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- ItemTrabalho, associativismo e cultura: a formação da sociedade união operária dos estivadores de Ilhéus-Bahia (1919-1937)(Universidade do Estado da Bahia, 0030-09-24) Alcântara, Érika Luanna da Mota; Leal, Maria Das Graças de Andrade; Carvalho, Philipe Murillo Santana de; Santos, Augusto Fagundes Da Silva dosA presente dissertação tem como objetivo investigar a formação e organização da Sociedade União Operária dos Estivadores de Ilhéus durante o período de 1919 a 1937 e seu impacto no cenário político, social e cultural na cidade de Ilhéus. O estudo busca compreender a formação de uma cultura operária entre os estivadores, analisando como as dinâmicas do trabalho, a criação de redes de sociabilidades e solidariedade influenciaram o seu fazer laboral em um contexto político instável caracterizado pela nova ordem moral e política durante a Primeira República. Além disso, analisa as dinâmicas sociais derivadas das relações no ambiente de trabalho, bem como nos campos culturais e religiosos da cidade, especialmente em torno da celebração do dia de São Sebastião.
- ItemUm chamado sobrenatural: gênero, memória e pastorado feminino na igreja do evangelho quadrangular em Feira de Santana (2000-2015).(Universidade do Estado da Bahia, 2001-03-15) Souza, Polyana Jéssica do Carmo de; Vasconcelos, Vânia Nara Pereira; Silva, Elizete da; Vasconcelos , Tania Mara PereiraEste trabalho propõe-se a analisar o pastorado feminino na Igreja do Evangelho Quadrangular em Feira de Santana de 2000 a 2015, período em que a primeira mulher ascendeu ao cargo de superintendente de uma Região Eclesiástica. Pretende-se refletir sobre os caminhos trilhados pelas mulheres para alcançar o pastorado na instituição, a maneira como vão se construindo em suas narrativas e as táticas criadas para se manterem nesse espaço, marcado por fortes hierarquias de gênero. Problematiza-se, ainda, a figura da fundadora da instituição, Aimeé Semple McPherson, a partir das memórias construídas em torno dela no grupo religioso. Percebeu-se uma efetiva participação e envolvimento das mulheres que alcançaram a ordenação em cargos leigos na instituição e disputas envolvendo questões de gênero que as limitaram de alcançarem cargos mais elevados na hierarquia religiosa. Diante disso, as pastoras elaboram uma narrativa evocando o sobrenatural e a referência da fundadora da igreja, para justificar e legitimar a liderança feminina que exercem. Entre as fontes utilizadas estão: livros doutrinais, dados estatísticos institucionais, a biografia de Aimeé Semple McPherson, fotografias e principalmente entrevistas orais, pois através delas foi possível conhecer e resgatar as memórias e histórias de vida dos principais sujeitos desse trabalho: as mulheres
- ItemVozes da abolição: escravidão e liberdade na imprensa abolicionista cachoeirana (1887-1889)(2010-02) Souza, Jacó dos SantosEste estudo analisa a atuação da gazeta abolicionista O Asteróide no movimento antiescravista cachoeirano, entre os anos de 1887 e 1889. Por meio da leitura desse periódico, buscamos entender como a luta antiescravista se desenrolou na cidade de Cachoeira e os encaminhamentos da abolição defendidos pelo jornal. Ao mesmo tempo, analisamos os projetos políticos defendidos pela redação do periódico depois da abolição. Ao longo do texto, estivemos atentos aos sentimentos e planos de reforma social defendidos pelo periódico. A ideia é perceber como os projetos de inserção social dos libertos estavam articulados com os ideais de modernidade, civilização e progresso. Para isso, o estudo analisa diferentes documentos do período, como processos-crime, periódicos, correspondências policiais, atas de sociedades libertadoras, entre outros
