Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudo de Linguagens (PPGEL)

O Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens/PPGEL, vinculado ao Departamento de Ciências Humanas do Campus I da Universidade do Estado da Bahia, tem sua sede na cidade de Salvador/Bahia. Recomendado pela CAPES (Ofício N◦ 602-11/2005/CTC/CAPES–19/09/2005), foi implantado em 2006, ofertando o Curso de Mestrado. Na avaliação do quadriênio 2013-2016, alcançou a nota 4, obtendo, em 2020, a aprovação do curso de Doutorado. Recomendado pela CAPES e reconhecido pelo Ministério da Educação através da Portaria 997, de 23/11/2020, publicada no D.O.U. de 24/11/2020, o Doutorado tem início em 2021.

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    Uma abordagem autoetnográfica na mediação da leitura literária (re)existindo no ensino fundamental-anos finais em escolas municipais de Salvador/Bahia
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-07-10) Jesus, Generosa França Ribeiro Neta de; Gomes, Adriana de Borges; Sobrinho, José Amarante Santos; Figueiredo, Joabson Lima
    O presente trabalho aborda o ensino da leitura literária através de projetos literários para estudantes do Ensino Fundamental – anos finais de três escolas municipais de Salvador e para estudantes das escolas municipais de Ilha de Maré. As escolas abordadas nessa pesquisa são: Escola Municipal Barbosa Romeo (EMBR), Instituto Municipal de Educação Professor José Arapiraca e Escola Municipal 2 de Julho. Trata-se de um estudo autoetnográfico, cujo metodologia é composta pela voz autoral da professora pesquisadora que se constitui em sujeito-objeto da sua pesquisa através de relatos de experiências com projetos de leituras desenvolvidos com estudantes da educação básica das supracitadas escolas. O aporte teórico ancora-se nos conceitos da escrita autoetnográfica defendido por Daniela Beccaccia Versiani (2005), da etnografia em educação abordado por Carmen Lúcia Guimarães de Mattos, Paula Almeida de Castro (2011) e Diana Irene Klinger (2006); o conceito de mediação, o qual é fundamentado na visão sociointeracionista do teórico Lev Semynovich Vygotsky (2007, 2009), relacionado a tal concepção contamos com importantes vozes sobre a história e o ensino da leitura literária de forma mediada: Rildo Cosson (2021), Michèle Petit (2008, 2009, 2013),Teresa Colomer (2003, 2007) e Antonio Candido (2023 a, 2023 b). Desta forma delineou-se a seguinte questão problematizadora que motivou e justifica esta pesquisa: diante de um cenário de escola pública, povoada de desafios e carências, qual a relevância de um trabalho de mediação de leitura literária através de projetos, feito para adolescentes, pela iniciativa de uma professora da educação básica, quem é essa profissional que desempenha o papel de mediadora de leitura, quais especificidades ela precisa ter, de quais e quantas experiências ela é composta? Nesse sentido propomos como objetivo geral: constituir um relato autorreflexivo pautado em práticas desenvolvidas com projetos literários e embasado em documentos norteadores, para estudantes do Ensino Fundamental – anos finais, visando contribuir com o ensino mediado de leitura literária para a educação básica na rede municipal de ensino de Salvador. Os objetivos específicos norteiam as três seções da pesquisa, a saber :1) apresentar o histórico das três escolas e da comunidade estudantil de ilha de Maré contempladas nesta pesquisa, bem como analisar os documentos e programas que norteiam as políticas destinadas ao ensino da leitura literária, destacando de cada escola aqui mencionada, sua proposta pedagógica, sua estrutura, público que atende, projetos desenvolvidos com os alunos e indicadores de avaliações externas; 2) discutir o conceito de autoetnografia bem como o de mediação, com base nas teorias e literaturas elencadas nesta dissertação, fazendo um paralelo entre as experiências relatadas e os documentos analisados na pesquisa, para destacar a importância do relato de minhas vivências com a mediação da leitura literária na educação básica dos anos finais; 3) relatar minhas experiências e vivências com o ensino da leitura literária nas escolas onde atuei, descrevendo projetos já realizados, constatando a relevância da leitura literária mediada para estudantes do Ensino Fundamental - anos finais. Diante do exposto, apresentamos os resultados esperados: o histórico das três escolas, os programas e documentos que norteiam ensino da leitura literária, programas que foram implementados e os resultados, bem como cenário atual de ausência de projetos literários nas bibliotecas e salas de leitura das escolas citadas na pesquisa de que resulta esta dissertação; a importância da mediação da leitura literária entre estudantes do Ensino Fundamental - anos finais conforme a teoria sociointeracionista e outros estudos, quem pode fazer essa mediação, de quais experiências é composto um mediador; o perfil do professor e seu histórico com os livros e a leitura, relatos de experiências e práticas de mediação com projetos de leitura literária desenvolvidos com adolescentes da educação básica de escolas públicas.
