Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Ciências Farmacêuticas (PPGFARMA)

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    Perfil clínico e epidemiológico de pacientes oncológicos internados para o tratamento de trombose em um hospital de Salvador, Bahia, Brasil
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-08-26) Oliveira, Jamile Rocha de; Xavier, Rosa Malena Fagundes; Bendicho, Maria Teresita Del Nino Jesus Fernandez; Silva Junior, Geraldo Bezerra da
    Introdução: O câncer, além de impactar diretamente a vida dos pacientes, aumenta significativamente o risco de complicações tromboembólicas, como a trombose venosa profunda e o tromboembolismo pulmonar. Compreender o perfil clínico e epidemiológico desses pacientes é fundamental para otimizar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento, visando melhorar os resultados e a qualidade de vida. Objetivos: Descrever o perfil clínico e epidemiológico de pacientes oncológicos hospitalizados para o tratamento de trombose associada ao câncer no período de janeiro a dezembro de 2020. Materiais e Método: Estudo observacional, descritivo e de corte transversal, retrospectivo, através do levantamento do quantitativo de pacientes oncológicos hospitalizados para o tratamento de trombose. Resultados e Discussão: Foram identificados 103 pacientes, destes 51% do sexo feminino, 54% com idade entre 60 e 79 anos, 43% com ensino médio completo e a maioria teve como motivo de admissão o tromboembolismo pulmonar (20%) e trombose venosa profunda (19%) e 31% dos pacientes permaneceram internados por até 14 dias. Em relação a localização do câncer em sua maioria eram gastrointestinais (41%), geniturinários (17%), pulmão (17%) e mama (13%) e estavam em curso de tratamento quimioterápico, com prevalência maior dos derivados de platina (22%). Dentre as comorbidades identificadas, hipertensão arterial sistêmica e diabetes foram as mais prevalentes. A indicação de anticoagulante foi em maior parte por trombose venosa profunda (35%) e em sua quase totalidade saíram de alta hospitalar com prescrição do anticoagulante oral rivaroxabana (18%). A taxa de mortalidade foi de 21%, refletindo a gravidade das tromboses e complicações associadas ao câncer. Conclusão: O perfil dos pacientes oncológicos com trombose revela a complexidade dessa condição. A compreensão das características desses pacientes é crucial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes.
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    Associação entre o uso de citrato de cafeína e alterações nos parâmetros do estado nutricional de prematuros internados na unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital filantrópico em Salvador, Bahia, Brasil.
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-08-08) Mendonça, Carla Regina Lima; Xavier, Rosa Malena Fagundes; Gonçalves, Maria da Conceição Rodrigues
    Introdução: No Brasil, a prematuridade é a primeira causa de morte antes do primeiro ano de vida. Dentre as complicações mais comuns tem-se a síndrome do desconforto respiratório e apneia. A cafeína tem sido o medicamento mais prescrito para o controle da apneia da prematuridade, contudo alguns estudos apontam como desvantagens seu efeito catabólico e seu efeito osteopênico que poderiam influenciar no ganho de peso e crescimento de curto prazo, comprometendo o estado nutricional. Objetivo: O estudo tem como objetivo avaliar a associação entre o uso de cafeína e a alteração de parâmetros do estado nutricional de prematuros. Materiais e Métodos: Coorte retrospectiva de prematuros ≤34 semanas de idade gestacional que foram admitidos na uti neonatal com indicação de uso de citrato de cafeína. Foram estratificados em dois grupos de acordo com as doses diárias de manutenção igual a 5mg/kg/dia (grupo1) e ≥ 5,1 mg/Kg/dia até 10mg/Kg/dia (grupo 2) e avaliados quanto a alterações dos parâmetros do estado nutricional, utilizando como ferramentas as curvas de crescimento, cálculo da velocidade de ganho de peso, diferença de z score, dias para recuperação do peso e marcadores da dinâmica óssea: fosfatase alcalina, cálcio sérico e fósforo. A avaliação da terapia nutricional foi realizada através da ingestão diária da nutrição parenteral e enteral durante o período de tratamento com a cafeína. A ocorrência das morbidades neonatais, as variáveis perinatais e clínicas e as variáveis nutricionais foram comparadas entre os grupos. Resultados: Foram incluídas no estudo 52 crianças. A velocidade de ganho de peso (VGP) apresentou tendência de menor ganho no grupo no grupo 2 (p = 0,11), tendência de maior declínio no escore Z tanto de escore Z de Peso/Idade (p = 0,12) quanto de Z score Perímetro Cefálico/Idade (p = 0,09). Houve uma tendência não significativa para um maior declínio no Z score P/I entre a alta e o peso ao nascer no grupo 2 (p = 0,09). A enterocolite necrosante (ECN) apresentou maior prevalência no grupo 2 (0% versus 18,2%, p = 0,03). Conclusão: Os grupos avaliados com tratamento por citrato de cafeína, nas duas doses utilizadas, não apresentaram diferença significativa entre eles, os diversos indicadores do estado nutricional analisados. Contudo existe uma relevância clínica nos achados, uma vez que no grupo de maior dose houve maior tendência de declínio dos indicadores nutricionais P/I e PC/I no período de tratamento com a cafeína e pior desempenho para recuperação do P/I na alta.
