Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC)
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O PPGEduC tem por finalidade a produção de conhecimentos na Área de Concentração Educação e Contemporaneidade, considerado o nível de formação (especialização, mestrado e doutorado). A organização e a vida acadêmica do PPGEduC preservam o significado sociocultural e crítico do processo educativo e o caráter multirreferencial, pluricultural e interdisciplinar do referido processo, e são estruturadas por Linhas de Pesquisa, as quais expressam as temáticas-objeto que constituem o seu eixo-formativo – disciplinas, pesquisas, dissertações / teses e publicações.
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Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) por Orientador "Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas"
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- ItemAmo em ti mais do que a ti: transferência de amor ao saber entre professor e aluno(2017-09-15) Silva, Edileide Maria Antonino da ; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas ; Kupfer, Maria Cristina Machado; Diniz, Margareth; Almeida, Alba Riva Brito de; Sales, Mary Valda SouzaEste estudo, nomeado Amo em ti mais do que a ti: transferência de amor ao saber entre professor e aluno, teve como objetivo investigar a ocorrência do fenômeno da transferência na escola e suas implicações no exercício do professor. A pesquisa parte da proposição de que, quando há transferência entre professor e aluno, o professor investe em seu savoir-faire docente e fomenta o desejo de saber do aluno. A pesquisa foi realizada em uma unidade escolar de Ensino Fundamental II da rede pública de Salvador, tendo como sujeitos sete (07) professores daquela instituição. Pelo aspecto subjetivo do objeto desta investigação, escolheu-se realizar uma pesquisa qualitativa com uma aproximação ao método de orientação clínica, cuja fundamentação se apoia nos construtos da educação e da psicanálise. A sequência de estudos compõe-se por cinco (05) passes, que abordam de início os conceitos teóricos da psicanálise para, em seguida, articulá-los com o universo da educação, da escola e dos afetos que ali se tecem cotidianamente. Para fundamentar os estudos iniciais foram utilizadas as obras de Freud (2006) e Lacan (1960-1961, 1964), além de estudos de autores contemporâneos que se debruçam sobre esta corrente, particularmente sobre o seu enlaçamento com a educação. Tratou-se, em um passe específico, da educação orientada pela psicanálise, em defesa de uma escola que escute mais e conheça o sujeito dividido apresentado pela psicanálise. Nos passes que trataram da metodologia e da pesquisa de campo, o apoio teórico constituiu-se das obras de Almeida (2011), Diniz (2011), Ornellas (2011) e Pereira (2016), com textos que subsidiaram a discussão e a utilização do Método Clínico, da Escuta e da Pesquisa de Orientação Clínica. Os dispositivos foram a Observação/escuta, a Conversação e a Entrevista de Orientação Clínica, por se ajustarem melhor à proposta de aproximação com o Método Clínico, sobre o qual se debruça M. Diniz e guia esta pesquisa. A análise dos dispositivos revelou o professor afetado pelo estilo do aluno, pelo envolvimento que ultrapassa os muros da escola e pelo desejo (ou falta dele). O entrelaçamento do que foi revelado nos dispositivos mostra que os significantes que ali emergiram esboçam a implicação pedagógica do professor afetado pela transferência, imerso na tríade amar, aprender/ensinar, sobreviver. Nesta perspectiva, a tese defendida expressa que os afetos ambivalentes entre professor e aluno são motores para o fazer pedagógico do professor, ou seja, a transferência de amor ao saber é um fenômeno que afeta professor e aluno: o professor no estilo (que obtura a falta do outro) de ensinar e, o aluno, no desejo de aprender pela via do agalma (objeto que faz desejar), no sentido de implicá-los na busca pelo saber e conhecimento.
