O trabalho é, antes de tudo, um meio de emancipação, autonomia e ascensão do homem. O trabalho precário, além de descumprir os direitos fundamentais dos trabalhadores rurais dos campos de sisal em Conceição do Coité, também afeta sua dignidade, sua forma de viver, define quais espaços irão frequentar, o que irão vestir e comer. Não obstante, há décadas que a cultura do sisal tem sido degradante para os trabalhadores rurais em Conceição do Coité. Enquanto a indústria sisaleira e elite tradicional enriquece, milhares de homens e mulheres possuem seus trabalhos super explorados e são impedidos de exercer a dignidade e de usufruir de direitos essenciais. O trabalho foi produzido a partir de uma investigação sobre as relações e condições trabalhistas no âmbito rural, em especial nos campos de sisal em Conceição do Coité. O estudo está fundamentado em entrevistas com trabalhadores rurais em atividade, com outros que já não exercem mais a função, mas já passaram pela experiência, com a diretora do sindicato dos trabalhadores rurais, além de dialogar com alguns teóricos sobre este tema para compreensão da permanente precarização desta atividade laboral. Desse modo, falar dos trabalhadores rurais dos campos de sisal de Conceição do Coité é também refletir sobre vivências e apontar o necessário tratamento para resgatar o trabalho rural.