- ItemSantos Reis: festa, poder e memória na comunidade rural de aldeia. (Governador Mangabeira-Ba 1970-2000)(Universidade do Estado da Bahia, 2011-04-26) Brandão, Alex Sandro da Conceição; Brito, Gilmário Moreira; Miranda, Carmélia Aparecida Silva; Silva, Elizete daEstudar os festejos em louvor aos Santos Reis, padroeiros da comunidade rural de Aldeia, localizada no Município de Governador Mangabeira-BA, entre os anos de 1970 e 2000, consiste em analisar os significados dessa manifestação de caráter religioso e festivo para os moradores dessa comunidade. Para tanto, utilizamos as memórias desses moradores como recurso metodológico primordial a fim de compreender as peculiaridades dessa festa, o que a torna singular em relação a outras festas em louvor aos Santos Reis no recôncavo, bem como analisar a relação entre sagrado e profano como constitutivas dos modos de vida dos grupos sociais daquela comunidade. Outra questão que buscamos compreender com a pesquisa é como os moradores de Aldeia entendem e participam do processo de reinvenção que a tradição de festejar os três Reis Magos vem passando ao longo do tempo, haja vista, que as tradições não significam sobrevivência de antigas formas e práticas ossificadas no tempo, mas, sim, sua capacidade de agregar e articular novos elementos, construindo, dessa forma, novos significados.
- ItemA Irmandade do Glorioso São Bartolomeu de Maragogipe: suas práticas devocionais e a romanização (1851 – 1995)(Universidade do Estado da Bahia, 2011-05-06) Nascimento, Antonio da Conceição; Severs, Suzana Maria de Souza Santos; Reginaldo, Lucilene; Farias, Sara OliveiraA criação da Irmandade de São Bartolomeu, se comparada ao tempo de existência das demais que já existiam na freguesia de Maragogipe desde o século XVIII, pode ser considerada tardia. Ainda assim, ela tornou-se a confraria de maior ressonância da cidade. Conforme os seus Compromissos de 1851 e 1943, sua criação atendeu ao objetivo de cuidar do culto ao santo apóstolo padroeiro da cidade, São Bartolomeu, atividade com a qual se ocupou até 1995, quando foi substituída pelas comissões de festas que haviam sido incorporadas à sua Mesa Administrativa desde 1912. Além disso, a assistência funerária aos irmãos confrades também fez parte de suas práticas devocionais mesmo depois da construção do cemitério em Maragogipe na década de 1860, quando os enterramentos deixaram de ser realizados nos templos católicos. Já no momento de sua fundação em 1851, em carta de aprovação de seu Compromisso, o Arcebispo Primaz da Bahia, o ultramontano Dom Romualdo de Seixas, fez algumas recomendações que demonstram sua preocupação em evitar práticas que pudessem se desviar dos preceitos católicos romanos. Estas recomendações não interferiram tanto na autonomia da confraria. Foi já no início do século XX, depois da separação entre a Igreja e o Estado que as medidas da Romanização se fizeram sentir, e a Irmandade de São Bartolomeu foi colocada sob a presidência do vigário, perdendo dessa forma a autonomia
- ItemPráticas de cura e o culto ao anjo São Gabriel no município de Dom Macedo Costa-Ba (1967-2010)(2011-06-06) Souza, Wilma Santos de SantanaEsse trabalho analisa o culto ao Anjo São Gabriel e as práticas de cura proclamadas pelo Senhor Martins Góis da Silva, “Seu Martinho”, na Comunidade do Riachão dos Milagres, no município de Dom Macedo Costa-Ba, entre 1967 e 2010. As crenças da região, envolvendo devoções, promessas, peregrinações e a fé em milagres, constituem elementos típicos do catolicismo popular. As memórias dos devotos acerca dos casos de cura ocorridos na Igreja do Anjo São Gabriel, a história religiosa de Seu Martinho e sua ressonância política são os pontos centrais da análise empreendida. Utilizamos na construção da narrativa depoimentos orais, fotografias, extratos das atas da Câmara de Vereadores do município e livretos com os casos de cura