- ItemAngústia do professor, afeto que não engana: um estudo em representações sociais(2020-06-11) Silva, Marcos Vinícius Paim da; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas ; Almeida, Carla Verônica Albuquerque; Nascimento, Ivany Pinto; Souza, Elizeu Clementino de; Farias, Larissa Soares Ornellas; Bomfim, Natanael ReisTrata-se de uma pesquisa denominada Angústia do professor, afeto que não engana: um estudo em representações sociais e que tem como objeto a angústia do professor, cujo construto da angústia foi analisado a partir da referência psicanalítica lacaniana. Desta forma, o tema foi consolidado pela seguinte inquietação: quais as representações sociais que o professor tem sobre a angústia na sua práxis pedagógica, e de que maneira esse afeto revela ser uma possibilidade desse professor sujeito perceber os (im)passes implicados e que repercute na educação contemporânea? Assim sendo, a pesquisa que aqui se apresenta tem por objetivo geral apreender as representações sociais sobre a angústia do professor, e de que forma passam a serem objetivadas e ancoradas à práxis pedagógica, no sentido de ressignificar as ações docentes desse sujeito professor. Os objetivos específicos versam: a) capturar os (im)passes que o afeto angústia revela na práxis pedagógica do professor implicados na educação contemporânea; b) identificar os aspectos psicossociais sobre a angústia do professor, e como este afeto pode ressignificar suas ações docentes; c) analisar as representações sociais da angústia do professor, no sentido de alavancar as objetivações e ancoragem que possibilitam o seu ato educativo. O traço metodológico se delineou guiado pela modalidade da pesquisa qualitativa em que foi elencado como lócus uma escola pública da rede federal, o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano – IFBAIANO (Campus Governador Mangabeira-Ba). Os sujeitos professores do ensino médio de áreas distintas do conhecimento foram em número de 08 e de ambos os sexos, cujas representações sociais apreendidas a partir do objeto investigado geraram análises através da entrevista semiestruturada, desenho e grupo focal. Os dados obtidos frutos da coleta foram analisados sob a perspectiva da análise de discurso de vertente francesa. As representações sociais foram definidas como principal aporte para a escuta do professor acerca da angústia, valendo-se de sistemas socialmente elaborados, bem como dos processos de objetivação e ancoragem. A concepção teórica da pesquisa foi sustentada em: Moscovici (1978; 2003; 2011a; 2011b ;2012); Jodelet (2009; 2001; 1990;1989); Marková (2006; 2017); Alves-Mazzotti (1998 2000; 2002), no campo das representações sociais; Freud (200; 2014;2014); Lacan (2004); Laplanche (1996); Kierkegaard (2010); Miller (2007), no que diz respeito ao construto da angústia; Bauman (2012); Charlot (2013); Nóvoa (1995; 2007); Ornellas (2005; 2013; 2015; 2015), no que concerne à educação atual. A pesquisa revela que a angústia do professor observada na educação contemporânea está ancorada em representações sociais de: desinteresse do aluno, atualização, resiliência, docência compartilhada, indisciplina e desafio em ensinar/aprender.
- ItemAuctoritas inter-rogada: docência (re)inventada(2017-05-05) Cortizo, Telma Lima; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Pereira, Marcelo Ricardo; Macedo, Roberto Sidnei Alves; Farias, Larissa Soares Ornellas; Oliveira, Maria Olivia de MatosA pesquisa doutoral nomeada de Auctoristas inter-rogada: docência (re)inventada é uma pesquisa fundada nos pressupostos teóricos metodológicos e epistemológicos da pisicanálise e educação, na medida em que trabalhou construtos da função paterna, pulsão de vida e morte, sujeito suposto saber e transferência, dentre outros. Tem como objetivo analisar a (des)autorização docente na escola contemporânea, buscando desvelar suas implicações no saber docente. O panorama social descortinado pela globalização, sustentado por um processo de modernização que expandiu de forma mais acelerada desde meados do século XX, repercute em profundas transformações no estar social contemporâneo. O culto a imagem intensificado pelas novas redes de informação e a busca incessante do hedonismo constituiu mudanças significativas nas formas de se relacionar. A modernidade líquida (Bauman, 2011); o processo de desencaixe (Giddens, 1991); o fim das metanarrativas (Lyotard, 2002) e a dessimbolização do mundo (Dufour, 2005) anunciam a inscrição de um cenário, cujos pilares acedem para formas de organizações mais flexíveis, híbridas e autónomas. No rastro da indiferença afirmada por Lipovetsky (2014), em que professor e aluno são tomados cada vez mais como iguais e o desejo de saber se constitui num cenário esvaziado de sentidos, a problemática se inscreve: de que maneira a (des)autorização docente se constitui na escola contemporânea e quais suas implicações no saber docente? O referencial teórico estudado teve como aporte Kojève (2006); Arendt (2011); Foucault (2012, 2016); Freud(1996); Lacan(1975); Pereira (2008); Ornellas(2011); Bauman (2011); Giddens (2011); Nóvoa (1999); Canário (2005); Gatti(2010), dentre outros. Nesse sentido, a abordagem qualitativa apresentou-se como metodologia de pesquisa que possibilitou apreender o entendimento e a interpretação dos atos dos sujeitos implicados. A ênfase foi no Estudo de Caso (YIN, 2005), por ser um estudo complexo de uma instância particular, que permitiu analisar o fenômeno em profundidade. Os dispositivos de coleta de dados utilizados foram: observação, entrevista semiestruturada e conversações. Os sujeitos foram selecionados pelo critério do desejo, perfazendo o total de sete advindos do ensino médio. O locus da pesquisa foi uma escola pública da rede estadual da cidade de Salvador, de porte grande, localizada num bairro central da cidade. Foram construídas unidades de análise, as quais tiveram como suporte a análise do discurso de vertente francesa. Os resultaram revelaram professores implicados e responsáveis com o saber docente, que mesmo sem se dizerem desautorizados ou adoecidos, apresentaram durante a aplicação dos dispositivos de coleta de dados, resquícios de uma autoridade inter-rogada, em grande medida, pelo lugar e posição assumidos cotidianamente diante do (a) aluno (a), acompanhados pelos desafios de um social complexo. O caos escolar expressa-se na indisciplina, na dispersão, na indiferença, no tédio, nos parcos recursos da docência esvaziada de significados e significantes para si e para o (a) aluno (a). Assim, a desvalorização, a solidão, a escuta e a transferência se apresentaram como ausência de reconhecimento da profissão. Portanto, a tese aqui defendida refere a (des)autorização docente na escola contemporânea como percursos constitutivos ambivalentes inscritos em tempos de liquidez tendo como referente a autoridade continuamente inter-rogada. Nesse sentido, postula-se o investimento na palavra e na escuta das singularidades como princípios que permitam emergir a autoria, o reconhecimento, o respeito e a valorização profissional, quiçá, por essa via, a docência possa ser (re)inventada.
- ItemEstilo: capulho de algodão no colo do sujeito-bebê em impasse constitutivo(2020-05-04) Menezes, Eliana de Jesus; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Kupfer, Maria Cristina Machado; Fernandes, Andrea Hortelio; Hetkowski, Tânia Maria; Farias, Larissa Soares OrnellasA presente pesquisa nomeada: Estilo: capulho de algodão no colo do sujeito-bebê em impasse constitutivo tem como objeto de estudo o estilo de professor frente ao sujeito-bebê em impasse constitutivo. Apresenta como objetivo geral investigar de que maneira o professor, com seu estilo, ocupa uma posição de agente primordial para o bebê em impasse constitutivo, com vistas ao advir do sujeito na ambiência da creche. Torna-se recorrente o número cada vez maior da entrada de bebês no universo da creche nos últimos anos. Com isso, ocorre uma travessia precoce do espaço privado da família para o público, o que pode deixar marcas de rompimento do laço familiar no cuidar e educar do bebê. Portanto, nesse contexto de passagem se demarca a presença de bebês com dificuldades no seu encontro com o professor em uma via de sofrimento psíquico. No entanto, o professor com seu estilo e em sua práxis, na ambiência da creche, pode permitir uma continuidade do laço, exercendo a função de agente primordial nessa passagem, de modo que o bebê possa advir como sujeito em constituição. Diante de tal assertiva, ousamos inscrever que a referida tese está assentada na base teórica da Psicanálise e Educação e levantar algumas questões que nortearão a presente pesquisa: De que maneira o professor, com seu estilo, ocupa uma posição de agente primordial para o bebê em impasse constitutivo? O que pode fazer um professor para contribuir com o advir do sujeito na ambiência da creche? Nesta investigação, a abordagem foi qualitativa, com viés de Estudo de Caso, inspirada nos eixos teóricos da metodologia IRDI. O lócus foi em uma Unidade de Educação Infantil de 0 a 3 anos (creche), na cidade de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte. Os sujeitos foram 02 (duas) professoras entre 5 a 15 anos em exercício docente em creches e 04 (quatro) bebês de 1(um) a 2 (dois) anos de idade em impasse constitutivo no berçário. Os dispositivos de coleta de dados foram: observação, entrevista em profundidade e a roda flutuante. A análise dos dados obtidos foi inspirada na Análise de Discurso de vertente francesa. A pesquisa apontou que o estilo está presente no educar, brincar e olhar das professoras, podendo ser nomeado como brincante, escópico, maternante e regido pelos eixos constitutivos do sujeito, pela via da ambivalência, traduzida na função maternante, no laço transferencial entre a professora e o bebê, na transmissão da lei paterna, demarcando que ao assumir uma posição ambivalente e de falta, a professora, agente primordial, com seu estilo, sua marca pode permitir ao sujeito-bebê, em impasse constitutivo, enredar-se nas tramas do desejo na ambiência da creche.
