Narrativas de fé e outras histórias dos Batistas em Serrolândia
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Resumo
Este trabalho analisa narrativas de batistas e católicos de Serrolândia diante da chegada da Denominação Batista na localidade e das tensões que se desenrolaram a partir disto entre as décadas de 1950 e 1980. O estudo e a contextualização dos discursos sobre a ideia de “vida mundana” dos primeiros protestantes da cidade deram sentido à construção do enredo sobre as divergências entre os que eram católicos e os que se converteram à Denominação. “Ser do mundo” significava viver fora das doutrinas pregadas pelo grupo religioso batista. O trajeto para transmutar-se em “ex-mundano” seguia passos que iam do arrependimento dos pecados, passando pela conversão, doutrinamento, teste de fé – com a Confissão de Fé - e, finalmente, o batismo. Esta ordenança dava credibilidade ao neófito em relação à salvação. O indivíduo tornava-se, então, não apenas membro da Denominação Batista, mas também um servo de Cristo que aguardava o esperado e garantido encontro com o Senhor. Esses protestantes assumiam comportamentos diferenciados do restante da população serrolandense e delimitavam espaços de convivência para fugirem do que consideravam ultrajante à sua doutrina. Assim, tensões com o oponente católico configuraram-se nas narrações, que produziram discursos de conflitos em nome de poder e espaço até fins dos anos de 1970, quando Serrolândia passou a receber outras Denominações protestantes e alguns membros batistas ganharam respeitabilidade pela posição econômica que tinham