A Irmandade do Glorioso São Bartolomeu de Maragogipe: suas práticas devocionais e a romanização (1851 – 1995)
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Resumo
A criação da Irmandade de São Bartolomeu, se comparada ao tempo de existência das demais que já existiam na freguesia de Maragogipe desde o século XVIII, pode ser considerada tardia. Ainda assim, ela tornou-se a confraria de maior ressonância da cidade. Conforme os seus Compromissos de 1851 e 1943, sua criação atendeu ao objetivo de cuidar do culto ao santo apóstolo padroeiro da cidade, São Bartolomeu, atividade com a qual se ocupou até 1995, quando foi substituída pelas comissões de festas que haviam sido incorporadas à sua Mesa Administrativa desde 1912. Além disso, a assistência funerária aos irmãos confrades também fez parte de suas práticas devocionais mesmo depois da construção do cemitério em Maragogipe na década de 1860, quando os enterramentos deixaram de ser realizados nos templos católicos. Já no momento de sua fundação em 1851, em carta de aprovação de seu Compromisso, o Arcebispo Primaz da Bahia, o ultramontano Dom Romualdo de Seixas, fez algumas recomendações que demonstram sua preocupação em evitar práticas que pudessem se desviar dos preceitos católicos romanos. Estas recomendações não interferiram tanto na autonomia da confraria. Foi já no início do século XX, depois da separação entre a Igreja e o Estado que as medidas da Romanização se fizeram sentir, e a Irmandade de São Bartolomeu foi colocada sob a presidência do vigário, perdendo dessa forma a autonomia