- ItemFamília recomposta na escola: devorar o modelo, amar a diferença(2016-04-08) Bittelbrunn, Edna; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas ; Batista, Douglas Emiliano; Alcântara, Miriã Alves Ramos de; Farias, Larissa Soares Ornellas; Costa, Lívia Alessandra Fialho daEsta pesquisa doutoral Família recomposta na escola: devorar o modelo, amar a diferença teve como objetivo analisar de que forma a escola apreende os diferenciados arranjos familiares, que se pronunciam através dos alunos que acolhe, com destaque para a especificidade das famílias recompostas. Buscou-se discutir o espaço das famílias nas interlocuções com a escola e analisar as relações e/ou as denegações vividas pelos sujeitos envolvidos. Para tal, elegeu-se um estudo empírico, em escola pública de porte médio, contemplando pais em situação de recomposição (cinco mães e uma madrasta), professores (três homens e duas mulheres da série/ano em que os filhos dessas famílias estavam matriculados) e uma especialista em psicopedagogia. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados, desenhos expressivos e entrevistas e foi realizada a análise qualitativa dos dados, tendo como referência estudos nas áreas de Psicanálise, Educação e Sociologia. A análise objetivou discutir, através de rituais escolares presenciados e construídos pelos sujeitos, como os conceitos de família originam-se e desenvolvem-se no contexto escolar. Os profissionais da educação relataram como escutam as famílias diferenciadas presentes na escola e os familiares apontaram suas experiências de acolhimento (ou não) pela escola. Os resultados obtidos foram alimentados pela literatura da área, a fim de levantar semelhanças e divergências, salientando que a contemporaneidade ainda não contempla um recuo necessário de pesquisas sobre famílias recompostas, em suas aproximações com a escola, que propiciem um conhecimento mais conciso desses objetos complexos. A análise dos instrumentos de coleta de dados nos direciona para um “entrelugar” de família e escola, onde relações cambiantes entre o tradicional e a abertura de diálogo frente a formatos diferenciados de família se apresentam. Há uma postura, por parte dos educadores, de chamamento de uma família nuclear (pai, mãe e filhos), com certo privilégio nos rituais escolares, mas também há a escuta de ruídos para a quebra desse paradigma frente a famílias que não obedecem tal composição (famílias recompostas, monoparentais, homoafetivas, dentre outras). Afina-se tal investigação com a ideia de que a apreensão pela escola do conceito ainda merece maturação, e de como se estruturam e funcionam as diferentes configurações familiares, anunciando-se, então, um tempo de maturação e aprendizagem. Lembrando que as configurações diferenciadas de família já se expressam na escola e no contexto social, de forma majoritária. Averiguou-se, assim, que o mal-estar na escola apresenta várias facetas, uma delas que se insurge pela (não) relação com as famílias nas suas tipologias variantes e seu dinamismo.
- ItemA Professora nos entremuros do cárcere(2014-12-15) Almeida, Carla Verônica Albuquerque; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas ; Rabinovich, Elaine Pedreira; Nascimento, Ivany Pinto; Souza, Elizeu Clementino de; Nunes, Eduardo José FernandesTrata de uma pesquisa doutoral nomeada de A professora nos entremuros do cárcere alicerçada na abordagem processual moscoviciana da teoria das representações sociais sobre o fazer docente, experenciada no cotidiano carcerário e tem como objetivo, apreender as representações sociais da formação, dos saberes e práticas pedagógicas de professoras que atuam em uma escola prisional. O problema da pesquisa versa sobre: que lugar e posição tem as representações sociais da formação, dos saberes e práticas pedagógicas da professora que constrói seu exercício docente numa escola prisional e quais as implicações do entremuros para o processo de ensinar e aprender? Nesta perspectiva, o estudo se delineia no contexto de oito professoras que exercitam seu ofício numa escola prisional. O referencial teórico estudado contextualiza a educação formal em um ambiente prisional, a formação de professores que atuam neste espaço, as representações sociais de suas práticas pedagógicas e está alicerçado nos estudos de Foucault (2011), Moscovici (2001, 2004, 2011), Ornellas (2001, 2007, 2009, 2011), Nóvoa (1995, 2002, 2009, 2011), Tardif (2000, 2002, 2008) bem como de outros teóricos fundantes que fazem o matiz do bordado teórico metodológico. A tessitura