Este estudo aborda a ética na contabilidade como um pilar estratégico e indispensável para a credibilidade e a valorização da profissão. Em um cenário marcado por crescentes exigências de governança, compliance e fiscalização de crimes econômicos, o contador atua como um guardião de informações sensíveis que impactam diretamente a tomada de decisões na sociedade. Apesar da intensificação do debate na literatura acadêmica brasileira, a abordagem ética ainda é predominantemente normativa, exigindo uma análise mais crítica e aprofundada dos dilemas práticos. O objetivo central é analisar a evolução e a aplicação dos princípios éticos na profissão contábil, especialmente frente aos desafios impostos pela integração de novas tecnologias (como a Inteligência Artificial), com foco na integridade da informação. Para tal, o trabalho busca contextualizar os fundamentos filosóficos da ética, discutir o papel do Código de Ética Profissional do Contador (CEPC), identificar os dilemas éticos emergentes da tecnologia (viés algorítmico e LGPD) e refletir sobre a redefinição do perfil profissional. A justificativa reside na importância de compreender como a ética, além de prevenir desvios de conduta, fortalece a imagem e a confiança no contador. Este estudo visa contribuir com subsídios para a academia, os conselhos de classe e os profissionais, reforçando a ética como fator de estabilidade social, econômica e de valorização da classe contábil. Complementarmente, a pesquisa incorpora uma investigação empírica por meio de pesquisa de campo de natureza exploratória e descritiva, realizada com contadores registrados no Conselho Federal de Contabilidade, com o objetivo de aproximar o referencial teórico da realidade profissional. Os resultados evidenciam que os dilemas éticos mais recorrentes na prática contábil estão associados, sobretudo, à pressão de clientes por flexibilização de procedimentos e à gestão de informações incompletas ou inconsistentes, confirmando que os desafios éticos contemporâneos extrapolam questões técnicas e demandam julgamento profissional fundamentado nos princípios da integridade e da objetividade. Os achados reforçam, ainda, a percepção de que a conduta ética do contador é determinante para a transparência, a justiça fiscal e a credibilidade das informações contábeis em um contexto de crescente digitalização.