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    Efeito cardiodepressor e antiarrítmico do óleo essencial de manjericão (Ocimum canum Sims) em miocárdio de cobaia: modulação dos canais de sódio e cálcio
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-06-11) Malheiro, Thalyan Oliveira; Gondim, Antonio Nei Santana; Santos Junior, Anibal de Freitas; Vasconcelos, Carla Maria Lins
    Introdução: O manjericão (Ocimum spp.) é utilizado na medicina tradicional devido às suas propriedades biológicas e farmacológicas. Estudos prévios com algumas espécies dessa erva aromática demonstraram efeitos favoráveis nas funções cardíacas. Objetivos: Investigar o efeito do óleo essencial de manjericão doce (Ocimum canum Sims, OEOc) sobre o acoplamento excitação-contração atrial, sua atividade antiarrítmica e seu efeito sobre a corrente de Na+ e Ca2+ regulados por voltagem (NaV1.5 e CaV1.2). Avaliar o efeito do linalol, composto majoritário do OEOc, sobre as propriedades biofísicas dos canais NaV1.5. Materiais e Métodos: Para os experimentos de contratilidade foram utilizados átrios esquerdos e direitos de cobaia (Cavia porcellus) montados em cuba para órgão isolado. Para as medidas eletrofisiológicas, utilizou-se a técnica whole-cell patch-clamp. Os experimentos com corrente de Na+ foram feitos com células embrionárias de rim humano, linhagem 293 (HEK293), usando um sistema de expressão heteróloga para a expressão do NaV1.5. Para avaliar o efeito do OEOc nos canais CaV1.2, foram utilizados cardiomiócitos de cobaia. Resultados e discussão: O OEOc possui efeito inotrópico e cronotrópico negativo, de modo dependente de concentração e parcialmente reversível. O valor estimado de IC50 para redução da força de contração foi de IC50 = 87,7 ± 6 μg/mL (n = 5). Houve diminuição de 49% na frequência atrial na concentração de 700 μg/mL (n = 8). Além disso, o OEOc mostrou atividade antiarrítmica, retardando o tempo para o início das arritmias induzidas por ouabaína de 113,11 ± 22,35 s para 605,7 ± 176,4 s (n = 3). Houve uma redução na amplitude do pico da corrente de sódio (INa) e da corrente de cálcio tipo L (ICa-L) de maneira dependente de concentração com IC50 = 253,8 ± 24,7 μg/mL (n = 5-9) e IC50 = 21,4 ± 5,5 μg/mL (n = 5-6), respectivamente. Ainda, o OEOc deslocou a curva de inativação no estado estacionário dos canais NaV1.5 e CaV1.2 para potenciais de membrana mais negativos. O linalol foi capaz de reduzir a INa em 42,6 ± 3,7% na concentração de 300 μM (n = 9). Conclusão: O OEOc apresentou efeito inotrópico negativo ao inibir o influxo de Na+ e Ca2+ através dos canais NaV1.5 e CaV1.2, o que pode explicar suas propriedades antiarrítmicas. Tal efeito pode ser atribuído aos compostos bioativos presentes em sua composição geral, como o linalol.