metodológica se fundamenta numa abordagem qualitativa, com ênfase no método das representações sociais e do estudo de caso. Os instrumentos aplicados para a colheita de dados foram: a observação, a entrevista narrativa e o desenho. Com relação aos dados foram construídas categorias descritivas e analíticas e analisados pela vertente da análise do discurso. Os resultados apontam que, embora a prática docente se dê em um espaço marcado pelo imprevisível e improvável, cujos alunos mostram-se visivelmente afetados pelo amódio, a pesquisa revela que as professoras exercem sua função com prazer, mesmo apontando as lacunas da formação e ausência de políticas públicas destinadas à educação prisional e o impacto do dispositivo do cárcere sobre a professora- sujeito e seu exercício na escola. O cruzamento dos dados entre os três instrumentos expressa que os significantes: professora no cárcere, ensinar e aprender, (im)possibilidades e relação professor e aluno/afeto, foram recorrentes o que denota a pertinência do rigor no processo da análise. Nesta perspectiva, a tese a qual defendo expressa que as representações sociais da professora no entremuros do cárcere estão ancoradas em representações sociais de: formação, na escolha, no cotidiano do cárcere, nas (im)possibilidades, na prática pedagógica e no afeto. É uma aposta, em que o objeto educação no cárcere se mescla com as narrativas e o senso comum emerge revelando-se em ato, emancipado cientificamente.
- ItemRepresentações sociais da constituição de professor-sujeito frente aos (a)muros da educação contemporânea(Universidade do Estado da Bahia, 2023-12-15) Farias, Ediênio Vieira; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas ; Novaes, Adelina de Oliveira; Santos, Carla Liane Nascimento dos; Silva, Marcos Vinícius Paim da; Bonfim, Maria Núbia Barbosa; Almeida, Suzzana Alice LimaA presente pesquisa se constitui em torno da relação entre a Educação e a abordagem processual da Teoria das Representações Sociais (TRS) que inscreve aderência acerca da constituição de professor-sujeito frente aos (a)muros da educação contemporânea. Esses (a)muros, construto lacaniano, referem-se ao ato de castração do sujeito (ou de negação desse processo), ao tempo, que manifesta a ideia de sujeito do desejo, sujeito faltante ou do inconsciente. Nessa busca, torna-se necessário enlaçar essa noção de sujeito ao processo de subjetivação dos professores bacharéis que lecionam na Educação Profissional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano). Assim posto, o objetivo geral da pesquisa é apreender as representações sociais da constituição de professor-sujeito frente aos (a)muros da educação contemporânea com vistas a uma práxis pedagógica referenciada. Para tanto, a investigação se sustenta na abordagem qualitativa em Educação, enlaçada ao desenho epistemológico e teórico-metodológico da pesquisa em representações sociais. No lócus em questão, foram selecionados 05 (cinco) professores(as) Engenheiros(as) Agrônomos(as) (não-licenciados) que lecionam componentes curriculares do eixo técnico e tecnológico da Educação Profissional. Enquanto dispositivo de colheita, foram utilizados a entrevista individual semiestruturada, o encontro dialogal e a fita moëbiana, a qual emerge para metaforizar a constituição de professor-sujeito frente ao campo interpretativo de uma pesquisa educacional. A análise das formações discursivas ocorre pela Análise de Discurso (AD), a fim de escutar o dito, não dito e o interdito dos sujeitos, fazendo ilações com as confluências teóricas entre o discurso psicanalítico lacaniano e o discurso filosófico foucaultiano, principalmente no que diz respeito (respectivamente) ao movimento da identificação e subjetivação do sujeito psicossocial. Por ancoragem e objetivação, apreende-se que a ‘constituição de professor-sujeito’ é uma cadeia significante que evidencia princípios de inquietação e escuta de si e do outro frente aos (a)muros da educação. Nesses termos, a pesquisa doutoral aponta que o ‘constituir-se’ na docência se reapresenta por outros verbos reflexivos: afetar-se, ¬ perceber-se, reconhecer-se, cuidar-se, formar-se, transformar-se, escutar-se, permitir-se, recriar-se e orientar-se. Essa reflexividade situa a posição e lugar do professor-sujeito no ato de ensinar e aprender, elevando o processo de subjetivação do sujeito ao nível do enlaçamento entre o singular e o social nos espaços de representação, o que (re)cria o sentido dos processos subjetivos e formativos de professor-sujeito na educação contemporânea.