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    “Oi, sim, sim, sim! Oi, não, não, não:” mercado editorial e circulação da literatura de Fábio Mandingo
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-06-10) Hurst, Bárbara Cristina Morais Pinto; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Oliveira , Sayonara Amaral de; Queiroz, Milena Britto de
    A presente dissertação mira a cena artística preta, destacando a literatura negra de contextos periféricos como foco desta pesquisa. Tem como objetivo ampliar a discussão sobre a literatura contemporânea e se propõe a observar os problemas enfrentados pela produção, divulgação e comercialização livreira no Brasil, assim como agem às editoras e livrarias periféricas no mercado editorial, trazendo para o centro da discussão o autor Fábio Mandingo, como escritor, que rasura o sistema literário e busca estratégias para publicação e circulação de seus livros. Dessa forma, inicialmente, delineou-se um panorama sobre a literatura contemporânea e acerca do mercado editorial, destacando-se a presença dos escritores da margem que estão cada vez mais atuantes no campo literário. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa de cunho exploratório e interpretativo, uma vez que se utilizaram os registros disponíveis decorrentes de pesquisas anteriores e documentos, além dos livros de Fábio Mandingo. Fez-se um estudo de caso a fim de permitir o aprofundamento a respeito do objeto da pesquisa. A pesquisa reúne um constructo de publicações acadêmicas sobre o mercado editorial e a respeito da literatura contemporânea, bem como entrevistas com o escritor Fábio Mandingo e o editor Marciano Ventura. Nesse sentido, o aporte teórico se organizou a partir das discussões sobre o termo contemporâneo trazidos por Silva (2019), Agambem (2009), Schollhammer (2009) e Resende (2008). Outra discussão norteadora da pesquisa sobre vozes marginalizadas foi trazida por Dalcastagnè (2012) e Reys Arias (2011) que trata sobre a produção literária existente na periferia e mercado editorial negro periférico. Patrocínio (2013) que aborda como a cena literária se apresenta na contemporaneidade. As análises desenvolvidas nessa escrita demonstram que o campo editorial brasileiro ainda é limitado, já que várias vozes deixam de ser evidenciadas e autores como Fábio Mandingo tem um papel importante na contemporaneidade por fazer protagonizar em sua obra sujeitos marginalizados e por apontar modos outros, para além da tradição, de produção literária.
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    As estratégias de retomada anafórica do objeto direto: uma análise descritiva da fala da comunidade quilombola do Maracujá, Conceição do Coité-BA.
