Este estudo teve como objetivo avaliar os riscos ocupacionais associados às atividades de piscicultura desenvolvidas pela Associação Jovens Criadores de Peixe, situada no município de Jatobá, estado de Pernambuco. A pesquisa parte da premissa de que a segurança do trabalho na aquicultura é fundamental para a proteção da saúde dos trabalhadores, para a manutenção da produtividade e para a sustentabilidade ambiental, considerando as especificidades dessa atividade que integra operações em ambientes terrestres e aquáticos. A metodologia adotada foi de abordagem qualitativa, fundamentada em observação direta in loco, visitas técnicas e aplicação de checklists baseados nas Normas Regulamentadoras NR-9, NR-17 e NR-31, bem como em outras diretrizes de segurança do trabalho rural e aquático. Os resultados revelaram a presença simultânea de riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos, com ênfase na exposição prolongada à radiação solar, manuseio inadequado de cargas, escorregamentos, ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), posturas inadequadas e deficiências na organização das tarefas. A análise demonstrou que os riscos ergonômicos e mecânicos são os mais críticos, agravados pela inexistência de capacitação sistemática e de protocolos de prevenção. Conclui-se pela necessidade imediata de implementação de medidas preventivas, reestruturação dos processos laborais e desenvolvimento de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) adaptado à realidade da piscicultura comunitária, visando à promoção de um ambiente de trabalho seguro, saudável e sustentável.