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    Variáveis associadas à fadiga em pacientes com Doença de Crohn sob tratamento farmacológico
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-06-10) Morais, Tayane Costa; Silva, Genoile Oliveira Santana; Giuffrida, Fernando de Mello Almada; Chebli, Júlio Maria Fonseca
    Introdução: A fadiga na doença de Crohn (DC) é debilitante e dispendiosa para o paciente e o sistema de saúde. Até o momento, não há terapias bem estabelecidas, sendo importante investigar fatores de risco e, portanto, colaborar para prevenir ou reduzir os sintomas. Objetivo: Avaliar variáveis associadas à fadiga em pacientes ambulatoriais com DC sob tratamento farmacológico. Materiais e Métodos: Estudo transversal, realizado no ambulatório de doenças inflamatórias intestinais (DII) do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HGRS – registro 5.681.087. Critérios de inclusão: diagnóstico de DC; 18 anos ou mais; usar medicamentos para DC. Critério de exclusão: condição que limita a capacidade de responder aos questionários e gestantes. Para coleta de dados foram aplicados: perfil sociodemográfico, Questionário de Doenças Inflamatórias – Fadiga (IBD-F), Escala Visual Analógica de Fadiga (EVA-F), Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21) (para avaliar sintomas de depressão, ansiedade e estresse), questionário para identificar a presença de insônia e coleta para exames laboratoriais. A análise dos dados foi realizada pelo programa SPSS versão 21.0. Resultados e Discussão: 77% dos participantes tinham sintomas de fadiga segundo o IBD-F. A média da fadiga pela Escala Visual Analógica foi 5,60 (DP 1,91). Dos pacientes com sintomas de fadiga, 52 (67%) eram do gênero feminino e 25 (33%) do gênero masculino (p=0,037). Quarenta e cinco pacientes praticavam atividade física regularmente, e destes, 66% tinham fadiga e 34% não apresentavam sintomas de exaustão (p=0,026). O tempo médio de diagnóstico dos pacientes com fadiga foi 96,92 meses (DP 74,92) e dos sem fadiga foi 128,04 meses (DP 106,75) (p=0,018). Houve associação entre fadiga e sintomas de depressão (p = 0,003), ansiedade (p = 0,004), estresse (p = 0,001) e insônia (p =0,003). Não foi encontrada associação entre fadiga e anemia, avaliação tireoidiana, marcadores inflamatórios, deficiência de vitamina B 1, B 12 e ferro. Conclusão: Não foi encontrada associação entre fadiga e anemia, deficiência de vitamina B1, B12 e ferro, função tireoidiana e marcadores inflamatórios em pacientes com DC sob tratamento farmacológico. Foi observada associação entre fadiga e gênero feminino, sedentarismo, depressão, ansiedade, estresse e insônia. Novos estudos são necessários para rastrear e compreender os fatores associados à fadiga na DC, colaborando na definição de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos.
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    Impacto da exposição a agrotóxicos sobre níveis de hormônios da tireoide em trabalhadores rurais da região de Crisópolis-BA
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-11-23) Guerra, Maria de Fátima Santana de Souza; Teles, André Lacerda Braga; Bendicho , Maria Teresita; Magalhães , Hemerson Iury Ferreira
    Introdução: O Brasil lidera o consumo defensores agrícolas na América Latina, o que acende uma alerta, no tocante a saúde pública, frente ao risco ocupacional em ao uso e exposição indevida a esses produtos, o que pode levar os indivíduos expostos a alterações como quebra da homeostase hormonal tireoidiana. Diversos trabalhos demonstram que esses produtos podem alterar os níveis de hormônios tireoidianos. Adicionalmente, estudos realizados no município de Crisópolis-BA demonstraram ampla utilização de forma inadequada desses produtos por agricultores familiares do município. Diante disso, a presente pesquisa tem por objetivo analisar os níveis dos marcadores tireoidianos em produtores agrícolas no município de Crisópolis-BA e os possíveis fatores determinantes para tal. Metodologia: É um estudo exploratório, analítico e transversal no período de agosto e setembro de 2022. A população da pesquisa é composta de 100 participantes, 50 com (grupo exposto) e 50 sem (grupo controle negativo) atividade laboral com exposição a agrotóxicos, respectivamente. A coleta inicial de dados foi realizada por aplicação de questionário semiestruturado. Na sequência, foi realizada a coleta de material biológico para análise dos hormônios T3 total e livre, T4 total e livre, TSH e acetilcolinesterase de todos os participantes do estudo. Resultados: Dos 100 voluntários da pesquisa, 45% estão na faixa etária entre 30 e 45 anos, seguidos de 31% dos indivíduos acima de 45 anos. Os agrotóxicos mais utilizados pelos produtores rurais foram as iscas formicidas granuladas (100% alegaram utilizar), deltametrina butox (99%), herbicida 2,4-d associado a picloram (88%). Cerca de 68% dos trabalhadores utilizam EPIs de forma inadequada. Verificou-se a presença de sinais e sintomas esperados para intoxicação por agrotóxicos de forma predominante no grupo exposto, sugerindo a existência de um padrão clássico de intoxicações por agrotóxicos nesses sujeitos. Esses dados reforçaram a necessidade de realização das análises dos hormônios tireoidianos e atividade de colinesterase junto aos agricultores, que por sua vez revelaram que os níveis de T3 total e colinesterase estão ambos significativamente menores em relação ao grupo exposto. Considerações finais: o uso inadequado de agrotóxicos identificado na região da pesquisa se relaciona a possíveis implicações à saúde dos agricultores, o que se demonstra pelos sintomas autorreferidos cefaleia, náuseas e alergias respiratórias significativamente maiores em relação ao grupo controle, bem como pelas diferenças significativas em marcadores biológicos.