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-05-23) Santana, Cinara de Andrade Silva; Souza, Pedro Daniel dos Santos; Araujo, Silvana Silva de Farias; Carvalho , Cristina dos Santos
    O presente trabalho tem como objetivo analisar a variação na retomada anafórica do objeto direto na fala da comunidade quilombola do Maracujá, localizada no município de Conceição do Coité-BA. Fundamentando-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista, a pesquisa investiga quatro estratégias recorrentes no português brasileiro para a retomada anafórica do objeto direto – pronome lexical, sintagma nominal anafórico, categoria vazia e clítico acusativo de terceira pessoa –, conforme descritas nos estudos de Duarte (1986, 2003), Cyrino (1994), Figueiredo (2004), Luz (2009). No percurso de investigação, buscou-se descrever a formação sócio-histórica da comunidade, identificar os fatores estruturais e sociais que influenciam a escolha das variantes e verificar se os contextos favoráveis às retomadas na comunidade quilombola são os mesmos observados em outras amostras do português brasileiro. Como hipótese central da pesquisa se considerou que o fenômeno linguístico analisado reflete as condições de uma transmissão linguística irregular, resultante das particularidades socio-históricas da comunidade rural afro-brasileira investigada, que apresenta características comuns a contextos de isolamento linguístico e acesso limitado a normas prestigiadas da língua. Essas particularidades contribuíram para uma maior manifestação da variação linguística e para a possível eliminação da forma mais normatizada do fenômeno na gramática dos falantes, o clítico acusativo. A pesquisa foi realizada com base em um corpus composto por 18 entrevistas sociolinguísticas, estratificadas por idade e sexo, organizado por Parceiro (2007). A análise quantitativa dos dados revelou que o fator linguístico função sintática do antecedente referente foi o mais significativo na escolha das variantes, demonstrando que a estrutura sintática desempenha um papel relevante na variação das estratégias de retomada do objeto direto. Ademais, a variável idade também se mostrou relevante, indicando diferenças nas escolhas das variantes entre gerações. Os resultados destacam a predominância da categoria vazia, evidenciando o impacto do processo de transmissão linguística irregular. Além de contribuir para ampliar o entendimento das dinâmicas de variação e mudança linguística no português brasileiro, especialmente na variedade rural afro-baiana, este estudo desempenha um papel importante na valorização da riqueza linguística da comunidade quilombola do Maracujá. Ao documentar e analisar práticas linguísticas locais, a pesquisa reforça a importância de preservar a identidade cultural e linguística de grupos historicamente marginalizados.
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    Gramaticalização de entender no português moçambicano: de verbo cognitivo a marcador de requisito de apoio discursivo
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-06-11) Lima, Ana de Jesus; Carvalho, Cristina dos Santos; Oliveira, Josane Moreira; Souza, Pedro Daniel dos Santos
    Nesta dissertação, temos como objetivo geral analisar, no português moçambicano (PM), os usos, gramaticalizados ou não, do verbo entender, nas seguintes formas e/ou construções: entende, entendes, entendem, tá entendendo, está a entender, entendeu e entendeste. Mais especificamente, pretendemos: (i) identificar os usos do verbo entender na variedade em questão; (ii) distinguir os usos menos e mais gramaticalizados desse verbo; (iii) descrever a trajetória de gramaticalização dos usos de entender no PM; (iv) verificar quais parâmetros linguísticos estão correlacionados à gramaticalização de entender. Para tanto, baseamo-nos nos pressupostos teórico-metodológicos do Funcionalismo norte-americano (Hopper, 1987; Martelotta; Areas, 2003; Furtado da Cunha; Costa; Cezario, 2003 etc.), especialmente naqueles da abordagem clássica da Gramaticalização (Hopper, 1991; Hopper; Traugott, 2003[1993] etc.), e em trabalhos sobre a trajetória de gramaticalização de verbos que passaram a funcionar também como marcadores discursivos de requisito de apoio discursivo (RAD) (Valle, 2001, 2014; Freitag, 2008 etc.). Para a descrição dos usos de entender, utilizamos dados empíricos do PM contemporâneo (século XXI), extraídos do Corpus do Português (Davies; Ferreira, 2006). Realizamos uma pesquisa de viés metodológico qualiquantitativo, considerando os seguintes parâmetros linguísticos: tempo e modo verbais; pessoa gramatical do sujeito; explicitude/omissão do sujeito; contexto interrogativo/não interrogativo e tipo de