O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz) representa a base econômica e alimentar de boa parte da população do nordeste, podendo ser utilizada para produção de farinha, fécula e tapioca. Durante a fabricação desses produtos alguns resíduos agroindustriais (sólidos e líquidos) são produzidos sendo potencialmente poluidores. Estes resíduos podem ser aproveitados na alimentação animal, fertirrigação, como inseticida e herbicida. O líquido leitoso, amarelado e altamente tóxico, oriundo do processo de fabricação de farinha, é denominado manipueira, com pouca aplicação na maioria das vezes sendo despejada no solo ou em rios, pela grande maioria das indústrias de farinha. Porém a alta concentração de nutrientes faz a manipueira uma forte candidata como fonte de carbono e nutrientes em processos fermentativos industriais, empregando microrganismos para a obtenção de moléculas de valor comercial. Esta utilização da manipueira contribuiria para a redução da poluição ambiental ao mesmo tempo em que serviria como fonte de carbono e de nutrientes de baixo custo para a microbiologia industrial. O objetivo deste trabalho é bioprospectar microrganismos para avaliar a fermentação da manipueira. A manipueira coletada na casa de farinha do distrito da Igara e levada ao laboratório de biotecnologia de microrganismos da Uneb - Campus VII, será submetida a fermentação natural, onde amostras serão retiradas periodicamente e microrganismos também serão isolados e caracterizados . Os microrganismos passarão por processo fermentativo, tendo como substrato a manipueira. As amostras das fermentações quantificadas e analisadas em Cromatografia em líquido de alta eficiência (CLAE), mostrou o ácido lático como principal produto. Gerando assim maiores informações sobre a fermentação natural da manipueira, evidenciando a capacidade de crescimento microbiano e a possibilidade de aproveitamento desta como fonte de carbono e nutriente em processos fermentativos industriais