos romances Jubiabá (1935) e Tenda dos Milagres (1969), de Jorge Amado (1912-2001), relacionando-as à construção da identidade nacional brasileira a partir de discursos de raça e mestiçagem. A pesquisa está inserida no campo da História Cultural, com ênfase na Antropologia Histórica e nos Estudos de Gênero e Raça. Parte-se do pressuposto de que as obras literárias de Amado não apenas refletem o imaginário social de sua época, como também participam ativamente da produção de sentidos sobre masculinidade, identidade racial e mestiçagem no Brasil do século XX. A dissertação estrutura-se em três capítulos: o primeiro aborda a trajetória inicial de Jorge Amado até a publicação de Jubiabá e analisa o protagonista Balduíno como figura representativa da masculinidade negra; o segundo trata do período intermediário entre 1935 e 1969, com destaque para o amadurecimento político e estético do autor, culminando na construção da figura do homem pardo em Tenda dos Milagres; e o terceiro analisa as convergências entre mestiçagem, identidade e nacionalismo a partir da representação do personagem Pedro Archanjo como símbolo do Brasil mestiço. A metodologia empregada combina análise historiográfica e crítica literária, fundamentada em autores como Roger Chartier (2002), Joan Scott (1986), Muniz Sodré (2023) e Kabengele Munanga (1999). Também se propõe refletir sobre as transformações conceituais no campo dos estudos raciais e de gênero, bem como suas implicações para a compreensão da mestiçagem como categoria cultural e política. Defende-se que Jorge Amado, por meio de suas representações de homens negros e pardos, contribui para uma redefinição da identidade nacional, deslocando o paradigma da branquitude e apontando para a valorização das experiências mestiças.
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    Histórias e espelhos: memórias de vida, relatos e experiências de uma educadora indígena
    (Universidade do Estado da Bahia, 2022) Cruz, Denizia; Guimarães, Francisco Alfredo Morais; Guimarães, Eduardo Alfredo Morais; Brito, Edson Machado de (Edson Kayapó
    Esta dissertação tem como objeto de estudo a minha trajetória como estudante indígena dentro e fora da comunidade Kariri-Xocó, relatando memórias e tradições que reunidas se transformam em narrativas vivas que se traduzem em histórias a serem contadas. Sendo este um trabalho de cunho autobiográfico e considerando seu caráter histórico, foram tomadas como fontes primárias documentos históricos que tratam da história do meu povo, material bibliográfico devidamente referenciado, entrevistas dentro da comunidade envolvendo anciões, mestres, professores, além, é claro, das minhas memórias e experiências vividas como mulher indígena. A apresentação da minha história é entrelaçada com a história familiar e de parentes indígenas, como forma de ampliar o olhar sobre a história da Educação Kariri-Xocó. Nesse sentido, esta dissertação escava a história, passando pelas crises identitárias, pelas lutas territoriais, pelos processos de resistência, pelos problemas enfrentados pela Educação Escolar Indígena, pelos problemas socioculturais, de saúde, subsistência, geração de renda, passando, além disso, pelo ideal do Bem Viver indígena. Apresentamos, inicialmente, a metodologia utilizada, a estrutura através da qual organizamos esta pesquisa, trazemos ainda uma explanação sobre os procedimentos metodológicos da pesquisa em relação ao trabalho de campo. No capítulo seguinte, abordamos a minha trajetória de aluna a professora, falando sobre minha experiência educacional, destacando eventos que marcaram minha passagem pela escola. Em Narrativas e memórias de um povo, último capítulo desta dissertação, exploramos os depoimentos colhidos na comunidade Kariri-Xocó, de pessoas mais velhas e daqueles que tiveram e/ou têm uma atuação de destaque nos contextos da Educação Escolar Indígena. Por fim, chegamos ao entendimento de que compreender a minha trajetória de vida, especialmente no âmbito da Educação Escolar Indígena, de estudante a educadora, ajuda a pensar a história da Educação na comunidade Kariri-Xocó, e vice-versa.
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    História e cultura dos povos indígenas nos livros didáticos de história
    (Universidade do Estado da Bahia, 2022) Santos, Daiane Felix dos; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Silva, Célia Santana da; Guimarães, Francisco Alfredo Morais
    O objetivo desta dissertação é investigar como a temática indígena é abordada nos livros didáticos de História disponibilizados para as turmas de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental da Educação Básica. A história e cultura dos povos indígenas vem ganhando espaço nos manuais didáticos devido à promulgação da Lei n° 11.645/2008, que estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional, a partir da qual incluiu-se ao currículo oficial das instituições de ensino privadas e públicas do país a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Indígena e Afro-Brasileira”. Nesse sentido, o presente trabalho questiona: quais perspectivas o material didático do componente curricular de História traz sobre a temática indígena para o público do Ensino Fundamental nos anos iniciais? A fim de responder a essa questão, utilizamos como objeto de análise a coleção APIS, da Editora Ática. Para realização desta pesquisa, debruçamo-nos sobre o trabalho de importantes autores, a exemplo de: Candau e Moreira (2008), Gobbi (2006), Freitas (2010) e Bittencourt (2011). Dessa forma, o presente trabalho tem por intuito explorar como o material didático contempla a temática indígena e se o mesmo contribui para uma discussão voltada para uma educação étnico-racial.