- ItemCotidiano e trabalho das marisqueiras e catadeiras de Valença - Ba (1960-2000)(Universidade do Estado da Bahia, 2011-07-06) Brasão, Maria de Fátima Fernandes; Santos, Ana Maria Carvalho dos; Aras, Lina Maria Brandão de; Farias, Sara OliveiraO cotidiano das marisqueiras e catadeiras no período de 1960-2000 em Valença, cidade baiana localizada no Baixo Sul, na região conhecida como Costa do Dendê, é o objeto deste estudo. Utilizando-se de fontes orais, buscou-se, entre outros objetivos, traçar o dia a dia dessas mulheres dentro e fora dos manguezais; discutir períodos de fartura contrapondo-se a períodos de escassez nos manguezais valencianos; analisar o porquê do trabalho da mariscagem não continuar a ser passado, de forma significativa, de geração para geração. Além das fontes orais, para a construção da narrativa, foram utilizados material bibliográfico, mapas e fotografias. As marisqueiras e catadeiras são pessoas comuns que trazem efetiva contribuição para a economia de Valença. A mariscagem, nessa localidade, ainda continua sendo praticada de forma artesanal, e, na maioria das vezes, são as marisqueiras que confeccionam os objetos utilizados no trabalho. Penetrar no cotidiano dessas mulheres significa conhecer e registrar situações peculiares a uma profissão secular na região
- ItemNegócios entre senhores: o comércio de escravos em Feira de Sant'anna (1850-1888)(Universidade do Estado da Bahia, 2011-11-12) Hora, Ana Paula Cruz Carvalho da; Filho, Raphael Rodrigues Vieira; Amaral, Sharyse Piroupo do; Miranda, Carmélia AparecidaA partir de 1850, com o fim do tráfico de escravos africanos para o Brasil, a principal fonte de cativos para as regiões mais prósperas, principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, foi o Nordeste. Nesse contexto, a Bahia foi uma das grandes fornecedoras de mão de obra cativa, e Feira de Santana teve uma acentuada participação nessa nova realidade, uma vez que compradores se associavam a comerciantes e agropecuaristas locais com a finalidade de comprar e vender escravos para fora da província. O objetivo desse trabalho é investigar o comércio de escravos que se estabeleceu em Feira de Santana entre 1850 a 1888, bem como a participação de grandes e pequenos agropecuaristas e comerciantes da cidade nesse negócio e as formas que encontraram para obter lucros com esse tipo de comércio. Com isso, além de discutir algumas das experiências das pessoas escravas nesta região, buscamos demonstrar a importância da mão de obra cativa para a economia da Feira de Santana Oitocentista, contrapondo a tese de Rollie E. Poppino de que o escravo representou um papel pouco importante na economia do município. Discutiremos, também, as leis e regulamentos tributários que incidiram sobre o comércio de cativos na Bahia, considerando divergências políticas e as motivações que havia por trás dessas leis. Além disso, analisaremos como parte da sociedade se posicionava diante dessa realidade e como o interior da Bahia se inseriu nesse contexto. Para tanto utilizamos como fonte escrituras de compra e venda, cartas de alforria, procurações, jornais, relatórios de autoridades, Anaes da Assembleia Legislativa da Bahia, Atas da Câmara Municipal de Feira de Santana, processo crime e a “Legislação da Província da Bahia sobre o negro”.
