Trajetórias de jovens com deficiência intelectual no mundo do trabalho: percepções familiares
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Resumo
A chegada da vida adulta de uma pessoa com deficiência traz para a família expectativas quanto ao futuro de seus filhos. Os indivíduos com deficiência intelectual e seus familiares enfrentam dificuldades, principalmente as mães, quando os acompanham na busca por inserção no mundo do trabalho, pois almejam que seus filhos tenham autonomia de vida e possam realizar as atividades cotidianas da vida adulta. O estudo refere-se aos relatos de quatro mães e uma tia, responsáveis por cinco jovens com deficiência intelectual matriculados no Centro de Educação Especial da Bahia (CEEBA) e que estão no mercado de trabalho formal há mais de 12 meses. Tem como objetivo analisar as percepções de familiares sobre a trajetória de seus filhos e sobrinho após o ingresso no mercado de trabalho. O referencial teórico sobre estigma, preconceito, cuidado, família, deficiência intelectual e trabalho é baseado em alguns estudos de Erving Goffman, José Leon Crochík, Lucila Scavone, Ricardo Antunes, Alessandra Mendes Soares, Maria Salete Aranha, Débora Diniz, Gustavo Piccolo, Pamela Volz, Carlos Veiga, entre outros. Realizou-se uma investigação de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, sobre aspectos diversos acerca da trajetória dos jovens com deficiência intelectual no mundo do trabalho, a exemplo da importância dada ao trabalho, as mudanças ocorridas após o ingresso no mundo do trabalho e o nível de satisfação dos filhos e sobrinho com o trabalho. Ademais, foi feita uma caracterização sobre a mediação do Centro de Educação Especial da Bahia (CEEBA) para a inserção dos jovens estudantes no mercado de trabalho. Foi possível verificar que as mães e familiares demonstram estar satisfeitas com o emprego de seus filhos e sobrinho e com as conquistas proporcionadas, entretanto, ainda existe um receio familiar para permitir maior autonomia ou independência para esses jovens; a interdependência entre mãe e filhos, tia e sobrinho permanece presentes nessas relações. Demonstraram também insatisfação com os baixos salários, com a ausência de novas oportunidades no mundo do trabalho, e reconheceram que o fato de os jovens estarem empregados não ampliou as amizades ou criou possibilidades de relações afetivas.