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    Caderno de educação do Ilê Aiyê: produção, recepção e sua utilização na Escola Mãe Hilda
    (Universidade do Estado da Bahia, 2020-12-17) Antunes, Joelma Cristina de Lima; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Nogueira, Claudete de Souza; Moura, Milton Araújo
    Esta pesquisa se propôs analisar os Cadernos de Educação, materiais pedagógicos produzidos pela Associação Carnavalesca Bloco Ilê Aiyê, refletindo sobre a forma como foram produzidos e como são utilizados pelos professores da Escola Mãe Hilda, instituição que compõe o Projeto de Extensão Pedagógica (PEP) do bloco afro. Como o Ilê Aiyê elaborou seus projetos educacionais, práticas pedagógicas e currículo? No que se difere do ensino proporcionado pelos sistemas estatais? O que oferece de contribuição para a sociedade? Foram algumas das interrogações que me instigaram no desenvolvimento desta pesquisa. Tendo como referência as orientações das leis 10.639/03 e 11.645/08, verificamos em que medida os Cadernos contribuem ou não para uma releitura histórica, política, social e cultural em relação ao protagonismo da população negro-africana na história, e se os projetos educativos do Ilê podem ajudar na construção de uma educação antirracista e proporcionar práticas pedagógicas inclusivas no que se refere ao campo das relações etnicorraciais. Selecionamos os Cadernos de Educação para análise: Vol. I – Organizações e Resistência Negra, de 1995; e o Vol. XVI – Candaces Rainhas do império Méroe, de 2008. Para obter as informações necessárias e construir os argumentos teóricos respondendo nossas questões, utilizamos uma metodologia qualitativa, baseada na pesquisa documental, na história oral e nos estudos culturais. Tivemos como instrumentos: a análise da bibliográfica e historiografia sobre o próprio bloco e os materiais didáticos produzidos pelo Ilê Aiyê; a observação em sala de aula, com registros em diário de campo; e a entrevista semiestruturada referenciada realizada com 4 interlocutoras: 3 Educadoras que participaram diretamente da construção do PEP e Cadernos de Educação e 1 Educadora que atualmente leciona na Escola Mãe Hilda. Essas mulheres nos ajudaram a compreender como os Cadernos de Educação foram criados, o contexto político, as lutas sociais, simbólicas, as intencionalidades e a vida de lutas da rede de intelectuais militantes negros insurgentes que contribuíram na construção das ações educativas do Ilê e sobretudo dos Cadernos. Também pudemos compreender como os Cadernos de Educação tem sido utilizado atualmente na Escola Mãe Hilda em suas práticas pedagógicas. As informações e dados produzidos foram tratados, categorizados e perscrutados através da triangulação e análise crítica sócio histórica das diversas fontes pesquisadas. Conforme observado os Cadernos de Educação são hoje utilizados na Escola Mãe Hilda como materiais complementares para elaboração de projetos coletivos orientados para o trato da História da África e das populações negras e das relações etnicorraciais em sala de aula. Por tratarem de temas dos desfiles de carnaval do Bloco, os Cadernos trazem uma diversidade de linguagens: imagéticas, poéticas, sonoras, entre outras, que são transformadas em instrumentos pedagógicos pelas educadoras da escola, tornando o processo de ensino aprendizagem prazeroso e integrado as vivências dos alunos. Após a pesquisa consideramos que os Cadernos de Educação são materiais preciosos que podem e devem ser utilizado como referência em outros espaços educacionais, sobretudo nas escolas públicas.
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    A professora Cláudia Romana e a escolarização na Baixinha, Irará - Bahia (1949-1980)
    (Universidade do Estado da Bahia, 2020-11-27) Silva , Ana Cláudia Cerqueira; Silva, José Carlos de Araújo; Ferreira , Jackson André da Silva; Soares, Sandra Nívia
    A presente pesquisa busca investigar como foi instituída a escolarização na comunidade da Baixinha, no município de Irará – Bahia, a partir ação precursora da Professora leiga Claudia Romana dos Santos, empreendida entre os anos de 1949 e 1980. Essa investigação se baseou no estudo sobre a história da educação, partindo das reflexões propostas por Fonseca (2009), Veiga (2008) e Silva (2002), que demarcam sobre o processo de escolarização dos negros no Brasil. Abordamos também sobre esses processos relativos às comunidades rurais e remanescentes de quilombo, bem como, realizamos o cotejamento entre as parcas fontes documentais de caráter escrito que tivemos acesso e a inestimável contribuição de colaboradores que foram vizinhos, amigos e principalmente ex-alunos que aprenderam a leitura, a escrita e os fundamentos aritméticos na casa-escola em que a mesma exercia múltiplas atividades. Utilizamos da história oral atrelada à memória dos nossos colaboradores, a partir da perspectiva de Ecléa Bosi (1999), Maurice Halbwachs (1990) e Thompson (1992), que consideram a memória enquanto elemento primordial para a construção do trabalho etnográfico. Dessa forma, buscamos compreender questões relativas à prática pedagógica da professora em questão, o funcionamento dessa casa-escola e as relações estabelecidas por essa mulher naquela comunidade. Analisamos também os lugares ocupados por Cláudia, para além da escolarização, nessa comunidade, bem como, as outras atividades desenvolvidas por ela. Portanto, a construção dessa pesquisa, na comunidade da Baixinha, possibilitou compreender um pouco sobre o processo de escolarização em uma comunidade rural, como esses sujeitos faziam para acessar esses espaços e o quão lento foi a chegada da escolarização formal às comunidades rurais.