- ItemSer ou não ser: o céu e o inferno de Gramsci e Moscovici na letra do senso comum(2017-03-29) Almeida, Suzzana Alice Lima; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas ; Sousa, Clarilza Prado de; Nascimento, Ivany Pinto; Santos, Carla Liane Nascimento dos; Santos, Luciano CostaA pesquisa doutoral nomeada de SER OU NÃO SER: o céu e o inferno de Gramsci e Moscovici na letra do senso comum, ganhou consistência a partir da reflexão sobre o cenário social atual, ilustrado pela intensa dinâmica registrada na sociedade política e civil. A partir disso, fomos provocadas a apreender melhor a posição que o sujeito ocupa ao falar e agir enquanto coautor histórico das suas práticas sociais cotidianas dentro do complexo cenário apresentado. Foi com esta inquietação que, no percurso, voltamos o nosso olhar para o senso comum, considerando a influência que ele exerce nas escolhas dos sujeitos; este movimento nos levou ao encontro de Antônio Gramsci e Serge Moscovici, como autores centrais para nos ajudar a entender a organização e produção do pensamento social, além de nos fazer pensar de que maneira as aproximações teóricas identificadas entre os autores, poderiam contribuir para nortear propostas educativas de cunho emancipatório dentro de grupos de pertença do sujeito. Assim posto, o objetivo geral da nossa pesquisa foi: investigar aproximações e distanciamentos entre as teorias de Gramsci e Moscovici, no sentido de articular, através das aproximações, uma proposta de educação para práxis, a fim de contribuir com a formação do sujeito político para atuar em seu grupo de pertença. Realizamos uma pesquisa teórica utilizando os livros basilares no desenvolvimento da teoria de cada autor, a exemplo dos Cadernos do Cárcere (GRAMSCI, 1975) e A Psicanálise, sua Imagem e seu Público (MOSCOVICI, 1979), além das fontes de outros estudiosos que se apropriam das obras de trabalho dos referidos teóricos. O percurso metodológico trilhado teve aderência com paradigmas que comportam a mudança e a historicidade como elementos norteadores, portanto, buscamos subsídios na teoria crítica e na filosofia da práxis gramsciana para respaldarem a nossa análise dos dados. Os resultados revelaram que a principal aproximação teórica entre os autores é na abordagem sobre o senso comum, surgindo daí subcategorias que deram maior visibilidade a esta aderência. Nos distanciamentos, elaboramos reflexões sobre o lugar do sujeito nas obras dos autores, (des)construindo fundamentos que se apoiam na oposição e contradição dos conceitos. Ao apresentarmos a proposta de educação para práxis, lançamos o olhar sobre a escola, elegendo a sua dinâmica, principalmente na relação professor – aluno, como um encontro fundante para a constituição da práxis pedagógica comprometida com a emancipação humana como uma ação, sobretudo, possível.
- ItemVariações da forma na cena educacional: experimentação e corpos (im)possíveis(2013-05-24) Ferraz, Ana Rita Queiroz; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas ; Leite, Alex Sandro; Galeffi, Dante Augusto; Mendonça Filho, Manoel Carlos Cavalcanti de; Oliveira, Maria Olivia de Matos ; Souza, Sueli Ribeiro MotaEsta tese trata da variação das formas na cena educacional, a partir da experimentação. Traça cartografias, ressaltando o determinismo da representação e a fabricação de “corpos dóceis e úteis” pelas politicas de forças baseadas na recognição. Investiga situações nas quais as tensões entre as forças da recognição e forças livres produzem des-figurações nos esquemas simplificadores e fixadores de formas, resultando em corpos intensivos e produtores de potência. Pelo caráter de pesquisa-experimentação levanta questões sobre a pesquisa e o pesquisar, bem como sobre um modo de escrita possível na variação, porquanto produza rasuras na representação. Apresenta o objeto como uma nuvem de virtuais que se efetua na medida do desenrolar da pesquisa, demandando uma implicação radical do pesquisador com o plano da imanência. Propõe, para além da formação, a des-figuração como estratégia para fugir ao essencialismo do sujeito e à produção social das forma-academia, forma-escola, forma-professor, forma-pesquisador-escritor, forma-aula, forma-aluno, forma-currículo. Reconhece a variação como o que vige “entre” a arte, a educação, a filosofia e a ciência. Para tanto, trabalha com ideias de Gilles Deleuze, Félix Guattari, Michel Foucault, Luis Fuganti, Mikhail Bakhtin, dentre outros.