Um texto não-todo seu: a vida escrita nos diários de juventude de Virginia Woolf
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Resumo
Esta dissertação tem como objetivo analisar os primeiros diários íntimos da escritora Virginia Woolf, à luz da teoria psicanalítica e dos estudos literários. O corpus analisado é composto pelo conjunto de textos íntimos redigidos durante a juventude da romancista inglesa, organizados e publicados por Mitchell Leaska em 1990, sob o título A Passionate Apprentice: The Early Journals (1897-1909). Esses escritos, nos quais “cabiam tudo”, das insignificâncias às questões significativas da vida ordinária, constituíram-se como uma instância privilegiada de elaboração subjetiva, sinalizando não apenas a travessia da adolescência à vida adulta e o processo de formação da romancista, mas também o movimento de apropriação da palavra escrita a partir de uma posição feminina. De modo estritamente singular, a aprendiz das letras utilizou a escrita de si como ponto de ancoragem à existência. Para a análise dessas questões, recorre-se às contribuições teóricas sobre o gênero diário íntimo de Maurice Blanchot, Philippe Lejeune, Alain Girard, Nora Catelli e Leonor Arfuch. No campo psicanalítico, destaca-se o aporte teórico dos estudos de Sigmund Freud e Jacques Lacan sobre o feminino. Também são relevantes as investigações de Michel Foucault acerca da noção de escrita de si. Palavras-chave: Virginia Woolf. Diários íntimos. Escrita. Feminino. Psicanálise.