Práticas de leitura em sala de aula: Leitura e leitores da comunidade quilombola de simbaíba.
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Resumo
O presente trabalho, pautado na discussão sobre as práticas de leitura trabalhadas na sala de aula da comunidade quilombola de Simbaiba, comunidade rural de Caetité – situada no Alto Sertão da Bahia – objetivou investigar, como as leituras são exploradas na sala de aula Quilombola? Se essas práticas dialogam ou não com as leituras que a comunidade faz de si e do social? Desta forma, a pesquisa faz uso, tanto por meio de entrevistas e observações nas turmas de 4 º e 5 º ano de ensino fundamental I, quanto na análise de narrativas orais e escritas. As histórias da comunidade, desenvolvidas durante os encontros de leituras do projeto de iniciação científica, formou base para este estudo, não só para apresentar a comunidade através de suas falas, como também, para estabelecer um confronto entre suas narrativas sociais e culturais com as abordagens desenvolvidas pelo ensino escolar. Nesse sentido, é que esta pesquisa, desenvolvida pela natureza qualitativa, via de abordagem autobiográfica, possibilitou explorar as leituras da comunidade e as da sala de aula. No percurso dos estudos, as práticas de leitura mostraram-se mais que um importante instrumento para o desenvolvimento formador de habilidades escolares, mas como principal meio para se explorar a capacidade crítica e criativa ao ressignificar o lido. Tanto as leituras legitimadas quanto as leituras culturais têm demonstrado, durante observações, o valor da construção de um projeto de leitura que privilegie o aluno/leitor nas suas interpretações conflituosas ou não. Um quadro de ensino, conforme análise conclusiva, que ainda não se tem mostrado de forma efetiva. Não quando o que se tem é uma cultura escolar engessada, pela modelo pedagógico conteudístico, ou ainda pelo modo reprodutor, em que as leituras, quando poderiam ser dialogadas com a realidade do aluno, são silenciadas, de modo que as significações interior e exterior do aluno/leitor são ignoradas e assim perdendo o efeito da verdadeira função da leitura. Entretanto, Sambaiba tem muita a contribuir com o ensino, a partir do momento que as vozes da comunidade sejam também trabalhadas de modo que essas leitura contribua na significação e interpretação de si e do social. Teoricamente a pesquisa foi ancorada em autores do campo da leitura, de caráter político-educacional e étnico-racial e da identidade negra, estudos desenvolvidos por Abreu (2006); Arruti (2006); Silva (1997); Gomes (2001); Hall (2009); Munanga (2004); Perrotti (1990); Santomé (2011) Yunes (2011) e tantos outros que compõem este quadro de pesquisa.