- ItemArtes e práticas curativas em Caetité -Ba (1897-1940)(Universidade do Estado da Bahia, 2012) Sacramento, Adriana de Jesus; Brito, Gilmário Moreira; Sampaio, Gabriela dos Reis; Souza, Christiane Maria Cruz deO estudo sobre as artes e práticas curativas no município de Caetité de 1897 a 1940, procura se demonstrar os diferentes sujeitos qualificados como curandeiros, charlatães, feiticeiros e as parteiras que exerciam práticas de curas vinculadas a medicina naquele município. Através de diferentes fontes documentais como o Jornal A Penna, relatos de memorialistas, processos crimes, relatórios de inspetoria sanitária e as teses da Faculdade de Medicina da Bahia, o Código Penal de 1890, em conjunto, deram visibilidade para observar as tensões, campo de lutas e embates envolvendo os oficiantes de cura com a medicina científica. Por outro lado, as fontes investigadas revelam a recorrência de moradores de Caetité a diferentes formas de curas, a saber: a ida aos curadores, a recorrência de uma medicina doméstica e as consultas com os doutores
- ItemO associativismo dos funcionários públicos na Bahia da primeira república(Universidade do Estado da Bahia, 2012-04-27) Santos, Álvaro Leal; Castellucci, Aldrin Armstrong Silva; Silva, Maria Elisa Lemos Nunes da; Batalha, Claudio Henrique de MoraesA presente dissertação de mestrado faz uma reconstituição histórica da Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia (AFPEB). A pesquisa cobre o período que vai de 1918, quando a entidade foi fundada, a 1930, quando a Primeira República foi derrubada pelo movimento liderado por Getúlio Vargas. O trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro, examina-se a condição diferenciada dos servidores públicos na sociedade da época e o desejo alimentado por muitos setores de garantir para si as vantagens conferidas ao funcionalismo do Estado. O segundo capítulo reconstrói o perfil dos membros da AFPEB em termos sócio-ocupacionais, étnico-nacionais e de gênero. O terceiro capítulo analisa as duas frentes de atuação da organização em favor dos servidores: a do mutualismo e a do trabalho.
- ItemNarrativas de fé e outras histórias dos Batistas em Serrolândia(Universidade do Estado da Bahia, 2012-08-02) Rios Júnior, Jairo Soares; Farias , Sara Oliveira; Silva, Elizete da; Severs , Suzana Maria de Sousa SantosEste trabalho analisa narrativas de batistas e católicos de Serrolândia diante da chegada da Denominação Batista na localidade e das tensões que se desenrolaram a partir disto entre as décadas de 1950 e 1980. O estudo e a contextualização dos discursos sobre a ideia de “vida mundana” dos primeiros protestantes da cidade deram sentido à construção do enredo sobre as divergências entre os que eram católicos e os que se converteram à Denominação. “Ser do mundo” significava viver fora das doutrinas pregadas pelo grupo religioso batista. O trajeto para transmutar-se em “ex-mundano” seguia passos que iam do arrependimento dos pecados, passando pela conversão, doutrinamento, teste de fé – com a Confissão de Fé - e, finalmente, o batismo. Esta ordenança dava credibilidade ao neófito em relação à salvação. O indivíduo tornava-se, então, não apenas membro da Denominação Batista, mas também um servo de Cristo que aguardava o esperado e garantido encontro com o Senhor. Esses protestantes assumiam comportamentos diferenciados do restante da população serrolandense e delimitavam espaços de convivência para fugirem do que consideravam ultrajante à sua doutrina. Assim, tensões com o oponente católico configuraram-se nas narrações, que produziram discursos de conflitos em nome de poder e espaço até fins dos anos de 1970, quando Serrolândia passou a receber outras Denominações protestantes e alguns membros batistas ganharam respeitabilidade pela posição econômica que tinham
