Este trabalho investiga a presença e o uso do “Ma” e das leis da Gestalt como ferramentas essenciais para a experiência estética da cinematografia do Studio Ghibli. A motivação do trabalho se dá pela grande influência artístico-cultural dos filmes de Hayao Miyazaki, que conseguem traduzir profundidade filosófica e emocional através de diversos aspectos da mídia e pela falta de estudos analíticos sobre Ma sob a perspectiva gestáltica. Procura-se identificar e estudar como a narrativa, a composição visual, o ritmo, o design sonoro e os personagens podem ser analisados em conjunto com as leis da Gestalt para reforçar o vazio como elemento temático. Foi escolhido o método da Teoria Fundamentada, adaptada à análise visual e cinematográfica, em que o filme A Viagem de Chihiro (2001) compôs o caso específico, permitindo utilizar as características, os padrões e os conceitos observados para analisar os filmes dirigidos por Hayao Miyazaki. Foi pontuado que a Gestalt e Ma são utilizados plenamente em sua cinematografia de forma a ditar o ritmo do filme e criar “cenas de respiro”, marcadas pela escassez de diálogos, cortes longos e planos estáticos.