O turismo e a especulação imobiliária são práticas que contribuem para a valorização do espaço. Os agentes sociais produtores do espaço detêm distintas formas de atuação que impactam diretamente no uso e ocupação do solo e nas relações sociais de poder. A área urbana isolada de Praia do Forte é exemplo de um espaço altamente valorizado e historicamente marcado por diversas disputas territoriais que contribuíram para sua atual formação espacial. Aspectos como a tipologia construtiva, os valores de uso e de troca de seus loteamentos, a imagética criada para fomentar sua valorização e gerar lucro ao mesmo tempo demonstram e exemplificam a atuação dos promotores imobiliários para o aumento do valor da terra. Este trabalho se debruça em expor os elementos de valorização do espaço em Praia do Forte, bem como compreender a atuação dos agentes sociais na produção do espaço desta localidade que se firmou como um importante destino turístico de nível internacional. A realização deste trabalho consistiu na pesquisa bibliográfica e documental, revisão de literatura, pesquisa de campo e análise dos dados coletados que permitiram a elaboração de mapas que traduzem a realidade tipológica do núcleo urbano de Praia do Forte e sua organização socioespacial. De acordo com os resultados da pesquisa, constata-se que os principais elementos de valorização do espaço em Praia do Forte consistem no apelo imagético do ecoturismo, representado pelo Projeto Tamar, Instituto Baleia Jubarte, Reserva Sapiranga e Parque Municipal Klaus Peters, bem como pelo contexto histórico-cultural representado, principalmente, pelo Castelo Garcia D’Ávila. Por fim, aspectos como a segurança, o status fundamentado por sua própria valorização e a imagem propagandística de Praia do Forte como uma antiga vila de pescadores complementam estes elementos.