- ItemOs verdes às portas do sertão: doutrina e ação política dos integralistas na Bahia (1932-1945)(Universidade do Estado da Bahia, 2012-10-15) Neta, Amélia Saback Alves; Silva, Paulo Santos Silva; Júnior, Carlos Zacarias F. de Sena; Neto, Eurelino Teixeira CoelhoEsta dissertação investiga o movimento integralista no interior da Bahia, particularmente nas cidades de Serrinha e Alagoinhas, entre 1932 e 1945. Relaciona o programa doutrinário e a ação política dos integralistas nesses municípios e examina como a doutrina foi assimilada e levada à prática pelos adeptos do Sigma. O jornal O Serrinhense (1935-1936) e as cartas trocadas entre lideranças locais e de outras regiões do país serviram de suporte documental. Analisa também o conjunto de textos produzidos pelos comunistas, congregados no PCB, entre 1938 e 1945, para combater o integralismo, por eles associado ao nazifascismo. A revista Seiva (1938-1943), as crônicas do escritor Jorge Amado (1942-1944) e o jornal O Momento foram os meios através dos quais os pecebistas baianos atacaram os integralistas e produziram uma memória daqueles anos de confrontos políticos e ideológicos
- ItemQuando as regras são transgredidas: trabalhadores, outros sujeitos e a “legalidade urbana” da cidade de Nazareth (1890-1920)(Universidade do Estado da Bahia, 2014-12-02) Aguiar, Lucas Santos; Júnior, Wellington Castellucci; Pires, Maria de Fátima Novaes; Souza, Edinélia Maria OliveiraEste trabalho faz um aprofundado estudo acerca das transgressões às normas disciplinares instituídas, especialmente, pelo Código de Posturas de 1893, e medidas análogas entre 1890 e 1920 na cidade de Nazareth. No contexto em que estavam em voga os ideais de “civilização”, “modernidade” e “progresso”, propagados pelas autoridades públicas adesistas aos princípios que regeram a República brasileira, o intuito é o de analisar os motivos e as formas pelas quais os sujeitos sociais locais, especialmente os trabalhadores que atuavam no pequeno comércio e nos serviços corriqueiros da urbe, encontraram para, aos seus modos, resistir, transgredir e contestar à legalidade urbana imposta pela administração municipal. Trata-se, portanto, de um estudo sobre a histórica cidade de Nazareth em fins do século XIX e início do XX, quando esta ainda ocupava uma posição de destaque em virtude da sua ativa economia, servindo de entreposto comercial da rota fluvial-marítima que ligava o Recôncavo Sul a Salvador. Busca-se problematizar questões para compreender a relação tripartite envolvendo as autoridades, legislação municipal e sociedade local, num contexto de crescente intervenção e regulamentação das vivências urbanas, das novas formas de controle social empreendidas no pós-abolição e de exclusão dos indesejáveis no momento recém republicano
- ItemCatequização, colonização e conflitos na sesmaria de João Peixoto Viegas na Bahia – 1653 –1700.(Universidade do Estado da Bahia, 2015-10-01) Araújo, Alex Teixeira de; Severs, Suzana Maria de Sousa Santos; Santos, Fabiano Vilaça dos; Ximenes, Cristiana Ferreira LyrioEssa dissertação estuda a trajetória de João Peixoto Viegas, um comerciante português que imigrou da vila de Viana de Castelo (Portugal) para a Capitania da Bahia em 1640, onde fez carreira administrativa e ascendeu socioeconomicamente, estabelecendo redes de sociabilidades que lhe possibilitaram alcançar os espaços reservados a “nobreza da terra”, como o Senado da Câmara e a Santa Casa de Misericórdia, e envolvendo-se em disputas e conflitos de caráter administrativo e bélico, na defesa de seus interesses. Como resultado de sua ascensão política e econômica e da ação colonizadora desenvolvida em suas sesmarias, sobretudo, a que compreendia as terras de Água Fria, Itapororocas e Jacuipe, com larga utilização de mão de obra dos índios da nação Paiaiá, Viegas envolveu-se em um conflito de interesses com os padres da Companhia de Jesus em torno da administração temporal dos indígenas. Dada sua influencia e participação na vida econômica, social e administrativa na Capitania da Bahia, Viegas foi agraciado pelo então Governador Geral Afonso Furtado do Rio de Mendonça com uma provisão que lhe concedia o direito a administração temporal desses índios da nação Paiaiá, contrariando os interesses dos inacianos. A análise proposta vai além da elaboração de um trabalho de trajetória, circulando também em temas como colonização, catequização, aldeamentos jesuíticos, ascensão social, nobiliarquia, economia colonial, cargos e funções na governança local, além de empreender também um estudo dos impactos políticos e econômicos que a Restauração Portuguesa teve sobre a emergente sociedade baiana no século XVII. Discutimos como a proeminência social e administrativa de Viegas, os serviços prestados a Coroa Portuguesa, aliado ao prestígio político que conseguiu junto às autoridades coloniais e reinóis, possibilitou-lhe acesso a importantes privilégios