pergunta; presença e tipo de complemento verbal; tipo de sequência linguística. Os resultados demonstram que entender tem sido empregado, no PM, como: verbo pleno com diferentes acepções relacionadas à atividade mental (funcionando, portanto, como verbo cognitivo); verbo modal; marcador discursivo do tipo RAD; desses usos, o mais frequente na amostra é o de verbo pleno, que tende a ocorrer no presente do indicativo (nas formas entendem e entende), com sujeito explícito na terceira pessoa do singular (P3), em contexto não interrogativo, com sintagma nominal como complemento e em sequências expositivas. Em relação ao processo de gramaticalização, pudemos: (i) evidenciar uma mudança categorial de verbo pleno para verbo modal, uso em que entender deixa de ser elemento lexical e ganha função gramatical e valor volitivo; (ii) confirmar a hipótese de que o uso como marcador discursivo é o mais gramaticalizado e, consequentemente, mais abstratizado ao exercer funções interacionais. Quanto à correlação entre os usos gramaticalizados e os parâmetros linguísticos considerados na pesquisa, verificamos que entender: (i) como verbo modal, é mais utilizado no pretérito perfeito do indicativo (na forma entendeu), com sujeito explícito na terceira pessoa do singular (P3), em contexto não interrogativo, com oração encaixada não-finita como complemento e em sequências narrativas; (ii) como marcador discursivo, tende a ocorrer mais no presente do indicativo (na forma entendes), com sujeito implícito na segunda pessoa do singular (P2), em contexto interrogativo com pergunta retórica, sem complemento verbal e em sequências argumentativas. Ademais, a partir dos dados examinados, propusemos duas trajetórias de mudança para o verbo entender – verbo pleno > verbo modal e verbo pleno > marcador discursivo –, que ilustram um fenômeno denominado, na literatura funcionalista, de poligramaticalização (Braga; Paiva, 2003). Consideramos que, nas duas trajetórias, há atuação da metáfora como mecanismo motivador das mudanças categoriais de entender.
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    Leitura e análise do gênero textual artigo de opinião a partir do livro didático “se liga na língua”: uma contribuição para a formação do leitor
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-04-28) Lopes, Maria das Graças; Nascimento, Daniela Galdino; Santos, Oton Magno Santana dos; Oliveira, Rogério Soares de
    O presente estudo tem a finalidade de analisar como o gênero textual artigo de opinião é tratado no livro didático da coleção Se Liga na Língua - 9º Ano e como isso contribui para a formação de leitores críticos e interativos. A leitura é um processo fundamental para a construção do leitor. É fato que as dificuldades existem, mas ela traz possibilidades de novos saberes e novas aprendizagens e um dos principais instrumentos de trabalho e apoio pedagógico é o livro didático (LD). Responsável por contextualizar gêneros textuais, gramática e linguística, é por meio deste instrumento que se pode fazer uma leitura diária, análises e questionamentos, desenvolver habilidades, obter conhecimento para participar de discussões e interagir com outras pessoas. Assim sendo, o problema de pesquisa partiu da seguinte questão: Como o LD Se Liga na Língua, manual utilizado pelo 9º Ano, aborda a questão da leitura e análise do gênero textual artigo de opinião e de que forma contribui para a formação de leitores? Para a resolução de tal questionamento, foram elencadas três categorias de análise: a) a linguagem presente no texto artigo de opinião; b) a relação entre textos do campo jornalístico-midiático; c) a importância do gênero textual artigo de opinião na formação do leitor. Além disso, a presente pesquisa também amplia o conhecimento sobre os gêneros textuais e sua funcionalidade no contexto social, conceitua o gênero textual e sua tipologia, analisa a evolução histórica do livro didático e seus impactos no ensino da leitura e investiga a contribuição da leitura na formação do leitor. O percurso metodológico adotado se deu a partir de uma pesquisa documental complementada com a pesquisa bibliográfica, embasada por teóricos como: Bakhtin (2003; 2010), Marcuschi (2002; 2008), Koch e Elias (2006), dentre outros que tratam de reflexões acerca da leitura e gêneros textuais. Os pontos analisados concluíram que o gênero textual artigo de opinião contido no LD Se Liga na Língua - 9º Ano apresenta elementos relevantes à produção, leitura e análise que são necessários à formação de leitores críticos e participativos. Portanto, as atividades de leitura propostas pelo LD promovem a argumentação e estimulam a interpretação crítica de textos jornalísticos por parte dos leitores.