Neste trabalho, pretende-se discutir os modos de leitura e interpretações dos pesquisadores de fanfictions de Harry Potter, levando em consideração a relevância de teses de doutoramento para a produção e disseminação de conhecimentos modernos, realizando, assim, uma (ultra)metaleitura, analisando os modos de ler utilizados pelos leitores e escritores de fanfictions, a partir do que foi discutido pelas pesquisadoras doutoras Pelisoli (2011) e Vargas (2011). Para tanto, as fanfictions de Harry Potter serão analisadas como um fenômeno consequente da reconfiguração do ambiente literário massivo e midiático, discutido por Campos (2015), bem como do papel do leitor, defendido por Jouve (2002), aliados ao processo de convergência das mídias, nos termos de Jenkins (2006; 2010). Ao final, pode-se compreender o que leva os leitores de Harry Potter escreverem e lerem fanfictions e o que há nessa série de livros que convida os fãs não só lerem a obra, mas a criarem uma identificação emocional a ponto de buscarem um lugar de coautoria, recriando e/ou modificando o foco das narrativas de J.K. Rowling, à revelia da autora.