- ItemPara a conquista dos bárbaros: rede de poder e governação de Afonso furtado de Castro do rio Mendonça (1671-1675)(Universidade do Estado da Bahia, 2015-10-01) Magalhães , Ana Paula Moreira; Severs, Suzana Maria de Sousa Santos; Santos, Fabiano Vilaça dos; Cosentino, Francisco Carlos CardosoA presente pesquisa tem como objeto de estudo a governação de Afonso Furtado de Castro do Rio Mendonça (1671-1675), no que tange a gestão das Entradas organizadas em direção ao sertão da Bahia, nos episódios que ficaram conhecidos como Guerra do Aporá (1669-1673). Procuramos identificar suas ações e estratégias bem como os recursos materiais e pessoas que auxiliaram na condução do empreendimento. A interlocução estabelecida no decorrer das Entradas entre o Governador Geral e os participantes delas, nos permitiu adotar uma metodologia analítica capaz de ultrapassar a produção de um conhecimento mais estático do modo de ser dos diversos grupos sociais que auxiliaram o governador. Ao reconstituir, mesmo que parcialmente, as trajetórias administrativas dos envolvidos nas expedições, identificamos uma intensa circulação entre distintos espaços e funções na colônia. Tal constatação permite nos pensar numa rede responsável por aproximar indivíduos oriundos de diferentes regiões até mesmo do império português e de distinta origem social. Uma rede caracterizada por um conjunto de relações interpessoais entre governador e autoridades locais como também a gente comum, que podiam ajudá-lo com o fornecimento de recursos materiais e humanos, formando/fortalecendo relações clientelares ao governador mediante a política de mercês. A análise das trajetórias administrativas e benesses adquiridas dos envolvidos nas Entradas acabaram por colocar a política de mercês em evidência abrindo a possibilidade de pensar a “guerra aos bárbaros” em outras direções que não somente a conquista territorial, mas, na busca de privilégios por parte dos agentes coloniais que participaram da Guerra do Aporá
- ItemDa usina de luz à energia elétrica de Paulo Afonso: modernização e eletrificação urbana em Itaberaba/Ba (1938/1971)(Universidade do Estado da Bahia, 2015-11-20) Lima, Alcides de Jesus; Assis, Nancy Rita Sento Sé de; Leite, Rinaldo Cesar Nascimento; Silva, Paulo SantosO processo de eletrificação urbana se qualifica como um dos principais projetos de modernização da cidade de Itaberaba entre 1938-1971. Tal processo se constitui o objetivo central deste estudo. Inserida no contexto da ideia de civilizar a cidade, a eletricidade foi associada a outros mecanismos que visavam a superação das práticas que em meados do século XX foram localmente eleitas como anti-civilizadas. A iluminação pública assumiu uma centralidade e para modernizá-la, introduziu-se a energia elétrica em 1938. Tal fato possibilitou a entrada da cidade no clube dos centros urbanos baianos, cujos lampiões a querosene/gás já haviam sido desativados. Consideramos que a expansão da eletricidade no interior da Bahia só ocorreu a partir das políticas estatais dos anos 1950. No mesmo período, o crescimento urbano no Estado também se acentuou, aumentando a demanda pela energia elétrica. A usina de luz, nos primeiros vinte anos de existência em Itaberaba, pouco contribuiu para a conformação do status de cidade civilizada. A criação da Coelba pelo governo baiano em 1959 e os planos de eletrificação do Departamento de Energia da Bahia e da Chesf geraram boas expectativas entre alguns políticos locais. Nesse sentido, analisamos as tentativas das autoridades municipais em estabelecer um convênio com a Coelba, o serviço de luz sob o controle da CERNE e os anseios pela energia elétrica de Paulo Afonso no curso da década de 1960.
