Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu ( Mestrado Profissional) em Saúde Coletiva (MEPISCO)
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- ItemEstudo TransOdara: o desafio de integrar métodos, contextos e procedimentos durante a pandemia de COVID-19 no Brasil(2024) Veras, Maria Amélia de Sousa Mascena; Pinheiro, Thiago Felix; Galan, Lenice; Laio, Magno; Leal, Andréa Fachel; Knauth, Daniela Riva; Motta-Castro, Ana Rita Coimbra; Queiroz, Rita Suely Bacuri de; Mayaud, Philippe; McCartney, Daniel Jason; Hughes, Gwenda; Santos, Camila Mattos dos; Bastos, Leonardo; Bassichetto, Katia Cristina; Sperandei, Sandro; Barros, Claudia Renata dos Santos; Silva, Rodrigo Calado da; Bastos, Francisco Inácio; Dourado, Maria Inês CostaObjetivo: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) afetam desproporcionalmente as mulheres trans e travestis (MTT), que muitas vezes não têm acesso a cuidados de saúde devido ao estigma e à discriminação. Descrevemos a abordagem e a metodologia de um estudo que investigou a prevalência de sífilis, HIV, hepatite A, B e C,Neisseria gonorrhoeae (NG), hlamydia trachomatis (CT) e papilomavírus humano (HPV) entre as MTT, bem como seu conhecimento e percepção sobre a sífilis, para melhor as políticas para redução de IST nessa população vulnerável. Métodos: TransOdara foi um estudo multicêntrico, transversal, realizado em cinco capitais das principais regiões brasileiras entre dezembro de 2019 e julho de 2021. Mulheres autoidentificadas como mulheres trans ou travestis, com idade >18 anos, foram recrutadas usando respondent-driven sampling, após uma fase de pesquisa formativa. Responderam a um questionário conduzido por entrevistadoras. Foi oferecida consulta médica, com exame físico, e solicitou-se que fornecessem amostras de vários locais para detectar as IST citadas. Quando indicado e consentido, foram iniciadas a vacinação e o tratamento. Resultados: Foram recrutadas 1.317 participantes nos cinco locais de estudo: Campo Grande (n=181, 13,7%), Manaus (n=340, 25,8%), Porto Alegre (n=192, 14,6%), Salvador (n= =201, 15,3%) e São Paulo (n=403, 30,6%). O período de recrutamento variou em cada local em razão de restrições logísticas impostas pela pandemia de COVID-19. Conclusão: Apesar dos enormes desafios colocados pela ocorrência simultânea da pandemia da COVID-19 e do trabalho de campo dirigido a uma população vulnerabilizada e dispersa, o projeto TransOdara foi eficazmente implementado. As adversidades não impediram que mais de 1.300 mulheres trans e travestis tenham sido entrevistadas e testadas em meio a uma epidemia de tal magnitude que perturbou os serviços de saúde e os projetos de pesquisa no Brasil e no mundo.