- Item“Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”: o impacto do trio elétrico no carnaval soteropolitano (1951-1975).(Universidade do Estado da Bahia, 2015-11-30) Quintino, Rosimario de Aragão; Correa, Priscila Gomes; Moura, Milton de Araújo; Filho, Raphael Rodrigues VieiraO presente trabalho tem como objetivo analisar o surgimento e o processo de consolidação do trio elétrico no carnaval soteropolitano entre os anos 1951-1975. O carnaval em Salvador ao longo do tempo se configurou como um espaço marcado pelas constantes disputas por participação social, e o trio elétrico surge nessa festa em um momento de acirramento dessas disputas. Motivado pelo desfile do clube carnavalesco pernambucano, Vassourinhas, nas ruas da capital baiana no início da década de 1950, o trio elétrico possui duas datas para sua primeira apresentação no carnaval soteropolitano e teve uma participação ativa no processo de reconfiguração do modelo festivo por qual passou o carnaval em Salvador entre os anos 50 e 70 do século XX. Este trabalho “conta” uma história do trio elétrico no carnaval soteropolitano nos 25 anos iniciais de participação do mesmo nessa festa, a partir das narrativas de jornais soteropolitanos do período. Também utilizamos obras bibliográficas que versam sobre o carnaval de Salvador e memórias que possibilitam perceber a dinâmica dessa festa e a atuação do trio elétrico na mesma. Inserido em um contexto de transformações no carnaval da capital baiana, o trio elétrico em 25 anos conseguiu um papel de destaque nessa festa, sendo apropriado e transformado em expressão carnavalesca caracterizadora do carnaval soteropolitano, uma importante ferramenta na promoção turística e um ícone dessa festa.
- ItemSaravá pra quem é de Saravá: a umbanda do sertão sisaleiro da Bahia (1985-2016)(Universidade do Estado da Bahia, 2016-12-16) Lima , Aleí dos Santos; Souza, Ednélia Maria Oliveira; Parés, Luis Nicolau; Mattos, Wilson Roberto deEste trabalho busca investigar a existência da prática religiosa em torno da umbanda nos sertões da Bahia, mais precisamente, na cidade de Retirolândia, situada no Território do Sisal, entre os anos de 1985 e 2016, a partir da história do Centro de Boiadeiro e dos Terreiros de Oxóssi e Iemanjá com base nas trajetórias de vida de seus fieis, visando problematizar relações sociais, práticas curativas, conflitos e possíveis diálogos com os rituais do candomblé. A umbanda é uma religião sincrética, formada a partir das influências africanas, indígenas, católica e kardecista, contudo, a umbanda não é uma religião estática que possui uma doutrina ou identidade religiosa fechada. Na Bahia é possível encontrar terreiros umbandistas que dialogam e compartilham de rituais do candomblé e de outras manifestações afro-brasileiras, tanto no litoral como no sertão. Busca-se traçar um mapeamento das congregações religiosas do Território do Sisal e evidenciar o quanto os terreiros de umbanda predominam nestes limites. Trata-se de um estudo que considera as manifestações religiosas dos sertanejos, mas que se direciona concomitantemente ao litoral para refletir acerca da desvalorização do sincretismo presente na umbanda frente ao processo de afirmação do “mito da pureza nagô”. Para tanto se recorre a uma esparsa documentação: as fontes orais, aos documentos produzidos pelo legislativo e entidade federativa dos cultos afro-brasileiros; dados estatísticos do IBGE, produção memorialista local e aos jornais A Tarde, Diário de Notícias, Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia entrecruzados com um significante referencial teórico
- ItemOs capuchinhos bretões e a catequese aos índios cariris: estratégias e tensões às margens do Rio São Francisco(Universidade do Estado da Bahia, 2018-08-18) Abrahem, Emili Ferreira; Severs, Suzana Maria de Sousa Santos; Rocha, José GledisonEsta pesquisa tem como objetivo investigar a atividade missionária dirigida aos indígenas Cariris por parte dos capuchinhos franceses às margens do Rio São Francisco, na Capitania da Bahia, entre o período de 1642 a 1702, bem como identificar, nos relatórios deixados pelos missionários Martin de Nantes e Bernardo de Nantes, a organização da catequese e as tensões ocorridas em função do projeto evangelizador. Esses missionários, que não estavam vinculados ao Padroado Régio e sim a Sagrada Congregação da Propaganda Fide, além de serem súditos da coroa francesa, estabeleceram-se no Brasil, participaram da Guerra de Restauração de Pernambuco, e de forma ativa de levantes indígenas foram protagonistas de conflitos que envolveu o poder local e grandes latifundiários, construíram o hospício da ordem na cidade da Bahia e consolidaram atividade missionária junto aos índios Cariris, continuada por seus confrades italianos após sua expulsão.
- ItemIndustrialização, povoamento e extrativismo: da constituição do extremo sul baiano à formação do “comercinho dos pretos” na década de 1950.(Universidade do Estado da Bahia, 2019-03-26) Oliveira Junior, Ailton de; Farias, Sara Oliveira; Santos, Ana Maria Carvalho dos; Pontes, Kátia VinháticoO município de Teixeira de Freitas, situado no Extremo Sul baiano, próximo ao Norte do estado do Espírito Santo, surgiu e se desenvolveu enquanto povoado no contexto de crescimento econômico e desenvolvimento industrial na década de 1950, a partir da extração de madeira e da consequente chegada das primeiras levas de moradores urbanos à região. Nesse primeiro momento, o território da região onde se insere passa a ser alterado, tendo sua vegetação nativa explorada, reconfigurando o espaço e as relações sociais em conformidade com os interesses do processo de industrialização e desenvolvimento fomentado pelo Estado brasileiro. Tendo isso em vista, essa pesquisa aborda o desenvolvimento urbano inicial do interior do município de Alcobaça, onde Teixeira de Freitas constitui-se como povoado, compreendendo a configuração econômica do Extremo Sul baiano, a participação de empresários do Sudeste brasileiro em seu território, bem como as alterações nas formas de relação de trabalho e a consequente reconfiguração geográfica com o processo de povoamento e urbanização do que virá a se tornar Teixeira de Freitas. Este trabalho parte da discussão acerca do processo histórico de constituição das relações econômicas e territoriais no país, buscando compreender os papéis definidos aos centros urbanos e econômicos, desde a consolidação do Sudeste brasileiro, passando pela especialização produtiva do interior baiano, até o processo de integração do Extremo Sul baiano no mercado nacional. Analisa ainda o processo de colonização da região Extremo Sul da Bahia empreendida pelo projeto desenvolvimentista do Estado brasileiro, bem como os interesses dos entes governamentais em incluir a região no cenário de exploração, implementando uma política de exclusão e extermínio de demais formas sociais e de produção que não as correspondentes ao projeto oficial. Entendendo que os conflitos sociais inerentes a sociedade de classes aparecem e são demonstrados não apenas nos contornos e desenhos das cidades e das demais formas de organização sobre o território, mas também na memória que é construída sobre estes lugares, a memória coletiva local ao final passa ao posto de objeto de análise. A chegada das empresas extrativistas sempre que evocada em fontes memorialísticas são referendadas enquanto ponto de partida de reconfiguração social e geográfica. Paralelamente, atribui-se a esses empreendimentos a responsabilidade de terem levado o progresso e a modernização ao lugar, o que demonstra a percepção acerca da integração territorial numa economia de mercado cada vez mais industrializada e articulada.